sexta-feira, 26 de agosto de 2011

A Grande Final - Léon Bloba x O Velho


A GRANDE FINAL

O que é poesia?

Acho que a própria poesia responde essa pergunta, uma vez que é a arte expressa pelas palavras. Que arte? A arte do dizer, da comoção, dos sentimentos, da inteligência... Em que vibra a palavra, mesmo deserta de leitores. E mais: A poesia não conhece seu próprio destino de estrada amorfa.
 
(PAUL CELAN)

Transpiração da alma e do coração. É o espírito materializado em palavras e versos. Poesia é minha fuga da rotina, é ser mil em uma! É poder transcender, viajar fora do tempo e transbordar em sentimentos.

(BAMBINA)


Poesia

a técnica
não é a crítica
a crítica não é
a tônica
a tônica não é
a métrica
a métrica não é
a técnica

a poesia
não é o poeta
o poeta não
é o poema
o poema não é…

o poema
é somente
aquilo que
o poema
não é…

o poema
simplesmente
não é.

(PARACAUAM)

Poesia, para mim, é lenitivo para todas as misérias emocionais que o dia-a-dia me impõe; é a minha resposta às agressões da vida é muitas vezes a fotografia do momento da minha alma.

(ALAN DE LONGE)

A poesia é o elo que conecta realidade e sonho na minha vida. É o que torna a realidade suportável e os sonhos possíveis.
(R.)

O que seria a poesia, senão o encontro das águas: Mar, suor e lágrima? Sal que dá sabor.
A poesia sempre esteve na minha vida pela arte do encontro. E quando não me encontro, ela me acha.

(IVANÚCIA LOPES)


A poesia é o meu elo com o mundo exterior, como um megafone, onde o meu íntimo ecoa. É meu alento e remédio para não morrer. É a mão amiga que me ergue e me chama para a vida. Às vezes, deparo-me com ela na rua, nos olhamos e zombadora, muda de calçada. Mesmo nos nossos desencontros, sou semprepoeta, não. Digo, Semprepoetisa!

(SEMPREPOETA)


A poesia não é.

(J. J. WRIGHT)





POESIA É ARTE

É VIDA.

AQUI, POESIA TAMBÉM É COMPETIÇÃO.

FORAM 94 INSCRITOS DE TODAS AS REGIÕES BRASILEIRAS

                                                                       E DO MUNDO...



FORAM 17 OS CLASSIFICADOS PARA A SEGUNDA FASE...

AGORA, RESTAM DOIS POETAS.

DOIS GUERREIROS

DOIS LUTADORES COM PALAVRAS.

DIRETO DO RIO DE JANEIRO, AMBOS,

APRESENTAMOS:

LÉON BLOBA  X  O VELHO

Léon, com seus 23 anos. O Velho, com seus 50 anos. Duas gerações unidas, rumo ao mesmo objetivo: a vitória.

SEJA BEM VINDO A GRANDE FINAL DO I CONCURSO DE POESIA AUTORES S/A!

A MECÂNICA DA FINAL:

Nesta final, não haverá Campo Platônico, uma vez que não se eliminará nenhum poeta. Haverá sim, uma enquete – a enquete-bônus. O que é isso? Haverá uma disputa entre os poetas finalistas nesta enquete; o vencedor (seja em que placar for), acumulará em sua conta 5 (cinco) pontos-bônus. Esta enquete será aberta hoje, sexta-feira, às 22:00 horas e terá 24 horas de duração.

No domingo, serão divulgadas as notas e comentários dos jurados. Também será divulgado, no domingo, o Poema S/A. A soma total das notas dos jurados será somada aos cinco pontos de bônus - daquele poeta que ganhou esse bônus na enquete. O poeta que tiver maior pontuação, no final, será consagrado o campeão do I Concurso de Poesia Autores S/A.

ENTREVISTA COM POETA ELIMINADO NO TOP 3 (SEMIFINAL):

A semifinalista Ivanúcia Lopes chegou muito perto da Final, mas teve seu último suspiro na última semana. Abaixo, vocês lerão uma entrevista que fizemos com ela. Boa leitura!

1. Quais foram suas impressões gerais do I Concurso de Poesia Autores S/A?
 
Ivanúcia Lopes: As impressões foram as melhores possíveis. E apesar da intensa programação, os organizadores conseguiram manter um excelente ritmo de atualizações, proporcionando aos participantes e leitores um espaço bem produtivo, com criatividade, e o mais importante, com muita responsabilidade.
 
2. Você teria algo a dizer a respeito dos jurados, ou ao público que votou pela sua eliminação?
 
Ivanúcia Lopes: Competentes em suas funções, os jurados conseguiram avaliar de forma imparcial e com muita destreza. A eles, eu só tenho muito a agradecer pelas contribuições aqui recebidas. Ao público, de forma muito carinhosa também agradeço, e devo dizer que graças aos leitores pude permanecer até a semifinal nessa competição que tanto me ensinou.
 
3. Dos 2 poetas competidores que restaram, em quem você aposta para ser o vencedor do concurso?
 



Ivanúcia Lopes: Tenho pelos dois poetas grande admiração. E fica impossível mensurar aqui a satisfação de ter chegado aonde cheguei ao lado dos dois. Estou na torcida pelo Léon que, além de grande artista, me cativou pela humanidade que deixou transparecer.
 
4. Qual foi a etapa mais difícil do concurso para você?
 
Ivanúcia Lopes: Entrei no concurso de brincadeira, mas a oportunidade me fez amadurecer muito.  Acredito que passei por alguns momentos difíceis na competição, mas os encarei de forma muito sadia. Gostaria de lembrar meu primeiro ‘pared...’ (Opa!) campo platônico, que foi o momento mais decisivo para mim, apesar de logo depois passar por mais alguns! (rs). A verdade é que eu queria muito continuar porque achava que ainda tinha muito o que mostrar. E valeu a pena.
 
