terça-feira, 5 de junho de 2012

Poemas da Segunda Fase - A Prova dos Nove


Noventa poetas

                 Noves Temas

                                 Noves fora...

                                             Quem permanecerá na disputa?
                                                       
                                              60 poetas darão adeus nesta fase

                                          Façam suas apostas e sejam bem-vindos

                                                 à apresentação dos poemas da
                                                   
                                                    PROVA DOS NOVE


Olá, poetas e leitores!

Não é fácil escrever sob determinado tema, principalmente quando é necessário escolher um tema para desenvolvê-lo. Sempre há o dilema: permaneço na zona de conforto ou arrisco em busca da vitória?

Na fan page do Autores S/A no Facebook, está acontecendo uma votação sobre: qual é o tema, da Prova dos Nove, que melhor pode ser aproveitado, trabalhado pelo poeta? Por hora, o tema "A angústia do homem da cidade grande" está na frente. O que você acha? Acessem e curtam nossa página: http://www.facebook.com/#!/pages/Autores-SA/229353043769403 e votem!

Durante esta semana, os 90 poetas que restaram na disputa tiveram que encarar esse dilema. Nem todos decidiram prosseguir na competição: 05 poetas desistiram da disputa, ou seja, agora, temos 85 poetas disputando 30 vagas.
Querem conhecer mais sobre esses poetas? Então, fiquem à vontade, a casa é de vocês. Desfrutem da leitura de belíssimos poemas e comentem, promovendo a sua opinião a respeito. Os resultados serão divulgados na próxima segunda-feira, dia 11/06/2012.

Abaixo, os poemas serão apresentados de acordo com seus grupos temáticos pertencentes. As temáticas mais escolhidas pelos poetas foram "Poesia de cunho social" e "A infância", ambas com 19 escolhas, cada.

Boa leitura para todos!

TEMA: GOTA




Pseudônimo: Francisco Novaes e Silva
Título: Tropeço


Toda dor que não estanca
leva embora o que faz falta.

Toca a pedra o pé e corta;
Sangra e lava a pele nua.

Tem o olhar a sós e sobra;
sombra n’água não se molha.

Cada passo, um cadafalso;
todo um mundo que se torna.

 - tempestade em copo d’água,
uma gota já transborda -  


 
Pseudônimo: Cidadão das Nuvens
Título: Quando nos olhos não há cabimento

Lágrima chega indo embora.
Quando nos olhos não há cabimento.
Novela, gêmeos, gol, catapora,
raiva, perdão, canção,casamento,
      
culpa, entorse, milagre, penhora,
medalha, câncer, ladrão, invento,
cachorro, miséria, mi'a senhora,
cárie, fome, domingo sangrento.
      
Antes de beijar o chão, evapora;
e mais me vale chorar por dentro
- o tempo todo, a toda hora -     
a beleza e a dor de cada momento.
      
Quero navegar aonde a lágrima mora
antes de ser acontecimento –
"Pequenos lagos?", perguntou outrora 
Pablo Neruda a seu pensamento.
  

Pseudônimo: Poema
Título: Soneto caindo em gota


Alegro Vibro Torço Grito Avanço      
Agito Verbo Brilho Verso Forte         
Se me canso, nem noto remanso
e decaio aos pouquinhos. Má sorte.   
Fico doente, cansada.             

Meu sangue se esvai de gota   
em gota, caindo em cada                    
degrauzinho. Fico rota,           
desgastada em meus prantos   

gris. Me turvo em mim,                       
na bruma que canto.                           
E pulo a
              s
                s
                   i
                     m.

Nada encanto:                        
o meu

        fim.


Pseudônimo: Curinga
Título: A Gota
Não sei como fechar minha torneira.
Confesso, já fiz tudo o que podia
mas toda a paz que finjo ter de dia
dilui-se à noite ao som dessa goteira.

Em cada “ploc” eu vejo a face nua
despida, do que havia mascarado
- um crime cometido ou um pecado
e, assim, o meu pesar se perpetua.

Um pingo d’água (coisa tão pequena!)
destrói minha razão, anula a crença,
me faz abrir os olhos. Me condena.

Não posso mais forjar indiferença:
a culpa é, em si mesma, a própria pena
e assina, em cada gota, uma sentença.


Pseudônimo: Mané
Título: A Gota
Comove a dor e a bondade
a pena, a tristeza, a vitória
um acidente,o diferente,a memória
e a lágrima é reflexo da realidade.

A gota da lágrima é uma abstração da dor.

São gotas de um salino sutil
defesa dos olhos para irritação e alergia
a mente sofreu, o corpo sentiu
a lágrima desabafa sua magia.

A lágrima é o superlativo absoluto da natureza humana.

A felicidade também traz a lágrima
alastra-se como gás vital
inunda mentes, vira a página
coletiva catarse visceral.

A gota da lágrima é uma metáfora da tristeza.

Lágrima indigente,lágrima técnica
lágrima baldia, lágrima de gelo
lágrima leniente, lágrima épica
lágrima vadia, lágrima de apelo

A lágrima é a emoção em estado líquido.

Pseudônimo: Ted Sampaio
Título: O fim da gota

Vejo uma gota
e nela me vejo.
A gota engorda
como balão de festejo.

Vejo meu reflexo
em sua superfície.
Imagem sem nexo
mostra muito minha calvície.

A gota ondula,
vai cair numa fresta.
Me vem uma gula
de sorve-la como festa.

Minha boca se torna
o fim da gota que rola.
Degluto seu fim,
Apesar do gosto de jasmim.

Pseudônimo: Assombro
Título: Gotas de Elixir

Finita é a gota que me resta
embora guarde
em hermética candura
longe é o badalar da aurora

nas palavras sussurradas
nas estrelas que contemplo
          delírio em lampejos

mesmo que passos largos
          me completem
mesmo que o infinito sustente
serei nuvem dissipada ao vento

         gota a gota
         da chuva que secou

Pseudônimo: Jack Four
Título: Aquela gota

Refletida naquela gota:

Uma criança
Que vê o mar pela primeira vez:
O oceano em uma gota

Uma jovem
Que o vê pela primeira vez:
A paixão em uma gota

Uma mulher
Que vê o filho pela primeira vez:
O amor em uma gota

Uma anciã
Que vê uma vida inteira pela última vez – como se fosse a primeira:
A saudade em uma gota

Aquela singela gota:
a lágrima.

 
Pseudônimo: Dona Dita
Título: Gota de orvalho

Primeiro, uma gota de veneno
corrói o amor.
A gota da lágrima
mancha o vermelho do coração.

Através da minha janela
vejo a chuva, e o vidro chora
Só a gota de orvalho
faz renascer o jardim
do meu amor.

Estarei agora tranquila
à espera de um novo amor
No jardim renascem as 
flores e seus perfumes
fortalecem minha alma.

No desfolhar do luar,
sou flor que desabrocha.


Pseudônimo: Sundance
Título: Raquel

És a minha alma concreta
Os teus olhos a predição do meu sangue
As tuas mãos a arma e o afago no coração do Mundo.

Balanças de cá para lá, pés descalços,
E contigo oscilam os Deuses e a paz dos Homens
Arrepiam-se as montanhas e crescem os mares.

Só quero saltar as décadas
Gargalhar do tempo e encontrar-te pronta,
Acabada, o fim da minha criação: a tua felicidade?

Como uma gota de água
Redondamente ínfima, necessariamente urgente,
És  toda a Vida em potência.

Pseudônimo: Artemis
Título: A Gota Maior

Um ponto de brilhante une-se a tantos outros.
Uma porção mínima de líquido aos poucos se molda,
Adquirindo peso e forma,
Curvando-se em formato de pêra e esfera,
Avolumando-se com o natural condão
Da expectativa e da espera...
Transformando-se, não para um fim, mas para outro começo,
Em gotas...
De orvalho, chuva, rio, mar, água potável e salgada.

Mas o corpo humano, essa mágica ambulante,
Encerra em si um mistério todo próprio,
Que somente em versos eu ousaria tentar descrever.

A lágrima, pingente delicado,
Quando não é derramada
Não passa, como certamente o sabem
Na gruta nebulosa de suas certezas,
De lágrima desperdiçada,
De lágrima que não cumpriu seu tênue ofício
De lágrima.

Se a viram tomar forma,
Se praticamente a sentiram gotejar,
Se adivinharam-lhe o percurso,
Transitando pelos enlevos da pele atormentada,
Por que não a deixaram livrar-se
Da masmorra da comoção enclausurada?

Eu não me furto à responsabilidade:
Se a alegria me acossa,
E me beija, me ama, me preenche e de mim se apossa,
Fazendo a minha realidade colorir-se em resposta
E se ela cresce tanto, mas tanto, que meu corpo sequer a comporta...
Abro-lhe uma fresta do meu espírito
E dou-lhe uma passagem só de ida,
Para que, em pingos transparentes, da minha face escorra,
Diretamente para a vida.

Lágrima é encanto.
Lágrima é revolução.
A gota da alegria é uma espécie de sorriso,
Em franco estado de expansão.

Eu não me envergonho destes pedacinhos líquidos de alma;
Eu não os engulo com aspirina
Para depois alegar força e destreza,
Tampouco considero fraqueza ou desengano
Mostrar que sinto algo mais que a gravidade.

Penso de forma crua, ainda que poeticamente inegável:
Se aqui nos meus olhos rasos
Essas frágeis gotas se depositaram
Nada mais fizeram
Que cumprir o chamado da emoção.

Lágrima é alívio.
Lágrima é reconforto.
A gota da tristeza é uma espécie de sorriso,
Ainda que nascido morto.


Pseudônimo: Sombra
Título: Fisiologia da lágrima

Onde nasce essa idéia que se cristaliza,
Transubstancia-se e se torna tão etérea?
Que ultrapassa para o mundo da matéria
A enfermidade do espírito que agoniza?

É a lágrima, esse licor que é já salgado...
Porque é amarga como a alma do que a chora;
É a paisagem interna que deflora,
É teu copo que derrama transbordado.

Mas há nesse revés um paradoxo,
É que esse ardido colírio de hidróxido
Lava a chaga do teu âmago profundo.

E ao limpares dos teus olhos a sujeira
Tu percebes que a tristeza é uma cegueira
E teus olhos as janelas para o mundo!

Pseudônimo: Mari Farias
Título: Molhado
Gota de chuva
Gota de água
Gota de lama
Gota na alma
Ela me molha
Toca-me
Envaidece-Me
Faz-me sorrir
Para sentir o teu calor
Quem dera se eu fosse a tua pele
Abrandar o teu fogo
Amansar o teu ser
Incendiar as tuas entranhas
Com meu desprazer
Ver os teus cabelos ao vento
Doce mulher
Não sou de muita fé
Só me molho, pois não tem jeito,
Sou a força
Sou o tocante
Sou mais uma arrependida
Desprendida
Molhada da gota da água
Que escorre pelos teus dedos
Lava seu coração
Limpa o teu corpo
E a paz te traz.

