terça-feira, 24 de julho de 2012

Poemas da 5º Etapa - Fato(s) do Ano do Nascimento do Poeta


                                                           ANO: 2012...



Quinhentos e dois poetas. E sonhos. E desafios.

A luta por um título.

A luta pela vitória

Interna.

A luta pelo reconhecimento

Que todos eles merecem.



Os 12 poetas continuam nesta luta. Muitos prêmios e críticas em jogo. A cada etapa, um passo. Evolução. Controvérsia. Indignação. Alívio. Poetas e leitores: este é o

II CONCURSO DE POESIA AUTORES S/A.




APERTEM OS CINTOS!

HOJE,

VAMOS VIAJAR NO...

TÚNEL DO TEMPO

 SEJAM BEM-VINDOS À 5º ETAPA: FATO(S) DO ANO DO NASCIMENTO DO POETA


1950


(Início da Guerra entre as Coréias do Sul e do Norte)



 1955



 (Início das transmissões da TV Rio)


1960



Inauguração de Brasília 




1964:
O Golpe que abalou o Brasil



A aparência de calma reinava nas ruas

A comida chegava às casas

As casas recebiam sol

Nada perturbava a paz

(Barolo)



ardia a conspiração

arquiteta- se o golpe

em silêncio

gerava o ovo da serpente

(Dersu Uzala)



Piso dourado sob as patas descalças

Re-formas de pão, regime faminto

Hóstia entalada nas ancas do repúdio

Ar, dia a constipação

(Anna Lisboa)



O soldadinho com chumbo

Marchando a ré da liberdade

Ca(pa)cete endurecido

Espor(r)ando a brava gente

(Lune)



A dita-dura

não é

mole,

À sombra dela

estava o

mulato:

Marighella.

(G.D)



Num estupro ideológico

impõe-se o amor servil

e a liberdade enlatada, com selo yankee,

é servida à Mãe Gentil.

(João Saramica)



o anseio em carne viva

a queda - barulhenta explode

submissa - funda a vertigem

no chão duro - um sonho intenso

(Gaspar)


Duros, os centauros resistiam

Mas as flores teimavam em brotar

frágeis, mas de um colorido insistente

opunham-se aos golpes e aos galopes

(Per-Verso)



Sob botas armadas

marcham os inquietos:

nem só de paz se faz liberdade

enquanto gritos abafados ecoarem mais alto.

(Nonada F.C)



E ao tropel das tropas sobre as nossas vozes

e ossos e sonhos, naquele 1 de abril

(verdadeira nódoa na História; cruel)

seguiram-se os partos dos monstros: AIs...

(Manoel Helder)



Desenho um grito silencioso no muro,

Mas minha voz embargada desbota,

E a tinta vermelha que vai ao solo

E não rega a liberdade... Nada brota!

(Jean Jacques)



dispersos, os faunos
ainda tentaram resistir
maior foi a liberdade (ainda que muda):
ergueu-se com as manhãs




(Alice Lobo)





            Este foi o POEMA S/A, isto é, um poema escrito por todos os 12 poetas finalistas. Nele está presente o talento coletivo; o estilo particular de cada poeta, expresso em cada estrofe. É a cara do II Concurso de Poesia Autores S/A! O tema proposto foi o mesmo do título: “1964: O Golpe que abalou o Brasil”. Parabéns, poetas, por este trabalho inesquecível.



DIÁLOGO DOS POETAS



Nesta rodada, propomos aos poetas que dirigissem uma pergunta para qualquer um dos poetas que figuram entre os 12 finalistas. Nem todos formularam perguntas, nem todos responderam, mas, deste pontapé inicial, surgiu uma interatividade muito interessante entre eles e, através dessas perguntas e respostas, os leitores poderão conhecer um pouco mais sobre esses grandes poetas. Apreciem o bate-papo abaixo!



De: Lune

Para: Ana Lúcia Pires (Anna Lisboa)



Que tipo de atitude te atrai e que tipo de atitude te afasta de um ser humano?



Anna Lisboa:



Querida Lune, o que penso e sinto desde criança: Os garis existem, os lixeiros existem, os faxineiros existem, os moradores de rua existem, os animais abandonados existem... Me apaixono pela bondade, me aproximo dos que enxergam as vidas acima, não como “menos favorecidas”, mas como vidas. Menos favorecida sou eu, que reclamo de tantas coisas tolas e sem importância; menos favorecida é a pessoa que trata sem respeito “a moça do café”, o zelador, o balconista; menos favorecido é o funcionário público que tem coragem de maltratar um “doente do SUS”; menos favorecido é o político corrupto. Detesto seres “superiores”, justamente os mesmos que costumam ignorar cada um desses sorrisos e olhares lindos.  Não suporto preconceito, futilidade, arrogância, nem ninguém que se ache melhor que qualquer outro.



De: Ana Lúcia Pires (Anna Lisboa)

Para: Lune



Lune, sobre filmes, qual teu gênero preferido? Poderia citar algum título que se destaque nessa tua preferência e nos dizer qual a razão?



Lune:



Oi Ana!

Gosto de suspense, policiais com boa trama e filmes de amor com final beeeeeem feliz! Mas amo também aqueles filmes do tipo cavaleiros templários, intrigas religiosas, descoberta de segredos. E ainda tem os que eu chamo de intensos: filmes de Bergman, por exemplo. Angustiantes e "chacoalhantes". Amo documentários sobre animais (aliás, sou uma "cachorrenta" de carteirinha, sendo, inclusive, voluntária de um abrigo de cães e gatos). E desenhos tipo Era do Gelo, Happy Feet. Cada filme tem sua hora e estado de espírito! Ah, quer saber? Eu sou cinéfila, então é difícil saber do que não gosto. Opa! Eu sei. Não gosto de musicais (filmes), embora adore música. E comédia tem que ser sutil, realmente boa para eu assistir, porque acho que (me) fazer rir é mais difícil que fazer chorar. E me senti muito honrada de receber uma pergunta sua!



De: Francisco Ferreira (João Saramica)

Para: Lune



O que te move a escrever? E, se algum dia já pensou em parar, o que te fez pensar assim?



Lune:



Francisco,

Tudo. Minha mente funciona como sonar. Uma criança cai e chora, e uma frase surge para um conto. Uma vontade de protestar vira crônica. E, mais recentemente, tudo isso tem se esvaído também em poemas. O que me move a escrever é a percepção. É o captar constante, e aprofundado, do todo que me cerca, me agrade ou não. Eu sou uma mulher aberta ao ver e ao sentir. Parar? Quero não! Comecei tão tarde (tem só cinco anos) a ter coragem de desengavetar os pensamentos! Eu acho que só paro quando morrer. E, mesmo, assim, ainda tenho esperança que exista um outro lado, e que lá haja pelo menos papel e pena (a de escrever, somente).



De: Barolo

Para: Geovani Doratiotto (G.D)



Temos percebido ao longo desse concurso uma grande disparidade nas notas atribuídas pelos jurados aos participantes, num mesmo poema. Isso tem dado a impressão de que, mais do que parâmetros que ditem o que é ou não boa poesia, o que impera no julgamento dos poemas é o gosto pessoal de cada um. Na sua opinião, como um poema deve ser julgado? Ou seja, o que deve ser levado em consideração para que seja considerado bom ou não?



G.D:



O poema julgado é um poema marcado, parafraseando o populário: Ruim é não fazer poesia.



De: Letícia Simões (Alice Lobo)

Para: Ana Lúcia Pires (Anna Lisboa):



Anna, onde você acha que São Paulo mais está inserida na tua poesia?