5. Você deseja deixar alguma mensagem aos poetas que estão na Grande Final?
 
Ivanúcia Lopes: Não poderia deixar de ser tão clichê e dizer que eles já são vencedores. Admiro o trabalho dos dois, e a poesia ganha, e muito, com os trabalhos deles.
 
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Atrações é que não vão faltar nessa Grande Final. Este é apenas o primeiro post das muitas emoções que ainda hão de vir por aí. Preparamos uma homenagem a todos os comentaristas do concurso. A seguir, vocês lerão os melhores (e os piores) comentários registrados no I Concurso de Poesia Autores S/A. Apertem os cintos e vamos nós!


Anônimo disse...
será que algum desses "poetas" que mais parecem animais no cio drogados acha que alguém de mente são vai comprar tanto lixo?

(Post: Top 3 – “Ai, o amor... Hum, o sexo!”)

E a resposta, no mesmo post...


Andréa Amaral disse...
Isso tem nome: despeito. Anônimo covarde, por quê você não assina seu nome verdadeiro?
Talvez nem você mesmo deva sabê-lo: imbecil, invejoso, medíocre, baixo parecem adjetivos perfeitos.


Igor Telles disse...
Vocês vão perder tempo com as opiniões do sr. Educadíssimo Paulo Ramos (vulgo Paracauam)? Façam-me o favor! Ele diz isso provavelmente porque é tão antissocial e sem educação que não pode contar com o voto nem do vizinho. Faz parte de qualquer concurso os jurados analisarem tecnicamente e depois o público leitor votar naquele que tocou seu coração.
(Post: Comentários, notas e anúncio do Campo Platônico do Top 4)


Felipe Neto Viana disse...
... A propósito, suas filhas são lindas. A da direita me passaria o telefone (com sua permissão)? (Post: Top 4 – Pai - Uma Homenagem).

                                               E o poeta O Velho responde, no mesmo post...
O Velho disse...

... A saber: A minha menina (de azul) é casada e já me deu 2 netos e a outra namora há muito, mas se elas quiserem dar o telefone, problema delas, por mim, mandava o tel da delegacia.


Anônimo disse...
Sem nenhuma ofensa aos gays nem aos pais, isso é uma boiolagem comercial.

(Post: Eliminação do Top 5 e Anúncio do Tema e/ou Estilo do Top 4)

            E a resposta, no mesmo post...

Igor Telles disse...
Os gays e os pais não se sentiriam ofendidos com nenhuma manifestação de arte que tem sido feita aqui. Boiolagem é a pessoa comentar anonimamente, criticando o trabalho sério dos poetas envolvidos e da organização séria do concurso. Comercial é o tipo de livrinho que gente como você costuma comprar, seu idiota! Aposto que é um leitorzinho de Crepúsculo que vem aqui dar pitaco na poesia brasileira. Isso é uma bichona, que nem pai deve ter, ou nem deve saber quem é. Arrombado!

ASS: Igor Telles - RJ
(leitor do blog desde sua fundação).

Cervan disse...
Felipe, a minha eliminação não me assustou. Sinceramente, acho que fui até longe demais.

Minha poesia é suja e não faço questão de limpá-la ou deixá-la mais agradável para quem quer que seja.

Escrevo as coisas que acredito e antes de tudo procuro me agradar.

Estou satisfeito pela forma como me apresentei no concurso.

Agradeço por suas críticas, sempre coerentes.

Sorte aos poetas que estão na luta.

"Sem forma revolucionária não há arte revolucionária" - Maiakóvski

(Post: Top 5 – Sonetos)

Boa tarde,

Em resposta ao professor: prezo pelo bom português, mas prezo ainda mais pelo português que se compreende. Odeio gramático que fica 'catando' minúsculos erros quando não se tem nada para dizer. Dispenso essa sinceridade. Se é deste ou destes, que diferença faz a falta de um 's'? Estamos falando de poesia, não de conjugação verbal! Obrigado pelo 'divertido', mas acredite, não é a minha intenção fazer rir neste espaço.

(Post: Top 5 – Sonetos)
Felipe Neto Viana disse...
Paracauam: você proporcionou o mais novo 'papelão' deste certame. O Alan de Longe, ao ser eliminado, abriu a porteira. Felizmente, reconheceu o erro e se redimiu depois. Espero que você, homem de além-mar, deixe esse seu recalque de lado, se empanturre de vinho e bacalhau e reconheça que pecou em suas palavras (ou não seria a falta delas?). Poeta não se faz com monossílabos. Poeta exclama, poeta não sabe enxergar derrota. O olhar niilista do poeta consegue ser otimista, sempre. Depois dessa entrevista, agradeço ao público por terem forjado a eliminação deste português.

(Post: Top 5 – Sonetos)

Pobre Valéria...

Anônimo disse...
Tenho acompanhado o concurso e sinceramente me surpreende muito os organizadores terem convidado a "professora" Valéria Muniz. Fui aluno de administração da UNICAM Friburgo e posso afirmar com todas as LETRAS que essa mulher não sabe literatura, aliás, não sabe nem português, matéria aliás que ela dava aula.
Sinceramente uma piada ela ser da banca de correção.
(Post: Comentários, notas e anúncio do Campo Platônico do Top 7)
Felipe Neto Viana disse...
Anônimo anterior: um erro não vai manchar a minha reputação. Eu faço questão de mostrar o meu diploma mas, antes, faça o favor de aprender a escrever e a argumentar sem fazer uso de palavras de baixo calão. Não é qualquer indivíduo que põe os olhos em meu diploma.
(Post: Top 7 (Poema em homenagem ao autor favorito))
                                               O F. N.V vacilou... E o J. J. Wright ironizou...
Anônimo disse...
A única coisa russa no Velho Buko era a sua inseparável garrafa de uísque.

