sexta-feira, 29 de julho de 2011

Top 7 (Poema em homenagem ao autor favorito)

Sejam bem vindos ao Top 7! Antes de prosseguirem, é fundamental que assistam a este vídeo. A abertura oficial do Top 7 do I Concurso de Poesia Autores S/A!



Virou poesia

 meu poema delira
se atira contra as rochas da linguagem
meu poema me gira
em torno da imagem...

É um turbilhão que a falésia erode -
De grão em grão se sedimenta.
E amalgamando tudo como pode,
O poema imerso se reinventa.

O Choro e o Verbo.
Nas palavras, a nitidez e o encanto.
No pranto desvelado,
o avesso de um verso.

com a ponta da esferográfica
rabisco letrinhas
esboço um truque de mágica
que fica nas entrelinhas

e tiro da cartola trágica
um coelho muito branco
que explode nas retinas
de uma plateia assustada

poesia pode ser o que se queira
transmuda-se ao prazer de quem a reinventa
o palco cheio ou vazio pouco importa
é no olho/leitor que ela se contenta.

Verso que grita com fome
Pede a rima que sustenta e sacia.
O avesso ainda sem nome.
Arrebenta! E vira poesia.

O poema acima é mais nova atração do I Concurso de Poesia Autores S/A: o Poema S/A. Foi pedido a cada um dos 7 poetas finalistas que escrevessem uma estrofe e indicassem um próximo poeta para continuá-la. O poeta que finalizou o Poema S/A ficou incumbido de atribuir um título ao poema. Nasceu o Virou poesia.
Este belo poema, cujo parto se deu em conjunto, teve o seu pontapé inicial dado pelo poeta O Velho. Por ter vencido a última rodada (o Top 9), O Velho ganhou esse direito. E assim será, de agora em diante: o poeta que alcançar a primeira colocação no ranking ganhará o direito de iniciar o Poema S/A da rodada posterior. As demais estrofes foram escritas por:
2º estrofe: León Bloba         
 3º estrofe: J. J. Wright      
4º estrofe: Cervan  
5° estrofe: Paracauam
6º estrofe: Príncipe Desavisado        
 7º estrofe e o título: Ivanúcia Lopes
Parabéns aos 7 poetas por este belíssimo trabalho em conjunto. Cada um com seu estilo, cada um com seus saberes: a interação funcionou! Salve a poesia!

                                            









Neste Top 7, o tema proposto aos poetas foi: que escrevessem um poema em homenagem a seus autores favoritos. E assim eles fizeram (e lindamente, diga-se de passagem). Este Top 7 está emocionante! Pedimos aos poetas também que destacassem um trecho de um livro, ou uma declaração pessoal de algum autor (a), de qualquer nacionalidade, que tivesse sido marcante em sua vida. As respostas dos autores podem ser lidas logo acima de seus poemas, mais a frente.
Qual é o seu autor favorito, caro leitor? Manifeste-se nos comentários!



Agora, apresentaremos as entrevistas que fizemos aos poetas eliminados na última rodada, o Top 9. São eles: Alan de Longe e Aline Monteiro. Como será que eles reagiram após a saída do I Concurso de Poesia Autores S/A? Descubram, logo abaixo. Boa leitura!

ENTREVISTA COM OS ELIMINADOS DO TOP 9

1. Quais foram suas impressões gerais do I Concurso de Poesia Autores S/A?

Alan Longe: O concurso está sendo uma experiência de crescimento interessantíssima. Aqueles que, iguais a mim, já foram eliminados tiveram uma oportunidade excelente de crescimento; os que permanecem, ainda mais. Pudemos ter os nossos poemas julgados por uma plêiade de jurados de muito conhecimento técnico e, num segundo momento, avaliados pelo público leitor (público este, leitor de poesias. Algo tão raro nos dias de hoje!). Acredito, portanto, que os dezessete autores que permaneceram após a Fase Classificatória tiveram e alguns ainda têm a oportunidade de se desenvolverem muito como poetas. Sem esquecer a Organização: impecável, sempre solícita e de muito respeito para os competidores.