Pseudônimo: Fowl
Título: Remédio

Era uma gota
Ninguém sabia de quê
Estava ali na bolha
Sem que soubessem o porquê
Podia ser de sonhos
Ou de realidade
Podia ser dos choros
Ou da felicidade

Era uma gota
Que invadia o rosto
Entrava pela boca
E não tinha gosto

Sem nada, misteriosa
Meio mística, gloriosa
Uma gota, apenas
Dessas pequenas

Que intriga
E cria briga
Nessa mente ilusória
Demente, mas preciosa

E assim embarco
Num arco sem fim
Sozinha no quarto
Bem longe de mim

Iludo e esqueço
O que mais tenho apreço
E aí eu durmo
Enquanto enlouqueço


TEMA: A IMORTALIDADE DA ALMA

 




Pseudônimo: Falcão Peregrino
Título: Poema D´alma

O Criador sopra a alma
No pó que respira.
A tinta toca o papel
Começa a poesia
O corpo se anima
A matéria raciocina
Com o fôlego da vida
Segue sem tréguas
O vento forte da existência
Cultivando as almas
De todas as espécies
Sempre adiante a cada estante
Em todo canto do planeta
Feito nasce uma poesia
À vida surge uma nova criatura
Do útero da mãe natureza.
Ó Inspiração que aspira
Gerações de Almas vivas
Ó criação que brilha
Colhendo as poesias
No universo do poeta
Entre o não e o sim
O certo e o errado
O bom e o ruim
Um só sentido
Num Início, meio, sem fim
Alma!
Que faz da matéria o prepúcio
A casa que te hospeda
Alma!
Antídoto que gera
E mantém todo ser
Que pulsa no peito,
Corre nas veias
Que faz a cabeça pensar
Alma!
Que não vemos com os olhos
Mas espelha no olhar
Seu sentimento, sua
intenção
E no silêncio o que diz seu coração
Alma que ama
Alma que
odeia
Que pede, que doa
Que fog
e, se entrega
Condena, perdoa
Deseja, inveja
Alegra, magoa
Alma farta
Alma faminta
Livre, cativa
Grande, pequena
De medo, de fibra
Ó alma!
Mantida na calma
Nos dons de valor
Na esperança que salva
Na justiça e no amor
Como o teor da poesia
Muitas são as almas
Que regam com seus feitos
Seus sonhos ou pesadelos
Almas Penadas
Sem rumo na dor
Almas Gêmeas
Unidas no amor
Almas do Além
De longe elas vem?
Para o mal ou para o bem?
Alma de Luz
Que a todos conduz
Morre, se sacrifica
ressuscita e eterniza
Com o verbo da vida
Pregado na cruz
Almas das trevas
Cegas pela escuridão
Almas iluminadas
Feito estrelas na imensidão
Vão no tempo que não para
Sem estradas se encontrar
Diante o céu, no grande eclipse
De um novo gênesis
Após o apocalipse
Viaja a alma do poeta
Dando vida a poesia
Como quem pinta uma tela
Ou canta uma melodia
Em suas obras o espírito
Que a história imortaliza
E o poema d`alma
Evoluindo seus versos
Com a evasão da vida
Infinita feito o universo
Vá poesia
Siga o seu curso
Leve o meu sangue
E doa a todos que te leu
Sem descriminação crença
Seja rico, pobre, cristão ou ateu
Mostre que mais do que a carne
Os ossos, o sangue, a pele e os pelos
É a alma a essência da vida
Que mais que o tato, a audição,
O olfato, o paladar e a visão
És o sexto sentido
E o maior que temos
Chamado pensamento
Assim vive nas almas
O sétimo sentido
Que as fazem viver
É o sentido de sentir
A presença de Deus
E na busca desta verdade
Através da energia da fé
Alcança a alma a eternidade.


Pseudônimo: João Saramica
Título: Mineralma

Crepita em mim a centelha divina
Substância mesma
De que se constituem os sonhos.
Abstração, porém aprisionada,
Esmagada sobre o peso
De matéria pouco nobre:
O barro do chão!
Convivem-me, a um só tempo,
A linhagem dos anjos
E a hereditariedade química
Das pedras.
Tenho o DNA de Deus,
Fluido halo de luz,
Na compacidade das rochas.
Daí por que professo
A religião do paradoxismo
A dualidade antagônica
Que caracteriza minha humanidade
E me condena a pagar o ônus
Da gravidade.

E, despojado da levitação
Própria das fagulhas
Pelo chumbo de que sou forjado
É que pratico a peculiar
Alquimia dos poetas...


Pseudônimo: Efêmera
Título: Dar à luz

Fui parida pela língua
E nasci com o dom das palavras...
Se um dia eu morrer à míngua,
Rejeitar-me-ão as necrófagas larvas.

Pois poeta de verdade não morre,
Posto que jamais é esquecido:
O verso ganha vida própria e corre,
De boca em boca é dito.

Ser gerada assim é uma grande sorte
Que me garante eterna vida:
O corpo pode até se entregar à morte,
Mas a arte será sempre reconhecida.


Pseudônimo: Pedrita Drummond
Título: Suspiro

Gradualmente
As vistas
Ficarão mais cansadas
Que o habitual

As pernas
Dançarão
Bambas
Pelas ruas,
As mãos
Serão fracas
Perante
Os copos

Na face: rugas
Cavidades da vida
Marcas do tempo
Coração em pêndulo

Subitamente
A memória
Falhará,
Fechará
O cerco

Irão amores
Amigos
Momentos

A espinha
Ereta
Curvará
Em cumprimento
Eterno?

E a fragilidade
Será sem-vergonha

Inevitavelmente
Cairá em leito
Num sopro
Horizontal

Será fatal
Por ter sido
Humano

Pseudônimo: Rain Marauder
Título: Efemeridade relativa

Sempre me disseram que tudo é efêmero,
Nossa vida e o tempo escorrem por nossas mãos
E murcham tão rápido como as rosas
No fim o que nos resta é sermos decompostos por moneras

Há aqueles que creem no destino, porém este
nos  prende em eterna ilusão e se diverte com
a nossa ingenuidade.
Ô vida bastarda, por que a morte tardas?

Sempre pensei ser somente um composto do carbono e do amoníaco,
Que jazeria nessa fria terra, dominada por vermes.
Porém descobri algo que não é efêmero: a alma.

Alma desolada, que vagarás por essas longas estradas
Até que algum dia encontrará refúgio
Seja na natureza ou voltando aos túmulos


Pseudônimo: Lelo do Valle
Título: Ela não era mais ela

Ela não era mais ela.
Esse mundo somente desconhecia,
aqui nada mais a entretia.
Queria estar onde está sua vó, sua tia.
Tinha medo mas queria.

Tudo começou quando um dia acordou,
e do sonho se lembrou.
Foi como se tivesse estado do outro lado,
onde nunca em vida poderia ter imaginado.

Sua alma na volta da viagem
em algum lugar se enganchou. 
E lá ficou.

Agora de novo acordada não conseguia mais ser
a de ontem.
O chão parecia estranho a seus pés,
como se eles ali nunca tivessem pisado
ou como se tivessem pisado há muito tempo,
e por isso desacostumado.

De repente se sentia muito mais velha
do que realmente era.
Sua idade parecia que tinha se elevado ao quadrado.

Tudo parecia estranho.
(Olhava a xícara e se perguntava para que servia,
olhava a porta e não sabia mais direito onde daria.)
Foi tomar banho.

Na rua, na janela, na esquina,
o vento que de repente batia,
apenas ouvia, mas não sentia.
O presente parecia forjado,
sua vida ficara no passado.

Não sabia porque ainda vivia.
Tinha de repente a impressão de que estava ali
por ter sido esquecida.
Passara da hora e não fora embora.
Como uma visita que vem e se prolonga
mais do que o esperado.
O assunto acabou e a conversa cansou.

Era indiferente ao presente que não tinha surpresa,
nele não via mais beleza.
Ou melhor,
via, mas desprezava, ignorava.

Era como estar sentada numa sala de espera,
sabendo que o trem já partira
sem esperar por ela.
Ou ela é que esquecera de embarcar.

Não saberia explicar,
mas era um sentimento de ali não mais estar.
A doublê de si mesma tomara seu lugar.

E que não dissessem que era depressão.
Não era essa a questão.
Era só uma curiosidade mortal, (Mortal.)
em outra possibilidade do viver,
em outra possível forma de existir.

O sol brilhava,
a noite chegava,
mas nada mudava.

Ficara o estranhamento, o desencanto.
E o que talvez seria o novo,
(por sua vez,)
também não lhe chegava.

E assim ficara à deriva.

À deriva no mundo,
um vivo errante, moribundo.

Tinha um olhar afundado.
(A insegurança da flor que já se soltou,
e espera o vento mais forte
que vai terminar com aquela dança da morte.)
Uma bola de neve que pela
força da inércia ainda rolava, mas não aumentava.
Uma fonte que há tempos secara,
mas que ainda pingava.
Uma barata ontem pisada e esmagada,
mas que ainda hoje se arrastava.

Sabia que gostaria de partir,
mas como também não sabia onde iria chegar,
ou se os outros que lhe faltavam de novo encontrar,
ou se do desconhecido gostar,
ou se era um partir sem chegar, 
apenas duvidava, estranhava.
Como alguém que estranha o próprio sapato.
Estava estranha.
Aqui estava mas não sabia mais direito qual era o dia
em que estava.
De manhã ao acordar se interessava,
mas de tarde de novo se cansava.

Cansava-se só de ver os outros vivendo.
Cansara-se do que queria ter feito e não fez.
Era um verso que não tinha sido concluído,
um casamento não consumado. 

Calada, desligada, fraca,
desinteressada,
apática, neurótica,
descrente,
desiludida, aberta para o nada,
uma ferida esperando
ser arranhada.

Um vulcão extinto,
uma barriga vazia,
uma boca sem dentes.

Como um alvo esperando a flechada,
um condenado esperando a data marcada.
E enquanto essa não chegava,
era um vulto passante
que nem triste conseguia ser.
Era apenas um prolongado viver.

Assim. Nem feliz, nem infeliz.
Frio.
Vazio.
Uma outra.
Ela.

TEMA: A COMIDA PREDILETA



Pseudônimo: Curiricu
Título: Lasanha

pouco a pouco
essa garota relembrou-me de que viver nem é tão insuportável,
eu, de troco,
acabei dizendo a ela que desenhar é sair correndo atrás de uma parte de mim
resolvendo os prováveis problemas de trajetória que eu, em fragmentada instância, estaria causando
com meus inúteis gritos de independência rotineiros
irreprimíveis vontades de causar dor
com marcas permanentes de ignorância e preguiça
boçais batuques no peito e perna
o custume em forçar pra disfarçar minha timidez
que por sua vez, uso para disfarçar meu medo
talvez viver seja mesmo insuportável
foi o que ela disse
tão baixo
tão baixo
tão chata


Pseudônimo: François Marie
Título: Peristáltica ilusão

comida
predileta
do 
faminto
é 
a
fome
do 
que
ele
nunca
come.

TEMA: A INFÂNCIA


Pseudônimo: Sereníssima
Título: Amarelinha

Pintei o Céu no chão
Mas a gata pintada quem foi que pintou?
Eu lembro que o toucinho o gato comeu.
Mas garanto que não fui eu que atirei o pau no gato.
Por que se eu fosse um peixinho e soubesse nadar
Eu me escondia.
Mas fui lá no Tororó, nem água tinha.
Voltei pro Céu.
Hora de criança dormir.

Pseudônimo: Moline
Título: KODAK 1994

Eu sempre admirava as crianças que entravam direto na água.
Sem antes molhar os dedos compridos dos meus pés, 
sem antes molhar, com a palma da mão, minha testa, larga demais,
à mim mesma, eu desprezava.

Uma vez na piscina protegida,
caindo a bola de vôlei
era só sair de fininho.
Enrolada na toalha
se arrastar até o banheiro,
acender o gás, ligar o chuveiro,
perfeitamente pelando de quente.

Na parede do box, a orelha colada,
tão agitadas quanto as filhas,
as mães que estavam na sala
gritavam palavras que eu já entendia.

Razão não se ouvia, 
nem havia razão ali.


Pseudônimo: Esteves sem Metafísica
Título: Tarde em Riachão

Quero passar a tarde
na casa de minha avó.

Ela, matando muriçocas,
reclama da sorte.
Eu, brincando de ser poeta,
peço um cafuné.

Meu avô conversa com os anos.
Oitocentos gatos cochilam no sofá.
As flores de papel murcham
na estante da sala.

O menino entre memórias
pede à avó que faça um mingau de aveia.

E a tarde nunca passa.


Pseudônimo: João do Lago
Título: recuerdos

o guri percorre as gretas exaustas,
performance lúdica da inquietude rara.
vasculha corpo,
rugas do chão que devoram tempo,
exílio látego da espera.
enxerga
bocas abertas ao céu a refletir orações cegas,
dizeres tresloucados ao sol.
berros sufocados,
sequioso breu de estéril solo.
só.
combustão dos músculos retesados de agonia,
crepitam securas pelas abreviaturas das vertentes.
crê                        
cura                      
breve                  
ver
delírio trêmulo de nuvem a resplandecer riachos no horizonte.
fios de promessas e catarses ferem os lábios ressecados de demência,
os miolos não consolam o brandir dos labirintos de estômagos acuados.
sina.
escrito volátil,
beijos de graúna,
na úmida folha que transborda outonos pelas margens,
árida poça.
pó.
terra batida de espantos.
ausência de pranto,
morte da fonte,
daquilo que se cala sem batismo.
olhos memória da lágrima adormecida.
devaneio com a gota que não virá.
translúcida tristeza da falta.
grão.