J.J. Wright
(Post: Top 7 (Poema em homenagem ao autor favorito))
A revolta de Alan de Longe, após sua eliminação...
Anônimo disse...
Caríssimos,
Sei que alegarão que sou mal perdedor, e eu concordo, jamais serei um bom perdedor. Isto não existe! As regras existentes, são para o desempate no envio para o Campo Platônico, não existe regra para um empate no mesmo (no caso da votação popular). [..] Alan de Longe.
(Post: Eliminação do Top 7 e Anúncio do Tema e/ou estilo do Top 9)
                                               E no mesmo post, o perdão de Alan de Longe...
Anônimo disse...
Caríssimos,

Venho aqui me penitenciar. Após reler o regulamento e o interpretar de maneira mais apurada, reconheço que a minha "grita" foi, no mínimo, deselegante para com os organizadores e, sobretudo, para com os demais concorrentes, além de totalmente inapropriada. Injusta, até!

Peço-lhes que me desculpem e aceitem o meu respeito e gratidão pela compreensão que tiveram.

Uma abraço fraterno a todos (organizadores, jurados, leitores do blog e demais participantes) e que no fim, vença o melhor.

Alan de Longe


Era para ganhar o livro do Geraldo Lima, e não... Vejam abaixo:

Voto no texto do escritor Geraldo Lima! Estou torcendo por você! Beijos, Carolina Magalhães!
(Post: Top 9 (Poema baseado em imagem))
Fazer sexo... É, uma boa ideia!

Anônimo disse...
Sinceramente, quem postou o comentário "...os organizadores não terem limite algum para divulgar as considerações e notas dos jurados..." Vá lavar uma roupa, varrer uma casa, fazer sexo, sei lá, mas desiste de acompanhar o concurso porque tu é chato (a) pra caramba! A organização do concurso tá de parabéns, dá pra ver o maior respeito e consideração. isso sem falar no sorteio de brindes pelos comentários. o dono de um comentário desses tinha que ganhar uma bomba de brinde.
(Post: Top 9 (Poema baseado em imagem))

A princípio, O Velho não enxergou. No fim das contas, terminou em 1º lugar nessa etapa:

Anônimo disse...
Como todos podem perceber, eu sou velho, tenho duas cataratas e não consigo entender a imagem proposta para nos basearmos, por favor alguém pode me dizer o que o cara está empurrando?
Seria uma pedra de gelo?
O Velho
(Post: Comentários, notas e anúncio do Campo Platônico do Top 11)

A Ariadne bem que tentou... Mas o total era de 40 pontos!
Ariadne disse...
Apostarei hoje em Léon Bloba pelas nítidas imagens pintadas por ele em seu cordel! Muito emocionante! Arriscarei a nota 45, 3!

Ariadne não desiste, e tenta corrigir, no mesmo post, mas...
Ariadne disse...
Bom dia a todos! Quero retificar minha nota, peço desculpas pelo engano! Eu aposto em Léon e na nota 3,5 para seu poema! Abraços em todos!
(Post: Top 11 (O Sertão)).

Pegou o Anjo pra Judas:
Felipe Neto Viana disse...
... Esta leva começou me provocando um grande desgosto. Se todos os poemas fossem do mesmo nível do que Almas Peregrinas, eu desistiria de acompanhar este certame, em definitivo. A começar pela apresentação do 'Anjo'. Trata-se de um certame público, o qual leitores de inúmeras religiões, crenças e descrenças terão acesso. Falo por mim. Sou agnóstico. Estamos cá a ler poesia, e não evangelho. Se todo Anjo servir a Deus como tu, por favor, estamos deveras mal protegidos.
(Post: Top 11 (O Sertão)).

O grande desabafo:
Anônimo disse...
Vou fazer um desabafo, fiquei decepcionado com que eu acabei de ver,essas colocações foram injustas.
O tal do J.J ter recebido a primeira colocação já é uma prova disso, não estou subestimando o rapaz, mas parece que está havendo um favoritismo,aliás é um concurso de poesia ou um BBB. Admito teve rodada que ele foi o melhor, mas nessa nem de longe. Para mim e para muitos ,como foi visto pelos comentários acima o melhor foi o León Bloba, e creio que quem ler um blog como esse tem pelo menos um apreço pela poesia, e acima de tudo é um leitor que sabe analisar uma poesia que toca seu âmago ou que pelo menos a tira de um lugar comum e foi o que fez o Bloba. Quero ressaltar, que não tem ideia de quem seja León Bloba e nem estou afirmando que ele é o melhor, e sim que foi o melhor dessa vez, pq a cada rodada me surpreendo com um novo poeta. Mas,nem tudo está perdido também há justiça, pois os piores também foram votados como piores, volto a dizer nessa rodada.E também deixo meus parabéns para León Bloba, que foi o favorito do "público", e afinal quem compra os livros somos nós. hahaha
Só lamento não ter ganhado o livro, mas deixa para próxima, agora já sei em quem apostar. Até.
(Post: Top 11 (O Sertão)).

E a resposta ao comentário anterior, no mesmo post...
Felipe Neto Viana disse...
Criticar é bom, dar a 'cara a tapa' melhor ainda. Os jurados fazem isso, eu faço isso, e vocês, anônimos?
Quem se prontifica?

Cordialmente,
F.N.V

Anônimo disse...
Esse FNV podia ser comediante, entrar pra zorra total, como é engraçadinho.

(Post: Top 11 (O Sertão)).
Anônimo disse...

... O Anjo se deu mal por ter explicitado por demais a sua veia evangélica.
Quem sabe ele não possa escrever um livro gospel?
(Post: Top 11 (O Sertão)).

Não seria Lohan? Favorito?...

Anônimo disse...

... Viu Loran como eu estava com a razão. Como foi dito antes ha favofito e competidores...
(Post: Top 11 (O Sertão)).
Felipe Neto Viana disse...
... O corpo de jurados é competente. Sejam também competentes, poetas. Vence o melhor poeta, e não o melhor 'reclamão'.

Defenderei sim, e sempre, a minha classe, aqui neste espaço (a não ser que não me seja permitido pelos organizadores).

