“O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços do litoral. A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista, revela o contrário. É desengonçado, torto. Hércules-Quasímodo, reflete no aspecto a fealdade típica dos fracos. (...) Basta o aparecimento de qualquer incidente transfigura-se. Reponta. Um titã acobreado e potente. De força e agilidade extraordinárias (...) Sua cultura respeita antiqüíssimas tradições. Torna-se um retirante, impulso pela seca cíclica, mas retorna sempre ao sertão”.
(Os Sertões, Euclides da Cunha)
Euclides nasceu no dia 20 de janeiro, em Cantagalo, RJ, no ano de 1866. Sua mãe morreu quando tinha três anos. Estudou na Escola Militar da Praia Vermelha. Quando cadete, foi expulso do Exército por cometer um ato de insubmissão. Euclides já havia se identificado com os ideais republicanos.
Formou-se em Engenharia com bacharelado em Matemática e Ciências Físicas e Naturais. Passou a escrever para o jornal “O Estado de São Paulo”. Pelo mesmo jornal, foi mandado para Canudos para reportar os eventos que lá ocorriam. Os artigos de Euclides sobre Canudos resultou no livro “Os Sertões”.
A boa repercussão da obra permitiu que Euclides ingressasse no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e na Academia Brasileira de Letras, embora continuasse vivendo muitas dificuldades financeiras. No dia 15 de agosto de 1909, aos 43 anos de idade, Euclides da Cunha é assassinado pelo cadete Dilermando de Assis, amante de sua esposa, Ana de Assis. Dilermando foi absolvido, tendo alegado legítima defesa. Mais tarde, Dilermando mataria um dos filhos de Euclides da Cunha, que, por sua vez, teria tentado vingança contra o cadete. Dilermando foi novamente absolvido.
Hoje, o Top 11 do I Concurso de Poesia Autores S/A faz uma homenagem aos “Sertões” de Euclides da Cunha, um escritor que apresentou aos brasileiros um Brasil gigante, rico e combativo, bem como a todos os escritores e músicos que desbravaram essas terras. Os talentosos poetas da competição tiveram de escrever poemas cujo tema é: O Sertão. Como será que eles se saíram em suas homenagens ao sertão brasileiro?
Neste Top 11, perguntamos aos poetas: Se o mundo se transformasse em sertão, e fosse tomado pela seca dos valores éticos, morais e sentimentais, qual seria o oásis da tua salvação? As respostas dos poetas podem ser vistas acima dos títulos de seus poemas. Os poemas foram dispostos em ordem alfabética (pelo título).
Na última semana, as poetisas Bambina (Paraná) e R. (Goiás) foram eliminadas da competição. Abaixo, elas expressaram suas opiniões acerca do concurso e dos candidatos. Boa leitura!
1. Quais foram suas impressões gerais do I Concurso de Poesia Autores S/A?
Bambina: Foram as melhores possíveis. Parabenizo o blog e seus membros pela iniciativa e incentivo a literatura. Seriedade e transparência são adjetivos que realmente cabem ao Autores S/A.
R.: Minhas impressões foram as melhores possíveis, tanto em relação à organização, clareza, disposição de datas e prazos até mesmo o nível dos participantes. Acredito que essa iniciativa foi maravilhosa, tanto pra quem participou como para aqueles que acompanharam o processo.
2. Você teria algo a dizer a respeito dos jurados, ou ao público que votou pela sua eliminação?
Bambina: Agradeço aos jurados pelos comentários sinceros, que apenas acrescentam e engrandecem nossa escrita. É importantíssimo estarmos abertos a críticas para o aprimoramento constante e contínuo de nossa arte. E ao público, apenas meu obrigado, o importante é ser lida por várias óticas. Agradando ou desagradando, nossas obras correm os olhos de vários leitores, e isto é gratificante.
R.: Aos jurados tenho que agradecer os conselhos e os comentários, e ao público também só posso agradecer pela atenção de ler o que escrevi e opinar. credito que por ser uma área extremamente subjetiva houve alguns julgamentos que não considero acertados, mas como disse, por ser subjetivo eu não tenho o poder de julgar, é apenas a minha opinião.
3. Dos 11 poetas competidores que restaram, em quem você aposta para ser o vencedor do concurso?
Bambina: Admiro todos meus colegas que participam do Concurso. Não tenho nenhuma aposta. Cada semana é uma surpresa... E um destaque diferente.
R.: J. J. Wright.
