sexta-feira, 8 de julho de 2011

Top 13 (Crítica Social)

Enquanto os homens exercem
Seus podres poderes
Índios e padres e bichas
Negros e mulheres
E adolescentes
Fazem o carnaval...
(Podres Poderes, Caetano Veloso) 

Olá, caros leitores e poetas!
Hoje, começamos o post do Top 13 do I Concurso de Poesia Autores S/A com um poderoso trecho da canção Podres Poderes, de Caetano Veloso. Quando você ouve falar em “crítica social”, o que lhe vem à cabeça? Politicagem, desigualdade, salários minguados, carência, preconceito, esgotos, favelas, violência, tráfico, marajá? Sim, caro leitor, muita palavra ecoa pela garganta, e daí se agarra à ponta da língua, pronta para ser disparada feito um tiro. Mas, basta pensar? Basta falar ou atirar?

Nesta etapa, o Top 13 do I Concurso de Poesia Autores S/A, foi pedido aos poetas competidores que escrevessem um poema cujo tema fosse: Crítica Social

Nessa semana, perguntamos aos poetas competidores se eles são partidários políticos e quais seriam as mudanças prioritárias que eles realizariam em seu país se fossem líderes políticos. As respostas podem ser vistas logo acima dos títulos dos poemas. Os poemas foram postados de acordo com a ordem alfabética dos títulos.

A leitura dos poemas vai revelar ao leitor que não: não basta pensar, tampouco falar. É preciso saber pensar e falar. E a poesia – a arte, em geral – é o veículo principal das manifestações da sociedade. Através da poesia, se sente a crítica, e não apenas se lê a crítica. A poesia não possui a função de, mas funciona. E como funciona!






Antes de adentrarmos nos poemas do Top 13, apresentaremos, a seguir, duas pequenas entrevistas realizadas com os dois candidatos eliminados da última rodada (o Top 15): Paul Celan. Agora, toda sexta-feira, serão publicadas também as entrevistas dos eliminados da rodada anterior. Boa leitura!

1. Quais foram suas impressões gerais do I Concurso de Poesia Autores S/A?


Paul Celan: As impressões gerais foram as melhores possíveis. E que vocês passaram para os escritores aquilo que realmente tinham proposto. Isso é importante, pois dá segurança na lisura e na responsabilidade com que encaram a arte de escrever.

2. Você teria algo a dizer a respeito dos jurados, ou ao público que votou pela sua eliminação?



Paul Celan: Sei que a tarefa dos jurados é das mais difíceis e que seria complicado explicar o que é avaliado, tanto que há uma variação muito grande nas notas individuais dos jurados. Mas, mesmo assim, mantêm uma harmonia entre si.

3. Dos 13 poetas competidores que restaram, em quem você aposta para ser o vencedor do concurso?



Paul Celan: Acredito que todos têm qualidades para se sagrarem vitoriosos. E cada um ainda pode surpreender na criação poética. Alguns já se despontam como possíveis ganhadores, como J. J. Wrigth, Aline Monteiro e R., mas todos têm chances.

4. Você deseja deixar alguma mensagem aos poetas que permanecem na competição?



Paul Celan: A mensagem que deixo é que não desistam do sonho de continuarem criando (acredito que muitos já são poetas de alta qualidade e com obras importantes) e, mais do que isso, valorizando a própria literatura e a dos outros, pois somos todos irmãos (como poetas) nesta jornada.    

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TOP 13 (TEMA: CRÍTICA SOCIAL) - POEMAS:

De Formosa, Goiás: R.
R., poetisa de 23 anos de idade, não é partidária política. R. também não é filiada a nenhum partido. Se assumisse a liderança política, a mudança mais importante que R. realizaria seria relacionada à educação, pois R. acredita que através dessa mudança, todas as outras aconteceriam naturalmente. Segundo R., não há maneira de transformar um país sem transformar a mentalidade, as atitudes de seu povo, portanto, o país precisa de uma escola nova, que seja adequada às necessidades brasileiras, investimento na formação de professores mais conscientes, críticos e, sobretudo, na valorização da classe. A seguir, o seu poema:

Título: Ao Mestre com carinho?

Ela é uma das pessoas que entram na sua vida muito cedo.
Mãe, pai, e logo ela aparece...
Cheia de sorrisos e carinho.
Ela te ensina que é preciso ter paciência,
que você deve ser educado com os mais velhos,
que você não pode tratar mal seus amigos.
Ela te dedica horas de atenção,
ela até consegue te acalmar quando você esquece quanto é dois vezes dois,
ou quando você não lembra como se escreve “piscina”.
Ela te ajuda a entender a História do Brasil, e porque os dinossauros não estão mais no zoológico.
Ela é a pessoa que consegue repetir a mesma informação várias vezes sem ficar nervosa,
ela até consegue entender sua caligrafia digna de qualquer hieróglifo egípcio.
Ela é assim, inesquecível...
Mas quando você cresce descobre que não é bem assim.
Muitas pessoas a esquecem.
Muitas pessoas sequer agradecem todo o trabalho que ela teve para terminar sua faculdade,
para completar todas as horas de estágio e corrigir tantas provas.
Muita gente acha que ela é só a “Tia” (ou “Tio”)  da escola.
Ninguém se preocupa se ela trabalha tanto
e ganha tão pouco.
Ninguém vê o ser humano excepcional e criativo
que se esconde atrás da professora cansada e estressada com uma rotina tripla de trabalho.
Ela gostaria de entrar no Mestrado,
oferecer o melhor aos seus alunos,
Mas infelizmente não há espaço para isso no seu país...
Os governantes estão muito ocupados divagando sobre o Acordo Ortográfico ou a nova cor das escolas...
E o cidadão comum está de mãos quase atadas,
Espectador de uma política social falida,
De uma escola que tentou incorporar funções que não são suas
e agora se perdeu entre bullying, preconceito, homofobia e violência.
A sua doce professora?
Ela está tentando fazer do pouco que tem, muito.
Enquanto o governo quer sacrificar o pouco que resta
para que eles possam ter muito mais amanhã.
  