Cordialmente,
F.N.V

(Post: Top 11 (O Sertão)).

Em crítica ao comentário do poeta Bernardo Cabral...

Anônimo disse...
E se o autor não existe mesmo, responsáveis pela página, mudem já o nome do blog para Textos S/A.

(Post: Top 13 (Crítica Social)).


A primeira aparição de F. N. V, o comentarista que viria mudar a história do concurso.

Felipe Neto Viana disse...
... Se a organização me permitir, desejo esboçar alguns comentários neste espaço sobre os poemas desta etapa. Caso não seja permitido, estejam à vontade para remover meu comentário. Mas posso adiantar que sou pessoa com gabarito para isso.
(Post: Top 13 (Crítica Social)).

E a primeira reação do público contra ele, no mesmo post...

Anônimo disse...
esse crítico é um palhaço! Desculpe a sinceridade! Se é para criticar, que seja com ética! Quem é vc na ordem do dia meu camarada? Seu nome não me diz nada. E outra, vc não faz parte do corpo de jurados.

Sobrou até para a Ludmila Maurer...
Anônimo disse...

Sinceramente, acho que falta repertório cultural sólido para a jurada Ludmila Maurer. É preciso ter mais referências, não só artísticas, como de vida, talvez falte o tal do "feeling".

(Post: Top 13 (Crítica Social)).

Cuidado, eis o novo tipo de neurose: o lapso de pipolaridade. Não pipoquem!

Anônimo disse...
Triste, estou triste.
estou tendo um lapso de pipolaridade, a felicidade me bate pelos finalista que conseguiram, mas a tristeza me atormenta porque nao sou um deles.
tudo bem! um dia eu aprendo a escrever...
Parabéns pelo concurso.
esta tudo lindo...
Como as borboletas

(Post: I Concurso de Poesia Autores S/A – Classificados para a Fase Final)

E no mesmo post, um ser misantrópico se revela...
Toda essa questão que eu tagarelei sobre a escolha dos candidatos da repescagem, tem um lado bom: Como eu não tenho amigos (por incrível que pareça rs... tenho um pouco de fobia social) e me relaciono pouco com meus parentes, se eu ganhar um voto a mais do que o da minha namorada, significará que alguém gostou mesmo da minha poesia. Ainda sairei com lucro. Caso contrário, não ganho dinheiro como poeta mesmo! Enfim, parabéns a todos os finalistas e vamos em frente!

A seguir, o maior sarcasmo deste concurso (no mesmo post):


Anônimo disse...
Quem é este Milton Maciel? Este pilar das letras nacionais! Que comentários sublimes sobre os candidatos e seus versos, estou realmente estupefacto com a honestidade de suas considerações!

O concurso não é mais o mesmo depois de Milto Naciel! Este gêêêêênio da arte literária, que já merecia estar na Academia Brasileira de Letras, infundiu todo seu vernáculo determinando todas as direções para as quais devem convergir a mística poética.

Um baluarte do 'trovar' lírico, sob o qual todos nós que vertemos o sangue em nome da arte de Camões, devotamos nossa alma de pedintes intelectuais.

Nós que desconhecemos as regras basilares da Gramática Normativa, por Deus! Salve-nos Grande Nilton Muriel!!!!

Como posso passar mais uma noite sequer nesta plácida comunhão com o silêncio dos ignorantes depois de ler suas egrégias palavras, que remetem ao mais divino patamar da natureza:

"As dicas estão dadas acima."
(Capítulo XX, versículo XXI)

Leitores deste blog ungido pelo saber de Milto Maquiavel, olhem para cima, comunguem as dicas do proscrito Nilto Maciel!!!!!!!

Poetas imaturos, não percam a fé!
Consagremos nossa esperança à luz das letras, esquinas e bueiros.

Viva os comentaristas! – Um show à parte.

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Nesta Final, fizemos também uma entrevista com ambos os finalistas: Léon Bloba e O Velho. A entrevista ficou o máximo! Que tal conhecermos mais os nossos caros poetas finalistas? Boa leitura!

ENTREVISTA COM OS FINALISTAS – LÉON BLOBA E O VELHO

Autores S/A: Primeiramente, pedimos a vocês que escrevam uma breve biografia de vossas vidas. Afinal, quem são vocês?

O VELHO: Nascido no subúrbio carioca, Morro do Adeus, adolescência na Baixada Fluminense, São João de Meriti, não sei por que resolvi estudar com seriedade, meus amigos iam sendo reprovados ou abandonando a escola enquanto eu permanecia ali, firme. Aos 18 anos nasceu minha 1ª filha, Rossana, daí tive que trabalhar, mas ainda estudando, fazendo teatro e participando de festivais de música, onde conheci Beto Miranda e formamos uma parceria na música, porém o mais forte em nós, era a poesia, a escrita que até então só me servia pra fazer canções, passou a ter um lugar fundamental na minha formação como ser humano.
Escrevia dia e noite sem parar e guardava, mas quando fui pra universidade, tive a oportunidade de publicar numa revista do pessoal de Letras, 'Um Bonde Chamando Desejos', publiquei 2 poemas, escrevi vários livros à mão, ilustrei-os e dei-os aos amigos mais próximos. No meu 2º ano de universidade, uma tal Izaura Carolina entrou de caloura e, até hoje, não saiu da minha vida. Em 1988 tivemos uma filha, Lis, que é a luz da nossa existência. Comecei a dar aulas em 1979 e é o que faço até hoje... Aulas de música, teatro, artes visuais e, o que mais gosto, todas as linguagens misturadas.
Por não gostarmos, Izaura e eu, da correria da cidade, da violência, da loucura, resolvemos perseguir um sonho em comum: Morar no mato. Então há 6 anos moramos longe da civilização, sem vizinhos, sem barulho, sem os problemas das megalópolis. Já morando em Macaé escrevi em um jornal "Folha de Macaé" por uns 3 anos.
Escrever é uma forma de ma manter são.
Izaura é o motivo que me mantém vivo.