Anna Lisboa:



Oi Letícia!

Acho que todas as vezes que olhei nos olhos de São Paulo, enxerguei uma mulher. Nasci, cresci, vivi muitos anos nesse ventre. De vez em quando, ao escrever um verso, me vejo sentada nos escadões da Vila Madalena, rodeada de amigos ‘Woodstock’, debatendo sobre poesia contemporânea. Em muitas ocasiões, criávamos dezenas de versos ali, na hora, entre um gole de Martini, bebida que era a sensação pros adolescentes da época, e as faixas de Hair. São Paulo é cada imagem feminina na minha poesia; ácida, cruel, carente, insegura, dominadora, santa, profana, frígida, virgem, casada, amante, manequim 36, manequim 56, linda. Na verdade, acho que eu penso e escrevo Vilamadalenês (risos). São Paulo me deu tudo, assim sendo, é para mim uma gigante fêmea, parideira de todo e qualquer tipo de frisson.





De: Henrique César (Gaspar)

Para: Flávio Machado (Dersu Uzala)



Caro Dersu Uzala

O meu nome é Henrique, participo do Concurso com pseudônimo de Gaspar, gostaria de parabenizar você pela criatividade que apresenta em seus poemas. Estamos numa fase em que temos que escolher alguém para fazer perguntas ou algo assim. Escolhi você, em primeiro lugar pela citada criatividade e, em segundo porque temos maneiras bem diferentes de apresentar os poemas. Embora essa diferença não me impeça de apreciar suas poesias e me surpreender com seus “achados”. Bom, já que é pra perguntar algo... Acho que o diferencial desse concurso são as críticas dos profissionais. Um talento que, confesso, admiro há anos é o crítico e autor Antônio Carlos Secchin. Sabe-se lá o que não daria, em outros tempos, para ter um poema meu analisado por ele. Na crítica que fez ao poema, escreveu que meu “teto estava distante do universo de Cecília” e me deu um belo de um Zero. Claro que levei a sério. Fiquei pensando, um teto distante pode ser muita coisa, menos um teto – a distância vai me proteger deque? Fiquei tentado a abrir uma ONG mais ou menos assim: MPST – Movimento dos Poetas Sem Teto. Como você pode perceber ainda estou meio abalado com aquela nota tão redonda. Na crítica ao seu poema, ele escreveu “muito preso ao poema original”. Fiquei pensando, se o poema se chama “in memorium”, deveria ser preso a que? Gostaria que você comentasse sobre esse poema, que achei muito interessante.



Dersu Uzala:



Prezado companheiro, primeiro achei demais esse movimento dos Poetas sem teto, e acho que toda crítica positiva é benvinda, mas também acho que se criou uma maneira de ver a poesia homogeneamente (será que existe essa palavra), e acaba que os julgamentos são feitos a partir desse pressuposto, e comentários como esse ferem mesmo, eu recomendo fazer ouvido de mercador a esses comentários, e siga, em frente, veja o que pensam de Oswald vários críticos, alguns dizem até que ele não escrevia poesia, quanto ao poema, a grafia correta é: in memoriam; levei um puxão de orelha do mesmo Antônio Carlos Secchin. O poema de encomenda sempre é um problema, segundo Mario Quintana (outro que a crítica torceu o nariz), acaba virando receita de poema ruim. Eu tinha um verso antigo escrito no meu primeiro livro: “Sala de Espera”, que era bem curto e fala de Clarice, eu não tinha nenhuma relação com a obra de Clarice, registrei isso na minha resposta sobre Clarice, e realmente eu fiz um intertexto com o poema de Ferreira Gullar para Clarice, de quando soube que ela havia falecido, e, no resto, escrevi livremente sobre a minha experiência particular, então não fico mais chateado com críticas, certamente eu não serei reconhecido como um dos grandes poetas brasileiros. Se por acaso for lembrado na minha cidade já será uma vitória. Ainda sobre o poema, além do erro gramatical no título, eu precisava encontrar dentro da inspiração o mote para escrever sobre uma escritora que não conheço a obra, eu escrevi também sobre Cecília, e como minha parceira na rodada estava com dificuldades para falar de Clarice, escreveu um lindo poema sobre Cecília, e acabou vencendo a rodada, e eu fiquei em segundo, então a minha escolha foi acertada, coloco aqui o poema para Cecília, a partir de um poema de Mario Quintana e de sua declarada paixão por Cecília Meirelles. Deixo um fraterno abraço, e desejo que nas próximas rodadas o poema fure o teto dos críticos.  



sobre um poema de Mario Quintana



(Quintana amava Cecília que casou com Fernando Correia Dias

que morreu de amor

esquecendo o menino azul transformado em poeta

Cecília casou com Heitor Vinícius da Silveira Grilo)



a musa vira poema

arrancado com paixão

abrem-se parênteses

intertexto

um verso do romanceiro

(em baixo e em cima da terra o ouro um dia vai secar)

inconfidência pública

revelada em canto



que parceria seria possível?

reinventaria uma maneira de amar?



quintanares

cecilianos



De: Flávio Machado (Dersu Uzala)

Para: Barolo

Estivemos juntos em uma rodada do Concurso, e foi uma parceria vencedora. Eu tenho muitos poemas de parceria com uma grande poeta de Recife (Marcia Maia), e vencemos também um concurso de poesia no Rio. Pergunto: acha válida a parceria em poesia, com a construção de poemas em parceria? Coloco abaixo o poema que escrevemos a quatro mãos e venceu o concurso da FEUC/RJ em 2005. Temos um projeto de publicar um livro com essas parcerias:



“invasão blue moon”



a lua cheia por trás das árvores do Passeio Público

estou mais só do que qualquer outro

na fila de espera do Cine Odeon

o sujeito com brincos indígenas está acompanhado

a japonesa feia também

o casal gay parece apaixonado com suas tatuagens de nomes trocados



a lua blue moon

o clip do Rappa

as portas fechadas do Metrô

a solidão pelas ruas do centro



enquanto a lua ainda dista

o sino toca sonolento

o padre principia a missa

atento ao nono mandamento



ao qual não liga o operário

correndo a pé para o trabalho



com o pintor e a diarista

e que Denise desfia

sentada na primeira fila



perfume, decote e batom

tão sonsa com ares de santa



um mês, duas luas

(escandalosamente cheias)

e o nosso louco, ardente e fátuo amor.



Flávio Machado & Márcia Maia



Barolo:



Acho válida a parceria em poesia sim, assim como em outros tipos de textos, embora não ache muito fácil. É preciso ter ritmo, registro e interesses similares, assim como disponibilidade de tempo. Tempo é um grande problema hoje em dia, problema tão grande que a velha frase "tempo é uma questão prioridade" não encerra mais a verdade que encerrava.



De: Wender Montenegro (Manoel Helder)

Para: Geovani Doratiotto (G.D)



Quais suas principais referências literárias, sobretudo poéticas, e o quanto delas ainda resiste em você?



G.D:



Haroldo de Campos e a Geração de 45. Eu resisto a elas. O tempo passo e ainda não passeio os olhos na metade do que gostaria.







BÔNUS DOS LEITORES



O ponto bônus desta etapa será disputado através dos comentários desta postagem. Para que um voto seja devidamente computado ao poeta, o comentarista deverá:



- COMENTAR LOGADO EM SUA CONTA DO GOOGLE (NÃO SERÃO VÁLIDOS COMO VOTO AS OPÇÕES: ANÔNIMO, NOME/URL E OPENID).