Aline Monteiro: As impressões foram as melhores possíveis, pela atenção prestada aos candidatos, pela seriedade do certame, pelo respeito aos trabalhos apresentados e principalmente pelo empenho dos organizadores do blog em fazer desse concurso o sucesso que está sendo. Meus parabéns a todos os organizadores, eu me senti realmente valorizada enquanto escritora que pretendo me tornar e agradecer pelo espaço cedido, fiquei muito feliz de poder representar o norte do país e meu estado, o Amapá, nesse concurso.

2. Você teria algo a dizer a respeito dos jurados, ou ao público que votou pela sua eliminação?

Alan de Longe: Sim. Para minha surpresa, superei a fase dos haicais, estilo que tenho enorme dificuldade, já na fase seguinte eu esperava continuar na competição – e, continuei –; já na fase em que fui eliminado, havia produzido cinco poemas e fiquei num dilema terrível, qual deles enviar. Enviei aquele que achei mais “enxuto”, não o que mais gostei e fui eliminado, todavia a minha eliminação não foi desonrosa, pois a minha nota recebida - ainda que a menor, não estava muito aquém do primeiro colocado - e, no Campo Platônico, empatei com um excelente poeta Paracauam. Acredito que os jurados estão sendo totalmente imparciais e evidenciando sempre a potencialidade de cada autor criticado.

Aline Monteiro: Eu gostaria de agradecer as críticas, os conselhos dos jurados que consequentemente me fizeram ter um olhar diferente para os meus poemas e que me fizeram ter certezas também do que eu sou e do que quero. Quanto ao público agradecer aos que votaram em mim e aos que não votaram também e que foram fiéis a sua opinião, dessa forma.

3. Dos 7 poetas competidores que restaram, em quem você aposta para ser o vencedor do concurso?

Alan de Longe: Acredito que aqueles dois autores que vêm tendo uma regularidade melhor em todas as fases têm mais chances, porém sempre pode haver aquele competidor que numa das fases subseqüentes pode surpreender com um texto extraordinário, uma vez que todos são excelentes poetas.

Aline Monteiro: Na verdade minha torcida é para os 7 sobreviventes! Deixo minha torcida e admiração aos 7 porque é muito difícil escrever com um tema determinado e com prazo! É uma pressão desafiadora, mas que acaba limitando o escritor.

4. Você deseja deixar alguma mensagem aos poetas que permanecem na competição? 

Alan de Longe:A felicidade não está no fim da jornada e sim em cada curva do caminho que percorremos para encontrá-la. (Anônimo).

Aline Monteiro: Eu gostaria de parabenizá-los pelo empenho, dedicação e que, apesar do resultado do concurso, que todos possam seguir com seus projetos e desejo sucesso em suas realizações. Muito obrigada a todos.

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Sorteio de livro: Nesta rodada, não iremos sortear o livro Tesselário, do escritor Geraldo Lima, neste post (conforme havia sido tratado). Decidimos sorteá-lo na página do Autores S/A no Facebook. Acessem o link: http://www.facebook.com/event.php?eid=150988198309174 e respondam: “Qual é a importância da poesia na sua vida?”. O autor da melhor resposta (que obedecer as regras lá impostas) ganhará o livro de minicontos Tesselário, autografado, do Geraldo Lima. Vale ressaltar que somente quem possui uma conta no Facebook poderá participar deste sorteio.

É chegada a hora de conferirmos quais foram os autores homenageados pelos nossos caríssimos poetas, em seus poemas. Lembrando que a ordem dos poemas foi estabelecida de acordo com a ordem alfabética (dos títulos). Não deixem de comentar, no fim do post. Qual poeta ficará em 1º lugar no ranking desta rodada e será agraciado com o livro “Eu e outros poemas”, de Augusto dos Anjos? Façam suas apostas!
Boa leitura a todos! Obrigado.