Pseudônimo: Pietro de Aragão
Título: Salada de acelga

Quando menino almoçava
na casa de minha avó e
a cozinheira fazia uma
salada de acelga com bife
assado me fartava os beiços
feito restaurante bom
de Madri

um certo dia manco
a moça da cozinha
teve trombose
perdeu a perna
foi aposentada
por invalidez
feito soldado amputado
por uma mina na guerra
do Vietnã

noutro dia morto
o coração de vovó parou
mudou-se de casa  e já não
há portas, nem campainhas
a serem tocadas por mim
que ando perdido feito
camelo sedento no deserto
do Saara

cada dia passa saudoso
eu tenho fome
tanta fome, aquela,
corroendo estômagos
dos meninos órfãos
chorando secos de lágrimas
sobre os cadáveres magros
da Etiópia

agora almoço num
self-service qualquer
daqueles baratos no quilo
que não têm mesmo gosto
no bairro manco, morto, saudoso
do Recife

Virei vidente na mesa,
leio pratos vazios,
vejo no fundo branco que
a acelga, a vida, o dia, a noite
o amor, a cozinheira, vovó e eu
somos todos
transitórios.

Pseudônimo: R. Days
Título: Mea Culpa

Foi estranha sua infância
O pai nunca lhe amara
A mãe sempre o desprezou
Na mesa resignava-se desconcertado
Quando soube que odiar os pais era permitido
Sorriu aliviado,
Porque podia odiar;
Os amou.

Pseudônimo: Peter Pan
Título: O Menino e a Montanha

Menino apascentando cabras
Na montanha.
O tempo badala no pescoço.
A longa vara indica a superação
Da sede.
O cajado ampara o medo.
Duas bocas compreendem
O sol da manhã.
Apascenta os sonhos.
A montanha projetava seus ecos
No vazio.
Menino apascentando seu
Rebanho de pedras na montanha.


Pseudônimo: Ariana Marciano
Título: Vivência

Na verdade penso em outro lugar.
Penso na essência do tabaco nato,
mato morto, fogo corrente,
brisa forte do mar.
Cantar das ondas,
suspiro do vento,
telhas encardidas,
molhadas, queimadas.
Gente nova e velha;
gente feliz.
Risos e estórias;
armações à luz da lua na calçada.

Trovoada, pés sujos,
melados de areia grudenta.
Cobra, cachorro sarnento,
bicho-de-pé e de porco.
Cavalo ferido,
boi abatido,
homem de olhos diferentes,
gato de um olho só.

Cheiro de tinta,
cheia de terra.
Caju e castanha torrada,
carne assada na toada da noite.

Sol amarelo-laranja,
chuva macia,
suco de manga.

Comer até estourar,
tubaína, cuscuz e mungunzá.
Cansanção, escuridão, vela acesa,
lanternas em buracos de areia.
Siri, guaiamum e caranguejo,
côco verde no coqueiro lá do beco.

Pôr-do-sol, caminhada, quebra-mar,
banho de chuva, de mangueira e de luar.
Banheiro que aparece até gia,
tubarão que cheira à melancia.

Feridentas e traquinas crianças,
que faziam de um rabo, uma trança.
Aprender a andar de bicicleta,
rala joe
lho, rala mão e quebra a testa.

Menininha que dorme bem lá na rede,
ouve estórias de estrelinhas bem brilhantes.
Vai fechando os seus olhos cintilantes,
e em seu sonho, lua-sol com tinta verde.

Pseudônimo: Baixinha
Título: Lembranças de minha infância

Deus, que saudosa manhã,
Em que ouço as melodias
O ranger do carro de bois
E o vento nas pradarias!

Quem conhece esses sons
Na minha roça verdejante
Esquecer não poderá.
O que há de bom nesta vida,
Pode passar de corrida,
Mas saudades deixará.

Vendo a água no moinho,
Sinto uma doce lembrança
Lembro pássaros, lembro flores,
Todos meus grandes amores,
Da infância refletindo.

A corrente do regato,
O cheiro de flor do mato
Das relvas no ribeirão,
Tudo são boas memórias
Que fazem lembrar mil histórias
Gravadas no coração.

Pseudônimo: Sonhador
Título: Álbum de Retratos

Ao rever o velho álbum de retratos
minha alma é um mar submerso em nostalgia,
há um menino a plantar sonhos abstratos
num jardim onde o real se une à magia.

Cada fotografia uma lembrança,
um menino carrega sua lancheira,
um menino trajado à jeca dança,
um menino a escalar a laranjeira.

Não há fotos do medo de trovoada,
do gosto bom dos bolos da vovó,
daquela boa aflição no esconde-esconde.

Porém, guarda a emoção dessa alvorada
o peito do menino, agora adulto,
mas que dentro de si um menino esconde.


Pseudônimo: Florindo Campos Agreste
Título: A Infância

O tempo aqui é sempre.
O dia é infindo.
A liberdade brinca pelo chão.
Pelos jardins, os sonhos vão-se abrindo,
E se espalham em toda direção.

Entre a realidade e a fantasia,
Não há, aqui, qualquer separação.
Não há limite,
Não há impossível.
O horizonte é um risco feito à mão

E é sempre festa... É riso... É brincadeira.
Não há tristeza,
Nem preocupação;
O sol acende o dia, todo dia;
O espaço vai onde alcança a visão.

Aqui, o tempo travou o seu relógio
Ou deixou por aí, em algum lugar,
Pra esperar que a água, gota a gota,
Sacie a sede e, aos poucos, encha o mar.

Aqui o tempo espera o tempo todo,
Que a ave vá suas asas abrindo,
Para o primeiro voo.
- É a manhã da vida!
É aqui que a vida vai se construindo.

Pseudônimo: Gaspar
Título: Ensino Padrão

antes da escola fundamental
se aprende o medo
gênese
modelada a gesso

= = =

a escuridão era verdadeira
– concreta massa –
para atravessá-la
só a golpes de espada
uma criança não se arriscava

as árvores em torno
se curvavam à luz
dentro da casa

na encosta do morro
escondidos
os olhares dos predadores
fátuos
sobre o bico duro

o vento dançava à nossa volta
encolhidos
acompanhávamos a dança das sombras
à luz da única vela

= = =

de dia aprendíamos
“onde tem goteira
não seca nunca”

saíamos de cabeça baixa
as orelhas tensas
temendo ser o alvo
da próxima pedrada


Pseudônimo: Machado Quintana
Título: Adeus, meninos...

Hoje descobri apavorado
Que meu carro não era mais de plástico
Minha casa na árvore, um quarto e sala espremido e sombrio
Meu trenzinho de madeira, um de alumínio, enorme, sob a grande cidade
Meu avô, uma lápide
Minha conga, um sapato italiano, encerado
E minha capa de herói, uma forca gravata
Descobri meus amigos de bairro, países distantes
Os meus pais, solteiros
Minha cabana no quintal, um escritório sufocante
E os domingos feitos de parque, um sofá oco de gente
Hoje descobri que o menino se foi
Despedi-me dele mirando o espelho
Foram-se todos e tudo tão rápido
Como se o tempo houvesse brigado comigo

Pseudônimo: Gzin
Título: Papila gustativa de passado

Por mais que eu tente essa regressão,
Os meus copos de Toddy-Nescau-Neston,
E as minhas tigelas de Sucrilhos Kellog’s
Já não têm mais aquele gostinho
Dúlcido-crocante da infância.

Azedaram o deleite
Abandonado sobre a mesa
Expositiva dos meus hojes,
Bem ali diante da geladeira
Dos sentimentos congelados
Da atualidade.

Ah! Essa papila gustativa
Queimada pelo escaldante
Prato destemperado do já, já, agora,
Que não deixa a gente sentir de novo
O gostoso sabor dos outros tempos!

Pseudônimo: Lobo do Mar
Título: Alice
.
Alice, embebida de pureza,
há pouco tempo chegara ao planeta,
ainda estava imune à maldade,
quando as notícias velozes
rasgaram-lhe as têmporas.

Lágrimas verdes vertendo das retinas,
ponta de dor aguda a lhe fisgar o peito,
grito de clave de sol preso à garganta,
ela, então, vê a santa desnuda
sob a luz fria do cotidiano,...
momento em que o belo pintou-se de breu
(sabor amargo de inocência trincada).

Cansada, recolhe-se ao quarto,
a proteger-se dos cristais e plasmas.
Após sangrar lembranças, cerra pálpebras,
chora e soluça outra vez, sozinha.
Por fim, Alice adormeceu!
Em seus sonhos ainda existem flores,
a água e a verdade parecem cristalinas
e até o coração do homem é bom.

Acanhado, procurei algo
que a fizesse sentir-se melhor
quando acordasse;
tentei criar um ‘origami’, mas já era tarde,...
eu só tinha em mãos, a realidade.
.

Pseudônimo: Oapologista
Título: Infância saudosa

Oh! Minha infância saudosa,
lembro-me de ti em todo o tempo,
as brincadeiras, a lancheira, a escola,
o amor, amizades, e a nostalgia que lamento.

Ah! Se o tempo voltasse de novo,
pra ser feliz nesta inocente verdade,
viveria tudo outra vez, sem remorso,
esquecer as angústias, a dor, a saudade.

Oh! Tempo que não volta mais,
tempo das brincadeiras inocentes,
onde meus olhos viam mais,

digo... numa utopia recente:
Ah! Se a infância fosse pra sempre,
pra gente poder amar mais.

Pseudônimo: Nonada F.C.
Título: Infâncias

quando criança
Drummond lia Robinssom Crusué
eu jogava bola.

poeta maior
eu ainda não aprendi
a jogar bola.

Pseudônimo: Marco Lossal
Título: Preciosidades

Quando era garoto
coleccionava vozes de caracol,
cheiros de chuva e brilhos
de estrelas do mar...
na infância, voava em asas
de lagartas
corria na chuva e ouvia 
o mar nas conchas dos caracóis...
menino quase adulto
moleque de meia-idade
que coleccionava as vozes
das estrelas, as malhas da girafas
e flores imperfeitas:
antúrios
crisântemos
girassóis
e plumas de beija-flores
espuma de nuvens
pedras de gelo que caiam do céu...
incoerências
improbabilidades
incertezas
coleccionava as coisas que outros
deixavam inacabadas...
lápis de cor
papeis velhos
vapores de chás...
coleccionava coisas que não consiguia
guardar, coisas que não sei
onde estão...
coleccionava nomes de cidades fictícias
fotografias de lugares que 
não existem,
coleccionava almas de seres
microscópicos unicelulares.

Pseudônimo: Poetinha das Barrancas do Uruguai
Título: Tia Tita

Tia Tita fazia sopa bem temperadinha.
Também era temperado o seu olhar: tempero de tristeza.

Tia Tita tinha um armário.
No armário: sapatos muito altos; brancos, marrons. Carmim.
Perucas oleosas
Que serviam em mim.
Uma boneca de palha e tardes e sorrisos sem fim.

Eu buscava no armário
Aquilo.
Uma espécie de matrona. Invadia.
Uma espécie de mulher. Atraía.

Eu ia ao armário para sair do armário e um dia ser Tia.