- MENCIONAR O NOME, PSEUDÔNIMO OU O TÍTULO DO POEMA QUE DESEJA CONCEDER O SEU VOTO.



- NA QUINTA-FEIRA, ÀS 18 HORAS, A VOTAÇÃO SERÁ ENCERRADA COM UM COMENTÁRIO DE ENCERRAMENTO DA ORGANIZAÇÃO. APÓS ESTE COMENTÁRIO, NENHUM VOTO MAIS SERÁ COMPUTADO.



- O POETA MAIS VOTADO DA ETAPA RECEBERÁ 1 PONTO DE BÔNUS. EM CASO DE EMPATE, OS POETAS EMPATADOS DIVIDIRÃO O 1 PONTO DE BÔNUS ENTRE ELES.





PREMIAÇÃO DA ETAPA



            O primeiro colocado no Ranking desta etapa será agraciado com o livro:



“Luz vermelha que se azula”, do escritor Nilto Maciel.



BÔNUS DO JÚRI



E, por falar no escritor cearense Nilto Maciel, revelamos que ele também será jurado nesta etapa em questão. O poeta que mais se destacar positivamente, na opinião de Nilto Maciel, receberá 0,5 pontos de bônus.



PONTO-PRESENTE



A grande surpresa desta etapa será o “Ponto-Presente”. Recebemos as críticas dos jurados, dos leitores que comentam nos comentários do post e nas redes sociais; mas, e você, poeta finalista? E a sua opinião como sujeito LEITOR?

Portanto, nesta etapa, todos os 12 poetas deverão dedicar 01 ponto-presente ao poeta o qual ele considera ter sido o melhor sucedido na etapa. O ponto e a justificativa do poeta deverão ser revelados via e-mail (poesiaautoressa@gmail.com) até quinta-feira, ao 12:00 hs. Na quinta-feira à noite, todos os pontos serão publicados no blog e acrescidos ao Ranking Oficial do II Concurso de Poesia Autores S/A. Embora se trate de uma competição, percebemos que todos vocês podem trocar, entre si, conhecimento e críticas construtivas, em prol do crescimento de todos os poetas. Todos vocês, poetas, já demonstraram ser sujeitos éticos e experts das letras. Sendo assim, vossa opinião é tão importante quanto. Leiam os poemas dos colegas com calma e enviem seus pontos e uma justificativa.




Nesta etapa, dirigimos a seguinte pergunta aos poetas:



“Qual foi o fato mais marcante de sua infância? E por que?



Solicitamos também a eles que enviassem uma fotografia da infância deles. As respostas da pergunta acima e as fotos serão apresentadas juntamente aos poemas.





POEMAS DA 5º ETAPA (FATO DO ANO DO SEU NASCIMENTO)



 1953


(Morre Josef Stalin, político soviético)


De São Paulo, São Paulo: Henrique César Cabral

Pseudônimo: Gaspar

Ano do nascimento: 1953



“Lembro nitidamente, apesar de remota (mais ou menos uns 56 anos atrás), da morte do meu primo. Era pouco mais novo que eu, brincávamos juntos, etc. Curiosamente o que mais me impressionou foi ver, pela primeira vez, adultos chorando. Todos, até meu pai e minha mãe, com os olhos brilhantes, chorando, sem vergonha, sem pudor, os gritos da minha tia, o desespero vivo, enquanto as crianças todas quietas, sentadinhas, assustadas. A gente se olhando, se perguntando “mas que porra é essa?” sem ninguém explicar nada direito. De vez em quando o pai ou a mãe de algum aparecia, apertava o braço do filho e ia embora chorando baixinho. Foi a partir desse dia que o mundo mostrou que era estranho. De verdade”.






Título: A Morte que amava Stalin





                                        O montanheiro do kremlin lá vem à baila.

                                        Dedos gordurosos como vermina gorda.

                                        Riem-se-lhe os bigodes de barata,

                                       Reluzem-se os canos da bota alta.



                                                    Ossip Mandelstein



quando a morte se enternece

brilha a seu favorecido?

pousa os dedos delicados

- lembra os anos de fartura -

na face maquiada e cheia

do querido montanheiro?



vem brilhante como um astro

penetrando a noite densa?

(vê a tua assinatura

autenticada - ainda agora

a história treme sob a terra)



reluzente como a neve?

o ouro que te faz de dente?

o aço que esfriou teu nome?

(foco: nos teus olhos duros

toda a natureza é morta

- o degelo vem depois)





claridade que desliza

pouco acima da cabeça

onde um corvo se assenta

em repouso todo o tempo

(bem no fundo a cova aberta:

fica o cheiro do teu rastro

como um dano permanente)



bem distante a lua lima

com sopro envelhecido

o clarão na foice escura

- meia boca meio beijo

deslizando a eternidade

nos bigodes de barata

nos dedos de verme gordo

cruzados no monte côncavo

da tua fome carcomida




1957



(Lançamento do filme "Noites de Cabíria", de Federico Fellini)




De Brasília, Distrito Federal: Lune*

Pseudônimo: Lune

*poeta prefere não revelar o nome

Ano do nascimento: 1957



“Nossa! Tanta coisa foi marcante. Coisas boas, muitas. E poucas coisas que me pareceram ruins, na época, mas que eu entendi depois. Difícil definir. Mas um dos fatos marcantes da minha infância foi a primeira vez que meus pais se mudaram de apartamento, depois que eu nasci, no Rio de Janeiro (a gente viveu de aluguel até mudar para Brasília). Da noite para o dia (os adultos acham melhor contar para as crianças tudo em cima da hora), fiquei sem a minha “tia” Eutália, no apartamento do lado, uma das pessoas mais queridas da minha vida, e que ficava comigo à tarde, enquanto meus pais trabalhavam. E fiquei sem meus amigos da rua em que eu morava, que eu conhecia desde bebê e com quem brincava e saía (cinema, zoológico, teatrinho). Eu tinha sete anos e odiei tudo na época. Ainda bem que me “ódio” durou pouco; só o tempo de fazer novos amigos e colegas. Além de tudo, meus pais sempre me deram um lar, e não uma simples casa onde morar. Mas me lembro daquele apartamento até hoje, e de uma forma tão viva que até me emociona”.






Título: Eu, Cabíria




enquanto as águas de março

vertiam em Bauhaus

os traços do arquiteto

e o sol de Scorpios

se punha em berço e tumba

ao estertor de Laika

em carnes de ilusão

em noites de lascívia

nasciam-me, faziam-me

Cabíria

a puta dos ávidos que berram

no gozo

e pagam em sussurros

com liras escondidas

a pura dos sonhos que enganam

a lucidez

e trepam com a mentira

das possibilidades

pois que mais (se) enganem

os que entalham cicatrizes

e que mais perdão lhes venha

em améns e ad aeternum

que ainda não sabem

não se deram conta

que buscamos

todos

a mesma trapaça

: felicidade




(Declaração Universal dos Direitos da Criança, divulgada em 1959)


De Cabo Frio, Rio de Janeiro: Flávio Machado

Pseudônimo: Dersu Uzala

Ano do nascimento: 1959



“O fato mais marcante da minha infância entre tantos, sem dúvida foi a primeira partida no Maracanã, levado ao estádio pelo meu avô materno e assistindo da arquibancada, lembro exatamente como aconteceu cada gol, engraçado é que confundi o resultado, durante anos achei que meu time (América) tinha perdido a partida por 3 X 1 para o Fluminense, depois de um pesquisa aos jornais da época descobri o resultado correto,  2 X1, e a confusão foi por conta de um pênalti defendido pelo goleiro do América, Arésio, estreei com derrota, mas foi um marco inesquecível, como também, assistira os últimos momentos de vida de minha bisavó, que morreu nesse mesmo ano, resolvi lembrar do fato mais leve”.





