quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Comentários e Notas da 6º Etapa - Poema inspirado em imagem / Haicais

APRESENTAÇÃO:



Jurados Oficiais: Afonso Henriques Neto, Paulo Fodra e Tânia Tiburzio

Jurados Convidados: Ana Elisa Ribeiro, André de Leones, Julián Fuks, Luisa Geisler,Victor Paes e Edson Kenji Iura.



            Mais uma noite tensa: a de resultados! Quem sobe, quem cai? Quem se supera? Todas essas respostas ficaram nas mãos, ou melhor dizendo, nos ‘olhares’ de diversos jurados durante esta semana. E, nesta etapa, temos um time especial de jurados: além dos queridos jurados oficiais, temos como convidados algumas das mais jovens promessas da nossa literatura. São cinco jovens autores, vencedores de prêmios importantes e até mesmo destaques internacionais; como é o caso de Luisa Geisler, de apenas 20 anos, e de Julián Fuks: ambos selecionados pela Revista britânica Granta como sendo um dos 20 melhores jovens escritores brasileiros da atualidade. André de Leones foi uma das sensações da FLIP 2012, e vem consolidando uma bela carreira literária, assim como Victor Paes e Ana Elisa Ribeiro, mais experientes e não menos jovens. Nos haicais, temos o mestre Edson Kenji Iura, um dos maiores haicaístas brasileiros da atualidade. Escritores que sonham e realizam, buscam seus espaços, tem coragem e disputam patamares importantes da área literária entre os grandes nomes. Grato pela generosidade de todos vocês em participarem do II Concurso de Poesia Autores S/A!




ANDRÉ DE LEONES




André de Leones (Goiânia, 1980) é autor dos romances 'Dentes negros' (Rocco, 2011) e 'Como desaparecer completamente' (Rocco, 2010), dentre outros. Vencedor do Prêmio Sesc Literatura no ano de 2005. Weblog: vicentemiguel.wordpress.com.



ANA ELISA RIBEIRO




Ana Elisa Ribeiro é Doutora em Linguística e pós-doutora em Comunicação. É autora dos livros de poesia "Poesinha" (Poesia Orbital, 1997), "Perversa" (Ciência do Acidente, 2002) e "Fresta por onde olhar" (InterDitado, 2008). Publicou poemas em diversos jornais, no Brasil e no exterior, além de participar de muitos festivais de literatura, onde leu poemas (Terças Poéticas, Itaú Cultural, Festival de Literatura de São João Del Rei, Fórum das Letras, Bienal de Minas, Salão do Livro de MG, Ofício da Palavra, etc.). Há dez anos, é cronista do Digestivo Cultural. Publicou o livro infantil "Sua Mãe" (Autêntica, 2011) e o livro de crônicas "Chicletes, Lambidinha e outras crônicas" (Jovens Escribas, 2012). É professora do CEFET-MG, onde atua na graduação e na pós-graduação. É também colunista do site Digestivo Cultural.



JULIÁN FUKS



Julián Fuks é paulistano e nasceu em 1981. Escritor, tradutor e crítico literário, é autor de Procura do romance (Record, 2011) e Histórias de literatura e cegueira (Record, 2007), finalista dos prêmios Portugal Telecom e Jabuti. Com seu livro de estreia, Fragmentos de Alberto, Ulisses, Carolina e eu (7 Letras, 2004), ganhou o prêmio Nascente da Universidade de São Paulo. Foi repórter de literatura da Folha de S. Paulo e resenhista das revistas Entrelivros e Cult. Em 2012, foi escolhido pela revista Granta como um dos “melhores jovens escritores brasileiros”. Hoje, é um dos finalistas no Prêmio São Paulo de Literatura.



LUISA GEISLER




Luisa Geisler foi selecionada pela revista inglesa Granta para a antologia dos melhores jovens escritores brasileiros. É autora de Quiçá (Record, 2012) e Contos de Mentira (Record, 2011), ambos vencedores do Prêmio SESC de Literatura (categorias romance e conto, respectivamente).



VICTOR PAES




Victor Paes é escritor, ator e editor da Confraria do Vento. Publicou os livros de contos Deus ex machina (Confraria do Vento, 2011) e Mas para todos os efeitos nada disso aconteceu (Dulcineia Catadora, 2010), além do livro de poesia O óbvio dos sábios (Confraria do Vento, 2007). Tem publicados seus contos e poemas em diversas revistas e sites. Participou das coletâneas 24 letras por segundo (Não Editora, 2011), organizada por Rodrigo Rosp, e XXI poetas de hoje em dia(nte) (Letras Contemporâneas, 2010), organizada por Priscila Lopes e Aline Gallina. Publica o blog www.victorpaes.blogspot.com



Abaixo, um pequeno bate-papo com esses jovens e geniais autores:



Lohan: Olá, caros escritores. É um prazer imenso recebê-los no Autores S/A. Digam: qual é a sensação por estarem solidificando a carreira literária de vocês? O que foi fundamental para vocês em vossos primeiros passos como escritores perante a crítica e os leitores, em geral, e que vocês podem deixar como conselho aos poetas dessa competição?



André de Leones: O mais importante é ler, estudar muito. Sugiro, também, que fiquem atentos a prêmios e concursos. Com meu primeiro romance, 'Hoje está um dia morto', venci o Prêmio Sesc de Literatura 2005. Com isso, tive o livro publicado por uma grande editora (Record) e dei meus primeiros passos no meio literário.



Ana Elisa Ribeiro: A sensação é a de trabalhar muito. Nunca deixar de escrever e publicar. É isso o que solidifica uma carreira (qualquer, acho, aliás), embora muitos fatores externos possam contribuir para o sucesso (ou o insucesso). Acho que é preciso se levar um pouco a sério, mas só um pouco, pra não ficar pretensioso e até pedante. Escrever muito e se reler (e ser lido e relido pelos pares) é, penso, o jeito de melhorar e merecer.



Victor Paes: É um prazer participar. Bem, solidificar uma carreira literária hoje é uma ideia tão cômica quanto assustadora para alguém que esteja se propondo a isso. E pelo mesmo motivo: por estar acreditando que esteja acontecendo. Brincadeiras à parte, acho que tudo é resultado, como em qualquer profissão, de duas coisas: trabalho e sorte. Trabalho em primeiro lugar, claro, pois é só com ele que a sorte se torna digna. A sorte sozinha só gera fugacidade. Mas, claro, é fundamental. E trabalho, em literatura, não me canso de dizer isso, é basicamente leitura. E escrever muito. Mais até reescrever que escrever.



Luisa Geisler: A sensação é muito gratificante, pode ter certeza. Mas ao mesmo tempo, é cada vez mais a certeza de que há muito trabalho a ser feito. Publicar um ou dois livros, ser elogiado na crítica só significa uma coisa: ter que manter o nível. Ser escritor, iniciante ou ganhador do Nobel, nunca vai ser fácil. Em relação ao que foi fundamental: para mim, foi uma Oficina de criação literária, que fiz com Luiz Antonio de Assis Brasil. Mudou muito a minha escrita ver o texto como algo a ser trabalhado, revisado, objetivado etc. A escrita é, como a dança, teatro, música, uma arte que se melhora através do conhecimento da técnica e da prática. Claro que isso não quer dizer que todos somos obrigados a fazer oficinas, mas acredito que muita leitura e muita escrita são essenciais. Cada um tem seu método, no fim das contas, mas essas duas são bem universais.