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Do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro: León Bloba
Poeta de 23 anos de idade, León Bloba não é partidário político. León Bloba acha que as pessoas que precisam tomar partido, em primeiro lugar. León Bloba acrescenta, dizendo que se deve pensar como fazer a mudança, a partir do que se quer e do que é conveniente, respeitando o outro. Ele acredita muito no poder do diálogo e torce para que a honestidade e a consciência rejam as decisões políticas. Léon Bloba vê a arte como uma boa forma de pensar o mundo e suas relações, ainda mais quando esta é burilada através de percepções construtivas, com atitudes políticas e visões críticas sobre injustiças do mundo, questionando esta insanidade que se coloca em nosso cotidiano e transformando o modo como se dá a leitura dos valores de nossa sociedade. Ainda de acordo com León Bloba, a arte transforma, tangenciando questões e angularizando olhares, identificando e modificando o outro, aplicando o discernimento na construção do entendimento. Um artista, segundo Bloba, pode – com seu olhar, seu processo e sua obra – posicionar-se no mundo com uma atitude política. Se assumisse a liderança política, León Bloba valorizaria muito a educação como base de relações, desenvolvimento intelectual e expressivo do aluno e autonomia do ser que se desenvolve, além de investir na cultura e nas suas várias formas de se manifestar. A seguir, o seu poema:
                   
                                        Título: Bueiro

O poema explode o dia
Como a tampa de um bueiro,
Por não saber de silêncio,
Derrubando o sigilo.

Estrondo de parar trânsito,
Cachão que espoca vida,
Palavras a mais que se espalham.
Proeza provém da poesia.

É próprio fazer este alarde.
Como se aplica, é estúrdia.
Somente porque ele respira.
Semente porque ele é balbúrdia.

Vazão com toda a sua força -
Verão do bueiro estilhaços.
Manchete que jorra a farra
Diante de olhos tão baços.

Falando do nunca falado,
O poema se arremessa
Rompendo com todo o sentido -
Perigo de quem vive a pressa.

Altamente corrosivo,
Chovendo na rua repleta
Sobre os chapéus que protegem,
Como uma chuva de setas.

Imprime naquele que oprime,
Margeia as linhas do lado,
Esfola com tanta coragem,
Mitiga o cristalizado.

Esmola pro oprimido.
Audácia pro conformado.
Escola pro dividido.
Certeza pro descolado.

O poema tudo desnuda
Em sua natureza pelada,
De mostrar o que está escondido
Dentro deste “fazer nada”.

O poema explode a tampa -
Grande parte está por baixo.
Estampa o olhar que espanta
O marajá e o populacho.

Todos vêem o que incomoda.
Na moda da mídia, a notícia.
Nos centros, nas bordas, na roda,
Ataca a esbórnia política.

Cada bueiro que explode
Muita coisa evidencia.
Quem não vê que se acomode
No que pode a hipocrisia.

Assim sempre, assim sendo,
Toda vez que sigo andando
Estouro um bueiro na rua
Quando me pego pensando. 

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De Paranaguá, Paraná: Bambina.
Recém-saída de um Campo Platônico, a poetisa Bambina, de 23 anos de idade, não é partidária política. Se assumisse a liderança política, lutaria por qualidade na saúde, com hospitais especializados e profissionais capacitados em todos os Estados brasileiros. Além disso, priorizaria a segurança, duplicando o número de policiais e postos de polícia. Outro ponto importantíssimo, segundo Bambina, seria enriquecer nossa educação, trazendo tecnologia e qualidade de ensino para todas as escolas, aumentando inclusive a remuneração dos professores. Enfim, para Bambina, a vontade de transformar nosso país existe, o que não existe são as oportunidades para isso. A seguir, o seu poema:

Título: Coitado do Mundo

Mundano, insano
Depravado, rechaçado
Cheio de entrelinhas por entre caminhos
Afetado, recheado de preconceitos e julgamentos

Desgraçado agraciado com o dom da vida.
Colorido e preto e branco.
Demasiadamente desigual, injusto e desmedido

Um mundo que morre
Afogado entre os maus dos seus
Estes sim, insanos, depravados, rechaçados

Eles... Destroem quem lhes dá o abrigo
Matam, queimam e consomem
Seu mundo, seus irmãos!

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De Macaé, Rio de Janeiro: O Velho
O Velho, poeta de 50 anos de idade, já foi político partidário sim, mas há muito que não o é. Agora, O Velho vota e faz campanha para candidatos que se afinem com suas ideias, que tenham a ética como marca indelével em seus currículos. O Velho deixa claro que não quer, não gostaria e não seria capaz de ser dirigente de uma nação, mas, se fosse “obrigado” a promover uma mudança, provavelmente seria tornando o voto opcional. Com isto, de acordo com O Velho, muitos dos “eternos nomes da política nacional” estariam, certamente, descartados e o campo estaria livre para o plantio de novas mudas, gerando assim, uma nova era. A seguir, o seu poema:

Título: é hora

passou o tempo da guerrilha
do protesto, da vigília
já não cabe o besteirol, a piada
a poesia, a passeata
já não dá pra se afogar
no fundo de um copo...