Declaração dos Direitos da Criança





No dia 20 de novembro de 1959, a Assembleia Geral das Nações Unidas divulgou a Declaração dos Direitos da Criança. E foi a partir desta data, que se criou um padrão que o mundo todo deve perseguir. Um documento amplo, sensível e oportuno para defender os direitos das crianças em todas as partes do mundo. Acho oportuno ler o enunciado dos três primeiros artigos desse importante documento internacional. O artigo 1º diz que “Toda criança, sem exceção, sem distinção ou discriminação de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou qualquer outra condição, quer sua ou de sua família, terão os direitos abaixo assegurados.” No artigo 2º, está escrito: “A criança gozará proteção especial e deverá ser feito tudo o que for possível para que seu desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social seja atingido de forma sadia e normal e em condições de liberdade e dignidade.” E, por fim, eis o texto de seu 3º artigo: “Desde o nascimento, toda criança terá direito a um nome e a uma nacionalidade.







Título: declaração dos direitos das crianças





quantas crianças
nesta manhã acordarão para o trabalho?
abandonarão os brinquedos
a escola
por ferramentas de oficio
em condições humilhantes
ambientes contaminados
condições insalubres
abusadas
prostituídas

quantas crianças
serão assassinadas nesta manhã?
cortejo de desigualdades
exército de desvalidos
nos sinais de transito das grandes cidades
incentivado pela esmola oficial

sob o patrocínio da ausência de ações
quase três milhões de crianças
exploradas de todas as maneiras
matando a esperança em berço esplêndido.



1963 



(Ano do assassinato de John F. Kennedy)




Do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro: Marco Antônio Tozzato

Pseudônimo: Per-Verso

Ano do nascimento: 1963



“O momento mais marcante da minha infância foi o meu primeiro dia de aula no Jardim da Infância. Ali muitas coisas começaram. Minha inserção num grupo social, diferente do da minha família, e vários sentimentos, cheiros, sensações que, acho, experimentei pela primeira vez naquele dia. Era a primeira vez que iria ficar tanto tempo e tão longe da minha mãe. A caminho da escola, sentia uma grande alegria, ao mesmo tempo medo, ansiedade e um frio na barriga. Minha cabeça viajava imaginando como seria tudo. Até que cheguei à sala de aula. E oque mais marcou foram os odores. Até hoje, consigo sentir o cheiro do guache, da massinha de modelar e do álcool do mimeógrafo. Acho que nesse dia nasceu a semente de muito dos sentimentos que venho sentindo pela vida a fora”.



Título: Manchete Morna



Nasci em 1963, foi minha primeira vez nesse mundo

Não vim com soluções, nem com rimas, pois nem me chamo Raimundo

O mundo, o vasto mundo, há muito mais de mil acontecia



Naquele tempo, tudo que eu sabia era amar

Um sentimento tão morno quanto o leite a me alimentar

Por aí, diziam que, além do amor, muitas coisas existiam



Das grandes insignificâncias é que se faz o mundo

Do alfinete que fura fralda do menino,

Ao artefato fatal que fura o ar, destrói destinos



Mínimo, ínfimo, invisível atingiu preciso o alvo

Pedaços da cabeça coroada se esparramaram pelo chão

Ele já não era mais menino, nem batia mais seu coração

A Princesa, que o amava, tentou recompor o seu amor

Mas já era tarde e não existiam fadas de plantão.



O mundo de verdade é duro e frio, diferente do colo que me abrigava

Tudo que acaba não volta. Do Príncipe JFK só ficaram as histórias e a História.

Agora é hora de eu dormir. Mas muitas vezes acordarei sem fama e sem glória



1965


(Inauguração da TV Globo)



De Nova Friburgo, Rio de Janeiro: Barolo*

Pseudônimo: Barolo

*poeta prefere não revelar o nome

Ano do nascimento: 1965



“Um momento marcante de minha infância foi o dia em que, aos quatro ou cinco anos, sem copiar, escrevi meu nome, pela primeira vez: A-n-a  B-e-a-t-r-i-z. Senti-me vitoriosa, importante”.



(Barolo, por Yara Manier) 



Título: Ufanismo



Ano pós-golpe militar. Ano em que a inauguração da Rede Globo, a conquista do Pico da Neblina, a construção da Ponte da Amizade entre o Brasil e o Paraguai, o inicio da campanha de erradicação da malária, o futebol e a miss Brasil não diminuíram a brutalidade do AI-2, ato institucional que extinguiu partidos políticos e suspendeu a constituição vigente.  1965: Ano em que nasci”.





Vamos crescer fortes e saudáveis

erradicar doenças que nos prendam ao atraso

que indiquem pouco caso de nossa administração.



Vamos divulgar nosso desenvolvimento

nossa monarquia futebolística

nossa política austera e popular.



Vamos cantar a beleza de nossas mulheres

a amizade de nossos vizinhos

nossa televisão global.



Vamos baixar atos institucionais

fechar olhos, encerrar partidos, escalar montanhas, censurar livros,

hinos e homens que perturbem a paz.



vamos higienizar corpos e mentes

este é um país que irá para frente

e se agigantará.


1968



 (Passeata dos cem mil, no Rio de Janeiro)



De Betim, Minas Gerais: Francisco Ferreira

Pseudônimo: João Saramica

Ano do nascimento: 1968



“O fato mais marcante da minha infância é algo tão simples quanto sublime: por ocasião da visita de um Juiz de Direito a fazenda de um tio (haviam sido seminaristas e apesar de abandonarem a “vocação” permaneceram amigos), meu avô (de quem eu era uma verdadeira sombra) prometeu levar-me, desde que eu me comportasse. E, se bem ele me adestrou, melhor eu agi. Na despedida do dito meritíssimo, este elogiou-nos (ao meu avô e a mim) e aquilo para o velho Chico Machado foi como um tesouro, que ele guardou até o fim da vida. Eu tinha por volta de 5 anos. Eu não faria isto com os meus filhos ou netos, por acreditar que a alegria barulhenta das crianças daquela idade não reconhece e nem está sujeitas a autoridade de Senhor Ninguém, mas proporcionar tamanha alegria a uma das pessoas mais importantes e queridas de minha vida, realmente (como diz a propaganda): ‘não tem preço’”.





Título: Reacionários de Todo o Mundo, Uni-vos!



A história oficial é escrita

em alto relevo de hematomas

e vermelho/espesso/sangue.



A primavera que insinuou

desabar como praga

sobre o socialismo reacionário;

o tacão da bota stalinista refreou

espalhando os cinzas dum inverno precoce.



Sessenta e oito

nascido sob o signo do arco-íris

com ascendente em liberdade

interrompeu-se, sem jamais se acabar,

havendo AInda 5 formas de mordaça.



A imaginação no poder

é estancada, no poder da intervenção,

Rodas Vivas travadas,

e se decreta: _ É permitido proibir!



Ainda hoje “I have a dream

atua como pano de fundo

para rajadas de balas,

duma utopia interrompida.