Julián Fuks: Difícil, ao menos no Brasil, sentir de fato que se está consolidando uma carreira literária. Quando se trata de literatura, o reconhecimento é sempre incerto, a crítica é rarefeita, os leitores, quase inexistentes. Se cabe algum conselho, talvez seja para nunca perder de vista a razão primeira por que se escreve, para além de qualquer vaidade ou qualquer batalha pela apreciação alheia. Prosa ou poesia nada têm a ver com isso, com essa disputa acirrada por prestígio: a literatura acontece apenas entre o escritor e suas palavras, seus livros, suas ideias.



Lohan: O que um poema, na concepção de vocês, deve ter/ser para receber a nota 10? Qual é o tipo de poesia que mais te cativa?



André de Leones: Rigor formal, isto é, o autor deve ter plena consciência do que quer dizer e de como dizê-lo. A ideia de que o poeta é um ser "iluminado" e que escreve num momento de "inspiração" é uma grande besteira. Os melhores poetas são aqueles que trabalham seus textos à exaustão, lapidando cada verso, escolhendo cada palavra com todo o cuidado. Creio que João Cabral de Melo Neto e Orides Fontela são ótimos exemplos. Considero ambos geniais.



Ana Elisa Ribeiro: Isso é mesmo muito pessoal. Poesia, pra mim, tem de ter "pega", "fecho", zíper de aço, com encaixe perfeito, como eu disse certa vez. Não curto muito poesia só imagem, só gastação de palavras bonitas (ou feias), só esmeril, como não gosto de guitarrista que só esmerilha e não mostra composição. Curto bem um humor, sabe, mas é algo pra se ter cuidado na poesia. Poesia curta me cativa, mas uma boa poesia longa também. Nas duas, é preciso ter inteligência lexical, vamos dizer assim.



Victor Paes: Parece fácil dar notas a poemas, mas é difícil. Antes de tudo, não há tipo melhor de poesia. Sempre penso nisso quando leio um poema: não há ideia ruim por excelência. Torna-se ruim quando é mal realizada. Isso acontece quando o poeta não tem muita experiência com a poesia, não definindo um estilo próprio, ou quando, dentro de seu próprio estilo, sente-se confortável e não batalha. Claro que sempre há exceções, mas em geral é por aí. E um poema bem realizado, em qualquer estilo, é o que cativa e que vai cativar sempre.



Luisa Geisler: Sou um pouco ligada à forma e sou bastante fã de poesia concreta. Apesar disso, adoro Schiller também. Para mim, o essencial é criatividade, pensar fora de padrões impostos, anda mais na poesia.



Julián Fuks: Como responder a uma pergunta dessas sem apelar a uma platitude qualquer? O poema tem que conciliar a razão precisa de sua existência, aquele algo que o poeta tem a dizer, com uma execução perfeita, minuciosa, eloquente. Tem que ter a medida exata que a matéria merecer, sem sobra ou escassez. Não que essa perfeição exista a priori, anterior aos versos; o poema que me cativa é o que me faz acreditar nessa falsa perfeição externa, na absoluta necessidade de sua existência.




COMENTÁRIOS E NOTAS DA 6º ETAPA – POEMA INSPIRADO EM IMAGEM



Pseudônimo: Barolo

Título: Dias Felizes



Afonso Henriques:

Nota: 9.4

Comentários: O poema tem sentimento, mas a linguagem é quase sempre muito prosaica.



Paulo Fodra:

Nota: 9,7

Comentário: A poeta acabou se prendendo demais na descrição da imagem, margeando o lugar-comum, porém compôs uma peça com boa estrutura e ritmo.



Tânia Tiburzio:

Nota: 9,7

Comentário: Achei o poema bonito, mas muito lugar comum. O poeta poderia ter sido mais criativo.



André de Leones:

NOTA: 9,1

COMENTÁRIO: Versos de cunho nostálgico que não vão além de uma descrição da imagem proposta e do que ela evoca de imediato. O problema reside justamente na obviedade. Pobres, os versos acabam por banalizar o que procuram evocar.



Ana Elisa Ribeiro:

NOTA: 9.4

COMENTÁRIO: Gosto das imagens, mas não acho que a narratividade aqui seja poética. O poema termina por ficar meio descritivo demais em relação à foto.



Julián Fuks:

NOTA: 9,6

COMENTÁRIO: Bom ritmo e mão firme, construindo uma atmosfera bonita e nítida de vivência coletiva – embora reflita pouco as especificidades da foto. O título e o verso final talvez sejam um pouco infelizes, comuns demais, diluindo ou domesticando o que há de interessante na narrativa.



Luisa Geisler:

NOTA: 9,3

COMENTÁRIO: O poema está quase todo em prosa. Há pouca linguagem metafórica, e, por isso, se torna muito literal, o que permite pouca interpretação participativa do leitor. Apesar de uma boa intenção, e de um ideal de infância (romântico) explícito, as expressões são vagas. 'éramos felizes', por exemplo, é muito vago.



Victor Paes:

NOTA: 9,0

COMENTÁRIO: A descrição da fotografia em si é uma ideia bem interessante, pois pode ser poeticamente muito vigorosa. Mas acredito que isso não aconteceu no caso desse poema, pois os elementos que alinhavam as descrições parecem fazer uma pura descrição, com pouca criação em cima.





Pseudônimo: Manoel Helder

Título: Os olhos de Doisneau e os Pássaros da infância



Afonso Henriques:

NOTA: 9.4

COMENTÁRIO: Apesar dos dois bons poetas citados — como que a formarem o eixo do poema —, falta maior inventividade imagética, no sentido de que há um ótimo momento inicial (olhos infantis que são dourados pássaros pousados na segunda-feira), mas depois o poema perde intensidade.



Paulo Fodra:

NOTA: 9,6

COMENTÁRIO: Gosto do tom misterioso que o poeta imprimiu ao tema, fugindo da mera descrição da foto. Porém, senti falta da composição bem estruturada que ele demonstrou em outras fases do certame, prejudicada aqui pelo excesso de citações.



Tânia Tiburzio:

NOTA: 9,6

COMENTÁRIO: Não gosto da disposição do poema, é confuso. Algo mais simples teria melhor resultado.





André de Leones:

NOTA: 9,6

COMENTÁRIO: O autor foge da mera evocação. Conversando não só com Doisneau, mas também com Herberto Helder e Quintana, sugere que a criação nasça e cresça mediante trocas saudavelmente espúrias: Doisneau “tomando para si” os versos de Helder, por exemplo, e a própria razão de ser do poema, catalputado por aquela imagem. A forma alquebrada reitera tal acepção.





Ana Elisa Ribeiro:

NOTA: 9.5

COMENTÁRIO: Muito interessante a construção deste poema. Incomodam um pouco as excessivas citações de outros.





Julián Fuks:

NOTA: 9,5

COMENTÁRIO: Gosto do uso de versos de outros em meio aos próprios, mas não convém que eles assumam a maior densidade de sentido de todo o poema. Aqui há versos próprios bons, a terceira estrofe é excelente, mas o sentido se deixa abafar pelas experimentações formais que se seguem. A quarta estrofe chega a atrapalhar a terceira.