TOP 7 (TEMA: POEMA EM HOMENAGEM AO AUTOR FAVORITO) - POEMAS:

"Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem".
(Ferreira Gullar)


De Juiz de Fora, Minas Gerais: Príncipe Desavisado, 29 anos.
Príncipe Desavisado destaca um trecho do livro “Grande Sertão: Veredas”.
"Viver é muito perigoso", frase do Riobaldo.
Acho que é a base ideal da poesia: criar e recriar realidades para interferir no real. (Príncipe Desavisado). A seguir, o poema de Príncipe Desavisado:

Autor homenageado: Ferreira Gullar

Título: Azuis

pouco importa que seja
azul o gato/galo/cavalo
pouco interessa se hoje
suas ideias não sejam vermelhas
teu nome – josé – já esteve
em outro poema – e agora?

dentro da noite veloz
nós – eu, teu assíduo leitor;
eu, pretenso poeta – te trago
via retinas do exílio das páginas
que têm sentido somente se abertas
espertas a se/te doarem em sua essência
mais robusta: teus versos.

em vias paralelas, como euclides
aguardo o dia em que nos encontremos
via palavra, minha busca, teu nobre ofício,
no infinito mais escuro e denso
que o apodrecer natural de frutas maranhenses.

contradigo-te-me e a teus versos
vértices de um triângulo de n lados:
que jamais jazam calados
sempre colados concretos colírios
aos azuis – pouco importa se sujos –
poemas em constante luta corporal.



“Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e manifestações de apreço ao Sr. Diretor”.
(Manuel Bandeira)


De Marcelino Vieira, Rio Grande do Norte: Ivanúcia Lopes, 24 anos.
Ivanúcia Lopes destaca um trecho de Manuel Bandeira:
“Não quero amar,
Não quero ser amado.
Não quero combater,
Não quero ser soldado.

— Quero a delícia de poder sentir as coisas mais simples!”

O Poeta Bandeira foi o homenageado de um Projeto de extensão que idealizei, e desenvolvi com alguns colegas, na faculdade.  O Projeto tinha o título de “POESIA NA ACADEMIA” e foi uma homenagem ao Poeta Manuel Bandeira. Na oportunidade promovemos palestras e exposições sobre a vida e obra do poeta. O momento foi marcante e me ajudou a desenvolver alguma maturidade poética. (Ivanúcia Lopes). A seguir, o poema de Ivanúcia Lopes:

Autor homenageado: Manuel Bandeira

Título: Bandeira tinha razão

Vi uma estrela tão alta e fria, como a de Bandeira.
E me senti tão vazia.
Um ser distante. Estranho. Feito lagarta listrada.
Feito bicho solto na imundície.
Feito louca. Rastejando e sendo olhada.
Quis pegar o trem de ferro para ir visitar o rei.
Passar o dia a toa. Feito andorinha.
E ver a estrela da manhã, só minha.
Quis ser feliz nas ondas do mar. Esquecer tudo e descansar.
A eternidade está longe, mas ainda no meu destino
Eu quero, como o poeta, a delícia das coisas simples.
E talvez ainda me reste, ensaiar um tango argentino.
Sem pensar na arte de amar, sem querer aquele menino.
E se fosse pra mim o conselho pra Tereza
Eu teria te ouvido, Bandeira.
Porque estou farta desse sujeito sentimental.
Com lágrima e sem coração.
E eu que já tomei tristeza, levaria essa lição.
Vou mimbora.
Vou depressa.
Vou correndo.
Bandeira tinha razão.