LÉON BLOBA: Nasci em Nova Friburgo, no interior do Rio de Janeiro. Comecei a fazer teatro com 13 anos e tive meu primeiro contato direto com a arte e com minhas possibilidades de expressão dentro dela – o que me transformou de maneira intensa. Trabalhei com teatro amador na cidade, fiz 3 anos de ballet na adolescência e comecei a escrever muitos poemas (sempre brincando com as palavras). Estas três formas artísticas me ajudaram a entender meu corpo, minhas relações e minhas emoções. Com 19 anos me mudei para o Rio de Janeiro para me tratar de um câncer no sistema linfático, fazendo sessões intensas de quimioterapia e radioterapia. Depois destas turbulências, passei para Licenciatura em Artes Cênicas na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), onde estou concluindo minha graduação. Acabei ficando pelo Rio e acho que fico por aqui mesmo, tocando em frente. No momento, participo de um coletivo de performance bastante ativo e também dou aulas de teatro para terceira idade.
Autores S/A: À primeira vista, o que motivou vocês a se inscreverem no I Concurso de Poesia Autores S/A? Este objetivo foi alcançado durante o concurso?

O VELHO: Queria saber como andava a minha velha bic preta, se estava antenada com acontecimentos contemporâneos ou se tudo não passava de uma viagem minha.
Claro que tudo que aconteceu até agora superou em muito as minhas expectativas.
LÉON BLOBA: Sabendo dos moldes do concurso (que funciona em etapas e a divulgação é grande e transparente), já imaginava que seria desafiante participar, mas me surpreendi com a organização, com o nível dos poetas e com a dedicação que fui tendo ao longo do concurso. Foi uma experiência muito rica para mim ter sido lido, criticado e comentado por tantas pessoas.
Autores S/A: Como e por que vocês escolheram esses pseudônimos: O Velho e Léon Bloba? De onde surgiu essa idéia, caros poetas?

O VELHO: Na verdade eu já uso este Pseudo nome desde que entrei nas redes sociais, pra mim, é como um sobrenome.
A ideia disso?  É porque sou velho ora!

LÉON BLOBA: Quando eu era pequeno, minha irmã numa brincadeira falava algo parecido com: “abelichedebloba”. Acho que foi ela quem inventou isso. Aí, passados muitos anos com essa frase sonora martelando a cuca, criei um blog chamado O Beliche de Bloba. Neste blog inventei uma personagem (Bloba) que recebe misteriosamente nas madrugadas, poemas meus e de alguns heterônimos que crio (brincadeiras), colocados num envelope por debaixo da porta ou espalhados em lugares inusitados da casa (dependendo do poeta). Ela guarda todos os poemas recebidos entre o estrado e o colchão de cima do beliche - que era onde seu irmão dormia (o poeta já falecido León Bloba). Já Bloba dorme sempre no colchão de baixo e nunca teve coragem de se desfazer do beliche. E eu precisava de um pseudônimo... embarquei na minha loucura: dei vida ao poeta morto!
Autores S/A: Qual é a relação de vocês com a Internet? Publicar os trabalhos literários na Internet pode banalizá-los?

O VELHO: Internet é uma janela pro mundo, tenho um blog há 8 meses que já ultrapassou a marca de 10 mil visitas, nunca imaginei que tanta gente se interessasse por poesia, não há banalização se a gente cuidar direito do que está publicando.

LÉON BLOBA: Nossa vida agora também se dá na internet – e não é virtual. Vivemos intensamente este espaço novo, que achamos que já dominamos, mas temos muito a aprender. Publicar os trabalhos literários neste espaço é uma forte tendência que faz com que os textos cheguem mais rápido ao leitor. É um caminho bom pra ser explorado. Leio muito o que amigos e conhecidos escrevem, sigo blogs. Quem busca, encontra. Em meus blogs inseri o Creative Commons, que dá mais segurança ao autor.
Autores S/A: Qual obra de arte vocês mais apreciam no campo musical e da pintura?

O VELHO: Gosto de muita coisa, chorinho principalmente, mas pra destacar uma, fico com Pixinguinha e Braguinha: Carinhoso. Na pintura também é difícil, gosto de Picasso, Frida, mas fico com Salvador Dali: A Galateia das Esferas.

LÉON BLOBA: Um quadro que admiro muito é “O beijo” de Klimt e uma música que me emociona é a “Ária na Corda Sol”, do Bach. Mas são apenas dois exemplos destacados – não dá pra eleger algo dentro do universo da arte, que está sempre em expansão.
Autores S/A: Qual é o livro de cabeceira de vocês?

O VELHO: Meu livro de cabeceira faz rodízio, hoje, estão meus cadernos de escritos, minhas referências pro concurso e um do Maiakóvski.

LÉON BLOBA: Atualmente estou lendo “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, do Saramago, mas estou com algumas leituras mais paradas, que vez ou outra, retomo, passo os olhos, abro: “Fragmentos de um discurso amoroso”, do Barthes; “Os devaneios do caminhante solitário”, do Rousseau; e “Fios do Tempo”, do Peter Brook.
Autores S/A: Parafraseando Rilke, um poeta de verdade, que tem a poesia como guia, saberá enfrentar a solidão. A solidão lhes é benéfica? O poeta é um solitário por excelência ou seus poemas são válvulas de escape da solidão?

O VELHO: Sim, sempre benéfica. A poesia é a mais ilustre companhia.

LÉON BLOBA: Nunca estive sozinho, não passei por uma experiência profunda de solidão. Tenho meus momentos comigo mesmo, mas são breves. Momentos de introspecção são necessários, mas penso que estar com o outro é sempre benéfico. Acredito que o poeta é um possuidor de imagens em ebulição, fervidas junto a emoções, observações, sonhos e realidades. No que escreve, melhor se entende – talvez por dialogar, antes de tudo, consigo mesmo.
Autores S/A: Qual é, ou qual foi, o sonho mais louco de vocês? Sonhos e desejos vão se transformando em poesia enquanto não são concretizados?