Luisa Geisler:

NOTA: 9,5

COMENTÁRIO: O uso de metalinguagem e exploração das possibilidades (incluindo poesia concreta) são muito bons, valorizando a inovação. Contudo, o excesso de referências se torna excessivo, em ocasiões.



Victor Paes:

NOTA: 9,7

COMENTÁRIO: Poema bem vigoroso e lúcido. Perdeu um pouco a força na personificação dos olhos das crianças.





Pseudônimo: Dersu Uzala

Título: inspirado em Mário Quintana



Afonso Henriques:

NOTA: 9.3

COMENTÁRIO: Trata-se de uma crônica/lembrança (com momentos engraçados, sem dúvida): sentimos, contudo, a ausência da linguagem poética.





Paulo Fodra:

NOTA: 9,4

COMENTÁRIO: O poeta fugiu da mera descrição da foto, porém recaiu no prosaísmo, praticamente isento de imagens poéticas.



Tânia Tiburzio:

NOTA: 9,5

COMENTÁRIO: O poema parece prosa. Abordagem ruim do tema, boba.



André de Leones:

NOTA: 9,1

COMENTÁRIO: No momento em que a memória parece se reduzir a mera flatulência, temos um poema que não se sustenta como “homenagem” a Quintana, como chiste, como nada. 



Ana Elisa Ribeiro:

NOTA: 9.2

COMENTÁRIO: Imagens escolares que trazem saudades, mas não convencem num poema. Gosto muito de humor em poesia (e em quase qualquer coisa), é um ponto interessante.



Julián Fuks:

NOTA: 9.4

COMENTÁRIO: Vai bem o poema até se entusiasmar demais com uma só brincadeira. Não que haja problema na escatologia galhofeira – ela tem sua graça –, mas ocupa espaço demais no conjunto, e o poema acaba sofrendo por sua predominância excessiva. Uma estrofe final podia retomar, quem sabe, a estrofe bonita da abertura, ressignificando a coisa toda.



Luisa Geisler:

NOTA: 9,5

COMENTÁRIO: O uso de prosa, nesse caso, não se tornou prejudicial à leitura, além de a história ser bastante inovadora. A "abrasileiração" da temática, contexto brasileiro e referências infantis brasileiras enriquece muito. É criativo.



Victor Paes:

NOTA: 9,5

COMENTÁRIO: Esse poema é um bom exemplo de uma obra inspirada em outra que não segue a linha de apenas descrever a fotografia. A ideia das competições é boa. Porém, se realizou através apenas de uma descrição das competições em si, com pouca criação em cima.





Pseudônimo: João Saramica

Título: Das Infinitas Possibilidades de Voar



Afonso Henriques:

NOTA: 9.5

COMENTÁRIO: Chega próximo da fotografia-tema e apresenta beleza poética.



Paulo Fodra:

NOTA: 9,9

COMENTÁRIO: O poema formou uma intertextualidade bastante agradável com a imagem, se apropriando do que não está registrado nela como argumento. A partir desse momento, ambos se tornam complementares e não sobrepostos. Se, por um lado, a criança parece muito pequena para estar apaixonada, por outro lado, o texto remete à visão que o poeta tem do amor.



Tânia Tiburzio:

NOTA: 9,8

COMENTÁRIO: Poema bonito, mas não vi muita relação com a fotografia.



André de Leones:

NOTA: 9,1

COMENTÁRIO: O que está ausente dos versos acima é a invenção. O mau uso da pontuação (vide as reticências ao final da segunda estrofe) e a insistência de termos pisados e repisados (“coração”, “estrelas”, “olhar”) chega a ser nauseante.



Ana Elisa Ribeiro:

NOTA: 9.7

COMENTÁRIO: Muito boa a imagem que escapa à foto, sem esquecê-la (do menino que se desvia da aula para pensar no amor).



Julián Fuks:

NOTA: 9,8

COMENTÁRIO: Discurso sucinto e contundente, em uma argumentação tão forte no lirismo quanto no convencimento. O título, no entanto, talvez prometa demais – talvez prometa algo que o poema não quer e nem precisa ser. O arremate, se retrabalhado, também podia ganhar mais força.



Luisa Geisler:

NOTA: 9,6

COMENTÁRIO: É uma boa junção de conteúdo e forma. A linguagem metafórica, nesse caso, abre muito espaço para interpretação do leitor. O eu-lírico (apesar de maduro em excesso para a idade) revela o amor de forma original.



Victor Paes:

NOTA: 9,0

COMENTÁRIO: A abordagem do olhar do garoto é interessante. Mas perde a força pela exacerbação do lirismo, principalmente no título e em algumas imagens, como “coração” e “estrelas”.







Pseudônimo: Gaspar

Título: Aulas Mortas



Afonso Henriques:

NOTA: 9.6

COMENTÁRIO: Está bem construído. Abre com um verso bom, surpreendente: “cabeças são falsos girassóis”, e fecha com outro bastante interessante: “passa pelo estreito osso do tempo”.



Paulo Fodra:

NOTA: 10

COMENTÁRIO: O poeta faz uso de duas vozes em contraponto para compor o poema. Em uma descreve o voo imaginativo do garoto da foto. A outra, mais soturna e realista, soa como que uma elegia, um memento mori a nos lembrar que a infância é passageira e a vida, fugaz. Enquanto a primeira estabelece um diálogo com o que vemos na foto, a segunda conversa com o que sentimos ao observá-la.



Tânia Tiburzio:

NOTA: 9,8

COMENTÁRIO: Bonito. Não vi muita relação com a foto, mas gosto do poema. Sensível.



André de Leones:

NOTA: 9,6

COMENTÁRIO: Outro poema que, felizmente, escapa à evocação simplória. O autor “serpenteia oblíquo” pela arte maior dos tempos de escola: ignorar o que é dito em sala e se agarrar à imaginação. Ao mesmo tempo, sugere com uma bela imagem, a de passar “pelo estreito osso do tempo”, a ideia (batida, está certo) de que tudo aquilo passa rápido demais. Ou seja: torna invulgar uma ideia que, dita de outra maneira, menos feliz, soaria pedestre.



Ana Elisa Ribeiro:

NOTA: 9.8

COMENTÁRIO: Imagens muito boas, construção interessante do poema.





Julián Fuks:

NOTA: 9,7

COMENTÁRIO: O poema tem imagens muito interessantes, e alguns versos bem bonitos. Mas tem também uma instabilidade que faz dele um tanto impenetrável: sinto que poderia gostar mais se entendesse melhor a sequência, ou um sentido maior, para além da atmosfera geral de aula morta. O uso da segunda pessoa aqui provoca algum ruído, creio.



Luisa Geisler:

Nota: 9,6

Comentário: A linguagem metafórica reforça os lados interessantes da abordagem do contexto da sala de aula.



Victor Paes:

NOTA: 9,2

COMENTÁRIO: A ideia da profusão de imagens é boa. Mas houve um excesso, principalmente no uso de imagens com pouco vigor, que se valem de muitas personificações e abstrações.





Pseudônimo: Jean Jacques

Título: Olhos Infantes



Afonso Henriques:

NOTA: 9.5

COMENTÁRIO: Apresenta uma boa leitura da fotografia-tema.