é hora do fazer,
do dedo onde mais dói:
no voto.

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De Marcelino Vieira, Rio Grande do Norte: Ivanúcia Lopes
Ivanúcia Lopes, poetisa de 24 anos de idade, não é partidária política. Porém, Ivanúcia Lopes acredita na política como o dispositivo mais viável para amenizar as desigualdades sociais. Ivanúcia Lopes só lamenta que o propósito do bem comum seja, muitas vezes, atropelado pelos interesses individuas ou de grupos específicos. Se assumisse a liderança política, Ivanúcia Lopes investiria, principalmente, na valorização do ser humano, combatendo todas as formas de abuso e exploração, e gerando políticas públicas de amparo, assistência e formação. A seguir, o seu poema:
  
Título: Gente Pequena

Vi ontem no acostamento
Gente pequena de sonhos carcomidos
Sem esperança, pedindo esmola
Passando fome, passando frio, cheirando cola.

Vi ontem no sereno
Gente pequena sem ter pra onde ir
Sem esperança, de pé no chão e com o pé lixo.
De pé na cova. Feito germe. Feito bicho.

Vi ontem na escuridão dos becos
Gente pequena vendendo o corpo
Sem esperança, com salto alto e vestido curto
Errando o passo. Pisando torto. Sonhando miúdo.

Vi ontem. Anteontem. E há muito tempo.
Nas margens escuras, ou na luz do dia.
Nossa esperança sequestrada.
Esperando o resgate.

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De Ipatinga, Minas Gerais: Semprepoeta
Semprepoeta, poetisa de 46 anos de idade, não é militante, mas têm alguns partidos,  cuja ideologia ela se identifica, e procura votar em seus candidatos procurando conhecer as suas plataformas de governo. Atualmente, segundo Semprepoeta, os partidos têm a decepcionando muito. Ela acredita que os homens estão acima dos partidos. Semprepota diz: “Até para fazer poesia está difícil, ficamos repetindo... Repetindo... E não vemos nenhuma transformação significativa em nossa sociedade”. Se fosse eleita líder política, Semprepoeta mudaria muita coisa. Entre tantas, Semprepoeta reduziria o número de mandatos para os cargos políticos; um prefeito só poderia se eleger em três mandatos, por exemplo. Isso, segundo Semprepoeta, diminuiria a corrupção e daria a oportunidade a mais pessoas de servirem ao país. Outra mudança proposta por Semprepoeta seria: jamais as campanhas políticas seriam financiadas pelo poder público, como estão pretendendo implantar. Sua prioridade seria a educação e a saúde, como uma força-tarefa, com a união de todos os partidos. Semprepoeta finaliza: “são muitas ideias e pouca oportunidade de colocá-las em prática”. A seguir, o seu poema:


Título: INDIGNAÇÃO

Erguem-se os braços indignados!

O pichador traça seus descaminhos
nas paredes alheias.
O catador separa os dejetos
sem reciclar o hoje em amanhã promissor.

Só indignação não move a nação.

As turbas não sabem
de sua força transbordante,
como sabem as águas.
E moldam-se aos calabouços dos mandatários.

Os indignados acéfalos marcham a esmo!

O cidadão cumpre horário, leis
e pagam ônus tributários,
depositados em cofres íntimos
nas cuecas de malha.

A ferida de fígado bovino
da perna do mendigo cai,
quando corre atrás do menino
que lhe rouba a esmola.

A nação carece de ação.

As turbas não sabem
de seu poder de mobilização,
como sabem os vendavais.
E os mandatários erguem palácios.

A ciranda indignada dissipa-se de inanição!

O indignadinho acalenta
o único sonho na vitrine da padaria,
já que notebook e Playstation
não sobem o morro de sua casa.

As pedras que fuma
acertam em sua cabeça.
Os mandatários recolhem, fazem de escada
e ascendem ao plano mais alto.

Uma nação se edifica com indignação e ação.

As turbas não sabem
de sua capacidade de mutação,
como sabem as estações.
E os mandatários se perpetuam no poder.

Até esta indignada poesia!
Com os versos quebrados, prosaicos
e a lírica redundante,
ainda persiste no refrão:

Uma nação se edifica com indignação e ação!

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De Riachão do Jacuípe, Bahia: J. J. Wright
Poeta de 22 anos de idade, J. J. Wright não é partidário político. Se assumisse a liderança política, aumentaria os salários (e regalias) dos profissionais da educação e cortaria os de todos os governantes, inclusive o seu (se tivesse); a governança passaria a ser uma atividade voluntária, tal e qual a vida eclesiástica. Porque, segundo J. J. Wright, atividades não remuneradas espontâneas costumam ser mais produtivas. A seguir, o seu poema:

Título: Imóbile

Tanto silêncio
e um homem a contemplar
os corpos.

Ah, tanto dinheiro
e uma menina mutilando
a noite.

Ah, tanto enigma
e uma cidade ensopada
de medo.

Tanto sigilo
e um rato a nos decifrar
no escuro.

