sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A Melhor Mentira ou Nós Sempre Teremos Paris






Hoje eu me dei conta. Hoje eu senti sua falta.
Falta daquela ilicitude. Daquela insensatez, daquele no sense at all que só você fazia ter algum sentido....
Nunca uma verdade me fez tão bem quanto aquelas mentiras, que eu vi sendo construídas em cima de um deck de madeira, cercadas por um jardim.
Mentira também tem número, placa e CEP.
Hoje eu senti falta. Hoje eu me dei conta.
Que eu não fui uma bóia no dilúvio, mas uma ponte para você chegar ao outro lado. Mas para que lado eu te levei, para que lado eu poderia levar alguém, se nem eu mesma sei de que lado estou?
Eu sinto falta de só saber do meu presente e de ter você presente nele todos os dias, pois era só o que eu tinha: nem um passado juntos e menos ainda um futuro com você, só o presente, instantâneo, imóvel, ali todos os dias, me esperando para jantar e beber cada canto da Europa...
Eu me dei conta hoje que eu não me despedi, que eu não me despedacei.
Eu senti falta do meu luto e principalmente do seu luto, da sua fala, dos seus passos, seus descompassos... De todo clichê e de toda cafonice daquilo que poderia ter sido e não foi.
Sim, esse ano, minha Paris foi você.

2 comentários:

Lohan Lage Pignone disse...

Juliana, eu já tinha comentado em seu texto, mas deu erro...

Vc aparece de repente, e é uma ótima surpresa, rs!

Realmente, muitos só se dão conta quando perdem, quando estão longe... Só assim se dão conta do amor ''que deveras sente'', rs.

Só uma pergunta, a Paris seria uma ilusão?

Bjs!

Ana Beatriz Manier disse...

Perder, sentir falta, saudade, tudo isso faz parte da vida.
Belo texto, Juliana.