Paulo Fodra:

NOTA: 10

COMENTÁRIO: O tom ligeiramente épico casou bem com a imagem do garoto “livre entre quatro paredes” e “guerreando em si”. O final aberto em pergunta nos induz a assumir a posição do garoto e devanear também.



Tânia Tiburzio:

NOTA: 9,7

COMENTÁRIO: Poema interessante. Gosto bastante, palavras bem escolhidas, soa bem.



André de Leones:

NOTA: 9,2

COMENTÁRIO: Novamente, aferra-se à imaginação em detrimento da lição. O tom, contudo, põe quase tudo a perder. As “ordens” soam forçadas, bem como certas imagens (“Com a idade rutilante da aurora”). Os versos são altissonantes, não altivos.



Ana Elisa Ribeiro:

NOTA: 9.5

COMENTÁRIO: Lembra um poema antigo, talvez do “Novecentos” brasileiro. Muito bom, mas um tanto anacrônico.





Julián Fuks:

NOTA: 9,7

COMENTÁRIO: É uma bela leitura da foto, destacando um menino entre os outros, invadindo sua intimidade. Só não sei se o tom e o vocabulário bélicos são os mais apropriados. Difícil entender como uma batalha a cena delicada que se descreve.



Luisa Geisler:

NOTA: 9,7

COMENTÁRIO: Há rimas interessantes, uso diferenciado de linguagem. As metáforas, que permitem a visão de guerra numa sala de aula, é uma imagem interessante revelam criatividade. As aspas são excessivas, considerando-se a linguagem poética.





Victor Paes:

NOTA: 9,1

COMENTÁRIO: A metáfora do soldado é interessante. Mas poderia ter funcionado melhor se tivesse sido mais enxuta de imagens.







Pseudônimo: G.D

Título: Aluno Operário



Afonso Henriques:

NOTA: 9.6

COMENTÁRIO: Trata-se de uma boa leitura da foto apresentada. O poema está, sem dúvida, bem construído, apesar das nítidas influências concretistas deixá-lo, às vezes, ficar muito datado...



Paulo Fodra:

NOTA: 9,7

COMENTÁRIO: O poema, com seus vários recursos estilísticos, remete à cacofonia da hora do intervalo ao invés do devaneio silencioso sugerido pela foto. Ter um estilo próprio é muito bom, mas é vital que o poeta o coloque para trabalhar a favor dos seus poemas. Como sempre, há boas pérolas perdidas no caos: “A sirene dita o fim dos tempo / escravo das onomatopeias” e “dita a diretriz quadrada”.



Tânia Tiburzio:

NOTA: 9,6

COMENTÁRIO: Bom trabalho do poeta, mas não gosto da disposição dos versos. Não se consegue fixar nas palavras, perde-se muito tentando entender a forma.



André de Leones:

NOTA: 9,5

COMENTÁRIO: Lendo o poema acima, lembrei-me do título de um livro de Irvine Welsh: “Se você gostou da escola, vai adorar trabalhar”. O autor sugere que as “grades” profissionais não passam de mera continuidade das “grades” escolares. “Escola-fábrica”, diz ao final. O aluno como um detento. Como escapar, como não ficar preso a isso? Movimentando-se, parece. A poesia seria um movimento? Uma “greve” possível, do ponto de vista de quem está fora (ou dentro, preso). É uma ideia interessante.





Ana Elisa Ribeiro:

NOTA: 9.8

COMENTÁRIO: Bastante original na forma, na formulação, no diálogo com questões passadas, presentes e futuras. Vi de Foucault às greves atuais aqui. Talvez as citações é que chateiem um pouco.





Julián Fuks:

NOTA: 9,5

COMENTÁRIO: O sentido geral é evidente, e a escola acaba se revelando fábrica em uma série de imagens bem-sucedidas. Quanto às experimentações inescapáveis, é interessante o uso reiterativo da palavra “grade”, mas os tantos recursos gráficos parecem utilizados de forma um tanto desmedida. Conviria calcular melhor seus efeitos.



Luisa Geisler:

NOTA: 9,8

COMENTÁRIO: A excelente relação fábrica - sala de aula, muito criativa. O uso de poesia concreta é muito bom. Não gostei da epígrafe, e as vírgulas poderiam ter sido cortadas, dada a construção o poema.



Victor Paes:

NOTA: 9,5

COMENTÁRIO: Poema bem ousado na forma.  Mas os elementos que remetem ao concretismo não funcionam, pois visualmente e sonoramente não dizem muito.





Pseudônimo: Lune

Título: proclamar



Afonso Henriques:

NOTA: 9.6

COMENTÁRIO: Apresenta bastante força expressiva.



Paulo Fodra:

NOTA: 9,9

COMENTÁRIO: Sem abandonar suas características marcantes, a poetisa foi uma das que mais cresceu ao longo do certame. Enclausurada em uma estrutura redundante, que por si só já remete ao devaneio do menino, ela dá voz ao seu apelo desesperado para proteger a inocência do menino, ameaçada pelo mundo, pelos padrões da sociedade e até mesmo pela própria escola. O resultado chega a ser perturbador.



Tânia Tiburzio:

NOTA: 9,7

COMENTÁRIO: É bonito, mas falta algo. Não me tocou como outros poemas.





André de Leones:

NOTA: 9,2

COMENTÁRIO: Não vejo sentido no poema. Impreciso, obscuro. Ele escorre pela página, amorfo. Pressente-se algo aqui e ali, mas o verso seguinte sufoca o anterior como se o poema intentasse o suicídio. A despeito do sétimo verso, não brotam sinapses ali. O poema é um amontoado de membros impossíveis de serem organizados e, assim, formarem um corpo.





Ana Elisa Ribeiro:

NOTA: 9.4

COMENTÁRIO: Costumo me enfastiar com imagens demais e palavras difíceis. O poema comunica pouco, embora seja muito bem construído.





Julián Fuks:

NOTA: 9,5

COMENTÁRIO: Começa bem, termina muito bem, mas falta ao conjunto alguma transparência. As imagens fortes que se veem durante todo o poema às vezes são inacessíveis; existem, mas não se consolidam aos olhos de quem lê.



Luisa Geisler:

NOTA: 9,7

COMENTÁRIO: Excelente uso de linguagem metafórica e a presença de poesia concreta (embora breve) é muito interessante.



Victor Paes:

NOTA: 9,3

COMENTÁRIO: O formato do poema, quanto à relação do eu lírico com a foto é bem interessante. Mas seria mais bem realizado se fosse mais enxuto de imagens com pouco vigor, como “nem serei verbo em voz”, “afastarei da tua luz de lua cheia” e “fazendo eclipse onde esconder / tua inocência impressentida”.



Pseudônimo: Nonada F.C.

Título: Distração



Afonso Henriques:

NOTA: 9.3

COMENTÁRIO: É uma tentativa de falar sobre o olhar “distraído” do menino da foto. Contudo, o poema se apresenta ainda bastante irrealizado (gostei, de todo modo, da ideia da repetição das palavras).



Paulo Fodra:

NOTA: 9,9

COMENTÁRIO: O poeta, usando de uma estrutura simples e enxuta, consegue injetar poesia até nas entrelinhas. Belo esforço de concisão que, longe de soar simplista, funciona muito bem trabalhando em conjunto com a imagem.