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De Juiz de Fora, Minas Gerais: Príncipe Desavisado
Poeta de 29 anos de idade, Príncipe Desavisado não é partidário político. Ele acredita que as principais mudanças deveria ocorrer no campo da Educação, com investimentos sólidos na preparação e capacitação de professores, melhores salários etc. Para Príncipe Desavisado, uma boa educação, não só acadêmica, permitiria à população melhores escolhas em todos os campos, desde a consciência com relação ao próprio corpo ao respeito ao próximo. A seguir, o seu poema: 

                        Título: Intolerância coletiva

Em meio ao nada coletivo,
um homem viciado por mentiras
despe a bomba que trajava:
aí então o mundo desaba
sobre cabeças inocentes.

É assim que se faz guerra:
alimentando intolerâncias,
alicerçando vaidades,
dando voz a atrocidades,
enterrando esperanças.

A fome corrói até os ossos
daqueles que suplicam paz:
alimentam-se de caos,
classificados como subumanos,
mendigos sentados em tronos de ouro;
reis escravizados
por suas ganâncias perpétuas.

Em meio a protestos vazios,
a fúria faz-se presente
e os manifestantes
têm seus movimentos controlados
por aqueles que deles
só colhem desamor.

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De Trofa, Portugal: Paracauam
Paracauam, poeta de 47 anos de idade, não é partidário político, e não possui um partido de eleição, embora tenha uma maior tendência às esquerdas em geral. A mudança prioritária que a sua liderança política promoveria, caso existisse, seria uma redução de 50% do valor dos salários pagos a todo e qualquer político do país e corte de apoios financeiros de políticos (viagens, transporte, etc.), visto que são servidores do interesse social geral e não donos da sociedade em que actuam. A seguir, o seu poema:

Título: Momento Crítico

Eu me penso e
Não sou imenso,
Sou hipertenso e
Me despertenço.

Não sei de mim:
Desconheço-me como
Imagem de um outro
Ou grupo de outros.

A mão, humana, fere.
A cabeça, humana, esquece.
Respeito mútuo
Que arrefece…

A mão humana toca,
Viola, indecente,
A carne intangível
Dos corpos inocentes.

As filas indigentes
Apodrecem nas fronteiras
Do fundamentalismo.
O pressuposto risca
Quem toma o leme e arrisca…

Sei-me indivíduo
Enquanto colectivo,
Deixo um sorriso
No ar e vou
Sumindo aos poucos.

A mão humana bate
Na face que
Se lhe oferece,
Julga e condena
E bate na outra,
Face, também!

Despertenço-me;
Como quem perde
A carteira e deseja
Que ninguém,
Jamais, a encontre.

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De Betim, Minas Gerais: Alan de Longe
Segundo Alan de Longe, poeta de 42 anos de idade, o homem é um ser essencialmente político, e o mineiro ainda mais. Alan de Longe já foi partidário político e a sua última sigla foi o PCdoB. Hoje, Alan de Longe prefere avaliar os candidatos, embora esteja difícil separar o joio do trigo. Se fosse um líder político, Alan de Longe reveria o Código Penal, faria a Reforma Agrária e buscaria fórmulas para uma melhor distribuição de renda, visando amenizar a política assistencialista dos últimos governos, que, se por um lado minimizam o problema, por outro, segregam ainda mais. A seguir, o seu poema:
                                                                                                                           
Título: Operariado

A vida é curta
para dias tão longos
de noites brevíssimas...
O peso do cansaço
tenta abotoar meus olhos
de pálpebras flácidas
mas, trabalhar é preciso!

A mulher com boca de capataz
esgoela: “Carpe Diem!”
Vou carpindo minha sina
de cavalo cansado
escoiceando esta vida
para garantir os puros-sangues
do patrão – haras e harém –,
cavoucando míseros trocados
que “Seu” Político
apelidou de salário.
Melhor recebê-los em sal
para temperar a lida diária
embora “Seu” Doutor
tenha proibido.

A fome bate á porta,
o despejo ronda o barraco,
a doença invade em várias frentes
e a esperança desbotada
já se mudou par debaixo do viaduto.

Então crio coragem
e envergando a couraça da cachaça
vou à luta
em noites brevíssimas
de dias tão longos
para vida tão curta.

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De Samambaia Sul, Distrito Federal: Anjo
Anjo, poeta de 42 anos de idade, não é partidário político. Se pudesse fazer algo dentre tudo que é prioridade, Anjo faria pela saúde e pela educação. Segundo Anjo, a saúde está doente. Ela também espera por vaga na UTI. Anjo completa: “Os futuros médicos sonham em ser médicos, numa fila na faculdade e no ensino fundamental”. A seguir, o seu poema:

Título: P r E p O t Ê n C i A

O PODER
DO PODER
PODE POR
P e SsO a S
PRESENTE
A PENÚRIA

Os podres
Os parvos
Os pobres
Os pardos
Os poetas
P e SsO a S

PolíticosXProscritos
ProfanosXPenitentes
PuritanosXProstitutos
PerspicazesX Preguiçosos
P e SsO a S

