sábado, 3 de abril de 2010

O teatro de Dio



Quebre a perna
Vá a merda
Feche os olhos
Abra os olhos
Vista-se.
Seja-se.
Não seja-se.

Este é o palco
Cante tua ópera
De melodia inoperante
Meça a medida da mediocridade
Sorria médio
Chore alto
Cresça pequeno

Não queira saber
Do proscenium
Reproduza tua scenic
Agonize teu agon
Pari passu
Sem mais vãs filosofias.
Neste circo, és só um palhaço,
És um palhaço só, de humor escasso.

As cordas são invisíveis
Qual mão as controlam?
Efeito especial!
Maniqueísmo selvagem
Por que ri?
Péssima atuação!
Repita a cena,
Não sabe sua fala?
Sua fala é sua fala
Fale.
Sua lágrima é sua lágrima.
Chore.
O texto pede tristeza,
O texto pede proeza
Quixotesca, que seja.
Seja... Ser, ser,
Eis sempre a questão
Ninguém é,
Tudo é invenção.

Carne, sangue, vinho.
De Baco.
Bodes que morrem
Sacrificados
Corpos estendidos
Em covas rasas
Enterrados
Texto modificado
O destino é um script
De nada adaptado.

Sonho é contexto a ser interpretado
Não a beije, ficou louco?
Ela tem namorado!
Que ator é você?
Amador!
Só sabes amar, e amar,
Do amar, a dor!
Que adormece a comédia
Que faz nascer a tragédia.

Não há como fugir
Do maniqueísmo do
Simplesmente existir.
Theátron:
A brincadeira de Theos.



(Scenic world - Beirut)

3 comentários:

Thaty Louise disse...

Lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Simplesmente!!!

Andréa Amaral disse...

Nossa, me identifiquei tanto. Por que será? Livro de crônicas ecléticas, poemas de heterônimos distintos e tão marcantes = Lohan.

Lohan Lage Pignone disse...

Obrigado, obrigado, obrigado!
Bjs!