Tânia Tiburzio:

NOTA: 9,9

COMENTÁRIO: Bonito, gostoso de ler. Nada rebuscado, simples e sensível.





André de Leones:

NOTA: 9,1

COMENTÁRIO: Pouco é dito aqui. Má execução de uma ideia não muito boa, em versos como “... a vida é feita de ótimos / átimos e oportunidades”. Pontas soltas que, amarradas, não resultariam em coisa muito melhor.





Ana Elisa Ribeiro:

NOTA: 9.4

COMENTÁRIO: Algumas palavras são clichês poéticos, tipo átimo, ainda mais na combinação com ótimo.





Julián Fuks:

NOTA: 9,4

COMENTÁRIO: O poema curto talvez exija mais assertividade, mais clareza de propósitos. Aqui a construção é consistente, a repetição programática é interessante, mas algumas expressões comuns demais (“milagres acontecem”, “a vida é feita de”) subtraem força ao poema.



Luisa Geisler:

NOTA: 9,4

COMENTÁRIO: Às vezes o uso de linguagem é muito comum (átimos x ótimos, etc). Poderia variar mais, experimentar. A objetividade do poema (facilidade com que o (a) autor(a) transmite informações) é impressionante e agrada ao leitor.



Victor Paes:

NOTA: 9,6

COMENTÁRIO: Poema bem enxuto e isso é bem interessante. Se fosse mais enxuto, seria melhor ainda. Perdeu força na brincadeira com “ótimos / átimos” e na palavra “burocracias”. “Só o infinito acontece” é muito bom.





Pseudônimo: Per-Verso

Título: Outros tempos, outros eram



Afonso Henriques:

NOTA: 9.5

COMENTÁRIO: Há um conhecido refrão em uma balada do poeta francês François Villon que diz: “Mas onde estão as neves de outrora?” Penso que a tentativa de falar de um tempo perdido consegue algumas imagens interessantes, mas o poema pede mais trabalho.



Paulo Fodra:

NOTA: 10

COMENTÁRIO: Poema com sabor de saudade, que cria uma terceira imagem para complementar o conjunto poema-foto: o menino crescido que encontra a foto no fundo da gaveta e recorda com cheiro, gosto e sentimentos.



Tânia Tiburzio:

NOTA: 10

COMENTÁRIO: Perfeito, casou muito bem com a fotografia. Poema simples e sensível.



André de Leones:

NOTA: 9,1

COMENTÁRIO: Versos evocaticos, nostálgicos. A nostalgia é sempre tão pobre? “Vagas apagam da areia do tempo o vago momento”: versos assim barateiam o que a imagem de Doisneau evoca. Se o tempo pode ser descrito mediante aliterações tão limitadas, o melhor é que ele se apague, seja devorado pelo pobre Cronos, ali enfiado com tamanha falta de jeito.





Ana Elisa Ribeiro:

NOTA: 9.4

COMENTÁRIO: Boas imagens, mas a construção do poema não convenceu. Há um tom de memória e nostalgia que fica chato.





Julián Fuks:

NOTA: 9,7

COMENTÁRIO: Bom uso da métrica e das rimas, neste quase soneto que toma suas liberdades. O leitor é conduzido com pulso firme pelas idas e vindas do tempo, assunto eterno de tantos poemas. Aqui, há algumas sequências muito felizes (“perdemos a era e a hora”, por exemplo), mas em outros momentos a formulação parece pronta demais, ou por demais conhecida.



Luisa Geisler:

NOTA: 9,5

COMENTÁRIO: Interessante o pensar tempo com a foto em preto e branco. A temática inova, mas a linguagem falha nesse sentido. Há pouca linguagem metafórica, etc.



Victor Paes:

NOTA: 9,0

COMENTÁRIO: A ideia de desviar a descrição da fotografia em si para uma reflexão sobre o tempo agindo sobre ela é interessante. Mas para funcionar seria importante que essa reflexão fosse uma pouco mais a fundo, se valendo de imagens menos superficiais, como “A foto capta, rapta o precioso segundo” e “Um dia, no fundo da gaveta e da memória / O significado daqueles olhares estará perdido”.





Pseudônimo: Anna Lisboa

Título: Ufotógrafo francês (preto e branco colorido)



Afonso Henriques:

NOTA: 9.5

COMENTÁRIO: A maneira muito própria de construir da poeta apresenta sempre interesse, mas este poema em particular necessita de maior cuidado formal.





Paulo Fodra:

NOTA: 10

COMENTÁRIO: Jogos de palavras brilhantes alinhavados pela estrutura narrativa do momento da foto. Em algum momento recaiu no prosaísmo ou na descrição literal da imagem. Eu, aqui, fiquei “Babando como o ciclope atrás da lente”.



Tânia Tiburzio:

NOTA: 9,6

COMENTÁRIO: Achei o poema um tanto confuso, não me tocou.





André de Leones:

NOTA: 9,6

COMENTÁRIO: Evocação que foge do tom pedestre e, ao mesmo tempo, apropria-se da experiência do próprio fotógrafo cujo trabalho inspirou os versos. As duas primeiras estrofes são as melhores, os olhos do fotógrafo que se aproximam sem ainda saber do quê – mas se aproximam mesmo assim, trincando concretos e quebrando telhados. Olhar perscrutador ao extremo, similar ao do poeta.



Ana Elisa Ribeiro:

NOTA: 9.8

COMENTÁRIO: Bem-bolado, beirando o humor na poesia, o que acho que é ótimo. Interessante.



Julián Fuks:

NOTA: 9,5

COMENTÁRIO: Gosto da fragmentação do poema, aqui não é importante que se construa algo em sequência, em discurso coeso. Mas a linguagem às vezes se deixa seduzir pela própria sonoridade e perde precisão, e sobram relações um pouco forçadas ou arbitrárias entre vocábulos (só um pouco): maciça-maçã, sol-bemol, rua-lua.



Luisa Geisler:

NOTA: 9,4

COMENTÁRIO: Pessoalmente, não gostei da escolha de menção ao francês. Me pareceu uma observação ao autor da foto e não à foto, algo extraimagem. A linguagem explora onomatopeias, o que dá realismo e é um ponto positivo.





Victor Paes:

NOTA: 9,4

COMENTÁRIO: O ritmo do poema é bem interessante. Perdeu a força na personificação do “olhos”, nas pequenas rimas (que não acrescentaram) e no último verso, que não diz muito no “lá se vão” e por ser uma pura descrição elogiosa, quebrando o ritmo anterior.





Pseudônimo: Alice Lobo

Título: branco e preto



Afonso Henriques:

NOTA: 9.5

COMENTÁRIO: Trata-se de uma leitura bem interessante da foto de Doisneau, com versos que chamam a atenção: por exemplo, “esse país estrangeiro, o tempo”.



Paulo Fodra:

NOTA: 9,9

COMENTÁRIO: A poetisa deixa para os 45 do segundo tempo a conexão do seu texto com a imagem. Isso faz com que tenhamos que ler novamente o texto, buscando algum significado preso às pernas das letras. Isso não é ruim, ainda mais que me pareceu completamente deliberado. Na segunda leitura, o poema me pareceu ainda mais onírico e perturbador. E agora sou eu que não consigo dormir – preso a um poema de Alice Lobo.