O VELHO: Acho que é este sonho que vivo hoje, o de largar tudo lá no Rio, cidade promissora, cheia de oportunidades, pra morar no meio do mato, plantando alface e poesia. Sempre que viajava pra um lugar como sonhava, escrevia zil poemas.
"Sonho que se sonha só 
é só um sonho que se sonha só
mas sonho que se sonha junto
é realidade"
(Raul Seixas)

LÉON BLOBA: Não sou de muitos sonhos (no sentido de planejamento). Talvez o que mais tenha a ver com essa visão, seja a publicação do que escrevo. Mas este não é um sonho louco. É bem pé-no-chão. Vou mais vivendo o presente e me esforçando pra que o agora seja sonho.
Autores S/A: Se alguém lhes pedisse para definir “quem é você” através de um poema, qual poema você escolheria para defini-lo?

O VELHO: Pode ser uma canção? “Maluco Beleza”, do Raul.

LÉON BLOBA: “Entre os meninos de bicicleta,
o primeiro vaga-lume
de 1987”.
Paulo Leminski

Autores S/A: Qual poeta desta competição teria vaga nesta Grande Final além de vocês? E por quê?

O VELHO: Paracauam, J.J. Wright, Cervan, Paul Celan. É inegável a força da poesia destes, mas talvez outros também tivessem vaga.

LÉON BLOBA: Todos, por ser um concurso. Ainda mais com o Campo Platônico, onde os votos são alcançados pelo esforço do poeta em conseguir mais votos para sua permanência. Além disso, os jurados trazem uma visão, que não é única, universal. Talvez, se fossem outros jurados, eu teria saído na primeira rodada. São vários fatores que se somam e vão configurando os poetas que ficam. Além do talento dos poetas, há muitas definições que vão se firmando nestas trajetórias.
Autores S/A: Quem foi o jurado oficial que mais acresceu e enriqueceu o certame com seus comentários durante a competição? E quem foi o melhor jurado convidado, na opinião de vocês?

 O VELHO: Dos oficiais, a Ludmila Maurer. Pra citar um só, vou ficar co o Manuel de Castro, meio maluca a sua forma de comentar, mas senti firmeza nas suas observações. Dos intrometidos (rsrsrs), o Felipe Neto Viana, indispensável (espero os comentários dele com a mesma ansiedade com que espero os outros).

LÉON BLOBA: A Ludmila Maurer trouxe um olhar crítico e delicado, ao mesmo tempo. Apontou sempre o que via como “falha poética” de forma delicada, além de estar sempre indicando um livro para consulta e inspiração dos poetas. Já um jurado convidado que tem tudo a ver com o Concurso, é o Paulo Fodra, que é blogueiro e está antenado com novas manifestações da poesia na internet.
Autores S/A: Em qual etapa deste concurso vocês tiveram mais dificuldade na elaboração do poema? E por quê?
O VELHO: Nos sonetos. Foi minha 1ª vez e, talvez, a última.
Do 1º soneto, a gente nunca esquece.

LÉON BLOBA: Nesta última. Por falta de tempo... Dias cheios... Modernidade líquida!
Autores S/A: "(...) E ser artista no nosso convívio
Pelo inferno e céu de todo dia
Pra poesia que a gente não vive
Transformar o tédio em melodia (...)"
(Cazuza)
PERGUNTA: De que forma a poesia transforma seu tédio em melodia?

O VELHO: Tudo me é permitido na poesia. O que não dá pra viver na realidade, a poesia possibilita e, por vezes, até abre caminhos.

LÉON BLOBA: Quando vira um jogo. Começo a me meter no poema e só saio dele com o último ponto posto.
Autores S/A: Porque razão ou motivo o homem é levado a escrever poesias de forma aparentemente gratuita? Que necessidade é essa em sua vida?

O VELHO: Não sei, só posso responder por mim... Tem uma coisa dentro do peito e da cabeça que força a saída com ferocidade, se eu não escrever pra deixar ela sair, me arrebenta todos órgãos, sentidos e sentimentos.

LÉON BLOBA: Expressão da observação do mundo em que vive. O poeta escreve para registrar uma conversa interior.

Autores S/A: Qual o papel, a importância da poesia em sua vida, e como se dá o seu fazer poético? Existe algum método em seu processo poético?

O VELHO: A poesia me mantém são, ou quase. O meu método é sentar e escrever, mesmo sem ter por onde começar... Às vezes fico horas pra escrever 2 versos, Mas tem hora que surgem aos borbotões em minutos.

LÉON BLOBA: Escrevo pra me descobrir. E pra que outros me descubram e se identifiquem, talvez. Ultimamente só consigo fazer meus poemas no Word. No papel só chegam algumas idéias. No computador meus pensamentos acelerados são mais facilmente manipulados. E a organização do poema fica mais fácil.

Autores S/A: Sabemos que todos são vencedores. Os desafios deste concurso não foram nada fáceis. Mas sabemos também que todos entram em uma competição para vencer, embora perder não seja um verbo apropriado em um certame onde tanto se ganhou. Agora respondam, sem rodeios, por favor: por que você merece vencer este concurso de poesia?

O VELHO: Porque como muitos, também sou um bom poeta.

