domingo, 4 de julho de 2010

De como (re)inventamos a vida todo dia (ou de como somos tantos)


“simples como a água”. vida. viva. assim tão viva. essa canção e esse mar. essa palavra-presente. presentes. hoje palavra-semente. a força que vem da terra, do vento, da água e do fogo. que seja amor então. a vida que vem de dentro e de tantos outros que nos tornamos a cada dia, a cada oração. coração. porta aberta para a vida. e essas marcas. esse chão? caminhantes. de quantas estradas somos feitos. “e os abraços e os encontros, dança maravida” ? de como somos tantos sendo um. e essa dança da vida feito ciranda em nosso peito. e esse grito que é vida, que é vida, e sopro e canção. a dor, a cor, o mel, o amor. o dia que nasce e morre em nós, tão água que somos.



palavras-presentes. para cantar a leveza da vida e o revirar-se das folhas nas estações. ou contar como os dias escorrem ternos quando é primavera e os olhos se enchem de flores.
ou apenas para pintar retratos dos tempos e dos ventos que vão marcando nosso rosto com suas mãos precisas e por vezes implacáveis. memórias. de olhos, bocas, corpos enfim. essa vida toda que há espalhada em todos os poros, pintadas em todos os ritmos, rimada em todos os laços. palavras-presentes envoltas em girassóis. feito flor a celebrar a vida que se movimenta intensa, infinda em todo sol. que haja canto, terço, fogueira. rio e vela e céu de estrelas pequenas. que seja a cor o que nos leve. a tatear as horas os encantos os impulsos. que seja simples. essa vida feito água que nunca sacia. que sejamos doce. palavras-abraços que serenam o susto e criam vida em todo o canto onde nossos sorrisos alcançam.

“E aprendi que se depende sempre
De tanta, muita, diferente gente
Toda pessoa sempre é as marcas
Das lições diárias de outras tantas pessoas
E é tão bonito quando a gente entende
Que a gente é tanta gente onde quer que a gente vá
E é tão bonito quando a gente sente
Que nunca está sozinho por mais que pense estar
É tão bonito quando a gente pisa firme
Nessas linhas que estão nas palmas de nossas mãos
É tão bonito quando a gente vai à vida
Nos caminhos onde bate, bem mais forte o coração”
(Caminhos do Coração, Gonzaguinha)



... Essas intersessões de palavras canções e ventos foram despertadas/mobilizadas por um encontro/tantos encontros. Encontros das águas que me fazem, e das tantas vozes que me habitam, com o doce-intenso de outras tantas vozes e luzes que vivem em uma mulher que, por suas palavras, deixa escorrer o canto/encanto que carrega. Simples como água. essa canção que adoro foi o que primeiro me veio quando me debrucei e me perdi em seus escritos. A simplicidade, o movimento, a fluidez, renovação. A força da água em ser sempre outra, e sendo outra, ser tantas, ser múltipla. É isso que vejo/sinto/ouço quando vejo seus escritos, as canções que colorem as mensagens, as pinturas que marcam. E é essa força de vida que me fez trazer essas palavras, presentes. Espero que sejam sementes, que se juntem e ecoem com os teus versos. Que as palavras nos envolvam e nos abracem. Feito vento em fim de tarde. Que sejamos semente. Movimento. Força. Que sejamos água. Simplesmente.

Abraços de sol,
De Dani para Cacarina.


Trechos de Simples como água, Gonzaguinha.

3 comentários:

Camila disse...

Acho que não poderia ser mais perfeito: a menina das cores homenageando e menina das flores... uma delicada explosão (sim, isso é possível) de sentidos e sutilezas. Vocês duas são incríveis!

Andréa Amaral disse...

Ai, que lindo. Não é fácil falar sobre alguém que emana tantas sensações de esperança e de luz, sem ser piegas. E você se superou Dani. Ninguém poderia ter escolhido melhor as palvras para homenagear essa mulher tão humanitária e generosa. Toda alma, coração e sentimentos. Parabéns. Nada é por acaso.

Cacarina disse...

As vezes eu acho que isso aqui é um lindo sonho... Vocês são uns lindos! Dani, que lindo tudo que escreveu... Vou pegar mesmo pra mim, para me inspirar quando as palavras faltarem... Me emocionei super!
Andréa queridíssima... Nem sei o que dizer para você... Só tenho a agradecer... Você não imagina o que significa você dizer que emano algo bom sem ser piegas...
Você não faz idéia do que tem sido estar aqui...
Obrigada do fundo da minha alma...
Eu sempre quis viver e divulgar um amor que fosse real, possível, sensível... Desde muito pequena...
E se hoje colho isso aqui, essa tamanha delicadeza... Devo isso a você!
Beijos imensos no coração...
Dani linda, gracias!!!

Claudia Chaves