“Esquece todos os poemas que fizeste. Que cada poema seja o número um.”
Mário Quintana
Do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro: León Bloba, 23 anos.
León Bloba destaca este trecho do livro “Cem anos de solidão”, de Gabriel García Marques:
“– É o maior diamante do mundo.
– Não – corrigiu o cigano. – É gelo.
José Arcadio Buendía, sem entender, estendeu a mão para o bloco, mas o gigante afastou-a. ‘Para pegar, mais cinco reais’, disse. José Arcadio Buendía pagou, e então pôs a mão sobre o gelo, e a manteve posta por vários minutos, enquanto o coração crescia de medo e de júbilo ao contato do mistério. Sem saber o que dizer, pagou outros dez reais para que os seus filhos vivessem a prodigiosa experiência. O pequeno José Arcadio negou-se a tocá-lo. Aureliano, em compensação, deu um passo para diante, pôs a mão e retirou no ato. ‘Está fervendo’, exclamou assustado. Mas o pai não lhe prestou atenção. (...) Pagou outros cinco reais, e com a mão posta no bloco, como que prestando um juramento sobre o texto sagrado, exclamou:
            – Este é o grande invento do nosso tempo.”

Ao ler pela primeira vez este trecho, do livro Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez, não só me senti inserido neste cenário de mistério pela fascinante novidade trazida pelos ciganos a Macondo, como me vi também transportado imediatamente para uma lembrança forte da infância: meu pai me levando a uma feira de novidades tecnológicas, onde olhávamos nossas figuras dentro de uma tela de computador, filmadas por uma webcam. Lembro de ele repetir exclamações semelhantes às de José Arcadio Buendía e o quanto aquilo tudo soava inovação. O trecho da ficção e o trecho da vida são marcantes para mim. (León Bloba). A seguir, o poema de Léon Bloba:

Autor homenageado: Mário Quintana

Título: Danças

“Os grilos são os poetas mortos.”
(Mario Quintana)

Cada palavra sua
É um baú de espantos aberto
Dentro de um só tão repleto
De retentivas da infância.

Cada palavra nua
É apinhada de vento,
Fazendo o tempo dançar
Rodado em contratempo.

Batamos com nossos pés,
Com nossos sapatos floridos,
Cirandas de feiticeiros
Encantados pelo ritmo!

Então, Poeta, dancemos,
Na Rua dos Cataventos,
Que giram lançando andamentos
De abertas lembranças no ar!

Danças, danças, danças...
Suas letras sempre dançam
E se entrelaçam tão mansas
Nas tranças de algum luar.

E pelas esquinas dos sonhos
Acesos em nossos segundos,
Passamos e vemos dançando
Dez mil lampiões rubicundos!

(E enquanto dançamos,
Um grilo, num canto,
Percebe com espanto
O mistério do mundo...)


"meu amor se esparrama na grama

Meu amor se esparrama na cama

meu amor se espreguiça

meu amor deita e rola no planeta".
(Chacal)

De Piracaia, São Paulo: Cervan, 25 anos.
Cervan destaca um pensamento de Carlos Drummond de Andrade:
"Entendo que poesia é negócio de grande responsabilidade, e não considero honesto rotular-se de poeta quem apenas verseje por dor-de-cotovelo, falta de dinheiro ou momentânea tomada de contato com as forças líricas do mundo, sem se entregar aos trabalhos cotidianos e secretos da técnica, da leitura, da contemplação e mesmo da ação . Até os poetas se armam , e um poeta desarmado é , mesmo , um ser a mercê de inspirações fáceis, dócil às modas e compromissos".
Esse pequeno trecho me fez ver o tamanho da responsabilidade de quem se propõe a escrever, além do que, me trouxe à noção de que escrever não é algo fácil, muito pelo contrário, é algo que se dá através de muito trabalho. (Cervan). A seguir, o poema de Cervan:
                                               
                                      Autor homenageado: Chacal
Título: e-mail pro magistral

ainda menino achava que a poesia
era um troço chato
cheio de pompas, pieguices

um troço costurado
pelo famigerado vocábulo robusto prolixo previsível
(vide final de novela das oito)

não entedia nada
não sentia nada
achava tudo muito preso

tédio

você apareceu
e ai pude ficar à vontade

hoje estou tão à vontade
que uso bermuda larga
e também deito e rolo
na grama (á)
                       t
                               i
                                    c
                                          a