LÉON BLOBA: Escrever é o que mais gosto de fazer. A todo instante um verso me aponta. Aí vou anotando, escrevendo, jogando. Me dediquei muito a este concurso e gostaria de levar este prêmio aos que me estimularam e me ajudaram, na vida e na poesia
  
BATE-BOLA:
Defina, em poucas palavras, o que é, para você:
POESIA: 
O VELHO: Sanidade.
LÉON BLOBA: Tradução específica da alma.
AMOR: 
O VELHO: Trajetória.
LÉON BLOBA:  O que me move.
FAMÍLIA:
O VELHO: Maior tesouro.
LÉON BLOBA: Base e amor.
DOR: 
O VELHO: Ingrediente da escrita.
LÉON BLOBA: Transformação.
 LEITURA:
O VELHO: Lazer de luxo. Hoje posso ler só o que quero.
LÉON BLOBA: Diálogo.
COMPETIÇÃO:
O VELHO: Seriedade e afinco.
LÉON BLOBA: Quase sempre é consigo mesmo.
CRÍTICA:
O VELHO: Pode ajudar a crescer ou trucidar o indivíduo.
LÉON BLOBA: Alavanca.
CAMPO PLATÔNICO:
O VELHO: Calafrio.
 LÉON BLOBA: Escolha.
PRECONCEITO:
O VELHO: Bosta.
LÉON BLOBA: Análise rasa e embaçada.
VITÓRIA:
O VELHO: Esforço.

LÉON BLOBA: Esforço.

DERROTA:
O VELHO: Esforço.
LÉON BLOBA: Estímulo.
MORTE:
O VELHO: Ponto final (mas tudo se transforma).
LÉON BLOBA: Ápice da curiosidade.
ARTE:
O VELHO: Ajuda a viver melhor, sem ela é ponto final.
LÉON BLOBA: Diálogo com o mundo.

PERGUNTA ESPECIAL PARA: O VELHO
Autores S/A: Caro poeta, em algumas de suas respostas às perguntas que fizemos durante o concurso, você demonstrou ter um amor incondicional pela sua família. E dela que nasce a sua inspiração? Se você tivesse de optar, irrevogavelmente, entre ter o dom/capacidade de ser poeta e pela Izaura Carolina, por exemplo, qual seria sua escolha?

O VELHO: Por vezes minha família é minha inspiração para escrever por outras não (se bem que há muito não tenho inspiração), mas certamente é a família que me dá suporte pra que tudo aconteça na minha vida.
Se mil vezes me fosse perguntado, mil vezes eu responderia: Izaura Carolina.



PERGUNTA ESPECIAL PARA: LÉON BLOBA


Autores S/A: Léon, você é ator e poeta. Em qual dessas áreas você se sente mais a vontade? Atuando nos palcos ou escrevendo poemas? Ambas as artes se complementam em sua vida? Como?

LÉON BLOBA: Com certeza na poesia! Fiz teatro por alguns anos de minha vida, mais como exercício e expressão do que como apresentação de espetáculos. Atuei poucas vezes no palco - não é muito a minha praia. Me encontrei na performance que, na minha opinião, é uma forma artística e relacional profunda com o outro, com o espaço e com o tempo. É uma forma de angularizar as visões tornadas cotidianas e banalizadas. Tudo o que faço passa por um esforço de inserir essas duas formas de arte na minha vida e em minhas relações. Atitude gentil-poética-política-onírica-estética.
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Finalmente! É chegada a grande hora: a dos poemas! Nesta Final, foi solicitado aos poetas que escrevessem dois poemas: um sob a temática “Fragmentos da solidão contemporânea” e outro sobre a temática escolhida pelo público, “A Poesia”. Foi perguntado aos poetas o que a solidão significava para eles e se já tinha sido acometidos por momentos de solidão. Perguntamos também a clássica pergunta que nunca se calará: o que é poesia?
Os poemas foram organizados pelas temáticas e por ordem alfabética (dos títulos).
Desejamos ao leitor uma ótima leitura. Que esta final marque cada um de vocês. E claro: comentem ao fim da leitura do post.
Obrigado!

A GRANDE FINAL (POEMAS):

  Tema: Fragmentos da solidão contemporânea

Do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro: Léon Bloba, 23 anos.
Solidão é sentir-se deslocado do mundo, fracionado, inábil e vazio, com medo de estar só consigo mesmo. Nunca fui um solitário sem pessoas a meu lado. Sempre estive bem acompanhado. Minha solidão se dá no meu tempo que, às vezes, não combina com os outros tantos que se chocam. É um peso que faz uma multidão imensa sentir-se só. (Léon Bloba). A seguir, o poema de Léon Bloba:

Título: Caleidoscópio

Este atrito de tempos
onde possuo buscas
e nada se atém...

Estou em cima da hora -
daqui melhor vejo tudo:
– O delírio deste mundo
é parar por um instante.

Líquida modernidade,
escorre fluida entre dedos.

Agarro meu vácuo
e vago vazio -
meu medo.
Inócuo vagueio.

Passeio por tantos;
muitos outros sendo.
Ao que reflito,
a mim me divido:
tonteio de caleidoscópio.

Meu ser se quer solidez,
mas tudo me corta
e devoro tudo -
Identidade antropófaga:
me centrifugo.

Há tanta coisa no mundo
que não mais me escolho.

Sabendo-me solidão,
solidariamente me dôo -
desejo de cingir laços
e outros vestígios frouxos...

Há tanto mundo nas coisas
que, por hora, me encolho.

Escorro.

Minha aura imanente,
porosa me deixa passar.
Fragmento minha essência:
Quando só, nunca aconchego.

Em companhia da ausência
rumino meu desassossego.

De Macaé, Rio de Janeiro: O Velho, 50 anos.

Poesia e solidão são companheiras inseparáveis, a solidão morde e a poesia assopra, a solidão desespera e a poesia alivia, a solidão enlouquece e a poesia sana.
Solidão é necessária para o equilíbrio das coisas, poesia é frescor sobre e pele fervente.
Solidão é fera.
Poesia é doce.
Sempre sou acometido por solidões espontâneas ou não , mas na hora de escrever, tenho que estar solitário, mesmo no Maracanã lotado. (O Velho).
A seguir, o poema de O Velho:

Título: tempos modernos

um sol ardendo no seu peito
abrindo em corte a solidão,
homem discreto, pretérito, perfeito,
controle remoto:
seu destino em sua mão...

na esperança de encontrar um caminho,
agoniza, desvenda fronteiras
no mouse manchado de vinho,
numa cadeira vazia ao lado
esperando alguém...

passam musas ao sabor do monitor,
dentro, em si, um h. d. vazio,
mais de mil amigos em redes sociais
correndo na contra mão sobre um rio...

você explode no blog do bar,
faz upload na melancolia,
tudo se acha pelo iphone:
poemas do Bloba, comida, remédio...
mora no prédio cercado de grades:
Residencial da Felicidade...