4. Você deseja deixar alguma mensagem aos poetas que permanecem na competição?
Bambina: Quero desejar-lhes sorte e criatividade. Pois nem sempre vertem idéias criativas sobre os temas propostos. Outra: Jamais desistam! O que é avaliado aqui são apenas algumas obras de um grande acervo que temos. As quais são julgadas por um pequeno grupo de jurados... Não esqueçam que existem muitos olhos iguais, mas com olhares diferentes sobre uma mesma obra.
R.: Que persistam na competição com toda essa dedicação à poesia e que só levem coisas boas dessa experiência de competir com pessoas de tantos lugares, idades e perspectivas distintas. Sem dúvida essa será uma oportunidade engrandecedora para todos!
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Parabéns às poetisas Bambina e R.!
Temos uma novidade nesta rodada! Quer concorrer ao livro de poesia Arremesso Livre, autografado pela escritora Vera Americano?
Para concorrer a este grande prêmio, basta que você, leitor (a):
- Seja um seguidor (a) do Autores S/A;
- Faça um comentário neste post do Top 11, identificando-se pela sua Conta do Google. No comentário, o leitor (a) deverá expressar sua opinião em relação aos poemas do Top 11, respondendo a seguinte pergunta: Na sua opinião, qual poema do Top 11 (O Sertão) será o melhor pontuado pelos jurados? Cite o nome do poema, o pseudônimo do respectivo poeta e a soma total da nota a qual você acredita que ele alcançará (de 20 a 40 pts.). Ganhará o livro aquele que acertar o poema e a nota, ou aquele que acertar o poema e mais se aproximar da nota final que o poema obtiver. Os poetas competidores não poderão concorrer ao livro: somente os leitores.
O ganhador do livro será anunciado na postagem das notas e comentários dos jurados. Participem!
Enfim, chegou a hora! Vamos viajar pelos sertões desse Brasil? Eis os poemas do Top 11, intercalados por frases e poemas de grandes nomes da literatura e da música brasileira, relativos ao sertão. Boa leitura a todos e não deixem de comentar e concorrer ao livro Arremesso Livre, autografado, da escritora Vera Americano!
Obrigado!
TOP 11 (TEMA: O SERTÃO) - POEMAS:
De Samambaia Sul, Distrito Federal: Anjo, 42 anos.
“O mundo já está se transformando em um sertão. E como um Anjo a serviço do Rei, não posso divergir do meu Senhor. Todos os valores éticos, morais e sentimentais estão Nele. Quando disse - “E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos se esfriará Mt.24:12.” não era novidade para Ele. Mas, Ele se coloca como solução para o mundo seco pois, Ele é a fonte de água vida e o oásis de salvação, para quem crer. «Todo aquele que bebe desta água voltará a ter sede; mas, quem beber da água que Eu lhe der, nunca mais terá sede: a água que Eu lhe der há-de tornar-se nele em fonte de água que dá a vida eterna.» Jo4,7-14. Cristo é meu oásis”. (Anjo). A seguir, o poema de Anjo:
Título: Almas Peregrinas
Almas mudas peregrinam ilhadas à Caatinga,
encalçadas pelo pio agoureiro que os circunda.
Este é o triste apelo inquiridor às vidas sertanejas,
que desnudam as controvérsias para a subsistência.
Somente as trilhas persistem e seguem a caminho
dividindo o espaço com espinhos, pedras e poeira.
Esta marcha agreste faz os passos do vento vacilar,
mas, os olhos ouvem o mormaço beijar as chapadas.
Os leitos secos se espremem a fim de parir água.
O chão trincado é a manjedoura dos vencedores.
As lágrimas predestinadas umedecer os corações
dos filhos da terra que atendem por - pés e pagadas.
As angústias se cantam em desafios improvisados,
para no luar repousar a voz calorosa do apático sol.
Morrer em si não é morrer, é se enfartar na saudade,
é secar o osso lacrimal, para não se chorar na partida.
x
“Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrer
Não nego meu sangue, não nego meu nome
Olho para a fome, pergunto o que há?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará”.
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrer
Não nego meu sangue, não nego meu nome
Olho para a fome, pergunto o que há?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará”.
(Patativa do Assaré)
x
De Trofa, Portugal: Paracauam, 47 anos.
“O mundo em que vivemos é, na minha opinião, um grande deserto moral, um absoluto sertão ético e uma caatinga sentimental, as secas só servem para agravar o que já era péssimo... O meu oásis de salvação é, sempre foi e sempre será a relação de amor e felicidade que tenho com meu companheiro há 16 anos, é ele que dá razão às minhas emoções e que emociona a minha razão...” (Paracauam). A seguir, o poema de Paracauam:
Título: Aroeira
Árido e solitário
O sertão assustador
Fere como fogo
Respira o seco do rio
Preso em sua concha
Em espirais eternas
Baixios que se encontram,
Sedentos e grávidos,
À espera de dar vida
A esta terra ardente.