TEMA: O LUGAR DA LITERATURA NO MUNDO GLOBALIZADO

 



Pseudônimo: Alice Lobo
Título: Poética

poesia se faz pelas beiradas
com os dentes à mostra

de quereres já cansados
navio enrodilhado
um salto que gira e grita:
vem

o que há
             (e sempre há de haver
são os pássaros

trôpegos de delicadeza
trazem notícias do além-mar
com o doce cheiro das ilusões

hoje é dia dezesseis
e há como meta
colocar a vida nos eixos
           a trilha nos eixos
           a cabeça nos eixos

a poesia é um vagão
o trem que parte
somos nós

TEMA: A ANGÚSTIA DO HOMEM DA CIDADE GRANDE



Pseudônimo: Celacanto
Título: Angústia

Gérbera vermelha na beira da laje
Seca sazonal na sacada de azulejos turvos

Senciente
Fujo das telas óbvias de têmperas sujas
Temperos leves
Conforme o acaso regresse

A simplicidade é o último grau de sofisticação

Pseudônimo: Tonico Vieira
Título: Surrealidade

retido na retina insône
do dia a dia
adiando os seus sonhos
costuma dizer “até amanhã”
mas não sabe até quando
Pseudônimo: Ocelot
Título: No sol do oeste distante

Algum tempo no Oeste
e eu percebi:
a poeira densa e a água pouca
faz as carnes se coçarem, faz a boca
sustentar um gosto amargo de infelicidade
a cidade parece feita da seca
embora o chumbo atravessasse os corpos
dias e noites sem fim, a morte é mentira e
a sorte é o único lado possível
da única moeda que a gente tem.
A angústia, o desespero, a dor
de não ter uma terra sua
- os heróis tornam-se nada,
os amores são doses de péssima qualidade
e a felicidade é uma puta virgem
contando histórias de luxúria
te envolvendo, falando teu nome.

Algum tempo no Oeste
e eu percebi:
a vida que a gente tem
aqui dói pra cacete!
os bandidos, os cowboys, os xerifes
as mocinhas dos cabarés
com suas pernas roliças dançando
aquela dança com nome esquisito
a música triste dos velhos sem nome
é a vida na terra dos desertos
é o coiote, são os urubus esperando
a última alvorada dos coxos
os quebrados por esta vida
desajustados, atrasados, sem história
aqui, no oeste longe, não tem lugar
pra essa gente que sofre e chora
no escuro do salão de bar.

Aqui no Oeste queima sol o tempo todo
e a gente finge rir como o diabo
mas chora feito Deus ao ver o ódio
– O Oeste é o fim do mundo.

Pseudônimo: O Matemático
Título: Homem ao acaso

Eu, vinte e um anos,
homem direito,
não formado,
sem dinheiro,
mas de boa família,
venho estufar o peito
e bater com força nos pulmões
a mão em concha
pra vos dizer que tenho medo.
E se o passo acelero,
procurando atravessar
os quilômetros que me separam
do futuro,
é porque busco
a esperança que não encontro
hoje;
eu, cidadão brasileiro,
desarmado, descrente, desesperançoso,
e tantos outros "des",
assim como tu,
luto pela paz e igualdade,
movido unicamente por um coração
e uma alma,
que há de se questionar se existe,
munida de coragem e energia
que me sobrou da última refeição;
eu, assim como tu,
ando estressado, cheio de contas pra pagar,
com um terno escuro
num calor intenso de quarenta graus,
porque sou homem sério
e sei que a impressão primeira
é a que fica, e como vós,
preciso me curvar ao poderio
do mundo,
mesmo no verão,
mesmo encharcando o terno
com gotas de suor e sacrifício,
porque meu filho,
assim como os vossos,
não se contenta com uma pipa,
ou um carrinho ou um pião,
e minha casa precisa de móveis,
luz e pão;
eu, universitário,
pacífico, morador da Zona Norte,
assim como vós,
não entendo a vida,
mas sigo por instinto
a pressão de ser alguém,
seja qual for o sentido;
porque eu,
homem de vinte e um anos
e um sonho de justiça,
estou aqui, como vós,
por um mero acaso
e agradeço pela chance
de estar vivo.


Pseudônimo: Rachel Martin
Título: Metrópole através da janela

O que você vê
quando olha para o horizonte?

Você vê o que ali está ou o que gostaria que estivesse?
Você vê as grades na janela ou enxerga além delas?
Você vê o mar ainda que esteja bloqueado?
Você vê as gaivotas e ignora o lixão?

Você vê os cães vadios vagando pela rua?
Você vê o mendigo morto de frio no chão?
Você vê as crianças abandonadas e sem futuro?
Você vê os prédios que violam o céu?
Você vê a núvem negra que bloqueia o sol?
Você vê o estupro que ocorre no beco?
Você vê o farmacêutico sangrando na calçada?
Você vê a prostituta-menina chapada e alheia ao mundo?
Ou você vê só riqueza e progresso?

Você ignora o que vê porque não pode suportar
as atrocidades que estão diante de seus olhos?
Ou você nem olha pela janela
para não ser visto pelo outro lado?

O que você ouve
quando abre a janela?

Você ouve sons reais ou os que gostaria de ouvir?
Você ouve o cantar de pássaros que não estão lá?
Você ouve o riso de crianças que não têm motivos para se alegrar?
Você ouve o som do silêncio através da poluição sonora?

Você ouve os gritos por socorro e a sirene da polícia?
Você ouve a criança que chora pela mãe que não conheceu?
Você ouve os tiros e pensa em quem foi atingido?
Você ouve a voz que pede por trocados?
Você ouve os sons dos carros que trancam o trânsito?
Você ouve os gritos do marido que bate na esposa?
Você ouve o choro da criança abusada em segredo?
Você ouve o coração hipertenso se aproximando da última batida?
Ou você só ouve o som do desenvolvimento?

Você ignora o que ouve porque não pode suportar
o horror que tais sons despertam?
Ou você nem abre a janela
por medo da bala perdida?

Talvez você não queira ver sua amada metrópole do alto,
através da janela, donde pode julgar
Talvez você nem se aproxime da janela
por medo do que pode encontrar

Pseudônimo: Charles Controle
Título: Lamentos digitais

— Você ainda não comprou o lançamento!?
Lamentos coletivos
aumentam a solidão.

Só lhe dão
felicidade à vista em anúncios,
prenúncios de um novo mundo
em embalagem descartável.
Recital reciclável:
mais um suicídio digital.

Rousseau, meus pêsames,
o Bom Selvagem foi globalizado.
Vive refém de seu irmão:
o Mau Civilizado.

Pseudônimo: Barolo
Título: Por favor, não se esqueça

Coma as peras que deixei na geladeira.
São tuas, comprei-as pra ti.
Sinto pela casa desarrumada,
Pela mesa posta às pressas,
Pela falta do adoçante,
Por minha ausência.

A saudade me pesa,
A solidão me pesa,
Mas o dia já acaba
Antes de nascer.

Ligo do hotel assim que chegar.
Estarei cansada, quase morta.
Sinto deixar somente peras

E não descascá-las
E não dividi
-las.
Sinto ser assim.

Coma as peras,
Não se esqueça
E tenha contigo
Um bocado de mim.

Pseudônimo: Diego Duá
Título: Check List

Acordar bem cedo,
Maquinar idéias,
Maquiar meu medo,
Mexer em colméias,
Escrever o enredo
Das vãs odisséias
Que de tempo em tempo
Tenho de abortar.
Engolir aos poucos
As minhas groselhas,
Que também sou gente,
Tenho de falhar.
Vasculhar meu lixo,
Minhas histórias velhas,
Que também sou bicho,
Tenho de rosnar.
Tenho que, aos poucos,
Deixar de ser louco.
E, em outros poucos,
Tenho de voltar.
Tenho de, aos poucos,
Esquecer o sufoco.
Que também sou gente...
Quero respirar.
E depois de tudo
Vou dormir um pouco,
Vou sonhar meus sonhos
E vou acordar...


Pseudônimo: Urbanoide Lírico
Título: Noturno de Rua

Vagueio
no silêncio morto
             das ruas mortas
entre casas escuras
entre vidas escuras
entre sentimentos
             banidos
             e desmistificados

o silêncio me invade
(e eu me transformo
             numa dessas ruas)

o silêncio está nos homens

somos, todos, ruas
              noturnas e desertas

Pseudônimo: Sabiá Duqueza
Título: Entre vermes e camélias

Hoje morro
Amanhã me enterram
E assim me fazem como se faz com todo homem da terra:

Esquálida matéria a fenecer ordinariamente
                           entre vermes e camélias.

Tal como a noite que se rompe!
Tal como a arte que se exprime!

Triste a ter de morrer assim
Sem ao menos ter sabido quem eu era
Vou procurar no silêncio destas horas
                                    tudo aquilo que ora fui e que não era.

A vagar assim irremediavelmente para a estrada do nada
Recordo todo o meu passado escoado
E neste recordar-se sinto a soprar-se em mim algo
Profuso porém necessário.

O passado num passe escorre sobre os confusos
                                 corredores do meu presente
                                  e na minha retina se aloja!

Sinto que o presente me escorre pelos olhos.
Grave, contenho. Mas a luta é desigual.

E luto! Desesperadamente luto
Entre rotinas e tarefas diárias
Entre laudos e arquivos clínicos
Entre porres e turvos edifícios
Entre semáforos e viadutos

Entre amigos e públicos devaneios

Luto como a cidade desolada
Ante o massacre do inimigo
Ante o holocausto inevitável... E não obstante... Desisto?

Se lutei, se bradei
Se no intimo dos sonhos fui grande, heróico, poeta,
Em vida, pois, não passei de uma trágica comédia:
submisso, funcionário, quieto.

Se em vida eu fosse ao menos metade do que fui
Por dentro, não seria acaso eu mais interessante?
Em versos quis cantar a vida e tudo que é fruto dela
Mas em vida cantei, porém, o absurdo e a miséria
De um coração alheio a ela.

E na lida da vida, perdi?

Mas foram tantas as alegrias!
Tantas a me sorrirem seu riso!
Tantas a me abrirem as portas,
A convidar-me a entrar no rito, dizendo-me:

Entre!

E entrei:

e amores eu vivi
e amigos eu cantei
e amores vi parti
e logo outros eu ganhei

e entre dezembros e maios e fevereiros amei.
Crédulo no amanhã
                   Acordei
E no papel desenhei nova camélia.
 
Pseudônimo: Sara Trouble
Título: Instante

... e o sol se pôs
Tão bonito,
Tão de repente
Em minhas mãos
Repousam quietos
Os últimos segundos
Do dia.
Me escapam
Antes que eu perceba.
Não há nada
Que eu possa fazer.
As cores apagaram
E tudo era escuridão...


TEMA: POESIA DE CUNHO SOCIAL




Pseudônimo: FlorDensa
Título: Como Se Diz "Eu Te Amo Em Curdo"?

Como se diz "eu te amo" em curdo?
Eu tive uma idéia e joguei no Google
Meu sonho distante, enfrenta com armas
A fome e o descaso
A fumaça do meu cigarro
Flutua pelo céu azul
Entre prédios
Dança com seus véus
Cobrindo com um Niqad
As cabeças cheias de mistérios
Eros e Tanus caminham
Ao meu lado
E um Djin
Me sorri de olhos flamejando
O mundo não é mais o mesmo
Mais de um mundo que seja
Do outro lado do mundo
Estou viva ainda, sou adulta
O saber ent
re mais que o sobrar

Pseudônimo: Allived
Título: Tempos Raros

Houve um tempo em que,
O homem orgulhava-se
Em ser chefe de família
Labutava, porém sorria
Garantindo o pão nosso de cada dia.

Houve um tempo em que,
A dignidade espalhava-se
Pelo impulso da alegria
Buscando a intensidade do amor
Na simplicidade da ingênua utopia.

Houve um tempo em que,
Selar um acordo dispensava assinatura
Palavra simples definia
Inquestionável caráter e postura.

Houve um tempo em que,
Ser bom era qualidade
Que o respeito valia
O amor vivia
Nenhum ser se omitia
E os sonhos aconteciam.

Difícil acreditar que,
Existiram tempos tão raros
Que definiam nossa nobreza,
Pois, achar tais essências nos é hoje
Tão caro...e,
Em tempos de tantas incertezas
Não ouso falar, apenas me calo.

Pseudônimo: Dersu Uzala
Título: Noticiário

um menino de nove anos
assassinado em um ponto de ônibus
na cidade de São Paulo

não alterou o cotidiano
não adiou as reuniões
de negócios
os almoços executivos
as exportações
do país

um menino de nove anos
assassinado a caminho
da escola

os sindicatos não convocaram greves
de repudio
os políticos não discursaram
do picadeiro camerístico
a população não se comoveu
tantos meninos mortos
todos os dias
as autoridades competentes
não se manifestaram

um menino de nove anos
assassinado em uma rua
da maior cidade
do país

não derrubou a cotação
do dólar
não fechou a bolsa
de valores
não baixou a taxa
de juros
não paralisou as operações
dos mercados de commodities

um menino de nove anos
assassinado no meio
do tiroteio

não causou comoção nacional
diluído nas manchetes
de outros crimes
de tragédias anunciadas
será mais um nome
mais um número.