“Eu não escrevo em português. Escrevo eu mesmo”.
(Fernando Pessoa)


De Trofa, Portugal: Paracauam, 47 anos.
Paracauam destaca um trecho do “Livro do Desassossego”, de Bernardo Soares.
Fonte: Vol. I. Fernando Pessoa. (Recolha e transcrição dos textos de Maria Aliete Galhoz e Teresa Sobral Cunha. Prefácio e Organização de Jacinto Prado Coelho). Lisboa: Ática, 1982. – 21.
“Tudo se me evapora. A minha vida inteira, as minhas recordações, a minha imaginação e o que contém, a minha personalidade, tudo se me evapora. Continuamente sinto que fui outro, que senti outro, que pensei outro. Aquilo a que assisto é um espectáculo com outro cenário. E aquilo a que assisto sou eu.”

Fernando Pessoa é, para mim, o grande escritor da língua Portuguesa do Século XX. Eu li e reli as diversas heteronímias de Pessoa uma quantidade de vezes tão extensa que, agora, quase sei de cor diversas de suas dores… Até porque penso que se Fernando mulher fosse era Florbela e se saísse do armário seria de Sá-Carneiro… (Paracauam). A seguir, o poema de Paracauam:

Autor homenageado: Fernando Pessoa

Título: Rebanho

Tantas gentes
A coabitar
Uma só cabeça.
Um desassossego nas
Paredes da Tabacaria.
Um fingir que é dor.
Tantas letras
Na essência musical
Dos (teus) versos inúteis…

Porque quem ama
Nunca sabe o que ama
E eu te amo Pessoa,
Venero teus Reis
E teus Campos.
Quem fostes vós
Neste mundo aberto?
A destilar belas flores
E tosquiar o Carneiro
Na Brasileira de Lisboa…
De quem fostes voz
Para um deus Caieiro?

Deixo as asas dos
Quatro anjos
Tapar-me os olhos
E não me preocupo
Em saber qual és,
Fernando, que
Soares aos ouvidos.

“A vida me fode, não nos damos bem. Tenho que comê-la pelas beiradas, não tudo de uma vez só. É como engolir baldes de merda”.
(Charles Bukowski)

De Riachão do Jacuípe, Bahia: J. J. Wright, 22 anos.
J. J. Wright destacou um trecho do conto ''O Estrategista", de Saki.
 "Mas Agnes era gorda primeiro e bondosa depois; esses eram os princípios que guiavam sua vida."

Uma bela demonstração de humor britânico. Mudou minha vida. (J. J. Wright). A seguir, o poema de J. J. Wright:
Autor homenageado: Charles Bukowski
Título: Último ato

“esperando pela morte
como um gato
que vai pular
na cama”
Charles Bukowski

rostos petrificados
no porta-retrato

uma mulher
chama meu nome
não respondo

uma garrafa de uísque
e este enorme nada
ocupando toda a casa



“A arte não é um espelho para refletir o mundo, mas um martelo para forjá-lo”.
(Vladímir Maiakóvski)

De Macaé, Rio de Janeiro: O Velho, 50 anos.
 “São tantas as citações que poderia mencionar aqui, mas escolho uma da Clarice Lispector”:
"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que faz sentido, eu não, quero uma verdade inventada."