1970



(Seleção brasileira, tricampeã)



De Vinhedo, São Paulo: Ana Lúcia Pires

Pseudônimo: Anna Lisboa

Ano do nascimento: 1970



“Começar a perder minha família desde os 11 anos mudou a história da minha vida. Precisei ser adulta desde muito cedo, e talvez tudo isso tenha despertado em mim uma escrita “carnal”.




Título: Yesterday (há de ser outro dia)





Aprovado e liberado pela Censura Federal:

Gooool, bruschetta! Vence o Brasil de quatro a 1!



Foi gritar a Madalena o que meu peito percebeu

Let it beer sem colarinho

E o povo canarinho?

Dita dura o fudeu

Nos anais, subversão

Nos jornais, ninguém comeu



Arriba, abajo, al centro, lamento



Matem nu o comunista e a puta que o pariu

Matem já se for gigante e ousar gritar BRASIL!

Matem mais de cinco vezes quem te vê e quem te viu



E nascia outra criança bem no meio da festança

Choro e sangue azul anil

Exilavam-se os sonhos

Os de ouro, os de vinil



Pé esquerdo, uma bola, mão direita transviada

Gente Humilde tinha fome

Pra beber? Pornochanchada

O peitinho acendia vendo a trave arregaçada



Summertime da heroína, que morreu ao gole-ar

Já o Jimi, deu de ombros

Seu tesão era driblar

Maldição dos 27

Não se apita com gilete

Nem se chuta pelo ar



Os besouros não vingaram

Mas torcidas se espalharam

Get Back sob o luar!



- Hey Jude, é menino ou menina?

-É poeta, se vingar

.

A T(r)aça do I(mundo) é nossa!


1980


(Ano de falecimento do poeta Vinicius de Moraes) 




De Trairi, Ceará: Wender Montenegro

Pseudônimo: Manoel Helder

Ano do nascimento: 1980



“A cena mais nítida que tenho da primeira infância (e também a mais forte, por ser a primeira de que tenho lembrança, significativamente, e também pelos dramas que ela encerra) foi o meu primeiro dia de aula, aí por volta dos meus 5 anos. O choro que veio daí foi algo digno de nota... Lembro muito bem do medo que senti (e do berreiro que se seguiu) quando vi minha tia me deixar nas mãos da professora, e o portão da escola se fechar, e seus passos irem embora... Sem mim. Jamais poderia imaginar que nos daríamos (eu e a escola) tão bem nos anos que viriam”.




Título: Se as almas transmigram, no quando...





“tal como te encontras agora, vestido

[de mim.”



Vinicius de Moraes





“Eu morro ontem

Nasço amanhã

[...]

– Meu tempo é quando”



Vinicius de Moraes



Do sal do teu tempo; da cal do teu dia,

Teu verso, Vinicius, cimento, resiste.

E amasso o cimento da minha poesia...

Dialeticamente, confessaste: existe



Tristeza por trás da aparente alegria.

Comigo acontece de eu também ser triste...

Cantamos o amor, fogo morto que ardia.

Oitenta... Fatídico julho... Partiste,



Poetinha eterno, ao vasto pasto azul.

No espaço de um mês, no (fatídico?!) agosto,

Nasci. Foi tua alma que a mim transmigrou?!



Vinicius, Poeta, ‘inda é vago o teu posto?

Se as almas transmigram... (cismo e, neste voo,

Eu rio, a pensar que - no quando - sou tu).



1982

(Funeral de Elis Regina) 


Do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro: Thiago Luz

Pseudônimo: Jean Jacques

Ano do nascimento: 1982



“Eu tinha uns 10 ou 11 anos. Minha cachorra estava grávida e eu tive que ajudar no parto dos filhotes. Todos morreram. Na verdade, não estavam nem formados ainda. Algumas horas depois, minha cachorra também morreu. Foi a primeira vez que eu que lidar com uma perda. A cena dos filhotes, ainda em formação, sem membros, caindo nas minhas mãos, contribuiu para deixar esse dia marcado. Talvez tenha sido a minha despedida da inocência da infância”.





Título: Elis



Elis-cóptero em rasante terrestre,

passa rente, passa leve,

Ligeira como os gênios,

Flutua em cada nota,

Equilibrista dos palcos,

Sacerdotisa das cordas bambas...

Pimentinha-camicase

De encontro à vida... Explode!

Purpurinas de luz

Invadem a plateia em catarse...

E a voz não se cala!

A cocaína abraça

Enquanto os Olhos se fecham,

Mas a voz não se cala!


1982


(Time do Flamengo, bicampeão Brasileiro)



De Juiz de Fora, Minas Gerais: Hernany Tafuri

Pseudônimo: Nonada F.C.

Ano do nascimento: 1982



“O gol de Júnior na final do brasileiro de 92 sobre o Botafogo em 19/07/1992. Meu pai estava no Maracanã aquela tarde e eu, inocentemente aos dez anos, fiquei plantado na frente da tevê para vê-lo e acabei vendo o Júnior pulando feito uma criança após o gol”.




Título: 1982





dizem que o homem pisara à lua

Berlim eram duas

Figueiredo era o 30º Presidente do Brasil.



quando nasci,

nenhum anjo – torto ou não – se deu ao trabalho de.



quando nasci,

o Flamengo foi campeão brasileiro, no mesmo dia, à tarde.

bicampeão! gol do Nunes, 1 a 0 no Grêmio.

o Zico jogou e eu não o vi, porque acabara de nascer.



o que de mais importante há

na história de vida de um rubro-negro

que nascer no dia exato de um título daquele tamanho?



o mundo assim se resume

no ecoar dos sorrisos

que iluminaram 1982.


1988



(Promulgada a Constituição Brasileira)




Do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro: Letícia Simões
Pseudônimo: Alice Lobo
Ano do nascimento: 1988



“Quando li um livro de Lygia Bojunga Nunes chamado ‘A casa da madrinha’. Esse livro me acompanha até hoje. A história é um tanto quanto surreal: um garoto, morador de Copacabana, decide partir do barraco onde mora para finalmente conhecer a casa de sua madrinha, tão fantasiada por sua mãe. No caminho, depara-se com um pavão que fora impedido de pensar (implantaram um filtro de barro para barrar os pensamentos) em seu pequeno cérebro. Era, por supuesto, o pavão mais mordaz e certeiro do mundo - e, às vezes, quando a torneira elastecia-se um pouco, danava-se a proferir as declarações mais geniais. E no meio do caminho, eles conhecem uma menina, filha de uns fazendeiros, que possui a incrível capacidade de atravessar dimensões do espaço. E mais não contarei. Leiam. Poderia adicionar, também, o fato de meu pai ter ido morar em juazeiro (interior da Bahia), uma cidade no meio do sertão, onde se andava de bicicleta a torto e a direito e não havia playground, ladrões, homem do saco, etc., mas sim fogueiras, porcos na rua, banhos de rio e um papagaio a quem ensinávamos todos os palavrões.



(A poeta Letícia Simões está localizada na primeira fila superior, sendo a segunda da direita para a esquerda) 


Título: minha filha





em mil novecentos e oitenta e oito

lygia clark faleceu

deixando rastros de animais

e saudades



joaquim pedro de andrade faleceu

deixando bandeira a caminhar solitário

pela rio branco



algum jogador foi feliz (da vida ou do esporte; quem se importa

um vermelho consumiu

parte do nosso chiado

e muitos tantos outros 

morreram em desastres (íntimos ou naturais; quem se importa



mais um ano sem um disco de caetano

mais um ano em que o baú de um poeta foi revirado

mais um ano em que nos aventuramos

rumo aos mistérios do cotidiano (já sabendo as respostas

                                          pois que as perguntas chegam por outros tempos)



entretanto

no meio do indiferente

da cama feita e da mesa posta

a tua presença tomou o lugar do medo

e o meu coração batia

tão infundadamente no teu peito

que não havia mais palavras



em mil novecentos e oitenta e oito

tudo estava em seu lugar

                                            (a poesia encontrara a sua morada



1989



(Queda do Muro de Berlim) 


De Atibaia, São Paulo: Geovani Doratiotto
Pseudônimo: G.D
Ano do nascimento: 1989



“Um fato marcante em minha infância foi a desmitificação do Papai Noel e seus comparsas”.