Passantes
Presenciam
Perdidos
Perseguidos
Proibidos
P r E s O s

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Do Macapá, Amapá: Aline Monteiro
Aline Monteiro, poetisa de 25 anos de idade, não é partidária política. Se assumisse a liderança política, muitas seriam as mudanças, mas trataria com prioridade dois pontos que de certa forma fazem parte do seu cotidiano como futura professora e como cidadã amapaense. A educação seria um desses pontos citados, pois, segundo Aline Monteiro, priorizar e incentivar o ensino é melhorar a vida em sociedade, bem como as relações humanas e todas as esferas que ela engloba. O segundo ponto seria a habitação, temática abordada em seu poema do TOP13. Segundo Aline Monteiro, no Estado do Amapá, onde mora, é comum um ecossistema denominado de "ressaca", que são áreas periodicamente inundáveis que servem como bacias para a drenagem das águas da chuva, situados em terrenos baixos, ao longo do litoral amapaense e ligados ao rio Amazonas através de igarapés ou canais, é habitat de várias espécies de animais como peixes, mamíferos e insetos e várias espécies de plantas. Mas, em razão do uso indevido das áreas de ressaca, que se deve principalmente ao crescimento desordenado da capital e falta de políticas habitacionais e  de infra-estrutura, é comum a devastação desse ecossistema que durante o processo de ocupação é retirada a vegetação do local acompanhado de aterramento, despejo de lixo doméstico e, consequentemente, gera danos à saúde de quem tem com única opção de moradia as áreas alagadas da cidade. A seguir, o seu poema:

Título: Ressaca

Não podia ser sonho
A realidade me batia na cara.
Bicho papão e boi-da-cara-preta
A surrar o meu espanto.

Alguém lá em cima ainda pergunta
O motivo do meu pranto
O céu pode ser o mesmo para todos
Mas o chão...
Esse é coisa tão banal para uns
E para outros é apenas imaginação...

Eles sonham que tem uma casa
Pedaços de madeira apodrecidos
Sobre a área de ressaca
E o chão? Cadê?
Virou água!
O apelido é lago.

Mas cadê o lago?
Virou mar de lixo
Ponto turístico
Das vidas insignificantes
Embaixo das palafitas...

Só embaixo?

A vida nasce na proporção
Do seu esquecimento...
Quanto mais olhos despercebidos
Maior o coro dos desabrigados,
Maior o choro dos que acordam
E não há teto
Não há parede
Não há chão...

Não podia ser sonho...

Tentei acordar
Mas eu já estava acordada...

Obs: Aline Monteiro valeu-se do item Os poemas da fase final, que consta no regulamento do concurso, para fazer uso da imagem em seu poema.
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De Piracaia, São Paulo: Cervan
Poeta de 25 anos de idade, Cervan não acredita em partidos políticos: só acredita em autogestão e nada mais. Segundo Cervan, representatividade "democrática" é uma piada de mal gosto. Cervan nunca seria um líder político. Mas, se tivesse o poder mágico de fazer algo pela nação, Cervan desapropriaria todas as terras que foram roubadas durante 511 anos pelas grandes corporações e latifundiários carniceiros. A seguir, o seu poema:

Título: trava vida

um prato de tráfico para um preto triste
dois pratos de tiros para dois pretos tristes
três pratos de trapaça para três pretos tristes
quatro pratos de tirania para quatro pretos tristes
cinco pratos de traumas para cinco pretos tristes
seis pratos de tensão para seis pretos tristes
sete pratos de terror para sete pretos tristes
oito pratos de tortura para oito pretos tristes
nove pratos de truculência para nove pretos tristes
dez pratos de tristeza para dez pretos tristes

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Então? O que acharam? Quais os melhores poemas? Comentem! 
Obrigado, Autores S/A.


Editora Multifoco, a patrocinadora do I Concurso de Poesia Autores S/A

31 comentários:

Anônimo disse...

Estou impressionado com o crescimento de qualidade dos poemas.
Parabéns a todos os poetas.

Anônimo disse...

No caso de empate, conferir ranking?
Gostaria de ver este ranking.

Lohan Lage Pignone disse...

O ranking ficará disponível no post dos comentários e notas dos jurados, uma vez que, é preciso, primeiramente, haver as notas dos jurados para que possamos somá-las e, assim, estabelecer o ranking dos poetas mais votados na rodada em questão.

O ranking do Top 15 pode ser visto no post dos comentários e notas do Top 15. Obrigado.

Anônimo disse...

Bernardo Cabral, faz tempo que R. Barthes deixou de pensar dessa forma. Faz tempo que ele descobriu, ou melhor, redescobriu que o barato mesmo é o PRAZER da leitura, isso é o que ainda pode salvar o que vocês chamam de Literatura - ih, rimou, foi sem querer.

Se o que importa é o texto, se o autor não tem nenhuma importância, quem diz e quem ouve deixou de existir, ora, meu caro, então a poesia e todas as narrativas já contadas têm origem do nada. Ou o que me importa essa origem, não é mesmo? Provavelmente foi por esse mesmo motivo que a leitura dos cânones já foi pro nada.

Se o autor não existe, então como explicar o divã tão presente nos filmes de Woody Allen? Decerto ele nunca fez análise. Como explicar as posições acerca da homeopatia em Dom Casmurro? Decerto Machado não tinha nenhum interesse pelas novidades da medicina, novos tratamentos, considerando que sua saúde era perfeita.

Isso mesmo, continuem eliminando a VIDA da "Literatura" em nome dessa criatura chamada TEXTO.

Literatura, seja lá o que isso for, requer muitas coisas; trabalho, suor, técnica, esforço, muita leitura, trabalho, trabalho, trabalho, ufa! Sim, como toda arte, como todo tipo de trabalho.

Até aí...

Para se fazer a pior animação se trabalha muito! Pra escrever o livro mais chato faz-se muito esforço.

Até aí...

Porém, tem casos em que um escritor cria uma grande narrativa sem tanto suor assim. Não há regra.