Tânia Tiburzio:

NOTA: 10

COMENTÁRIO: Lindo! Adorei mesmo, emocionante e simples. Só não entendo o motivo da disposição espacial de alguns versos, acho desnecessário este recurso.



André de Leones:

NOTA: 9,1

COMENTÁRIO: Imprecisão nunca gera bons versos. Os versos parecem largados na página sem muito cuidado. Não formam um organismo, não se relacionam bem. Ao final, quem está “preso a uma foto de / robert doisneau”? O “eu” insone? O próprio sonho que o “eu” recorda?





Ana Elisa Ribeiro:

NOTA: 9.4

COMENTÁRIO: Bom poema, mas as imagens não cativam o suficiente.



Julián Fuks:

NOTA: 9,7

COMENTÁRIO: Bonito poema, com um uso preciso da pontuação a demarcar seus distintos momentos, distinguindo os humores do passado e do presente. Mas é difícil estabelecer sua relação com a foto, para além de uma vaga inspiração. Assim, a menção final a Doisneau parece apenas conveniente – perturbando, talvez, o que o poema viria a ser em outro contexto.



Luisa Geisler:

NOTA: 9,6

COMENTÁRIO: Gosto de "preso a uma foto de robert doisneau". A presença do eu-lírico é bastante marcante, e a leve exploração do concretismo e exploração de linguagem é muito válida.



Victor Paes:

NOTA: 9,8

COMENTÁRIO: Esse poema é um grande exemplo de uma obra inspirada em outra. Pois não segue a linha de apenas descrever a fotografia. Não que haja um problema nisso, pois essa descrição pode ser poeticamente muito interessante. Mas esse poema parte da mesma essência do poema e faz uma bela intercessão com ele. Só acredito que perdeu um pouco da força no uso dos verbos na segunda pessoa (o que também não é um problema em si, mas que, nesse caso, senti destoar do resto do poema).





RANKING E COMENTÁRIOS DOS HAICAIS SEGUNDO EDSON KENJI IURA


Conforme já havia sido explicitado no post anterior, o haicaísta Edson Kenji Iura ficaria responsabilizado pela definição do ranking na categoria “haicais”. Edson assim o fez, além de ter delineado comentários a cada um dos haicais. Antes de conferir o ranking, que tal conhecermos um pouco sobre o Edson Kenji Iura?



BIOGRAFIA



Edson Kenji Iura é nascido e residente em São Paulo. Trabalha na área de informática. Desde 1991 é devotado à prática do haicai como membro do Grêmio Haicai Ipê. Seleciona haicais de leitores para publicação no Jornal Nippak. Pioneiro na divulgação do haicai brasileiro na internet como editor do "Caqui" (www.kakinet.com), primeira revista eletrônica em português exclusivamente dedicada ao assunto, fundada em 1996. Administrador do fórum eletrônico "Haikai-L", o primeiro na internet dedicado ao haicai brasileiro, fundado em 1996. Jurado de concursos de haicai. Tem haicais publicados em antologias.



Lohan: Olá, caro Edson. É um prazer recebê-lo mais uma vez em nosso concurso. Edson, conte para nós como funciona o seu processo de construção de um haicai. Geralmente, de onde surge a ideia? Quanto tempo, aproximadamente, você leva para escrever um haicai de acordo com as métricas essenciais? E, para quem está iniciando nesta prática haicaísta, qual é o seu principal conselho?



Edson: Não existe muito processo. O fundamento do haicai é a atitude aberta ao mundo. Assim, tudo é assunto. Algo que se vê na rua desperta a vontade de escrever, e, assim, faz-se um registro curto, estruturado em três linhas, usando palavras simples. Isso leva um minuto. Para quem está começando, há muita informação na internet. Procure escrever seguindo os modelos que lhe agradam. E frequente comunidades de haicaístas, onde pode achar quem possa lhe esclarecer dúvidas, além de compartilhar seus trabalhos.



Abaixo, encontra-se o ranking (cuja pontuação será tomada por tabela) e os comentários:



RANKING DOS HAICAIS (POR EDSON KENJI IURA):



(diálogo), de Henrique César Cabral (Gaspar) – 12 pts.

Comentário:

O autor tomou o cuidado de escolher um título neutro para o haicai com ecos de Buson (chuva de primavera/ a conversa da sombrinha / com a capa de palha). Interessante imagem da fumaça se misturando à névoa.



Cena de Inverno, de Thiago Luz (Jean Jacques) – 11 pts.

Comentário:

O fotógrafo é livre para escolher o melhor enquadramento, consoante a seus objetivos. Ao haicai, não cabe julgamento, o que ocorre na expressão “lente frígida”. É suficiente o inverno do primeiro verso, que, estabelecendo um pano de fundo, já sugere indiferença.



Epopeia, de Hernany Tafuri (Nonada F.C.) -10,5 pts.

Comentário:

Não aprecio o artefato concretista do último verso.



Água pura, de Lune – 10 pts.

Comentário:

Haicai não é dizer o máximo com o mínimo. É dizer o suficiente. Tentativa de escrever um ensaio usando o telégrafo.



Saci Pererê, de Francisco Ferreira (João Saramica) – 9,5 pts.

Comentário:

O erro de muitos poetas é usar um telegrama para contar uma história com início, meio e fim.



MENINO POETA ou As asas da chuva, de Wender Montenegro (Manoel Helder) – 9 pts.

Comentário:

Com medo de ser incompreendido, o poeta usa o longo título para fazer a exegese do poema.



Abismo, de Ana Lúcia Pires (Anna Lisboa) – 8,5 pts.

Comentário:

Flor de algodão é a flor do algodoeiro. É preferível descrever a natureza como ela é, ao invés de criar imagens elaboradas.



Orvalho, de Marco Antônio Tozzato (Per-Verso) – 8 pts.

Comentário:

O último verso contém uma locução muito usada em conversas do mundo masculino. Mas o coloquialismo não salva a comparação forçada.



Pedido, de Geovani Doratiotto (G.D) – 7,5 pts.

Comentário:

Um apelo por uma vida com mais sentimentos. Mas eu gostaria de um poema com perspectiva menos subjetiva.



10º Pretérito do futuro, de Barolo – 7 pts.

Comentário:

O título resume o poema. O poema é exemplo para o título. Verbete de dicionário.



11º Aula de moral de cívica, de Flavio Machado (Dersu Uzala) – 6,5 pts.

Comentário:

Simples enunciação de um conceito. Funciona em panfletos, mas não em poesia.



12º recife, de Letícia Simões (Alice Lobo) – 6 pts.

Comentário:

Um haicai pede linguagem direta e não um raciocínio intrincado e metafórico.



PONTO-PRESENTE


O Ponto-Presente consiste nos pontos que os poetas concedem entre si, de acordo com os poemas preferidos da etapa. Cada um deles deveria conceder dois pontos: 1 destinado à temática “Poema inspirado em imagem” e outro destinado ao “haicai”. Veja, abaixo, quem os poetas escolheram para presentear nesta rodada:



Lune:



Poema: vai para a Anna Lisboa, que emprestou a sua lente mágica de poesia à arte-foto de Doisneau.