Terra plana de horizontes
De mandacarus que abraçam
Os tórridos raios de sol.
Eu português que sou
Só sei do grande sertão,
As veredas que li noutros.
Não sou poeta-Pessoa
Não posso andar a fingir
Uma qualquer dor
Que não me doa.
Sigo o passo seco,
Ossada exposta,
Que verga ao sol,
Arco de luz,
A rasgar areias.
Deixo-me ser tão seco
Quanto os olhos
De quem aguarda
O pranto-benção das chuvas.
Meu corpo seco
Não traz as plumas
Da Baleia de Graciliano
Nem do cão de João Cabral.
x
“Aquele rio
está na memória
como um cão vivo
dentro de uma sala.
Como um cão vivo
dentro de um bolso.
Como um cão vivo
debaixo dos lençóis,
debaixo da camisa,
da pele”.
está na memória
como um cão vivo
dentro de uma sala.
Como um cão vivo
dentro de um bolso.
Como um cão vivo
debaixo dos lençóis,
debaixo da camisa,
da pele”.
(João Cabral de Melo Neto)
x
De Marcelino Vieira, Rio Grande do Norte: Ivanúcia Lopes, 24 anos.
“Desculpe-me, mas imaginar o mundo transformado em sertão, e a partir disso uma consequente situação-problema parece um tanto preconceituoso, afinal, será que sendo sertão, o mundo não teria outra coisa senão 'seca'? Eu sei que a intenção não foi essa, mas é só um destaque que acho necessário. Quanto à questão, especificamente, respondo que não consigo ver salvação sem valores. Parece-me um absurdo achar um oásis onde não se encontra valores sentimentais, morais e éticos”. (Ivanúcia Lopes). A seguir, o poema de Ivanúcia Lopes:
Título: Bem-te-vi
Pra Ser tão feliz assim
E Ser tão abençoado
Bem-te-vi naquele dia
Fez canto de alegria
Com o teu sertão banhado.
x
“Levanto meus olhos
Pela terra seca
Só vejo a tristeza
Qui disolação
E u'a assada branca
Fulorano o chão”.
Pela terra seca
Só vejo a tristeza
Qui disolação
E u'a assada branca
Fulorano o chão”.
(Elomar Figueira Melo)
x
Do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro: León Bloba, 23 anos.
“Quem está na seca tem sede e, somente assim, descobre o que realmente lhe hidrata. Minha salvação talvez fosse a lucidez, a resistência, o discernimento e a vontade de dividir esse oásis com pessoas que mostrassem a mesma sede que eu. Buscaria sorriso”. (León Bloba). A seguir, o poema de León Bloba:
Título: Lugar Comum
Pra quem não conhece tanto -
Por ser tão longe e distinto -,
Sertão é terra de pranto,
Sertanejo é um faminto.
E pra ilustrar este canto
Posso investir no que sinto
Sobre esta terra de santo,
Lugar comum que eu pinto:
Semi-árido o cenário
De uma palheta singela
Que o solo desdobra vário
Do quadro de uma janela,
Mostrando o pincel precário
Em que a tinta se revela -
No laranja agrário e diário;
No acre, o ocre da tela.
No solo rachado vinga
O mandacaru formado.
Sem flor nem chuva que pinga,
Cresce forte e empoeirado
Com espinhos de seringa
Que apontam pra todo lado -
Vence e teima a caatinga
No que pode neste quadro.
A secura o tempo estica:
A sede da água é sonho.
Rio temporário fica
Na memória em nó medonho.
O roçado, uma coisica
Vazia num chão pidonho.
O leito, a água não bica.
No eito, um jeito tristonho.
Encangado, o sol a pino,
Quente torra o desertão,
Ditando todo o destino
De quem mora no Sertão.
Sobre o cambito fino,
O equilíbrio torna em vão
A força que faz o menino
Pra ficar de pé, então.
Em riba do barraco torto,
Um abutre emburrado
Avista um bezerro morto
Que em esqueleto está moldado.
Descansam num desconforto
Os ossos de seu passado,
Enquanto, de olhar absorto,
Mira o abutre esbugalhado.
Por baixo da telha quente,
Entre as paredes de adobe,
No pavio da vela ardente
A chama sabe que sobe
Só pra levar do doente
A dor que quiçá o afobe,
Quando orando bate o dente -
Que a alma a morte não roube.
Nas brenhas que a fé alcança,
Se coisa ruim ou maleita
Desafiam a esperança,
O sertanejo se ajeita.