Título: Poema-Dividido





“Esperei (tanta espera), mas agora

Nem cansaço nem dor. Estou tranqüilo.

Um dia chegarei, ponta de lança,

como um russo em Berlim”.



(Carlos Drummond de Andrade).





Reconstruir o

parvo futuro.

O tiro no escuro

que declara extinta a mudez ficta do povo.

-É proibido colar cartazes no muro.



Mudo-me,

Transpasso, com passos duros

os restos que sobraram

do morto.

Disse o homem concreto - armado:





MUDO-MURO-MUDO

MURO-MUDO-MURO

MUDO-MURO-MUDO

M    R  -M   D  -    M   R



Lágrimas ao solo.

O sol é lodo e ofusca o sorriso cinza, quando

a metade,  meio desconfiada

encontra o todo.



Noticiário Alemão:

Calou-se

a voz de cimento.



Calo

na mão do Mujiki,

o Camponês que planta a semente

acaba plantado no chão.



Dentro de

mim, ainda permanece

inteiro parte do muro de Berlim.

                                               [Enquanto ele caía

minha mãe paria]  O médico disse em tom de bravata:

Nem homem, nem mulher,

seu filho é Comunista.



2012



POETAS E LEITORES, O QUE ACHARAM DOS POEMAS DESSA ETAPA? CURTIRAM AS RECORDAÇÕES POÉTICAS?



1989

(por Lohan Lage Pignone)



Nascido nu

Vesti-me de história

Hoje

Eu me leio

Tatuado pelas cicatrizes

Do parto da minha imaginação

As contrações alemãs

(Nasceu a liberdade!)

A cesariana das ideias

(Nasceu o cérebro!)

Collor(ido) de sangue

(Nasceu o grande Plano!)

Dalí comportado

Num caixão cubista.

(Morreu o pintor de sonhos)

.

.

Os poetas estão mortos

A poesia: nascente.


&&


Leitores: comentem e votem em seus preferidos!

Logo mais, faremos o anúncio do tema da próxima etapa!

Preparem-se!

AUTORES S/A


ANÚNCIO DOS TEMA/FORMA DA 6ª ETAPA:


1º Desafio

Morria de pancreatite aguda, em 1994, o fotógrafo francês Robert Doisneau. Muito premiado durante a sua carreira, Doisneau estaria completando, neste ano, 100 anos de idade. Atuou como fotógrafo e soldado na Segunda Guerra Mundial. Em homenagem ao centenário do fotógrafo, leia a proposta abaixo:


CARO POETA, ELABORE UM POEMA INSPIRADO NA IMAGEM ABAIXO:



 (Robert Doisneau)



- O PRAZO PARA ENVIO DO POEMA É: ATÉ AS 23:59min. DO PRÓXIMO DOMINGO, DIA 29/07/12;



- TÍTULO E INEDITISMO OBRIGATÓRIOS;



- SEM RESTRIÇÕES DE LINHAS / CARACTERES;



- O POEMA PODE SER ENVIADO EM ANEXO OU NO CORPO DO E-MAIL.


2º Desafio


CARO POETA,



ESCREVA UM HAIKAI.



- O PRAZO PARA ENVIO DO HAIKAI É ATÉ AS 23:59min. DO PRÓXIMO DOMINGO, DIA 29/07/12;


- TÍTULO E INEDITISMO OBRIGATÓRIOS


- MÉTRICA DO HAIKAI FACULTATIVA, BEM COMO A TEMÁTICA (DESDE QUE SE RESPEITE A DISPOSIÇÃO DOS 3 VERSOS);


- O HAIKAI PODE SER ENVIADO EM ANEXO OU NO CORPO DO E-MAIL.

O JURADO EDSON KENJI IURA, UM DOS MAIORES HAIKAÍSTAS BRASILEIROS DA ATUALIDADE, IRÁ ELENCAR OS 12 MELHORES HAIKAIS DA ETAPA. A PONTUAÇÃO DO RANKING SERÁ RESPEITADA DE ACORDO COM AS COLOCAÇÕES QUE O JURADO DISPUSER.


OU SEJA: PARA A PRÓXIMA ETAPA, VOCÊ, POETA, PRECISA ELABORAR DOIS POEMAS: UM, INSPIRADO EM UMA IMAGEM E, OUTRO, UM HAIKAI.

BOA SORTE!



Dica:


“O concurso está chegando ao fim e o desafio vai ficando cada vez mais difícil. Analisem a fotografia de Doisneau sem pressa; extraiam dela todas as auras possíveis antes de iniciarem a produção do poema. Quanto ao haikai, uma vez que a temática comum aos haicais (natureza) é facultativa, explorem as facetas contemporâneas para os criarem. Criatividade! Abraços e sorte a todos!”

(Lohan)


ATÉ A PRÓXIMA, POETAS E LEITORES!

78 comentários:

Vívian disse...

Meu voto vai para Wender Montenegro com o poema "Se as almas transmigram, no quando...",sou leitora de Wender e gosto de ser levada pelos versos que me levam ao azul nos versos de inspirados em Cecília e me mostram o legado de Vinícius em seus versos.

Bené disse...

Meu voto vai para o Thiago Luz porque falou da maior cantora brasileira de todos os tempos com muita beleza.

Bené

Márcia Maia disse...

Meu voto vai para Flávio Machado que trata de um problema que, de tão frequente, passa despercebido no cotidiano das gentes.
Os dois primeiros versos da primeira e da segunda estrofes são impactantes como um soco no estômago:

"quantas crianças
nesta manhã acordarão para o trabalho?
(...)
quantas crianças
serão assassinadas nesta manhã?"

Gerusa Leal disse...

Meu voto vai para Flávio Machado que, de forma artística, dá voz aos desvalidos. Excelente poema.

Dante Pincelli O velho disse...

Ana Lisboa foi perfeita em seu pema quase futebolístico, quando comecei a lê-lo pensei que seria mais uma goleada do escrete canarinho, mas que nada, ela convocou os Beatos pra jogarem no ataque e goleou a velha retranca azurra.

Francisco Ferreira, como sempre, foi preciso em seu protesto, em sua tristeza nada demagógica pelo acontecido naquele abril de 64...

Adoro poesias sobre futebol, por isso fiquei empolgado com aquela foto do melhor flamengo de todos os tempos (ví muitos e muitos jogos daquele time),parabéns pela escolha Hernany, mas seu poema não foi tão afinado quanto aquela orquestra futebolística e, saudações vascaínas.


Meu voto vai pro Francisco Ferreira.


Mas a leva, como um todo, está excelente.


Parabéns poetas e Lohan.


Dante.



Meu voto vai

Fabio disse...

Meu voto vai p/ "Elis" do Thiago Luz. Parabéns a todos!!!

Anônimo disse...

Meu voto é para Wender Montenegro, poema: "Se as almas transmigram, no quando..."

Felipe Neto Viana disse...

