sexta-feira, 17 de junho de 2011

Poemas da Repescagem do I Concurso de Poesia Autores S/A

OLÁ! TEMOS UM COMUNICADO: EXCEPCIONALMENTE NESTA ENQUETE (REPESCAGEM), ACRESCEMOS MAIS 3 HORAS, DEVIDO A PEDIDOS DE MUITOS LEITORES QUE SÓ POSSUEM A OPORTUNIDADE DE ACESSAREM O BLOG, LEREM OS POEMAS E VOTAREM NESTE FINAL DE SEMANA. AOS CANDIDATOS, BOA SORTE!

Bem vindos à repescagem do I Concurso de Poesia Autores S/A!
            
Quem serão os poetas que irão se juntar aos já 15 classificados? Decidimos fazer, em post único, a postagem dos 6 poemas que ficaram na briga por mais 2 vagas na final. Logo acima do lembrete do Autores, você verá uma enquete correspondente à repescagem. Nesta enquete, constam os pseudônimos dos poetas que estão disputando por essas 2 vagas restantes. Portanto, pedimos aos leitores que atentem para os pseudônimos correspondentes à cada poema e, na hora da votação, não haver erro! Vale sempre ressaltar que você poderá votar em apenas um (1) poeta na enquete e que, desta vez, somente o público-leitor irá decidir o destino dos poetas. Logo, não haverá, nesta repescagem, a interferência dos jurados, salvo em caso de empate no encerramento da enquete. Os 2 poetas mais votados serão os classificados para a fase final.  
Como anunciamos na sexta-feira passada, os poemas e os poetas da repescagem são:
Assalto literário (Vani Sabino), Parede azul (Mamediano), Braileando teu corpo (Anjo), Quase nada mais (Tiago do Vale), Elizabeth (Aline Monteiro) e O homem (José Machado).
Atenção, leitor (a): a partir de agora, serão apresentados os seis poemas, em ordem alfabética (título do poema). Desejamos boa sorte a todos os poetas. Tenham uma boa leitura e um bom voto. Obrigado, Autores S/A.

EIS OS POEMAS DA REPESCAGEM:

Título: Assalto literário
Pseudônimo: Vani Sabino (Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco, 22 anos).

As palavras falaram
( Surpreendentes)
“Quem fingiu não perceber?”
O sentimento.
Que, antes inconsciente,
 Foi acordado
( Que tormento!)

As palavras esbanjaram saber
(De minha fraqueza)
“Elas vieram perfeitas?”
 Intactas.
Dominaram os espaços
(Com destreza)
Puseram o meu coração escondido
Em perigo

As palavras ousaram
( Sonho libertário)
Armaram um assalto
(Literário)
Querem todo o meu tempo
( Do calendário)
Almejam vida livre,
Fora dos diários.

“Mãos para baixo,
Na folha branca!”
Ordenou uma palavra,
(Outrora)
E esse louco ato
 Virou hábito
Querem que eu escreva
(A toda hora)

Se eu as odeio?
Não, entendo
As palavras,
Bandidas simpáticas,
Ameaçam-me, aterrorizam-me
(Mas eu me rendo).

Se você curtiu este poema e deseja que este poeta se classifique para a final, dirija-se à enquete localizada logo acima do lembrete do blog e vote na opção: Vani Sabino.

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Título: Braileando teu corpo
Pseudônimo: Anjo (Samambaia Sul, Distrito Federal, 42 anos).

Não é de todo cego, o amor que sabe ler.
Se com os olhos não te sinto,
com meus dedos sei te ver.

Minha alma incansável, sedenta por instrução,
busca em teu relevo humano
um pouco de erudição.

Conduzi o meu instinto a decifrar uma questão.
O que pulsa em teu peito
com tamanha emoção?

Peço desculpas meu anjo! Pois, não tive a pretensão.
Apalpei todo teu corpo,
era somente o coração.

Na verdade fui tentado. O teu corpo me traiu.
Em um momento era poema
que tomou forma e se esculpiu.

Condenado duas vezes, me encontro em sujeição.
Privado de ver a luz e
julgado por uma ação.

O direito, que alguém reclama se correto, é perdoado.
A cegueira me fez réu,
só por teu corpo eu ter tocado?

Não me tomes por embuste, trapaceiro inconseqüente.
O que desejo mesmo de fato
é ler teu corpo novamente.

A leitura é um vício que não consigo dominar.
Aquece à forja e operes
outra forma para eu te amar.

Se esta sorte é o meu destino, me guardarei de teu amor.
Mas, em meus sonhos a verei
e a levarei por onde eu for.
 