Quando li isto, eu estava na universidade e vivia em grandes dificuldades em muitas dimensões humanas, quando conheci Izaura Carolina, que possibilitou que eu inventasse uma realidade, que embora diferente da dela, se revelaram tão misturadas que nunca mais pudemos distinguir onde começava a vida de um e terminava a do outro. (O Velho). A seguir, o poema de O Velho:

Autor homenageado: Vladímir Maiakóvski

Título: Vladimirável Maiakóvski

desmetri
            fica
               da
                 mente
semeada
           pelos
                Campos
da
  megaroa
           concretacidade

verso martelo
                 convite ao berro
                                      de-sa-cato

falando
         versos
                nunca
                       fatos

versos de tundra
                     oriunda
                           do crânio-gênio
                                           apinhado-apanhado
                                                                 hiperbólico

uma letra
           alarma qual trombeta
                                    estronda feito bomba


ri                      ou
mas                  tu
ve                     bro
ras                    ou
mas                  cu
ri                      bo

coloquial
           moderna
                  (por hora
                             arcaica)
sui-ci-dado
            (sem bilhete
                            com balido)
por uma
             bala
                   laica.

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E então? O que acharam do Top 7? Comentem! Obrigado!




                                            (Editora Multifoco, a patrocinadora do concurso)

11 comentários:

Anônimo disse...

Uffffa!!!
Não queria estar na pele dos jurados.

Felipe Neto Viana disse...

Boa noite,

Segundo comentário no espaço? Onde estão os 'opinantes' de plantão deste certame? Só comentam para concorrer a um livro?

Essa leva exalou um aroma da vodka russa. Começando pelo vídeo, com o concerto do excelente Piotr Ilitch T. (eu não sou fã de música clássica, mas reconheço a qualidade).

Me embriaguei com Maikovski e Bukowski. E troquei as pernas. O Velho simplesmente brincou com as letras, e não era de ir para o Playcenter. Errou a mão no concretismo.

O Último ato também não me deu o baque necessário que um poema necessita dar ao seu leitor. O poeta russo exige força, exige hipérbole, loucura no eu-lírico. E o que li foi um enorme nada, ocupando esta leva. Os dois poetas mencionados continuam, apesar desta leva, sendo os favoritos da competição.

Ivanúcia Lopes, forte poeta. Levantou a bandeira certa. Soube trabalhar os intertextos, viveu o poema e reviveu Manuel Bandeira. Tornou-se um dos poetas favoritos neste certame, em definitivo.

León, o leão da competição! Viajou pelos Quintanares. Dançou no compasso da música. Dá-lhe, Bloba.

O Príncipe Desavisado se armou bem, mas não soube atacar. Temos vagas, Príncipe! Ferreira grita isso. A arte existe porque a vida não basta, mas saiba construir essa arte, Príncipe. Você se armou das palavras certas, mas construiu um poema confuso.

Paracauam foi o melhor desta leva. Soube conduzir o melhor rebanho literário do bloco do eu sozinho que existe: Fernando Pessoa. Tua poesia 'soares' muito bem aos meus ouvidos oculares. Representou dignamente teu território.

Cervan arriscou um poema menos objetivo, mas não foi bem sucedido. Pulou do trampolim, mas não mirou a água: mirou o chão. Sua queda livre no certame começou na leva anterior. O que está acontecendo com o mais novo Leminski da nossa literatura?


Saudações aos poetas e aos organizadores.

Cordialmente,
F.N.V

Anônimo disse...

Olá pessoal!!

Os momentos que antecedem a divulgação do resultado são os mais tensos.Eu gosto disso. Sinto-me empolgada, e gratificada a cada etapa.

Agradeço todas as contribuições já recebidas e acrescentadas às minhas produções.
Aos organizadores deste concurso, parabéns!
aos meus colegas finalistas, também parabéns! Estamos nessa levantando o troféu da poesia, todos juntos!

Ah! e ao opinante F.N.V. devo também parabenizar. Todas as observações feitas foram essenciais, e muito bem vindas!


Abraço a todos!
E um brinde à poesia!

Tim-tim!!


Ivanúcia Lopes

Anônimo disse...

A única coisa russa no Velho Buko era a sua inseparável garrafa de uísque.

J.J. Wright

Anônimo disse...

Não, isso não é um post, é algo mais. 'Post' ficou palavra pequena para a felicidade que é esse primeiro concurso do Autores S/A. Mais do que um post, esse Top 7 é uma página que põe de vez o Blog Autores S/A num capítulo da história da poesia.