Boa tarde,

Não estou acompanhando o certame desde o seu intróito mas não há dúvida de que esta seja a melhor leva até o momento. Poemas de cunho histórico geralmente trazem apelos históricos que se bem trabalhados podem vociferar protestos, memórias e frustrações.

Me surpreendi com a idade de alguns poetas. Não que a idade seja fator preponderante na construção de um poema mas há de se levar em conta a vivência de cada um principalmente quando se aborda um tema como este.

Alice Lobo e G.D, os mais novos da competição que tem sido os destaques da mesma. Alice Lobo alinhavou com sua delicadeza e subjetividade muito intrínsecas as memórias de um ano sem graça na minha opinião. 1988 foi um ano 'sarnento' politicamente, sem grandes acontecimentos. E foi essa a sensação que Alice produziu em seu poema em versos como 'mais um ano sem o disco de caetano', 'quem se importa?'.

G.D se apoderou do principal acontecimento de 1989 com maestria. Sarcástico e muito exato na disposição dos versos, reduzindo as quebradas que se faziam desnecessárias em seus poemas. O arremate do poema mais uma vez foi espetacular. G.D, o caçula do certame, foi o melhor da leva. O meu voto vai para G.D.

Isso não significa que apreciei os poemas de Anna Lisboa, Lune, Manoel Helder e João Saramica. Do poeta Barolo espero ainda mais porque é perceptível que se pode escavar mais do poeta (que pelo visto é 'a poeta'). Do poeta Per-Verso mais uma vez acuso o caráter descritivo, esse prosaísmo que me incomoda e algumas rimas pobres como 'amar e alimentar'. Trate mais o seu texto, poeta.

Jean Jacques e Nonada F.C foram mais viscerais e dimensionaram duas paixões nacionais: Elis Regina e o Flamengo (arrgh, odeio futebol). A poeticidade passou longe do poema de Nonada e o que li foi mais um relato de torcedor apaixonado. Já em Jean Jacques as exclamações pontuaram bem a essência de Elis, a intérprete fabulosa apimentada. Um bom poema que só deixou a desejar no arremate.

Dersu Uzala foi melhor em relação à leva anterior. Se apropriou de um acontecimento importante daquele ano - um acontecimento que beira o apelativo (quando se fala de velho e criança...). Soube conduzir bem o protesto embora essa coisa de dar muitos direitos às crianças como o ECA por exemplo seja um caminho perigoso (mas não é hora de levantar essa polêmica).

João Saramica persiste no tom prosaísta mas soube conduzir o ano com maestria. Anna Lisboa é a porra-louca do certame e tira o fôlego com seus poemas mirabolantes. Pecou em uma ou duas rimas que para mim são fracas.

Lune foi suave e revelou Fellini em seu poema. Revelou um coelho da sua cartola e surpreendeu mais uma vez. Manoel Helder aprimorou ainda mais sua linguagem direcionada ao público-leitor e homenageou o poetinha à altura (embora essa coisa de transmigração de alma tenha soado pretensiosa. Controle sua auto-confiança, poeta).

Sobre o poema do poeta Gaspar eu não tenho muito a dizer porque não tive muito o que entender. Se tive, ou fui ignorante o bastante (o que acho pouco provável) ou o poeta abusou da linguagem metafórica. Saiba dosar as figuras de linguagem, Gaspar. Manuel Bandeira sabia fazer poema com apenas uma figura de linguagem, inserida em uma notícia de jornal.

Reiterando: meu voto na leva vai para G.D.

Eu volto.

Cordialmente,
F.N.V

Beca disse...

Voto em Anna Lisboa pela quarta vez, creio eu. Aliás, desta vez justifico.
É sempre um prazer entrar aqui toda semana e degustar as surpresas de seus versos e estrofes, é sempre um prazer abrir o blog e procurá-la primeiro. Em seguida, leio Lune, G.D e os demais. Adorei as 3 poesias igualmente, mas Anna tem esse diferencial que muito me agrada: surpresa. Se pudesse votar em mais 2, seriam vocês.
Volto para acompanhar as notas e as falas dos jurados.

P.S: Manoel Helder, por acaso quis homenagear Vinícius se homenageando? Tenho visto que consegue esses pontos bônus toda semana, o que inclusive te ajuda muitíssimo a subir no ranking, mas está de sacanagem com um dos maiores poetas de todos os tempos. Meu caro, você está LONGE de ser Vinícius. A poesia é livre, mas isso não justifica qualquer coisa escrita. Reflita melhor.

Wender Montenegro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Wender Montenegro disse...

Acho que não deveria mas vou te responder, querido(a) Beca (o nome Anônimo teria lhe caído melhor): quando surgiu a proposta de escrever sobre um acontecimento do ano do meu nascimento, logo me veio a ideia de escrever sobre Vinicius, Poeta de quem gosto muito! Essa ideia da transmigração das almas (crença que não é a minha, de forma alguma, só pra que fique claro) não é uma ideia nova; venho com ela desde que descobri (romanticamente), há alguns anos, que o poetinha tinha morrido um mês antes de eu nascer... Agora, homem feito e poeta sendo, e diante da proposta do concurso, decidi que (mesmo correndo o risco de ser mal interpretado pelo juri oficial e por leitores como vc), deveria trabalhar esse poema e ARRISCAR. Escolhi o soneto (e escrever sonetos é sempre um risco!) apenas para tentar ser o mais fiel possível à proposta a que me sujeitei...

Beca, se atentar para a intertextualidade presente no soneto, verá que foi, sim, uma homenagem; e não a mim mas ao Vinícius (haverá homenagem maior do que a do fã que diz querer ser o ídolo?!) :)

Quanto aos bônus, acho melhor vc reclamar aos leitores que votaram em mim nas duas vezes. (Além do que nem preciso dizer que é uma regra do concurso!)

Quanto ao "qualquer coisa escrita", acho melhor vc reclamar ao juri oficial!

Quanto à poesia da Anna, e nisso pensamos igual, já falei que gosto muito do modo como ela escreve! Anna representa um achado aqui neste concurso!

O mais fica por conta de sua reflexão...

Grande Abraço!

Unknown disse...

Hoje meu voto vai para Lune. Adoro poesia boa, adoro Fellini e adoro a Lune agora.

Parabéns aos demais.

Mauro.

Anna Lisboa disse...

Bem, vamos la:
Beca, agradeco muito teu voto (mais um, sem duvida), agradeco demais o elogio que vc chama de 'surpresa'. Realmente essas 'surpresas' nao me rendem pontos, mas rendem paz. Desabafo em meus versos e isso me contenta. Vou ficar rica? Provavelmente nao, mas ficarei bem, acima de qq coisa.
Uma outra questao, se me permite(m), eh o que interpretou em Wender. Nao creio que ele queira ser Vinicius, ate pq, se sai muito, muito bem sendo Wender. Se puder ler novamente sua poesia, ficarei feliz! Foi uma bela e delicada homenagem e penso que ate Vinicius teria orgulho do que e de quem inspirou.

Um beijo e obrigada novamente!

Anônimo disse...

Voto na Elis, digo Thiago Luz.

Thiago Luz disse...

Obrigado a quem votou. Eu também voto em mim... rsrsrs... Sério, anota aí: Thiago Luz!!! Mas já dei meu ponto-presente... Boa sorte!

Unknown disse...

Quanto poema bom! Mas hoje vou de Anna Lisboa de novo. Dá-lhe Anna! Faz bonito e diferente. Essa merece vencer.

Abraços aos poetas.
Antonio.