Se você curtiu este poema e deseja que este poeta se classifique para a final, dirija-se à enquete localizada logo acima do lembrete do blog e vote na opção: Anjo.

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Título: Elizabeth
Pseudônimo: Aline Monteiro (Macapá, Amapá, 25 anos).

Elizabeth não chora.
Elizabeth não reclama.
Elizabeth é paciente.
O que será que sonha
Quando adormece?
O que pensa quando
Seu olhar perdido
Se encontra com o meu?
Minha Rainha,
Da tua beleza
Não tenho dúvida
Mas por que não sorris?
  
Se você curtiu este poema e deseja que este poeta se classifique para a final, dirija-se à enquete localizada logo acima do lembrete do blog e vote na opção: Aline Monteiro.

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Título: O homem
Pseudônimo: José Machado (Guaratinguetá, São Paulo, 27 anos).

cadáver de si mesmo
na lasca de unha
                               cor|
                                     tada
no fio de cabelo
                          c
                          a
                           í
                           d
                           o
na célula
                    des . pren . di . da
vestígios de corpo
sem despedida

Se você curtiu este poema e deseja que este poeta se classifique para a final, dirija-se à enquete localizada logo acima do lembrete do blog e vote na opção: José Machado.
  
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Título: Parede azul
Pseudônimo: Mamediano (Goiânia, Goiás, 24 anos).

decidido e solitário,
entrou em seu quarto,
seu espaço,
trancou a porta por dentro
e enquanto terminava a garrafa
de vinho ordinário
que trazia à mão,
podia escutar a Quinta de Beethoven
no rádio da sala.

abriu a gaveta de sua mesa
e lá estava sua velha e desbotada
Colt, com uma bala no tambor.
a sorte estaria encarregada
de sua própria covardia
ou talvez coragem.

terminou o vinho
e Beethoven também.
agora podia ouvir
o choro desesperado de alguma mulher
lá fora,
uma provável discussão com o marido,
aquela merda de sempre.
os sons dos carros passeando
pela avenida distante
e uma coruja no telhado de alguma
casa próxima.

retirou a bala
e sua espinha gelou.
devolveu-a ao tambor,
girou,
fechou os olhos
e colocou a arma na boca.
agora tudo parecia estar
em silêncio,
como se o mundo todo fosse
seu expectador.
pensou em seus 17%
de chance de se dar mal
e em como aquele número
agora parecia mostruosamente
grande.

o dedo no gatilho.

abriu o olho esquerdo
e pode ver a bala
na câmara engatilhada.
"merda", pensou,
"tarde demais."
BUM!

silêncio quebrado.
o vermelho do sangue
tingiu a parede azul
do quarto.


Se você curtiu este poema e deseja que este poeta se classifique para a final, dirija-se à enquete localizada logo acima do lembrete do blog e vote na opção: Mamediano.

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Título: Quase nada mais
Pseudônimo: Tiago do Vale (Campinas, São Paulo, 26 anos).

Quase nada mais fechado do que a cela da convivência.
Estou claustrofóbico; há retaliação a todo momento;
acumulou-se cheiro de pólvora pelo apartamento.
Quase nada mais abatida do que a minha aparência.
A sólida ausência de prazer no nosso cotidiano,
gestos que, na cama, transmitem mútua negligência;
quase nada mais o inverso do nosso plano.
A atração adoece o suficiente para cometer o suicídio
e, enaltece quando floresce, quando seca é presídio.
Quase nada mais interminável do que esta geada.
Mesmo assim cavaria, sozinho, a cova disso tudo.
Quero o gosto, na garganta, de liberdade adocicada.
Quase nada mais sentido do que este sonho graúdo.
Até eu relevar melhor o bem que me faz teus braços;
e, recomeço a nos perdoar e recomeçamos os amassos.
Quase nada mais comum do que te querer de novo;
é raro alguém estar ao meu lado, adorando isso.
Você faz uns gestos delicados, e eu me comovo.
Quase nada mais complicado do que o nosso compromisso.

Se você curtiu este poema e deseja que este poeta se classifique para a final, dirija-se à enquete localizada logo acima do lembrete do blog e vote na opção: Tiago do Vale.

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Obrigado! Bom voto! (A enquete será encerrada amanhã, às 11:40 hs.)
Autores S/A.







 


Um comentário:

Anônimo disse...

Assaltada fiquei eu com essa poesia que esbanjou em mim alegria em ler algo tão maneiro! “As palavras vieram perfeitas?”. “Intactas” ! Eu diria mais do que isso: deliciosamente maravilhosas nessa poesia! Adoreeeeeiiiii de coração! É isso, aí!!