Pseudônimo: Aprendiz
Título: Ciente

Comovo-me pelo que me movo,
Se mostro luto é porque já lutei,
O omisso e mudo nada muda,
Na indiferença sempre igual, não me conformei.

Filho de um país sem pais,
Na fila das almas à procura de paz,
Na fuga do fogo pro afago,
Na luta da gota de lágrima que disparo.

Insubordinado ao suborno,
Meus princípios me elegem,
Os cansados me detestam,
Os opostos me perseguem.

A beleza da mentira é ilusão,
O desejo do erro arrependido é o perdão,
Pra quem teme o tremor,
Pra quem ainda toma posse do amor.

Intimo os desafios,
As dores que a vida entoa,
Mesmo sabendo que quem mais se dói
É aquele que mais se doa.

Eu sou a vitória do voto vencido,
Sou a altura do queixo erguido,
E quanto aos intérpretes da imortal corrupção,
Esqueçam, a mim, eles nunca terão.

Intenção de habitar os outros,
Frustração de habituar poucos,
Volto para o alto da minha pessoa, enfim,
Autodescoberta do que já sei que há em mim.

Não há preço que peço,
Nem peso dos valores que meço,
Os deveres não são comprados,
A consciência é que os cobra.

Pra me livrar das farsas
Corro sem freio,
Abismo à vista,
Ou caio ou crio asas.

Pseudônimo: Dom
Título: Me demito!

Me demito
Medo não é mito
deu-se a desgraça
Troco poesia por qualquer serviço
Até componho jingles para vereador,
odes a x-burgers,
propaganda de papel higiênico
Pra poder limpar a bunda
De quem nem consciência tem mais

Para ousar saber
Que o 'fast'
à
s vezes só nos 'food'
E que o hilário
Pode ser muito desastroso...

Pseudônimo: Matilde Daruné
Título: Corpos Velados

Todos os dias a favela vela
Os corpos na vala
Que são de quem fala
Aquilo que se quer calar

A vela acesa
Revela uma vida apagada
Uma vida levada
De forma velada
Cálice que não se cala

No asfalto falta agir
A girar, o mundo segue em silêncio
Asfaltando nossas vidas
Sepultando nossos sonhos
E o que era para se tornar concreto
Fora acimentado, debaixo do concreto
Sonho não concretizado,
E sim concretado
Pelo asfalto frio e acinzentado
Que de tanto... apaga a vela.

Cinza: mistura de rubro e negro
Sangue de preto
Que escorre do alto

A chama se vai
E ficam as cinzas
Cinzas que asfaltam a cidade.

Pseudônimo: Nando Meikoloski
Título: Laurel ao visionário torto

Às tuas sandices –
outrora mal vistas
por velhas beatas
e membros do clero
– eu presto homenagem,
com todo o respeito
e com todo o zelo
do meu coração.

E as tuas gírias –
outrora só ditas
por loucos andejos
e vis vagabundos
– agora eu insisto
que sejam revistas.
Serão incluídas
no meu dicionário.

Teus atos insanos –
outrora coibidos
qual fossem maus modos
e temeridades
– já todos me inspiram,
em seus pormenores,
e elevo-os ao pódio
de gestos heroicos.

Pseudônimo: Venusiana
Título: Retocaram D’Beauvoir



Houve um tempo em que nós éramos deusas;
Então eles nos transformaram em bruxas.


Eu que não sou bicho, nem nada
Fui relegada à cozinha,
a dar crias,
Feito um animal
de dentes contados

Eu que sou gente,
Virei coisa Vendável,
Oferecível
nas bancas de jornais

Eu que já fui livre
Tenho que ser pura
modesta e burra
Para ser amada

Retocaram as coxas de D’Beauvoir
Nem D’Beauvoir escapa
Eles retocaram a bunda de D’Beauvoir
Nem eu, nem você,
Nenhuma de nós escapa.

Pseudônimo: Manoel Helder
Título: Ofício de Quixotes

Aos que vendem a fome
e os malabares
nos ombros de um amigo;
às cinderelas de rua
sem cristais nos pés;
aos que beiram abismos
com intenção de voo
a cada dia;
aos suicidas
pendurados na dor
nó na garganta.
Aos órfãos de vida
eu deixo o fogo, expelido
da garganta dos moinhos
pra que confundam a poesia
com mil dragões adestrados.

Pseudônimo: Olívia
Título: Sentimento Perene

Sinto o desespero que corre pelo mundo,
a humilhação do pobre, sem esperança,
e o sorriso que foge do rosto da criança.

Sinto o poder a controlar o pensamento
que definha até ser um moribundo
e, de alma encolhida, procura alento
na contemplação dum altar de igreja.

Sinto a prostituta vender-se pelo dinheiro
que comprará o leite ao filho que implora
um pouco do calor da mãe, e que a deseja
para apertá-lo, no peito, o dia inteiro.

Sinto o pai, sem trabalho, que já chora
por um pedaço apenas de pão duro,
ou pela maçã podre que se deita fora.

Sinto o homem corrompido pelo poder,
que lhe enegrece a alma, ainda mais,
não seguir a luz, guiar-se pelo escuro,
supondo que o auge não findará jamais.

Sinto o sem abrigo sem regeneração
que, sem amor próprio, busca compaixão
e recusa o regresso que lhe é dado.

Sinto a lei feita por interesse pessoal
que torna o marginal sempre mais ousado
e o rico e poderoso ladrão sem risco.

Sinto o governante que governa mal
na incessante busca de qualquer provento,
usar, a seu prazer, os poderes do fisco,
para gerir valores a seu bel contento.

Sinto o mundo em convulsões, em guerra,
Que se perdeu o amor que havia à terra,
Que o auxílio, a ajuda é, hoje, letra morta
E até já não se atende quem bate à porta.

Sinto que não vejo um só rosto sorrir,
pelos caminhos só existem escolhos,
já não sinto a luzinha brilhar nos olhos,
e até sinto que já não posso mais sentir.

Pseudônimo: Pedro Andreatto
Título: Fotografia da tarde


mexe
re-
mexe no
lixo

cheio de  animo-
sidade,
...vai

repleto de
res-
tos
quali-
ficados
os dejetos
des(u)manos
carre-
gado(s)

no saco, deposita a
adver-
sidade

não  é lixo:
é luxo, nece-
(s)sidade básica

- aqui, é trágico,
ali,
estratégia;
revira-
volta
cri- a- tividade

re-
penso
no seio materno:
na cria perdida
na vida bandida

na vida des-
pedida
daquele pobre
‘animal’
que

ali,

vai...


Pseudônimo: Jean Jacques
Título: À Castro Alves

Nesses navios de pele negra, branca,
Fria pele, áspera...
Nesses navios...
Substrução corroída!
Nesses navios negreiros multicoloridos
Que navegam pela vala da indiferença
E da miséria,
Aportando nas margens da desesperança,
Recrutando guetos e senzalas...

Nesses navios de pele mulata, amarela,
Gélida pele, árida...
Nesses navios...
Telha-vã apedrejada!
Nesses navios fantasmas que navegam
Como se o passado
Não passasse de meia hora,
Como se o chicote ainda fosse ao céu
E caísse como um raio na alma,
Como se fizéssemos papel higiênico
Das áureas leis da República...

Nesses navios...
Versos de Castro ainda escorrem em sangue,
Ainda vivem...
No tronco, nas lágrimas,
Nas costas putrefatas, na dor tatuada...
Nesses navios...
Mil anos passam sob mil noites...
Açoite, açoite, açoite cruel!
As ruas viram senzalas...
“Dá indiferença!”,
“Cinquenta chibatadas!”...
E o céu, à noite, sem luminosa,
Reflete a atualidade em essência,
Almas escuras, verdade tão clara...

Pseudônimo: José Maria
Título: Passos Curtos

Falam, mas falam demais.
Não sabem de mim tão a fundo
Não sabem se tenho motivos
Por mais que pareça absurdo!

Amor?
Eu já não mais consumo
Ele tem de ser gratuito
E eu preciso de vários trocados
Pra manter-me de pé neste mundo

Brincar?
Eu já não mais costumo
Mas sou o brinquedo de muitos
É roubo!
Sei que não é justo
Mas deixo...
Não vejo outro rumo

Rumo de passos cada vez mais curtos
O destino é como se vê
Em cima das mesmas calçadas
Dormindo
Acordado
Devendo
Somente esperando morrer.


Pseudônimo: Lituma
Título: Jogos Vorazes

Números e metas:
reuniões secretas,
homens de preto,
planos perfeitos…

FMI, Banco Mundial:
Crise estrutural,
local, global…
(E o normal
é espalhar o caos
em favor do Capital!)

A ordem econômica
agora é a do medo:
de um país sem empregos
e de crianças sem o pão…
Mas, ainda assim,
grita o especialista:
Viva a Indexação!

Ó monstro financeiro,
por que a tudo devoras?
engolindo cifras,
arrotando glórias…
Para, em seguida –
que horror! –,
cuspir os ossos
do trabalhador.

Pseudônimo: Índio
Título: Liminar

Vamos, vamos, vamos
O tempo é curto e a distância é a longa.
Movimentem-se, movimentem-se
Já chegam e podem irritar-se
Que não nos vejam aqui.
Ninguém nos autorizou, lembrem-se.
Eles quem sabe o fizessem,
Mas hoje não será o nosso dia.
Adiem essa permanência, digam adeus,
Desconfortável adeus.
Os donos estão vindo e as nossas terras
Não são mais as que eram ontem.
Ficamos assim, ao alcance de suas decisões,
De suas mãos pesadas, de suas botas, de seu riso de escárnio.
Movimentem-se, vamos, vamos.
Ficar? Tem certeza?
Não, melhor não.
Estas terras não são mais nossas,
Seus donos alegam retorno, estorno, estorvo.
Somos estorvo, ocupantes impróprios
Nada para se preocupar.
Como disse, é melhor ir, é melhor.
Lá chegam à vista as primeiras botas raivosas
Desocupando o que estava bem ocupado.
Somos lembranças, somos passado.
O futuro a outros pretence.
A terra, como disse alguém,
A outros, justos ou não, pertence
E deles será a herança.
A nós?
Sem casa, sem caminho, sem nada
Que reste um pouco de resto, desocupação, invasão, fuga.
A nós, tomara, que sobre um pedaço de esperança
Em outra margem, em outro ponto distante.

Pseudônimo: Sol
Título: Corda Bamba

Prefiro,

viver na  corda bamba
na emoção de cada passo

correndo o risco de   e   s   p   a   t   i   f   a   r  – m   e.

A fazer parte de um grupo

que usa a corda como forca.

Para aqueles que acreditam

que não tem escolha.

Pseudônimo: João da Prata
Título: Chaves fora

Parem tudo, tudo mesmo.
As eternas campanhas eleitorais e eleitoreiras,
As Bolsas de Valores, os grampos e a inflação.
O MST, a Reforma Agrária e as CPIs.
Esqueçam até da Fernanda Montenegro.
Parem prosadores e poetas,
Pixadores e flanelinhas,
Dançarinos de tangos e de funks,
Traidores e traídos,
Parem tudo, tudo,
Até o amor...  até o amor.
Porque estão falsificando remédios,
Para doentes com câncer.
Parem tudo e punam, sumariamente.
Prendam e sem canganchas jurídicas,
Enjaulem 
E joguem as chaves fora.

Pseudônimo: A.S.M Spindler
Título: Sobre o andar da poesia

A poesia anda de ônibus,
ou mesmo a pé...
nunca vai de avião!
falta humanidade lá em cima,
toda-via... sobra divindade.

Poesia é olhar pra lá dos dedos...

Pseudônimo: Maria Flor
Título: Cegueira nossa de todos os dias

Despida bruscamente do sagrado
Investida de direitos apropriados
Deixei de enxergar o que não queria
E, me perdi nas linhas emaranhadas
De um trem que consome
A crença, a decência  e o homem

Cegos, somos todos,
Tateando na neblina esbranquiçada
Da ignorância covarde
De homens que devoram os seus iguais
Iguais a tantos outros animais.