De cara o vídeo é um presente emocionante para o leitor, imagino o quanto não seja para os competidores do concurso.

Parábens a todos os sete poetas, à aos organizadores do concurso, enfim, ao Blog Autores S/A!

Pra mim não tem a melhor poesia, mas as duas melhores poesias:

"Rebanho", de Paracauam; e "Bandeira" tinha razão, de Ivanúcia Lopes.

Boa sorte, poetas!

Felipe Neto Viana disse...

Retifico: o poeta é alemão. Todavia, não isenta o poeta do erro em seu poema. A poesia alemã exige a mesma força. O resultado foi expresso pelos jurados.

Me decepcionei com a ida do poeta português para a votação. Eu não pensei que fosse desejar que ele permanecesse no certame, em detrimento dos poetas J.J.Wright e O Velho. O mundo dá voltas. A poesia mais ainda.

Sorte aos que dependem do público para continuarem.

Cordialmente,
F.N.V

Anônimo disse...

Olá a todos!

Com problemas na internet, não tinha ainda acompanhado os resultados deste top7. O que em mim gerou mais expectativa em relação aos comentários dos jurados e dos leitores que acompanham o blog. E como fiquei feliz ao ver o cata-vento de Quintana girando, girando!

Parabenizo a todos os poetas desta rodada. Homenagear um poeta que te inspira é tarefa difícil, mas ao mesmo tempo, muito prazerosa.

Obrigado aos comentários dos jurados (que são sempre pontuais em suas colocações), ao Felipe Neto, por trazer sempre seu olhar atento para os poemas do concurso, e aos demais leitores que passam pelo blog e leem o que está sendo produzido. E obrigado aos que se dedicam ao blog, postando, organizando, pensando em tudo.

Os poetas que estão no Campo Platônico são grandes poetas, com trajetórias distintas no certame e produções de qualidade. Fica cada vez mais difícil estreitar o funil... boa sorte a todos.

León Bloba

Anônimo disse...

Leon bloba vc é o melhor!!!!!!!!!
parabens continue assim q vc vai longe.

agora entao vai ta mais facil sem o jj wigt!!!!!!!!!

e fnv, vc é um babaca sai dai! nao sabe julgar nda ainda fala q tem gabarito! mostra seu diploma seu idiota vai cassar um serviço! nao sabe nda!!!!!!!!

Felipe Neto Viana disse...

Ivanúcia e León: sou grato pelo reconhecimento do meu parecer.

Anônimo anterior: um erro não vai manchar a minha reputação. Eu faço questão de mostrar o meu diploma mas, antes, faça o favor de aprender a escrever e a argumentar sem fazer uso de palavras de baixo calão. Não é qualquer indivíduo que põe os olhos em meu diploma.

O resultado da votação está definido. Quem, por ventura, venha apreciar o certame agora, não perceberá a incoerência na diferença incrível de votos que há entre os poetas. O poeta Paracauam foi injustiçado pelo júri e pelo público. Fernando Pessoa foi homenageado a altura.

León Bloba se destaca como o grande favorito. Porém, esta leva provou que tudo pode acontecer. E mais: Ivanúcia Lopes e O Velho ainda estão no páreo.

Cordialmente,
F.N.V

Anônimo disse...

FNV, faço coro! Paracauam foi injustiçado sim. Não entendo, estava tão evidente a qualidade de "Rebanho", suficiente para que fosse classificado pelo menos entre os três primeiros do Top 7.

Mas nosso caro lusitano deve se orgulhar muito de sua trajetória, e se inevitável é sua saída, ao menos, Paracauam, "tu estás a sair" com a luz dos poetas de verdade. Longe, longe de ser um fingidor.

Abraço a todos!
Sorte, poetas!

Anônimo disse...

O Cervan também está no páreo. Aposto nele. Beijos.