Venerados escritores de Esparta, cadê o principal, o PRAZER?

Continuem fechando os olhos para isso e outros Harry Potters virão. E vai dizer que essa garotada não tem razão? Perguntem aos leitores do bruxinho de Hogwarts se foi um grande esforço para eles ler mais de 600 páginas...

Admirável ter de considerar isso quando parece tão óbvio.

PRAZER...

Anônimo disse...

E se o autor não existe mesmo, responsáveis pela página, mudem já o nome do blog para Textos S/A.

Anônimo disse...

Belos poemas...Parabéns a todos!

Anônimo disse...

Concluindo, a prova de que o autor existe está na própria consideração do candidato Bernardo Cabral, ao concordar com a tese 'autoricida' de R. Barthes, que proclamava a inexistência de quem produz um texto.

Todavia, tão importante é o autor que se deve conhecer o básico da biografia do intelectual francês a fim de se ter conhecimento que este não precisou ser atropelado por uma caminhonete para mudar toda sua concepção estruturalista sobre o texto. Poucos anos antes de sua morte já havia desistido de toda e qualquer análise estrutural das narrativas. Qual a vantagem de se considerar o texto(narrativas, poesia, etc.), nunca o discurso, uma entidade sem história, sem produtor, vinda do nada, apenas uma consequência sem vida de masturbações estilísticas?

Portanto, é por desconhecer o autor que acaba não se considerando as mudanças de pensamento e as importantíssimas (re)descobertas de quem as expressa, pois ainda podem salvar a "dita cuja" Literatura.

Anônimo disse...

E parabéns pelo concurso!

Boa-sorte a todos os poetas!

Unknown disse...

Lohan, my dear!

Parabéns pela organização impecável do concurso!!!! Sem comentários...
Adorei a aula de literatura "anônima" do quarto comment. Concordo x 1000 elevado à milésima potência.

Grande abraço a todos os Autorizados SA.

Anônimo disse...

achei ótima todas as poesias parabéns bjs ale

Anônimo disse...

Que horas sairão os comentários com as notas do jurados?
E até que horas poderemos votar no Campo Platônico?

Felipe Neto Viana disse...

É um prazer encontrar um certame tão bem organizado e com tantos poetas talentosos na rede virtual. Sou jornalista, não sou escritor, mas sou crítico, sou de São Paulo.

Se a organização me permitir, desejo esboçar alguns comentários neste espaço sobre os poemas desta etapa. Caso não seja permitido, estejam à vontade para remover meu comentário. Mas posso adiantar que sou pessoa com gabarito para isso.

Antes, quero problematizar a discussão barthesiana: desconheço criatura e seu criador. Nessa demanda, quem importa sou eu, o leitor. Sou 100% teoria da recepção.

E é me baseando justamente nessa teoria (de acordo como EU recebi os textos) que expresso minha avaliação a seguir:

O primeiro poema, com nome de filme, não me agradou. Falar de professor vale o ingresso para o show, mas veja bem: o concurso é de poesia ou de conto?

O Bueiro exalou um odor dos deuses. Metáforas bem construídas. Só pecou pelo excesso de eruditismo (dispense o Aurélio). Soube lapidar uma notícia corriqueira (estamos vendo mais bueiros explodindo do que bomba na Faixa de Gaza).

A Bambina saiu do Campo Platonico (seria uma espécie de Paredão? BBB?), e pelo visto, voltará para lá. Coitado do mundo e coitada dela. Esse tipo de poema eu escrevia na quinta-série, me perdoe...

É hora? Não para mim. Me perdoe o poeta em questão, mas o besteirol e a piada cabem nesse país, e como cabem. Até a poesia cabe, ainda bem.

Ivanúcia (está certo?) foi direto na ferida social que mais arde: criança abandonada. Poeta gente grande!

Marxista, o poeta do Indignação mobilizou. Só. Pelo menos dispensou as luzes e as câmeras, e prezou pela AÇÃO.

Imóbile me deixou imóvel: me descobri mais ignorante do que minha vã filosofia julgava que eu fosse. As metáforas passaram... Passaram.

A Intolerância coletiva parece um recorte de jornal, ou de uma página de um livro didático de História. Não tolerei.

O momento crítico do Momento Crítico foi aquele começo. Ecos que me incomodam profundamente (enço, enço, enço). Os outros versos resgataram o poema da UTI.

Todos os poemas possuem um teor discursivo que me confunde: o que é poesia, afinal? Operariado é um desses. Mas se salva, pelo final redentor. O poema me pareceu uma segunda versão do Operário em Construção, do Vinicius.

Prepotência: um amontoado de p's. Poema concreto sem força (nem estilística, muito menos temática).

Quando li o título, ''Ressaca'', confesso que pensei que fosse sobre um protesto de um bêbado que não dá em nada: somente ressaca. Mas não: me surpreendeu, foi muito além. Um dos melhores poemas dessa leva.

Trava vida é um dos melhores trava línguas que já li. Teor concreto, e eficiente.

Desejo boa sorte a todos os poetas. Perdoem a sinceridade: é meu pior defeito e minha melhor qualidade. Gostei bastante do certame. Até a próxima leva de poemas.

Cordialmente,
F.N.V (SP).

Anônimo disse...

esse crítico é um palhaço! Desculpe a sinceridade! Se é para criticar, que seja com ética! Quem é vc na ordem do dia meu camarada? Seu nome não me diz nada. E outra, vc não faz parte do corpo de jurados.