Ao retirar o meu véu
Olhei bem no olho da rua
Vi em becos imundos e vielas escuras
Um amontoado de crianças
Berço no banco do jardim
-“Moça paga um lanche pra mim”
O pão
A fome
A paternidade sem nome
O sonho longe do sim

Ao retirar o meu véu
O  futuro sedento e homens famintos
Estavam ali
Miseravelmente inscritos
Numa lista sem fim

Despida bruscamente do sagrado
Investida de direitos apropriados
Ceguei-me.

TEMA: A PROSTITUTA



Pseudônimo: Marechal Delano
Titulo: próximo nível

Fenda entre as pernas
Álcool, drogas e tostões
Centímetros às vezes contam
Outras vezes, não!

Viste-a?
Ei-la ali
Heroína sexual
Na esquina habitual

Se pariu no ócio
Nos recreios
Nas ausências dos pais  
Se calhar na esquina

Agora escrava
Sozinha
De si mesma, Patroa  
E foder pra si significa investir.  


Pseudônimo: Ganglamne
Título: Um contrato de amor infinito

Suplico  com consonantes murmúrios
À mulher que em minha cama dorme
Que não desperte e que não se isole
Pois as horas morrem gerando  juros
O ônibus segue lotado de vagamundos
E  tudo festeja  quando seu quadril se move.

Imploro com os meus cílios caídos
Às suas costas de amor assanhado
Que conquiste os meus predicados
Aos seus ternos olhos rendidos
Prostitua-me a tirar-lhe o vestido
E assopre-me em seu quente pecado.

Minha dama cumpre tão bem seu ofício
Agrada o meu faro virgem e sem senso
Que faz do amor um ato cru e intenso
Libertando-nos desse imundo chão fictício
Lançando-a em um inverso precipício
E abraçando juntos um novo céu suspenso.

Noites virão como essa, em que a rua e os ladrões
A tomarão impiedosamente de mim
Trazendo à minha imaterial meretriz o fim.
Como o tempo das dores e das maiores privações
Eu buscarei por todas as antigas e inviáveis soluções
Até perceber que amores pagos sempre terminam assim.

Pseudônimo: Márcia Montenegro
Título: Trilili: Relatos de Lili Jovino, uma garota de programa

I. A Vaca Loira

Soube que me chamaram de vaca,
mas não mujo,
não rumino,
nem tenho chifres.

Sob a luz do poste da esquina,
sou apenas funcionária de RH:
faço tudo
(sem reclamar).

Lembro-me de um patrão
— um em especial —
que não me marcou pelos cabelos à altura do ombro;
ele tinha outra coisa mais comprida que o cabelo.

A braguilha dele, minha janela de drive-thru,
a batatinha já apontando para fora,
sal e ketchup naturais,
e eu prestes a abocanhá-la.

Longe de ser um filho de cabeleireiro
por causa de sua quantia capilar:
o volume de baixo — o mesmo de cima;
o loiro de cima — o mesmo de baixo.

Madrugada chegando,
um leitinho morno antes de dormir.
Ele era a vaca!
Eu... apenas uma funcionária de RH.


II. Falando Várias Línguas

Atriz
-teza tomava-lhe o coração.

Era protagonista de seu próprio espetáculo,
mas queria mais:
fazer participações especiais.

Veio até mim,
o sorriso de metal,
o aparelho sem banda.
Decerto a dentista percebera
que as bandas ela já tinha,
lhe faltava apenas o ferro.

Procurou a mim
porque estava cansada de atuar em peças normais.
Queria algo bilíngue...
talvez até mesmo trilíngue!

Dois corpos nus,
meu Pão de Açúcar simétrico fazia cócegas no dela
     doce
             sensação
                           
                                                 arrepiante.

Uma abaixadinha,
e minha boca experimentou
seu quitute cenográfico.

Ouvi um gritinho,
sabia que seu dedo do pé já estava dormente.
Nessa cena poliglota,
fiz com que as línguas se entendessem.

III. Apetite Sexual

Gordinhos não são tão sexy,
mas se têm dinheiro
são tão gostosos.

Vários palmos de altura,
bateu palmas quando me viu
através dos óculos fofos
que trazia na cara fofa.

Dobradinha,
frango assado,
leitoa de Natal.
Ele tinha um apetite alucinante
— para todas as posições.

Prensando-me contra a parede,
tentou fazer um sanduíche.
Ainda consegui lhe oferecer um salgadinho macio
e ele me retribuiu com calda de leite condensado.

Não parou por aí!
Quis chupar um picolé,
com sabor de Lili,
e depois me fez lamber
toda a parte caramelizada da sua maçã do amor.

Após uma noite exaustiva para mim,
prazerosa para ele,
fiquei com a sensação de que algo permanecia introduzido em mim.
Mesmo assim, sorri quando ele foi embora
sem os óculos.

Pseudônimo: G.D
Título: In-Putar

Observo
a palavra p-r-o-s-t-i-t-u-t-a ,
se exibindo no poema,
Indo e vindo entre os parágrafos, arrancando exclamação
das vírgulas e hieróglifos _!_ ;
Excita o ponto interrogação (-Quem é?);
pula no colo do sujeito,
não possui predicado algum,
Faz do espaço vazio leito, desconstruindo a sintaxe,  σύνταξις
>>> disposta,
disputa;
Diz, puta<<<
O poeta se pergunta :
Quanto + custa * uma – noite /
sincera (c.o-m) =
a R$ PA. LAV, RA prostituta?


Pseudônimo: Lune
Título: Dez unhas rosa-shocking e uma língua violácea
  
dez unhas rosa-shocking
arranhando a parede muda
do viaduto
descascadas
desfolhadas
pelo detergente de maçã
que desinfeta de dia
na pia
a louça trincada
a panela encardida

cinco unhas rosa-shocking
espremendo o sêmen fácil
do freguês sem nome
apressadas
empurradas
pela urgência de outros pênis
que aguardam
na fila
a boca depravada
a bunda consentida

dez unhas rosa-shocking
alisando a dor da valentia
do cafetão sem lucro
meladas
suadas
pelo ofício da mão constante
que enfia
no peito fake
20 pratas de um mico-leão
10 paus de um boquete chucro

dez unhas rosa-shocking e uma língua violácea
fedendo a saliva suja
do sexo sem coffee break
corrompidas
protegidas
pela gilete enferrujada
que salta
das pregas fundas
na veia de quem não paga
no pulso de quem já pagou.

Pseudônimo: Beatriz
Título: Pontual

Fui criada para ponto
Ponto em cruz
Ponto de bala
Cozinha e costura: relógio de ponto
E eu me mantinha trancada.

Um dia ouvi um ponto
Ponto riscado
Ponto cantado
E a pomba marcou ponto na minha vida-encruzilhada.

Hoje não dou ponto sem nó
E, botando os pontos nos ii,
Ponho o ponto final.
Saio bem tarde
Camuflando a cicatriz dos pontos que levei.
Vou pra vida
Vou pra esquina
Onde à noite faço ponto.

Pseudônimo: Victorio
Título: Amantes

Finda o dia e já 'scurece...
Horas vespertinas em que divago
no meu leito inda sem flores.
Estou lúcido e tu me apareces
esfusiante, altiva, soberba,
escancarando as brancas cortinas
e estendendo-me teus longos braços...
Espera! Espera! que a dor não carrego
e ainda há dia em minha vida.
Minha mente está caduca
e vazio é o saco escrotal das minhas palavras.
Quisera ejaculá-las todas, aos borbotões,
em tua página vermelha e negra...
Ah! Se não fosses infecunda!
Transformar-te-ias com a maternidade.
Reagirei, ó Dona Morte, Viúva Triste, Mulher Fatal!
E incutirei em tuas veias os versos deste poema,
marcapasso do meu coração.
Senhora das esquinas, das vielas, dos becos,
desposaste Mallarmé, Camões, Bilac...
Não te contentas?
A mim, hás de ler-me vivo!
Ninguém é totalmente insensível à Poesia.
Assim, absorta em ouvir-me, enamorada,
amar-te-ei no ocaso e, antes que anoiteça,
tendo-te aos meus pés, exausta e subjugada,
de posse do teu segredo e em prol da Vida,
matar-te-ei, ó Dona Morte! 


Pseudônimo: Per-Verso
Título: A Mariposa

A Mariposa sob a luz do poste espera porra
Qualquer porra que forre as tripas até o reto
Saltos altos, assaltos, sobressaltos, a glande toca o palato
Os lençóis fedem a fumo e a sexo mal lavado, mas ninguém fica incomodado.
No mundo imundo da puta, não há sutileza, todos os descaminhos levam as mucosas.
Atrocidade, atroz cidade, trêmula carne. O que fazer, se não há prazer? Ninguém liga.
Se tudo é representado, Aqui só se chora pelo leite não derramado.

Pseudônimo: Anna Lisboa
Título: Hímen se dão

Ai dessa diaba que morreu na rua
Ela à meia-noite, eu amei o dia
Uma vez negava, outra vez vadia
Ai, pobre mulher que eu mordia crua

Era Julieta, ou talvez Maria
Nunca se despia antes da oração
Vezes se culpava, tantas outras não
Mais que maltratasse, bem que me fazia

Beijei boca dela de raça perdida
Cuspi na calçada anágua benzida
Era santa essa puta que não me pariu

Luz da minha sombra, hímen que partiu
Lambi o perfume, ungi a comida
Gritei por seu nome, cadáver sorriu.

(Vaia prostituta sangrar mais um cio)

Pseudônimo: Matheus Simões
Título: Quase um filho da puta

Que saudades tenho
dos meus dias de glória,
Da minha única vitória
Corrida.

Cresci lentamente, filosofei só,
essa esfera é o único lugar existente?
Depois de algum tempo, fui notado;
acho que meus chutes devem ter ajudado
Então ela parou de cavalgar.

De olhos ainda cerrados
Vi a luz
O reluzir da lâmina
Que veio cortante,
Agressiva.

E esta foi minha trajetória de vida:
Ser um deslize, 
afinal, com tanto lubrificante,
difícil não deslizar...
Minha missão?
Fazer uma cicatriz,
pra que essa marca incômoda
barateasse ainda mais 
a puta.

Hoje ela voltou a cavalgar,
mas não houve falsos vencedores.
Hoje todos pararam na boca,
se misturando com a saliva,
Clareando aqueles dentes amarelos
que um dia essa puta há de perder.

"Corpos... Eu não sou um animal.
Mamãe... Eu não sou um aborto"



TEMA: PARAFILIA



Pseudônimo: Lilith
Título: Snuff Poem

Sua câmera on me
Realidade fantástica
Vestida em pêlos hardcore
Para matar (ou morrer)

Com mordidas ferozes
Ecoam nossas vozes
Gritos pornográficos
Impropérios cenográficos
Sua língua em projeção
Digere meus peitos em partes
Sua boca vermelhidão
Morde meu corpo em sangue

A cena em suspensão
Meu pescoço em suas mãos
Minha pele, pele do seu chão (pisa)
O público reprisa
Em última tomada
La pétite morte
Meu corpo em off

Gozei ou morri?

Pseudônimo: Maria Miranda
Título: (O)Culto

Mais forte mais alto mais denso mais firme
Morde grita agarra arranha
Me come, mas depois cospe
Porque eu não sou da sua laia

Se exibe se corta se expõe se farta
Arranca com a boca o que não cabe na alma
Dá, mas pega de volta
Porque eu só quero emprestado

Desfila desperta instiga externa
Atende a libido e esquece do resto
Come a carne e chupa o osso 
Engole a fruta até o caroço

O que é do homem o bicho não come
mas hei de lamber até o tacho

Pseudônimo: Luiz da Guia
Título: Pés à cabeça

O que entre nós predomina
Se me arrasto a teus pés
Te lambo o calcanhar
Mordo justo o tendão

Me perdoe,
Por manter tal conduta
Ao pé, o sapato cabia
E eu, como qualquer vadia
Entregava-me aos dedos, qual puta

Minha lógica, pouco comum
Improvável ao homem direito
Ter nos pés o calor do desejo
E nos dedos, fagulhas de afeto
Cavidades, plantas, forma, cheiro
O tesão, qual espera de um feto

Nos pés se escondem alguns segredos
Que talvez tu desconheças
Quando o outro enfim se aproxima
A imagem se inverte lá de cima:

- Cabeça aos pés?
[não]
- Pés à cabeça!

