domingo, 8 de novembro de 2009

Nem luxo, nem lixo


Pouco me importa que o lirismo vá embora,
E que me cuspa o rosto
Pois que já dei minha cara à tapa,
Todas as faces das quais dispunha.
Quero apontar a grandeza de seus pequenos defeitos
E exalar novamente todo o perfume que me roubaste
Ter e desprezar teu sexo e coração,
Emprestar meu sentimento frio ao teu corpo quente.
Encontro-me morta, sofrida e louca,
Quero sentir-me aliviada
Quero transformar veneno em antídoto,
Quebrar a corrente atrelada a meus pés,
E transformá-la em jóia de puro ouro.
Quero ser indiferente às tuas palavras ocas,
Teu discurso clichê e tua canção fora de moda
Quero a não-clareza do que nutro por ti
Nem amor, nem ódio,
A mais crua e nua ausência de sentimento
Não quero luxo, nem lixo,
Nem mais, nem menos,
Quero algo bastante simples,
Quero que você peça,
Quero que você possua,
Quero que você perca,
Quero que você parta,
Quero que você pague.

3 comentários:

Lohan disse...

Olha, por falar em jogo de palavras, rs, a sua está perfeita!
Somente agora fui tirar o tempo pra ''te ler, Camilissima'', rs. Atrasildo, te digo: vc está mais incrível do que nunca.
Bjs!

Andréa Amaral disse...

"Negue, seu amor, o seu carinho..."
A revolução de quem dá a volta por cima, mas não nega o que sente e ainda espera uma atitude, uma resposta, um pagamento que pode ser feito de várias maneiras.
Mass fico tranquila de que seu lirismo não vá embora, senão, o que será de nós, seus fãs ávidos de sua alma sedenta de amor?

Rayanna Ornelas disse...

'Quero a não-clareza do que nutro por ti'


essa não-clareza é tão expressiva que só quem já viveu um momento desses consegue compreender;

Maravilho texto, como sempre!
=]