Tema: A Poesia

Do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro: Léon Bloba, 23 anos.
O que é poesia? Léon Bloba: Uma forma de imprimir um mundo, que passa por letras, sensações e observações. A seguir, o poema de Léon Bloba:

Título: Assalto

A poesia assalta o muro como a hera,
rizoma no que sobe lenta,
furando em esforço sutil
o silêncio que ninguém escuta.

A poesia assalta a lua
pendurada na linha
que divide o céu do mar.
Tem tudo nas mãos -
na tênue divisão do mundo -,
quando as plêiades
e as anêmonas
dançam juntas
procurando devorá-la.

A poesia assalta bancos de praças
e foge pelas ruelas de sereno e frio,
assalta as massas, esquinas de rios,
desertos, delírios, desejos
e as flores de um canteiro.
A poesia se tenta em arrastão,
lenta assalta os prédios altos.
Por dez mil janelas cinzas,
adentra o espaço entre frestas
e presta invade quartos.

A poesia assalta o poeta
pela alma, pela calma, pela cama -
refém na hora do sono -,
cavando fundo o estado alfa.

A poesia assalta a folha em branco
e por descuido não vê
a armadilha surpresa:

O poeta se põe a escrever.
A poesia, por fim,
é presa.


De Macaé, Rio de Janeiro: O Velho, 50 anos.
O que é poesia? O Velho: A poesia é doce.
A seguir, o poema de O Velho:

Título: me oriente
                                                              (para Paulo Acacio Ramos e Stella Monteiro)

poetar:

longe do mundo,
revira-se armários
do tempo,
prateleiras da memória,
esqueletos tão secretos
desmontam no colo
de sílabas compulsivas,
palavras impossíveis,
em versos de azulejo
e rimas de porcelana
num comboio de letras
lentas, tontas, lúgubres...

se um poeta
que me oriente
parar de escrever
em Tóquio
e o mundo parar junto,
mesmo exausto,
seguirei como o único
a tentar entender
minha musa
constante e caprichosa:

a poesia.
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Esses foram os últimos poemas da competição. E então, caros leitores? Quem será o grande vencedor? Comecem a fazer suas apostas! Aliás, mais tarde, serão publicadas algumas... Aguardem!
Obrigado, Autores S/A.


6 comentários:

O Velho disse...

Comentaristas engasgados?
eheh
Preciso comentar agora pois estou de saída e não sei quando volto.
Desde já agradecendo aqueles que me apoiaram e apoiam e aqueles que apoiam o Léon Bloba, sinceramente será uma honra vencer dele ou perder pra ele.
Estamos juntos nessa Barca do Sol onde só os loucos podem ser entendidos.
Poetas maravilhosos ficaram pelo caminho, ma sinto privilegiado, pois sei muto bem que outros poderiam estar aqui nessa final.
Que vença a poesia.

O Velho.

Anônimo disse...

Este post está incrível. Muito legal relembrar trajetórias do concurso, rir com os comentários (muitos nem tinha lido), ler os poemas, entrevistas... afinal, a final!

parabéns, Velho! Legal saber que em seus tempos modernos estão os poemas do Bloba!

Parabéns a todos os poetas e Autores S/A!

León Bloba

Thaty Louise disse...

Adorei!!!
Lohan, vc mandou muito bem fazendo essa retrospectiva!!! Os comentaristas deram realmente um show, sobretudo esse último!!! Carácoles, merece uma premiação especial! O gregório de Matos do Autores!

Bjocas, Lohan, ARRASOU!

Lis Mainá disse...

torço sempre pelo velho! meu novo velho pai!

Lohan Lage Pignone disse...

Parabéns aos poetas Léon Bloba e O Velho; vocês deram um verdadeiro show até aqui. Vocês, assim como outros poetas que marcaram presença nesta competição, certamente despontam como promessas fortes da poesia brasileira. Precisam ser divulgados, precisam ser lidos, apreciados, reconhecidos! Esperamos ter contribuido um pouco com tudo isso, com este concurso; que vocês escrevam para vocês e para o mundo também. O mundo precisa muito de poesia.

Estou muito orgulhoso e emocionado com o resultado do concurso até aqui. Quando o idealizei, jamais imaginei que fosse alcançar tanto sucesso. Sucesso em qualidade, acima de tudo. Isso que importa.

A poesia venceu, com certeza. Para quem não sabe, Léon Bloba e O Velho cogitaram o empate, na final. Uma atitude digna de poetas competentes, que desejam elevar a poesia ao pódium. Os organizadores recusaram esta decisão, para que fosse mantido o padrão da competição, entre outras razões; mas nossa decisão não tornou opaca a poesia, de forma alguma: vocês sabem, e como sabem, abrilhantar este gênero. Como vocês são bons!

Agradeço a vocês dois pelo show dentro e fora do concurso. Desejo boa sorte aos dois. Viva a poesia!

Anônimo disse...

Caro Lohan,
você é um exemplo de determinação! Este concurso bombou, foi bonito mesmo!

Vou agora lutar pra divulgar mais meus poemas e textos. Correr atrás de publicação, quem sabe? Vou continuar me inscrevendo em concursos - antes de tudo pra me aperfeiçoar. Ganhar ou perder: ninguém sabe o que se passa dentro de cada um. Eu estou cheio de segurança!

León Bloba, o poeta morto, voltou para a vida e foi longe!

Obrigado a todos os envolvidos neste concurso (organizadores, jurados, comentaristas e poetas). Cada pedaço deste blog me acrescentou muito à vida.

Valeu, Lohan! Sucesso!

Abraços,
León Bloba