Anônimo disse...

Muito bem pessoal!!

Ótimos trabalhos! Parabéns!

Gostei muito do texto GENTE PEQUENA, de Ivanúcia.

Abraço!!

Anônimo disse...

Ô 2 anônimos acima, deixa o cara se divertir e 'se achar', vai ver que nem em casa ele tem voz.
O cara quer se sentir o tal.
Pelo menos ele falou, besteira mas falou. kkkkkkkkk
Cada um que aparece.

Anônimo disse...

ele tem "gabarito" para tal... Kkkkkk! A maioria aqui tem várias obras premiadas em concursos, são todos competentes, inclusive os eliminados. Me polpe meu caro. Não venha criticar o trabalho alheio sem ser convidado!

Anônimo disse...

Este é um espaço de comentários, galera. É livre para debates. Quem é leitor do blog pode e deve comentar. A crítica vem da visão de uma pessoa. Outras pessoas podem chegar a outras conclusões. Mas o importante é ler/ouvir e tentar ver se realmente é pertinente o que foi direcionado ao autor. Caso ache que não, deixe a pessoa com sua impressão. Ela ficará, o autor querendo ou não.

Eu gostaria de agradecer pelo comentário do Felipe. E gostaria apenas de explicar um pouco como gosto de construir um poema: prezo muito pela sonoridade das palavras. Adoro palavra que espoca! Mitiga, por exemplo, é uma palavra que aprendi com esse poema, mas o som me lembra instiga e mastiga - palavras que poderiam entrar no lugar dela.

É bom saber que nossos poemas estão sendo lidos e percebidos. No meu último haicai, as críticas do jurado Edison (haicaísta) foram duras, mas me fizeram entender a grandeza do haicai.

Um abraço a todos os autores. Parabenizo aqui a todos por mais esta etapa. Está sendo muito legal participar de um concurso tão bacana, que leva a gente a pensar, quebrar a cuca pra adequar nossa forma e palavra ao que é proposto pelo blog.

León Bloba

Anônimo disse...

Caríssimos organizadores, entendo todo o trabalho que vocês estão tendo com este concurso, mas devo dizer que alguma coisa saiu errada, acho que o comentário/crítica do Jurado Geraldo Lima a respeito da poesia do Velho, foi publicada por engano, pois a mim, parece pertencer à poesia do Príncipe Desavisado.
Revejam.

Lohan Lage Pignone disse...

Caríssimo anônimo,
Agradecemos muito pela observação feita. Está consertado! Os comentários haviam sido enviados trocados. Porém, deixamos bem claro: as notas estavam corretas. Não houve nenhum tipo de interferência relativa às notas.

O comentário relativo ao poeta O Velho já está postado, devidamente.

Perdoem.
Obrigado pela compreensão.
Lohan.

Anônimo disse...

O poema de Cervan, um trava língua bem conhecido , pela idade do autor, ele é da Geração Rá-Tim-Bum. Eu gostaria muito de ter escrito este poema, faz parte da minha realidade, do meu repertório cultural, não precisei ler nenhum livro para isto, aprendi nas ruas, assim como hoje é domingo/pé de cachimbo.....
Parabéns Cervan, você foi o melhor da rodada.
E quanto à poesia concreta, nenhuma poesia se desgasta, poesia não é moda.

Felipe Neto Viana disse...

Obrigado pela defesa, L. Bloba. Bom saber que aprecias a sonoridade: os melhores poemas são melodias sem notas musicais.

Dispenso todos esses comentários de baixo calão. Um certame de qualidade não merece tais comentários. São pessoas que se esquecem que, apesar de fajuta, existe a democracia neste país. Tenho sim, gabarito para tanto. Por que isso os incomoda tanto? Prefeririam minha falsa modéstia à minha sinceridade arrogante? De falsos modestos eu já estou cansado...

Voltei aqui para comentar acerca dos poetas da votação, e me deparo com essas ofensas gratuitas.

Creio que tenha sido justa a votação. Parabéns aos jurados. Os comentários foram muito pertinentes.

Concordo com o anônimo acima: o Cervan foi o melhor dessa leva. Poesia não é moda, mas evolui, se alia ao momento, à historicidade. Graças ao bom Deus os sonetos já não são mais a parada de sucesso.

Pretendo continuar com meus comentários neste espaço, a não ser que os MEDIADORES do blog me impeçam. Se minha sinceridade incomoda a certas pessoas, ela continuará incomodando muito. Respeito a receptividade de vocês, portanto, respeitem a minha.

Cordialmente,
F.N.V (SP).

Anônimo disse...

Acho bacana o F.N.V. compartilhar sua opinião sobre o concurso e os poemas. Ele não está ofendendo nenhum poeta e sim apontando as falhas de suas poesias. Mesmo que seja uma única opinião e reflita o pensamento de uma pessoa, isso ajuda aos que querem progredir em seu trabalho de poeta. Não devemos esquecer que a poesia é um trabalho e requer dedicação. Poesia por inspiração nem sempre é posível, mas aperfeiçoamento é sempre possível. Claro que isso incomoda os que possuem velhos hábitos e não estão abertos a mudanças. Uma pena. Sou leitora do blog, leio todos os poemas, voto em todas as enquetes e admiro a iniciativa. Os jurados são gabaritados, os votos são bem justificados e os organizadores são dedicados. Falta a alguns poetas entender que não só os jurados tem opinião. Os leitores constituem parte importante do blog, sem eles nada disso faria sentido. Por isso, meus parabéns a Leon Bloba, por colocar a "cara a tapa". Nota-se que ele está visando aprendizado e não estrelato.