Haicai: vai para o G.D, pela ideia mais original, mais criativa em três linhas.



Jean Jacques:



Poema: Anna Lisboa. Conseguiu captar a imagem com leveza, sem se perder em meio a metáforas e imagens poéticas. Enfim, manteve um norte do início ao fim.



Haicai: Gaspar. Fiquei na dúvida entre Gaspar e Per-Verso, mas gostei da forma poética como o Gaspar conseguiu exalar seu pensamento.



Dersu Uzala:



Poema: Nonada F.C. – pelo belo poema sobre uma imagem complicada servir de mote para o poema.

Hacai: vai para Barolo, achei singelo e belo.



Anna Lisboa:



Poema e haicai: Voto duplo para G.D, o grande poeta da clareza subliminar. Compreendo* e adoro tudo que cria. Desta vez, uma poesia real e um haicai de amor (?). Em tempo: gostaria novamente de aplaudir Lune. Compraria qualquer livro que essa mulher escrevesse.



G.D:

Poema e haicai: voto em Per-Verso. Haicai ducaralho, bem como a poesia.



Manoel Helder:



Poema e haicai: Voto em Gaspar, em ambos. Genial! Quanto ao poema sobre a imagem, só fiquei em dúvida se os itálicos são dele ou se são intertextualidade. Mesmo assim, perfeito!  E no haicai "fumar uma conversa..." foi brilhante.



Gaspar:



Poema: Na poesia voto em Manoel Helder. Ele sabe como organizar um poema. Sabe que a poesia é, antes de tudo, um objeto estético. O cuidado que o poeta demonstra só acrescenta ao seu talento. As citações, apesar de cultas, não vestem o ar esnobe do intelectual. São bem colocadas e, no caso desse poema, é uma diretiva (?) importante para o leitor. Quintana e o poeta Helder merecem.



Haicai: Voto em João Saramica. Sempre achei que o título descaracterizava muito o haikai, mas no caso, “Saci Pererê”, foi, literalmente, um achado encantado. É um pequeno Koan – me tirou o sono.



Barolo:



Poema: Nonada F.C.. Muito bom o jogo de ideias, o ritmo, a forma, o antagonismo entre possibilidades infinitas e as burocracias já inventadas.



Haicai: Gaspar. Muito boa a imagem da névoa com a impressão de fumaça, enquanto se caminha e conversa. Deu para visualizar perfeitamente a cena.



Per-Verso:



Poema: Adorei os versos do poema de Wender Montenegro: Eles gritam na sala:
“abre-te ábaco!
Noves fora (cola)
nada
no olhar ao lado”.
Resume bem a ideia captada pela fotografia: A excitação, a ansiedade, dos alunos aprendendo, respondendo. Um flagrante de imagem e palavras. Meu voto é, portanto, para o Wender.



Haicai: Voto no haicai da Anna Lisboa pela sutileza.



Alice Lobo:



Poema: O melhor poema foi o de Anna Lisboa. Ela captou a delicadeza dos meninos - os sonhos, as vontades & a mágica do olho de Doisneau que registrou tudo isso em um clique.



Haicai: O melhor haicai foi o de G.D. Nossa senhora, eu dava meu braço para ter escrito isso! Lindo, lindo. Doeu ali no fundinho da alma.



Nonada F.C.:



Poema: O poema de João Saramica é belíssimo. Olhar muito sensível, o ponto vai pra ele.

Haicai: Vai pro Manoel Helder por ser um haicai oswaldiano.



João Saramica:



Poema: Ponto para “Proclamar”, de Lune, o melhor poema.

Haicai: Ponto para o menino poeta Manoel Helder pelo melhor haicai.





RANKING DA RODADA (TEMÁTICA: POEMA INSPIRADO EM IMAGEM):



1º HENRIQUE CÉSAR CABRAL (GASPAR) – 77,3 pts.



2º LETÍCIA SIMÕES (ALICE LOBO) – 77 pts.

(maior nota: 10)



3º GEOVANI DORATIOTTO (G.D) – 77 pts.

(maior nota: 9,8)



4º ANA LÚCIA PIRES (ANNA LISBOA) – 76,8 pts.



5º THIAGO LUZ (JEAN JACQUES) – 76,4 pts.



6º FRANCISCO FERREIRA (JOÃO SARAMICA) – 76,4 pts.



7º WENDER MONTENEGRO (MANOEL HELDER) – 76,4 pts.



8º LUNE – 76,3 pts.



9º MARCO ANTONIO TOZZATO (PER-VERSO) – 76,2 pts.



10º HERNANY TAFURI (NONADA F.C.) – 76 pts.



11º BAROLO – 75,2 pts.



12º FLAVIO MACHADO (DERSU UZALA) – 74,9 pts.





PREMIAÇÃO DA RODADA:



O ganhador do livro de Ruy Espinheira Filho, “Andrômeda e outros contos”, foi: Henrique César Cabral (Gaspar). Parabéns, Henrique!



PONTO BÔNUS:



A ganhadora do ponto bônus (1 pt.), nos comentários, foi a poeta ANA LÚCIA PIRES (ANNA LISBOA), após ter recebido 16 votos. Parabéns, Ana!



BÔNUS DO JÚRI:



O poema que mais se destacou positivamente, para Victor Paes, foi: “branco e preto”, de ALICE LOBO. Portanto, Letícia Simões (Alice Lobo) receberá 0,5 pts. de bônus. Já para o jurado André de Leones, o poema que mais se destacou positivamente foi “Ufotógrafo francês (preto e branco colorido)”, de Anna Lisboa. Portanto, Ana Lúcia Pires (Anna Lisboa), receberá 0,5 pts. de bônus.



NA PRÓXIMA ETAPA (CINEMA), TEREMOS A PARTICIPAÇÃO ESPECIAL, COMO JURADA, DA PROFESSORA E NOVELISTA GLOBAL THELMA GUEDES, AUTORA DE NOVELAS COMO “CORDEL ENCANTADO”, “CAMA DE GATO” E “O PROFETA”, EM PARCERIA COM DUCA RACHID.




ATÉ A PRÓXIMA, AMIGOS POETAS E LEITORES!
QUE VENHA A PENÚLTIMA ETAPA!
AUTORES S/A

9 comentários:

Landoni Cartoon disse...

Ilustres presenças julgadoras e poetas concorrentes divididos por emoções opostas. Uns exultantes, outros, imagino, tentando superar o impacto causado por duras avaliações. Parabéns, autores pela escolha dos jurados; e a todos os poetas, "ótima" sorte nessa reta final!

Cinthia Kriemler disse...

Valeu, Camillo Landoni! Vou pegar carona num pedacinho desse "ótimo" pra animar! A cada rodada, mais eletricidade em todas as 12 esferas. Muito bom esse "frisson" todo!

Abraço

Lune

Wender Montenegro disse...

