quinta-feira, 26 de maio de 2011

Máximo Steiner

Olá, caros autores e leitores S/A! Estou de volta e no clima do grande concurso de poesia, embora meu post nada tenha a ver com concurso, nem com poesia, apesar do clima poético que sem dúvida a música pode nos sugerir. 


Boa Leitura!  


Há 123 anos nascia um dos maiores gênios da música. Verdi? Tchaikovsky? Dvorak? Debussy? Não. 


Max Steiner. 

Compatriota de Mozart, naturalizou-se norte-americano. Steiner é um daqueles compositores máximos, de todos os tempos. Eu bem que poderia ter complementado o sentido de compositor com o termo 'de cinema’, que de fato ele foi, contudo músicos dessa categoria, mas que se especializam em escrever partituras para a sétima arte costumam repousar sob o panteão dos que compunham na era gloriosa dos teatros líricos. Porém, o devido lugar de Max Steiner sempre será o Olimpo dos criadores de música, de grandes temas, de poéticas sonoridades e arranjos irretocáveis.


Nascido em 1888, três dias antes de certa princesa  assinar a Lei que aboliu a escravidão no Brasil, e tendo como avô nada menos que Richard Strauss, Max Steiner foi uma criança coberta de prodígios. Estudou piano com Brahms e aos 15 anos já dava passos largos na Academia de Música e Artes Cênicas de Viena. Ali desfrutaria das lições de Mahler; sim, o próprio Gustave Mahler em pessoa foi seu professor. O adolescente Max passaria quatro anos de sua vida estudando na Academia caso não tivesse terminado em apenas um, tal era o domínio que tinha de sua arte. 




Em 1914 chega aos Estados Unidos. Trabalha como regente e diretor musical na Boadway. Teve em suas mãos e batutas espetáculos de Gershwin, Jerome Kern e Vincent Youmans; este tendo marcado já sua presença num de meus posts.


 






Hollywood foi o próximo passo. Dez anos antes de compor sua trilha-sonora mais conhecida - o tema mais popular - para o clássico dos clássicos Gone with the Wind (...E o Vento Levou), o cinema americano abria com pompa     suas cortinas para um dos precursores das modernas soundtracks. Não por acaso este primeiro post sobre grandes compositores do cinema presta uma homenagem a Max Steiner, talento fundamental para a história da música e do cinema.






Steiner compôs centenas de trilhas, entre elas as de Casablanca, e da belíssima partitura de Jezebel, trilha indicada ao Oscar. Da Academia foram 26 indicações e três as vencedoras: O Delator (The Informer, 1935), Estranha Passageira (Now, Voyager, 1942) e Desde Que Partiste (Since You Went Away, 1944). 


Mas, e a trilha de Gone With The Wind (...E o Vento Levou, 1939)? Diria ter sido das grandes piadas da Academia a não confirmação do favoritismo de Max Steiner no Oscar de 1940 se no caminho de Tara (propriedade rural da família de Scarlett O'Hara) não despontassem um mágico, uma menina do Kansas, seu cachorrinho e seus três amigos. Sim, meus leitores, o Mágico de Oz levou o Oscar de melhor trilha sonora. Herbert Stothart, compositor da partitura vencedora, conseguiu então a façanha de superar a trilha de Max Steiner no ano do arrebatador ...E o Vento Levou. Façanha? Nem tanto, pois ambas as trilhas são inesquecíveis; com estatuetas ou sem estatuetas serão sempre cantadas e lembradas.             





Com o êxito de King Kong (1933), em 1939 foi a vez de sua melodia mais célebre tomar conta do mundo. O Tema de Tara é daquelas canções que nos fazem crer que sempre existiram. Como tantos séculos de cultura musical se passaram e nada de se criar melodia tão onipresente? Dificilmente outro latifúndio terá música tão sublime composta só para ele.







Max Steiner se despediu do nosso mundo três dias depois do Natal, em 1971, deixando uma obra de encher os ouvidos e de nos fazer desejar conhecer uma a uma. 
    

Jezebel, das mais belas trilhas-sonoras do cinema.

Max Steiner


Títulos brasileiros para os filmes
 apresentados no vídeo abaixo:  

1. O Facho e a Flecha
2. Ela
3. Estranha Passageira
4. A História do FBI
5. Casablanca
6. A Nave da Revolta
7. Passagem para Marsellha
8. King Kong
9. As Aventuras de Don Juan
10. Zaroff, o Caçador de Vidas
11. Desde que Partiste 
12. A Carga da Brigada Ligeira
13. O Intrépido General Custer
14. ...E o Vento Levou 




XXXVI

Camillo Landoni 

4 comentários:

Thaty Louise disse...

Queria dizer 1 montão de coisas...Mas estou ouvindo o Tema de Tara e só o que eu consigo dizer é:
Morri.

E:
"Jamais sentirei fome novamente!"

PQP, o q falar desse post?

P@#$%&@ sacanagem sua fazer isso.


Amei. E é só.

Landoni Cartoon disse...

Resposta a minha leitora cadáver:

No Hades são proibidos pontos de exclamação? Ou não existem?

Ah, mas existem as palavras feias!

Valerá sempre muito a pena escrever para o Autores, sobretudo enquanto eu tiver leitoras e leitores tão vivos assim, me passando essa energia toda.

Grazie por sua presença, leitura e comentários infalíveis!

C. Landoni

Lohan Lage disse...

Lindo,
Realmente, 1 milhão de coisas podem ser resumidas no Tema de Tara. Inesquecível canção, e que, graças ao nosso grande amigo Camillo, eu conheci o compositor dela.

Viva o Landoni, o autor mais popular (sem nenhum sentido pejorativo, pelo contrário) do Autores S/A.

Abraços!
Lohan.

Landoni Cartoon disse...

Grande Lohan!

Alcancei um dos meus objetivos, exatamente dar notoriedade, cara, nome, um pouco de vida a essas figuras que estão por aí a nossa volta, mas que por muitos fatores não damos conta, figuras que merecem ser reconhecidas, sabidas, citadas sempre. E compartilhar com os leitores do blog parte desse universo é algo que faço com grande prazer.

Eu, o mais popular??!! É, como poucos anos prestam para revolucionar... Não faz nem 15 anos, onde eu estivesse seria o único a não ser visto, nem comentado. xDD

Eu quero que todos, inclusive eu ou seja, todos nós, o blog Autores S/A seja cada vez mais popular. E como vc mesmo disse: "sem nenhum sentido pejorativo"

Esse é o desafio.

Grazie, amigo!

Abraço!
C. Landoni