Anônimo disse...

(Ao último Anônimo)Todas as críticas à crítica do Felipe forma postadas como anônimas, daí não se pode afirmar que foram os "poetas" que as fizeram. Concorda? Quanto ao que ele disse sobre sonetos, é uma opinião que não compartilho. Mas respeito!

Anônimo disse...

Vim aqui dar a 'cara a tapa' tbm, primeiro assumindo meu post a respeito de Cervan ser o melhor da leva, gostei tanto que queria ter escrito aquele poema.
Segundo, poesia concreta é uma de minhas paixões, por isso defendo-as e, por último, gostaria de responder a uma pergunta que me foi feita pela jurada Ludmila Maurer: Velho, vc retirou mesmo o papel da poesia? Se não vejamos:
Alguns dos meus amigos disseram que o meu texto era poesia panfletária, discordo, é um panfleto poético e , como tal, retira o papel de todas as coisas listadas na 1ª estrofe fazendo, ou tentando fazer a vez de panfleto, mas claro que que na vida real (fora da poesia) não descarto nada disso, inclusive sou bastante a favor de passeatas, vigílias, piadas, bebidas e, obviamente, POESIA. De todo o elenco da 1ª estrofe, só não fiz guerrilha ainda e, espero não precisar fazer, minha arma é uma caneta, ou um teclado. Portanto tentei aumentar o impacto do texto retirando a importância dessas coisas e colocando o bem votar acima delas.
Obrigado Ludmila , pela sua crítica bastante bem observada e pela oportunidade de responder, numa espécie de 'defesa' do meu texto.
Agradeço aos demais jurados pela força de suas palavras em prol do aperfeiçoamento e crescimento o nosso trabalho e, ao senhor Felipe Neto digo: Prefiro os seus comentários que os que apenas dizem que gostaram ou não deste ou daquele, embora estes tbm sejam importantes.
sorte a todos e obrigado.
O Velho

Anônimo disse...

Errata: ...crescimento DO nosso trabalho...

Anônimo disse...

Sinceramente, acho que falta repertório cultural sólido para a jurada Ludmila Maurer. É preciso ter mais referências, não só artísticas, como de vida, talvez falte o tal do "feeling".

Ludmila Maurer disse...

Olá, Anônimo.
Sou Ludmila e sinto seu próprio feeling um tanto deslocado. Explico: parece você dizer que ‘referências’ têm a ver com feeling. Referência, nesse caso, é algo materializado, oposto a feeling. Já as artísticas são, a meu ver, o cerne da questão. Dê uma relida no mestre Edson Kenji Iura e suas análises técnicas, artísticas. Não leio ‘referências de vida’. Considero-as perfeitas.
A educação dos sentidos – propiciadora do feeling – é, para mim, a tarefa de toda história universal, como bem sinalizou Marx e eu pontuei em meu livro. Só não creio que deva este prevalecer à tecnicidade das avaliações.
Enfim, um ponto de vista nada mais é do que a vista de UM ponto.
Obrigada por me chamar.

Anônimo disse...

Gosto da Ludmila, não acho q falta a ela repertorio. Foi a rodada q ela melhor comentou, pra falar a verdade. O problema é q tem alguém querendo descontar sua raiva em cima dos jurados. Qm será?

Anônimo disse...

Parabéns a todos nós, os participantes, pois certamente, estamos tentando fazer o melhor, obviamente não expomos o pior se estar no top dos comentários..

Muitas vezes temos que nos adaptarmos ao estilo e ao tema proposto, para se cumprir regulamentos do concurso, e não é tarefa fácil...

Como o anônimo bem falou, " a poesia não cai de moda..." As pessoas não observando o proposto, se o tema é livre - bem como estilo. A saia justa fica para os jurados que terão que observar os estilos... e não um conjunto como se houvesse uma forma... Poesia é momento e sentimento... não somente e secamente técnica...

Pois, observei no decorrer do concurso ser cobrado técnica. Então a contradição surge de se abandoná-la e transferindo-as ao poeta, e não a sua poesia...
Nos Hai cais - tinha uns com a metríca correta e foi dito que não estava ou não era o desejável..

Sabemos que já se tem os favoritos e competidores... Me pergunto .. se estes não forem os premiados...

Será que respeitarão isto... E o feliz e Infeliz vencedor receberia os louros verdadeiramente ou será que com sua vitória estaria novamente sendo alvo de críticas...

Muito bem colocado pelo anônimo, muitos dos que aqui estão já foram premiado. Creio que assim, como o público tem direito de se manifestar, e expor suas críticas/observações e ser respeitado por isto. Creio termos o direito a réplica também ou por sermos participantes devemos ficar calados?

Mais uma vez parabéns.

Lohan Lage Pignone disse...

Caro anônimo (anterior):

Muito obrigado pelos elogios ao concurso. Claro, todos os participantes possuem direito à réplica, desde que: não se munam de palavras ofensivas, ou ataquem, sem argumentos sólidos, os jurados ou os próprios leitores (como o F.N.V). No mais, os comentários desta rodada foi um show à parte. Obrigado a todos pela participação.
Abraços,
Lohan.

Anônimo disse...

Gostaria de saber o nome do poeta que escreveu o poema É HORA.
Por favor responda o mais rapido possível.
Desde já agradeço.