Obrigado, Landoni! E também concordo com o prazer desse "frisson" das quintas, Lune! rs

Gostaria de felicitar os poetas Autores por tornarem este concurso eletrizante e imprevisível, com seus poemas sempre tão ricos em recursos os mais variados, cada um ao seu estilo, que bem o digam Anna, Lune e GD. Em especial, palmas ao poeta Henrique César Cabral, o "Gaspar", pelo brilhantismo de seus dois poemas (gostaria mesmo de tê-los escrito, amigo!) :)

Ao “Gaspar” e ao Marco Antonio Tozzato, o “Per-Verso”, agradeço pelos presentes concedidos, mais que simples pontos, palavras de fogo, tão boas que ainda ressoam aqui, sobretudo as do Gaspar:

“Na poesia voto em Manoel Helder. Ele sabe como organizar um poema. Sabe que a poesia é, antes de tudo, um objeto estético. O cuidado que o poeta demonstra só acrescenta ao seu talento. As citações, apesar de cultas, não vestem o ar esnobe do intelectual. São bem colocadas e, no caso desse poema, é uma diretiva (?) importante para o leitor. Quintana e o poeta Helder merecem.”

Gratidão também a Hernany Tafuri, o “Nonada F.C.” e a Francisco Ferreira, o “João Saramica” que votaram em meu haicai.

Muito obrigado, amigos! Agora, vamos todos ao cinema :)

Abraços
Wender, o "Manoel Helder"

Francisco Ferreira disse...

“O que está ausente dos versos acima é a invenção. O mau uso da pontuação (vide as reticências ao final da segunda estrofe) e a insistência de termos pisados e repisados (“ coração”, “estrelas”, “olhar”) chega ser nauseante”.

Comentário do douto e insigne jurado André de Leones ao meu poema “Das Infinitas Possibilidades de Voar” na rodada do II Concurso de Poesias Autores S/A.

Venho aqui apenas agradecer ao Mestre supracitado e sugerir-lhe que tome chá de Flor-de-Mamão com uma pitada de bicarbonato de sódio, caso ele não seja hipertenso, pois essa mezinha já salvou a vida de muitos roceiros como eu. Mas caso a receita caseira e centenária não surtir efeito e ele continue nauseado, que procure um médico. E que não ouça, de maneira nenhuma, a canção a seguir, de Antônio Carlos e Jocafi:

(Você Abusou)

Você abusou, tirou partido de mim, abusou
Você abusou
Tirou partido de mim, abusou
Tirou partido de mim, abusou
Tirou partido de mim, abusou
Mas não faz mal, é tão normal ter desamor
É tão cafona, sofredor
Que eu já nem sei se é meninice ou cafonice o meu amor
Se o quadradismo dos meus versos
Vai de encontro aos intelectos que não usam o coração como expressão
Você abusou, tirou partido de mim, abusou
Você abusou
Tirou partido de mim, abusou
Tirou partido de mim, abusou
Tirou partido de mim, abusou
Que me perdoem se eu insisto neste tema
Mas não sei fazer poema ou canção
Que fale de outra coisa que não seja o amor
Se o quadradismo dos meus versos

Fonte: http://letras.mus.br/toquinho/49126/

Agradeço de “coração” ao Gaspar (ponto presente - pelo hai cai) e ao Nonada F.C. (ponto presente - pelo poema).

Daqui, falando pelos cotovelos e pensando com o CORAÇÃO, o OLHAR sempre nas ESTRELAS, mesmo que não seja noite.

Felipe Neto Viana disse...

Boa tarde,

Ao ler os resultados percebo que a justiça foi feita.

Li em outro espaço o comentário do Sr. Wender Montenegro sobre a minha pessoa e daquelas palavras pude extrair uma certeza a qual já suspeitava: estamos lendo um poeta prepotente que se esconde por trás de uma leviana humildade.

Que feio, Sr., muito feio. Esbanja a sua primeira colocação no certame renunciando a qualquer espécie de leitura crítica de seus poemas. Eu não sei bem o que foi assimilado por você quando eu disse para se retirar do armário. Espero que a carapuça não tenha servido para outro assunto pois não foi essa a intenção. Ano passado disse o mesmo ao poeta Leon Bloba que foi o campeão do certame e fui bem interpretado. Não vou ficar dando explicações também, entenda o que for conveniente para você. Seu comentário confirmou a sua presunção já apresentada no poema da leva anterior quando dizia que Vinicius de Moraes se transmigrou para sua pessoa. Eu-lírico ou não, aquele poema é o seu retrato.

Por favor, prefiro me isentar a conhece-lo entre outras paredes. Vai que numa oportunidade dessa você queira sair do armário de outra maneira? Prefiro não correr esse risco, Sr.

Reconheço seus predicados como poeta, mas não reconheço o sujeito que há por trás desse poeta. Acredito que o resultado dessa leva tenha sido o início da sua derrocada na competição. Ainda acredito que os poetas G.D e Anna Lisboa travarão a disputa final.

Não quero quinze segundos de fama tampouco ocupar o centro do palco. Eu já o faço naturalmente. Sou digno dos refletores que acendem sobre mim.

Vocês, poetas, precisam aprender a contestar menos a crítica. A crítica faz o poeta.

Agora cansei. Vou assistir os atletas saindo do armário nos Jogos Olímpicos.

Cordialmente,
F.N.V

Wender Montenegro disse...

Boa tarde!

Vim para a última dose dos 15 'segundos', senão ele infarta. :)

Como vimos o tal Felipe Crítico Neto Poeta Viana Frustrado deturpou completamente a minha fala: em nenhum momento, e ele sabe disso, falei para além da esfera literária. Agora ele vem com artifícios, mudando o norte de suas investidas.

Sabemos que a frustração desmedida pode desencadear esse tipo de mau-caratismo. É o tipo dos que procuram apenas atormentar as pessoas que estão a sua volta. Estas pessoas procuram difamar, injuriar, caluniar aqueles que consideram seus desafetos, na impossibilidade de vencê-los honestamente. Mas, quando percebem que suas ações não estão alcançando o objetivo desejado (pois ninguém mais aguenta sua - aqui sim - prepotência), e que aqueles que estão ao seu redor estão percebendo o seu desequilíbrio, esses agressores assumem o papel de vítima para tentar conseguir nova dose de atenção.
(Ah, esses míseros 15 'segundos' de fama... O que não fazem alguns para obtê-los?!)

E muitos dos que acompanham este concurso e sua versão anterior sabem bem de que tipo de pessoa estou 'tratando'.

Passe bem, meu caro F.N.V. Divirta-se com os jogos ou com os que precisam de sua crítica barata, pq eu não preciso dos tais "refletores que acendem sobre" sua cabeça.

Aproveite a dose, pois de minha parte garanto que não terá outra.


Cordialmente,
Wender Montenegro, o 'Manoel Helder'

Anna Lisboa disse...

Eh isso, Wender. Somos todos tao diferentes que os leitores devem se surpreender a cada descida de pagina rs (que bom!!). Quando lembro das 502 incricoes, passo a mao na minha cabeca e digo: Uiaa rs

Lune, Thiago,Alice,Marco Antonio, muito obrigada, muito obrigada.

Vívian disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Vívian disse...

Olá, meu voto vai para Wender Montenegro, com o poema Silêncio de claquete: parte Saraceni porque embora eu tenha sido lograda ao esperar um poema com títulos de filmes e personagens tantos, ele vem como sempre me surpreender e mostra o Ceará com seus tantos "meninos" que nunca estiveram numa câmara escura para ver a festa da sétima arte. Wender não passeia por títulos nem tampouco pelo cinema, escolhe sim, ir ao cinema, colher a última cena de saraceni no silêncio da claquete. Adorei.