&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&


E então? O que acharam? Surgiu um favorito?

Opinem!

Obrigado pela leitura.

Até os resultados, na próxima segunda-feira!

72 comentários:

Anônimo disse...

Eca!

Tem até poeta (Celacanto, em 'Angústia') copiando pensamento de Leonardo Da Vinci* (um asterisco* fica bem). Sem a menor originalidade ou referência. Se ainda fosse um poema grande, até caberia uma referência assim. Mas num 'poemeto' de 7 linhas é complicado. Ainda mais sem referência alguma.

*"A simplicidade é o último grau de sofisticação" (Leonardo Da Vinci).

tsc, tsc, tsc...

Anônimo disse...

Pelo o q li desses pintou campeão - François Marie.

Sérgio.

Pitaconildo da Silvia disse...

Nossa, desta vez temos muitas poesias bem gigantescas, hein!Algumas até parecem mais de uma, ficando sem solução e um tanto quanto confusas. Por outro lado, a qualidade de muitas parece ter superado o apresentado na primeira fase!! Acho que vou ter que dividir meus preferidos por temática tb, mas preciso de mais tempo para dar meus pitacos. Parabéns!!

Ivy Gomide disse...

Adorei este poema:

Quando nos olhos não há cabimento

Anônimo disse...

Odiei aquele In-Putar, mas em compensação, adorei a poesia Um Contrato de Amor Finito. Dentre as do tema A Prostituta é, sem dúvidas, a melhor.

Anônimo disse...

por tema:

Francisco Novaes e Silva foi o único bom da gota. E foi maravilhoso: já está dentro. Na efemeridade da vida, só Efêmera e Pedritta decolam. A comida só dá François Marie (que também deve ter entrado). Na infância, melhores oportunidades de encontro poético - melhor tema pra trabalhar, na memória: Sereníssima, Moline, Esteves, Pietro (que desdobra François Marie!), R. Days, Baixinha, Gaspar, Machado Quintana, Gzin --> vão ter todos que se estapear pra ficar; todos não ficam não, mas são bons. Na literatura, Tonico, Charles Controle, Diego e Sara. No cunho social, Flordensa, Dersu, Aprendiz, Dom, Venusiana, Manoel, Pedro, Lituma e Sol. Prostituta: Ganglamne, Beatriz, Per-Verso e Anna. Parafilia: Lilith.

Pelas minhas contas: 31!
E só podem entrar 30... tiro então a Lilith.

Por mim já fechou. Temos 30.

Anônimo

Anônimo disse...

Eita rs que essas prostitutas (adoooro esse tema)tao nota 10! Vou com o ultimo anonimo: Ganglamne, Beatriz, Per-Verso e Anna!!!!! DEMAIS!

Classificado disse...

Estou aí entre os 90.
Mesmo não passando pra terceira fase, já estou muito feliz.

Fazia algum tempo que eu não lia poesias e as discutia (ou assisto as discussões por outras pessoas)

Esse concurso tá ótimo,
atingindo seus objetivos.

Mas eu quero ir pra próxima fase, no meu caso, eu bolei um poema inédito para o concurso, com a temática. Espero que ele me leve a 3ª fase!

P.S.: não li todos, mas gostei muito do "Peristáltica ilusão", que poderia tanto ser da categoria da comida, quando da de cunho social.
P.S.2: "Peristáltica ilusão" não é o meu poema.
:p

Anônimo disse...

Poeta de In-Putar, tenho que concordar em termos com o anônimo das 17:23. Entendi sua intenção, mas acho que vc se arriscou demais e passou do ponto. Desculpe!
A meu ver tb, os temas mais explorados foram os menos explorados.

Anônimo disse...

Gostei de Um contrato de amor infinito, Pontual e (O)Culto. Temas mais complexos e muito bem explorados.

Angel disse...

Li os poemas um por um e estao todos de parabens, claro! Mas os meus preferidos sao: Gota: Sundance e Mari Farias.
Imortalidade da alma: Efêmera. A infancia: Sereníssima, R. Days e Machado Quintana. A angustia do homem da cidade grande:
O Matemático e Barolo (esse ultimo eu amei!). Poesia de cunho social: Dom, Nando Meikoloski, A.S.M Spindler e Maria Flor
(adooro a Maria Flor). A prostitua: Marechal Delano, G.D (discordando de outros comentarios, gostei da ousadia dele), Lune,
Per-Verso e Anna Lisboa (maravilhosa novamente! nota mil pra ela!! Anna Lisboa foi um verdadeiro camaleao da primeira pra
segunda fase). Parafilia: Lilith.

Celso disse...

Gostei muito dessa fase. A diversidade de temas, a diversidade de poetas. Gostei principalmente do tema GOTA e do poema SONETO CAINDO EM GOTA, por sua capacidade inventar maneira diferente de construir um soneto. Destaco também os poemas do tema A ANGÚSTIA DO HOMEM. O ponto negativo da rodada foram os textos da IMORTALIDADE DA ALMA com seus clichês....

Anônimo disse...

realmente a necessidade é um vicio em cada rua, em cada esquina vemos actrizes, atras de fama, talvez, + essas procuram o sustento pra vida, realmente elas estao sempre atingir um proximo nivel.. Marechal Delano, em pequenas linhas descreveu os caminhos de uma Heroína das noites... Gostei..!!!

Anônimo disse...

altamente Marechal Delano é o kara... gostei, força ai..

Anônimo disse...

nota 10, Proximo Nivel, Marechal Delano

Classificado disse...

Concordo quanto ao G.D,

ele deu uma exagerada no recurso que ele escolheu. A ousadia foi ótima, mas acho que exagerada (talvez ele(a) tenha feito o poema nessa semana, e não teve tempo para lapidar melhor)

Mas acredito que ele possa passar de fase, por potencial e ousadia.

Anônimo disse...

Parabéns a todos os poetas, que vença o melhor

Anônimo disse...

parabéns aos poetas

Renato Porto disse...

Demorei, mas cheguei!
Minha gente, tô até emocionado:

G.D: Gostei MUITO de tua poesia, mas tome cuidado! Não deixe os jurados ficarem em dúvida sobre tua capacidade de elaborar um soneto clássico, por exemplo.

Maria Flor: Quanta docilidade bem escrita! Tua poesia cativa sem fazer força. Bela construção de versos... mais uma vez!!!


Anna Lisboa: Tua transformação me surpreendeu!!! Começo a perceber que você caminha sobre qualquer chão poético. Uma Hímen se dão (que bonito isso) de talento.
Vejo os 3 na próxima fase. Agora, mais do que nunca, estou certo disso.

Renato Porto disse...

E fora meus preferidos:

Lilith: excelente!

Barolo: excelente!

Machado Quintana: excelente!

R. Days: excelente!

Anônimo disse...

Barolo foi msm excelente!
Vivemos na angústia dos sticks pq o esquecimento impera sobre nós.

Gostei mto tbm de François Marie e do bom humor do Trilili.

Anônimo disse...

Olá, pessoal, boa tarde!
As poesias são muito boas, apesar de algumas se perderem na extensão e alguns poetas copiarem descaradamente outros famosos, sem se peocuparem em destacar estas partes. Faltou respeito aos direitos autorais, mas no geral os textos são muito interessantes. Alguns dos meus autores preferidos são: Lilith, R. Days, Barolo, Maria Flor, Anna Lisboa e Victorio, com Amantes: "... Minha mente está caduca e vazio é o saco escrotal das minhas palavras.
Quisera ejaculá-las todas, aos borbotões, em tua página vermelha e negra... Ah! Se não fosses infecunda! Transformar-te-ias com a maternidade.
... desposaste Mallarmé, Camões, Bilac... Não te contentas?
A mim, hás de ler-me vivo!"
Desafiar a morte... e desta forma! Um poema original, me arrisco a dizer inédito. Este é um dos meus favoritos dentro do tema A Prostituta. Abraços e boa sorte a todos.

Marcio Lima disse...

Participei dessa fase e gostei muito dessa iniciativa. Tentei criar um poema tão singelo quanto original, tentando ser o mais coerente possível com as orientações do concurso. Parabéns a quem for para a próxima! Quem sabe eu vá!

Pitaconildo da Silvia disse...

Aqui estou \O/.
Acho que nem se faz mais necessário dividir minhas 'amadas' por tema. Vejo que a voz do povo é a voz de Deus. O resto fica por conta dos senhores jurados, muito mais conhecedores que os mortais.
Impossível dizer de qual gostei mais.

Ordem aleatória:

BAROLO

R.DAYS

ANNA LISBOA

PER-VERSO

VICTORIO

MARIA FLOR

MACHADO QUINTANA

LILITH

Lindas de fazer qualquer ateu virar padre.

Anônimo disse...

A primeira poesia da gota, do Frnasciso é linda de mais. Mais, mais. Está cheia de música e significados. Parabéns. Gosto também da Poética, da autora Alice. E da tarde em Riachão, do Esteve. M,uito bom as três vão entrar.

Anônimo disse...

o tal do Marechal Delano entrou com três perfis de anônimo e postou consecutivamente (vide horários) que o poema dele é bom. ha!

Anônimo disse...

Minhas preferidas, por enquanto, são só duas:

A GOTA, do Curinga.
ALICE, do Lobo do Mar.

Mas continuarei lendo. Estou ainda na metade.

Beijinhos pra todos vocês organizadores.

Classificado disse...

Antes eu entrava no pc depois do trabalho, ia ler notícias, email, twitter...

Agora venho aqui primeiro ler as opiniões alheia.

Esse site ta emanando poesia

Anônimo disse...

Eu fico com:

Gota:
Pseudônimo: Dona Dita
Título: Gota de orvalho

A comida predileta:
Pseudônimo: François Marie
Título: Peristáltica ilusão

A Infância:
Pseudônimo: Sereníssima
Título: Amarelinha

Anônimo disse...

Li todos os poemas e selecionei os 12 que estarão, por puro mérito, na próxima fase do concurso. Estes já estão preparados para publicação:

São eles, na ordem de minha preferência:

1 - João do Lago
recuerdos
2 - Manoel Helder
Ofício de Quixotes
3 - Gaspar
Ensino Padrão
4 - Francisco Novaes e Silva
Tropeço
5 - Curinga
A Gota
6 - Barolo
Por favor, não se esqueça
7 - Lobo do Mar
Alice
8 - Nonada F.C.
Infâncias
9 - Anna Lisboa
Hímen se dão
10 - Nando Meikoloski
Laurel ao visionário torto
11 - Celacanto
Angústia
12 - Diego Duá
Check List

Parabéns aos Poetas listados acima!

Anônimo disse...

Ei Lohan, uma sugestão para criar mais suspense e visitas para teu blog: Marcar 10 nomes em vermelho no sábado, dez no domingo, dez na segunda, dividindo esses 10 diários: manhã, tarde, noite. Isto aqui iria bombar ainda mais, com todo mundo entrando o tempo todo, até a última marcação em vermelho da segunda!!!

Anônimo disse...

O senhor penúltimo anônimo é jurado?


Gostei da sugestão do último anônimo!

Lohan Lage Pignone disse...

Olá, meus caros!

Pois bem, quanto à sugestão do colega acima: muito boa! Inclusive, já havíamos levantado esta hipótese, porém, não sabemos se haverá tempo suficiente para contabilizar tudo e lançar no sábado. É um processo que deve ser realizado com muita calma para não haver erros.

Por hora, continua sendo na segunda-feira. Caso alguma data seja modificada, avisaremos a todos por e-mail.

Na segunda-feira este suspense será mantido, podendo, talvez, se estender até terça-feira. Quem sabe?... Este concurso é um suspense só! rs.

Abraços!
Lohan.

Anônimo disse...

Perfeito, Lohan e entendo. Não acho que deveriam mesmo liberar tuuudo de uma vez (nossa, o povo vai me matar haha)! De 2 em 2, 3 em 3 rsrs... em horas salpicadas, se for por nota, em ordem crescente... Apenas pitacos! Vcs mandam.