Unknown disse...

Voto em Anna Lisboa. O melhor poema da rodada mais uma vez. Sou Mengão e gostei do poema do Nonada também mas o da Anna é divertido e diferente.

Cinthia Kriemler disse...

Mauro Toledo, muito obrigada! Fellini é mesmo tudo de bom, não é?

Abraço

Cinthia/Lune

Sândrio cândido. disse...

Voto em Wender Montenegro

Unknown disse...

Em tempos de eleição, escolher um candidato é complicado... Quem dera todos os nossos políticos fossem tão bons quanto os poetas desse concurso.

G.D: puta que los paros, tu arrasou. É verde pra confirmar!

Inté!

Unknown disse...

Sem tempo para escrever, com tempo para votar.

Anna Lisboa, por favor.

Marco Antonio Tozzato disse...

Gostei muito do poema do G.D. Do título, que de forma inteligente e concisa introduz muito bem o assunto, até o último verso, que consegue extrair humor de um tema tão árduo. O "recheio" também é muito bom. Meu voto é para o Doratiotto.

Patricia Tavares disse...

Voto na Elis do Thiago. Parabéns pelo magnífico concurso. Bjinhusss

Anônimo disse...

Voto em Thiago Luz.

o choro da formiga disse...

Meu voto pra rodada: Alice Lobo, com Minha Filha.

Parabéns a Anna Lisboa, Wender, Francisco Ferreira, ThiagoLuz, Lohan... a todos!

Unknown disse...

Voto no Gaspar por ''A Morte que amava Stalin''. Obra-prima, simplesmente sobre a morte e suas veredas.

Lenir.

Anônimo disse...

Oi, boa noite! Meu voto é na Anna Lisboa... lógico. rsrs.

Unknown disse...

Manoel Helder, meu voto é seu.

afranio13 disse...

Wender Montenegro com o poema
Título: Se as almas transmigram, no quando...

Unknown disse...

"Poema Dividido" marcou essa rodada. Gosto da Anna e da Lune, mas hoje o G.D ganha o meu voto.

Anna Lisboa disse...

Pessoal, vamos la!!! Vamos votar, comentar?!! Aqui dentro ha sempre um espetaculo a parte!



Dante, Felipe, Marcelo, Angelica, Antonio Carlos, Renato, Lucia, Pedro Paulo, muito obrigada pelos votos e/ou comentarios!!



Simbora, pessoal!

Unknown disse...

Yeahh!! Ameeei esse round de poemas. Mas o the best foi o G.D com esse ano que amo! -*-

Voto nele.
Kiss kiss!

Anônimo disse...

Manoel Helder, esse é o melhor...ao ler seu poema arrepiei ADOREI! PARABÉNS!

Unknown disse...

Esse concurso está muito empolgante eu já li pouca coisa parecida na internet. Parabéns pelos mentores e para esses poetas brasileiros maravilhosos. Hoje voto em Anna Lisboa novamente porque essa aí sabe o que faz.

Até, poetas!
César.

Unknown disse...

Voto no Geovani! O poema que mais me impressionou. Hoje eu e o meu marido discordamos hehehe.

Parabéns a todos!
Martha.

relson assis disse...

wender montenegro..

relson assis disse...

wender montenegro...

Pop's Cosméticos disse...

Meu voto vai para Manoel Helder! xD

Unknown disse...

Hola, poetas! Hoy estoy de vuelta y me encantó una vez más esta poesía de Anna de Lisboa. Es una crema brasileña. Mi voto es suyo.

Ana Celis (Madrid / SP)

Comunidade Católica de Muribeca disse...

voto em wender montenegro

cheirlan disse...

Meu voto vai para Manoel Helder.E demais

papapaoliveira@gmail.com disse...

Eu voto no manoel helder (Wender)

Fabiana Reis disse...

Meu voto vai para Anna Lisboa!!!

Unknown disse...

Meu voto vai para Wender Montenegro. Lindo poema e linda foto!!!

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Tatiana S.L disse...

Mais uma vez, a poetisa Anna Lisboa dispõe de uma qualidade inigualável neste certame. Apesar de apreciar muito os poemas de Lune, Gaspar e G.D, a Anna Lisboa apresenta um diferencial e tanto.

Voto é dela.

Tatiana S.L.

daniel lima disse...

voto pro geovani!

Anônimo disse...

Voto em Geovani Doratiotto

daniel mimnchni disse...

Voto em Geovani Doratiotto

♣Tânia Yuri ♣ disse...

Meu voto vai para o Giovani Doratioto

Pedro Pinheiro disse...

Voto em Geovani Doratiotto!

Unknown disse...

Voto em ANNA LISBOA, com cerveja.

Unknown disse...

Voto em Geovani Doratiotto

Unknown disse...

Voto em Geovani Doratiotto

Anônimo disse...

Voto em Geovani Doratiotto

Anônimo disse...

Voto em Geovani Doratiotto

Anônimo disse...

Voto em Geovani Doratiotto

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Bianca F. disse...

Voto em Geovani

Anônimo disse...

Voto: Geovani Doratiotto

Anônimo disse...

Voto em Geovani Doratiotto !!!

Unknown disse...

Meu voto vai para Anna Lisboa primeiro por abordar o ano do meu nascimento com tanta maestria e singularidade e depois porque já venho acompanhando o concurso há tempo e hoje resolvi dar esse voto a ela de confiança.

Abraços do,
Vitório.

Anônimo disse...

Voto em Geovani Doratiotto

Anônimo disse...

Geovani Doratitto Claro!

Anônimo disse...

Voto em Geovani Doratiotto

Anônimo disse...

Geovani Doratitto!

Dandara Rodrigues disse...

meu voto é para Wender Montenegro, :*

Wender Montenegro disse...

Aqui meu voto vai para o Manoel Helder! hehe Meu ponto-presente foi para a parceira Lune, pelo poema brilhante!

Boa tarde, e muito obrigado por cada um que votou neste meu poema!

Abraços

Caroline disse...

Geovani Doratitto!

Unknown disse...

Voto na Anna Lisboa, a melhor! Meu pai indicou. Bj!

Wender Montenegro disse...

por cada voto*

Unknown disse...

O poema que mais me encantou foi "Eu, Cabíria" do Lune. Lindo poema, que demonstra a busca da felicidade, mesmo de maneira trapaceira, como em Noites de Cabíria. Maravilha!!

José Bonini disse...

Geovani Doratiotto

Ingrid disse...

Voto no Geovani Doratiotto...

Lohan Lage Pignone disse...

Fim de papo!

RESULTADO OFICIAL DA VOTAÇÃO:

1º Wender Montenegro - 14 votos.
2ºAna Lúcia Pires - 12 votos.
3º Geovani Doratiotto - 11 votos.
4º Thiago Luz - 06 votos.
5º Flavio Machado - 02 votos.
6º Lune, Gaspar, Alice Lobo, João Saramica - todos com 1 voto cada.

Abraços a todos e parabéns mais uma vez, WENDER MONTENEGRO, PELO PONTO BONUS.

Lohan.

Anna Lisboa disse...

Pessoal, muito obrigada pelos votos e comentarios. Sei que nao votaram em Anna Lisboa, mas em Yesterday (ha de ser outro dia) e fico muito feliz por isso.

Um grande beijo e muito obrigada (mesmo) pela boa vontade.


Wender,parabens! Parabens, poetas da historia!

Marcos Costa disse...

Eu voto em Anna Lisboa.

Marcos Fonseca disse...

Meu voto é para Anna Lisboa.