domingo, 1 de abril de 2012

"MINHA RUA" OU "RUMO A ETERNIDADE".





EU MORO NUMA RUA TORTA
DO LADO DE LÁ DA CONTRAMÃO
E OS CARROS QUE NELA PASSAM
EU JÁ VI NA TELEVISÃO...


NA RUA TEM SOMBRAS NATURAIS
DADAS POR ÁRVORES ARTIFICIAIS...


ELA É CORTADA POR UM RIO
QUE AGUARDA O DESAFIO
DE QUEM QUEIRA NAVEGÁ-LO...


NO FIM DA RUA,TEM UM VIADUTO
DONDE NOUTRO DIA
UM VELHO PULOU
COM UMA PEDRA NO PESCOÇO
LEMBRANDO DESOLADO
OS BONS TEMPOS DE QUANDO ERA MOÇO...


E POR BAIXO DO VIADUTO
PASSA UM TREM
QUE VAI,QUE VAI...
QUE VEM,QUE VEM...
MAS NÃO PÁRA


E VAI-SE A ESPERANÇA,
DE UM DIA LEVAR ALGUÉM,
PRA LÁ DA ETERNIDADE...




1983

Um comentário:

Nathi disse...

A rua pode ser como for, quando entramos dentro de casa, o mundo lá fora se acaba e a gente vive o tão proclamado individualismo deste tempo e de tantos outros. A rua em si não importa, nem mesmo a cidade, o que importa é a minha tevê tá pegando, e o meu chuveiro estar esquentando, e minha comida estar temperada, é isso que no final das contas vai me fazer levantar do sofá fofo e mudar alguma coisa, pra ficar tudo igual. Nada além.