Anônimo disse...

Bom, deu um trabalho do cão(no bom sentido), mas escolhi 29! Não consegui 30 nem espremendo. O nível está bem fraco (perdoem-me!), pelo menos nesta rodada. Encontrei, pasmado, as mais criativas composições no tema : prostituta, e pensei que seria no tema “infância” onde encontraria os melhores poemas. Engano.

Meus cinco favoritos – ordem aleatória: Peristáltica ilusão; Papila gustativa de passado; Poética; Ofício de Quixotes e Snuff Poem

Minhas apostas....


A Infância
A Mariposa
Adeus, meninos...
Angústia
Check List
Ciente
Como Se Diz "Eu Te Amo Em Curdo"?
Dez unhas rosa-shocking e uma língua violácea
Ensino Padrão
Fotografia da tarde
Gotas de Elixir
Hímen se dão
Infâncias
In-Putar
Jogos Vorazes
Mea Culpa
Ofício de Quixotes
Papila gustativa de passado
Peristáltica ilusão
Poética
Pontual
Preciosidades
Salada de acelga
Snuff Poem
Surrealidade
Tarde em Riachão
Tropeço
Um contrato de amor infinito
Vivência

Susana disse...

Dez unhas rosa shocking é o melhor poema disparadooo!!! Matou a pau, a vagina, a anus, a tudo!

Ao anonimo acima vc tem certeza q gostou do poema Angustia?? Não entendi nada daquilo o cara devia tá chapadão pra escrever aquilo e copiar o Da Vinci na cara de pau.

Susana.

Anônimo disse...

Sugiro aos organizadores que, nas próximas fases, não postem os pseudônimos nem nomes dos concorrentes. Mas apenas os poemas. O ideal é que somente os organizadores saibam quem são os autores. Porque senão, quando chegar na fase da votação, já se terão formados 'panelinhas'. Tomara que considerem isso. Um abraço.

Anônimo disse...

Caro colega, nao concordo contigo. Creio que uma das intencoes, ao menos da maioria dos concorrentes, seja visibilidade. Poesias sem nome, de certa forma, nao pertencem a ninguem, e inclusive serao muito mais facilmente copiadas. Acho fundamental a assinatura, sem duvida alguma. Alem disso, nao creio que jurados se deixem levar por panelinhas. Vc provavelmente esta enganado.

Anônimo disse...

A assinatura do poeta é a marca, que já começou a se construir. É legal pra acompanhar as trajetórias, marcar os estilos, saber das progressões, dos despertares, de como as coisas vão se modificando na visão poética do artista em contato com outros do certame.

Deve-se sim colocar os pseudônimos (que não são os nomes originais, não há revelações). Não entendo o fato de não constar este nome fictício junto à criação. Ajuda também a identificar o texto e o autor.

Anônimo disse...

e os jurados não tem nada a ver com esses comentários que são feitos aqui. Não há formação de panelas pq este é um espaço de valorização à poesia. Vencerá quem merece ganhar. Uns vão ficar pra trás, isso é assim mesmo. Panelas aqui não cabem. Cabe a visão dos jurados, que são especializados, conhecem poesia muito bem e entendem do assunto.

Anônimo disse...

na minha opinião tinha q revelar era os nomes dos poetas mesmo! já q é pra ter visibilidade então que se anuncie os verdadeiros nomes desses artistas que merecem reconhecimento pq não? Fica a dica pros organizadores.

Anônimo disse...

A graça disso tudo aqui é a de nos exercitarmos como poetas e leitores. É bom ter um pseudônimo para nos reinventarmos. Deixar ressoar a voz de um outro que é a nossa própria voz mais silenciosa e serena.
Eu quero preservar a solidão e a paciência do meu pseudônimo.

Francisco Novaes e Silva.

Anônimo disse...

discordo do anonimo acima. Acho q vcs poetas q estão num concurso e são artistas de verdade tem que ter coragem de botar a cara a tapa e nao ficar com essa historinha de deixar a voz de um outro ressoar!

Se um dia vc for publicar um livro vai publicar com pseudonimo?? fala sério meu. Como eu disse antes artista de verdade tem q aparecer ja não basta a turma de gente talentosa e anonima no nosso país.

Anônimo disse...

Gente, vamos comentar as poesias e bola pra frente. Em um novo concurso, os organizadores resolvem se mudam algo no formato proposto!

Respondendo ao amigo das panelinhas, talvez vc esteja interpretando de maneira equivocada. O que vc chama de panelas, eu chamo de preferências! O que se vai fazer se acabam algumas vezes sendo parecidas?! Outras tantas vezes não! Então, não pense assim! No fim, os jurados darão a ultima palavra.

Anônimo disse...

Tudo bem. Frio??? Vou quebrar o gelo!

A poesia mais bonita é a minha e não se fala mais nisso ;). Organizadores, liberem o dindin pra eu comprar legumes e fazer uma sopinha.

Anônimo disse...

Gostei dos temas mais ousados.

Para mim, Dez unhas rosa-shocking e uma língua violácea e (O)Culto arrasaram!

Anônimo disse...

Volto aqui à história dos pseudônimos. A organização não pode colocar os nomes reais das pessoas, até pra não comprometer a decisão dos jurados, não haver privilégios. Um nome real pode ser facilmente colocado num google ou facebook e revelar o real autor. Aqui ninguém está lançando livros. A graça é não saber se há um Zé das Couves incrível ou um Glauco Mattoso escondido num pseudônimo bobo. Aqui todos criam um nome e fazem um trajeto no concurso. Se colocar o nome verdadeiro, como é que fica, todos se conhecendo? O pseudônimo preserva e deixa mais justo o concurso. Concordo com o Francisco Novais Silva.
Agora, falando dos poemas: dá pra ver exatamente quem está aqui pra ficar. São poucos. Os jurados não terão tarefa árdua nessa etapa.

Claudia Rigueira

Anônimo disse...

Estou participando e feliz por estar com grandes poetas

Anônimo disse...

Comentário gentil e simpático do anônimo "18:49". Não se esqueça que por estar entre grandes poetas, você também o é!!

Anônimo disse...

Anônimo disse...
Gostei muita da poesia
Gotas de Elixir.
Tocante e com muita sensibilidade.

Anônimo disse...

Gostei muito de três poemas com recurosos visuais bem trabalhados:

Soneto caindo em gota (de Poema)

Corda bamba (de Sol)

In-Putar (de G.D)

Certamente os 3 precisam estar na lista dos 30. Não acham?

Anônimo disse...

A poesia que mais gostei foi "Gotas de Elixir".
Parabéns pela iniciativa!

Anônimo disse...

Será que quem ficar terá de escolher entre os outros temas?
Difícil analisar com tanta variedade. O ideal será o 'conjunto da obra', todos com a oportunidade de escrever sobre os 9 temas propostos, assim, teríamos uma noção melhor da criatividade e talento dos poetas.
Vou reler e tentar listar o TOP 30.
Abraços.

Anônimo disse...

Resolvi votar em 1 de cada tema. Confesso que os poemas exagerados no tamanho me desanimaram.
Poemas são tão subjetivos...

1- GOTA: Ted Sampaio;
2- A IMORTALIDADE DA ALMA: Pedrita Drummond;
3- A COMIDA PREDILETA: François Marie;
4- INFÂNCIA: Esteves sem Metafísica;
5- O LUGAR DA LITERATURA NO MUNDO GLOBALIZADO: Alice Lobo (o único);
6- A ANGÚSTIA DO HOMEM DA CIDADE GRANDE: Tonico Vieira;
7- POESIA DE CUNHO SOCIAL: Matilde Daruné;
8- A PROSTITUTA: G.D
9-PARAFILIA: Lilith

Anônimo disse...

Vejo muitas poesias boas que não foram citadas ou comentadas pelos "ANÔNIMOS", ainda bem que cabe aos jurados a escolha das 30 melhores, sem se influenciarem por opiniões que respeito, mas são individuais, é o gosto da cada um. Acho que na PRÓXIMA FASE, caso os poemas forem escolhidos pelo Público, deveria vir só os poemas sem referência nenhuma do Autor, para que ganhe o melhor poema e não o mais votado, por ter uma enorme torcida pessoal, o qual muitos notaram nos comentários acima que algumas pessoas (c/ vínculo com o Autor?) buscaram até induzir os jurados sobre a classificação de A ou B. Espero que vençam as melhores e dou Parabéns a Todos os Poetas aqui relacionados! Até Poetas!!!

Anônimo disse...

tsc tsc tsc

que chato isso...

Nao, nenhuma das poesias citadas acima eh boa. Na verdade, so foram citadas por conta dos "vinculos com o autor".

Oi????????

tsc tsc tsc

Anônimo disse...

com qual deles vc tem vinculo, entao????


tsc tsc tsc tsc tsc tsc...............

Anônimo disse...

Well...Hoje, dia 11/06 é o dia da eliminatória, certo? Lohan, vai sair hoje mesmo o resultado? A que horas? NINGUÉM está ansioso mesmo, né? Só diga se é ou não é pra animar ou acalmar as expectativas, ok?

Lohan Lage Pignone disse...

Olá, galera!

Sim, é hoje sim! Ainda hoje teremos os 30 classificados para a próxima fase. Em breve iremos postar os grupos e, até o final do dia, vamos revelando os classificados.

Estão ansiosos?!

Abração e fiquem ligados.

Lohan.

Anônimo disse...

dez unhas rosa shocking foi um arraso total! e tarde em riachão não gostei nada nada...
tem texto mto texto bom pra caramba, então creio que a seleção está sendo muito delicada. acho que não passo, pois não "causei/choquei" como tantos fizeram. enviei um texto muito simples, que é muito importante para mim. mas acho que deveria ter arriscado mais.
à propósito, que hrs sai o resultado?

Anônimo disse...

estou extreeeeeemamente ansiosa! o resultado deveria ser enviado às 06 da manha, pra nao matar a galera do coração de tanto esperar hehehe

Anônimo disse...

KD? KD? KD? KD?!! Pelo menos o primeiro nomeeeee, vai Lohan rsrs!!

Anônimo disse...

Pronto! Oito pessoas on line!! Boa quantidade para o inicio!!!

Anônimo disse...

Vai ser assim direto, a gente aqui perguntando, até começar a sair os nomes, Lohan! kkkkkkkkk. Ansiedade, ansiedade, ansiedade...

Anônimo disse...

Cadê a lista de classificados??????????

Anônimo disse...

Espero que os critérios da escolha das poesias seja de fato imparcial! Cai ser proporcional aos temas?
E os temas mais complexos? Vai ser levado em conta a ousadia dos poetas que escolheram, por exemplo, os temas: prostituta ou parafilia?

Anônimo disse...

"Cai" - lê-se Vai

Anônimo disse...

Xi gente, acho que umas 18:00 hrs aparece algum nome. Volto depois!

Anônimo disse...

legal que todo mundo que critica o anonimato dos autores posta como anônimo.

Geovani Doratiotto disse...

Ola.

Poet@s, sou autor de "In-putar" e gostaria, haja vista algumas criticas, umas pontuais outras meramente postulatórias, expor que o poema escrito por mim, sim é "poluído" e abusa de artifícios visuais, isso é um reflexo de como vejo as putas reais, aquelas que nos deparamos nos bordeis, as vezes com maquiagem demais, tentando uma falsa sedução. Meu poema pode incitar "ódio" aos moralistas poéticos ou "amor" aos que libertam o poema da forma. A poesia concreta vive.

G.D.

Leonardo Garrido disse...

Por falar em ousadia, conforme comunicado de um anônimo sobre os poemas do tema A Prostituta, já tenho o meu predileto: Amantes (Victorio). Maravilhosa a linha "A mim, hás de ler-me vivo", um desafio feito à Morte prostituta, amante de todos, homens, mulheres, drianças...
Nos outros oito temas há belíssimos poemas, mas creio que de todos os poemas de todos os temas este é o mais forte, o mais direto, sem preâmbulos, um poema ao extremo. Abraços a todos os participantes.

Anônimo disse...

Resultado so de noite mesmo, ne?