É com a fé que ele avança;
Seu altar ele enfeita,
Pondo ali sua confiança
Pra ver se tudo endireita.
Num lampejo em que se lança,
Pra ver se a vida melhora,
Entrega-se em desvairança
O sertanejo que ora.
Enquanto espera a bonança,
Nem olha o mundo lá fora –
Que o mundo é seco e cansa
Praquele que agora chora.
x
“Desde que estou retirando
só a morte vejo ativa,
só a morte deparei
e às vezes até festiva
só a morte tem encontrado
quem pensava encontrar vida,
e o pouco que não foi morte
foi de vida severina
(aquela vida que é menos
vivida que defendida,
e é ainda mais severina
para o homem que retira)”.
só a morte vejo ativa,
só a morte deparei
e às vezes até festiva
só a morte tem encontrado
quem pensava encontrar vida,
e o pouco que não foi morte
foi de vida severina
(aquela vida que é menos
vivida que defendida,
e é ainda mais severina
para o homem que retira)”.
(João Cabral de Melo Neto)
x
De Riachão do Jacuípe, Bahia: J. J. Wright, 22 anos.
O oásis de J. J. Wright seria: “Casinha na montanha, mulher amada, uma caneta, papel almaço, livros de poesia”. (J. J. Wright). A seguir o poema de J. J. Wright:
O Instante Despido
Viver de silêncios:
desvendar a caatinga destruída,
desbravar o curral vazio,
decifrar os esqueletos
na varanda.
Depois, morrer
contemplando o carro de bois
abandonado.
x
“A boiada seca
Na enxurrada seca
A trovoada seca
Na enxada seca
Segue o seco sem secar que o caminho é seco
sem sacar que o espinho é seco
sem sacar que seco é o Ser Sol”.
Na enxurrada seca
A trovoada seca
Na enxada seca
Segue o seco sem secar que o caminho é seco
sem sacar que o espinho é seco
sem sacar que seco é o Ser Sol”.
(Carlinhos Brown / Marisa Monte)
x
De Piracaia, São Paulo: Cervan, 25 anos.
“Acho que meu oásis seria a arte. Mergulharia nela de cabeça”. (Cervan). A seguir, o poema de Cervan:
Título: poça
o silêncio da enxada
ecoa na imensidão
o pó vermelho (rubro sertanejo)
das grandes veredas
enche a cerca de arame árido que segrega
os que se lavam com a mágica chuva
do suor alheio
e os que chovem
encharcando
com os
olhos
a terra
x
“Encolhido no banto do copiar Fabiano espiava a caatinga amarela, onde as folhas secas se pulverizavam, torturadas pelos redemoinhos, e os garranchos se torciam, negros, torrados. No céu azul as últimas arribações tinham desaparecido. Pouco a pouco os bichos se finavam, devorados pelo carrapato. E Fabiano resistia, pedindo a Deus um milagre”.
(Graciliano Ramos)
x
De Ipatinga, Minas Gerais: Semprepoeta, 46 anos.
“Seria a minha escrita, seja em prosa ou poesia. Escrever é desopressão, é resistência e alento. Além do prazer que proporciona, a literatura é capaz de transformar e conscientizar as pessoas e quem sabe, resgatar sentimentos perdidos nas selvas urbanas. É por temer esse poder que a literatura tem sobre as pessoas, que os governantes procuram manter os livros, longe do povo, o quanto podem”. (Semprepoeta). A seguir, o poema de Semprepoeta:
Título: Sertanizar
Os ombros curvados pela tristeza.
O cotidiano enfadonho
parece nos sugar.
É hora de sertanizar!
Pelo Rio Doce
na canoa de tronco do jatobá,
de carro, ultraleve,
nas asas da seriema,
no divagar... Chega-se lá.
E colhemos o lastro.
Os caminhos dessas sertanias
são feitos pelo andar.
As gentes dão passagem, dão bom dia!
Voltamos às raízes, colhemos a cortesia.
Os raios de sol incandescem
o cerrado dessas Minas
e campos Gerais,
amorenam a tez e douram
as penas do canário da terra.
Colhemos as luminescências.
Florescem no matagal as orquídeas,
as sempre-vivas, os lírios...
Semeados pelos anus, sanhaços e bem-te-vis,
que se regozijam na cantoria
dos curiós, sabiás e colibris.
Colhemos o vicejar e a alegria.
Mangas, pitangas,
goiabas, jabuticabas maduras...
caem na palma da mão,
em profusão,
ao menear dos galhos.
Colhemos a seiva e o cerne.
As sertanias agrestes afugentam
nossos receios... Velam nosso sono.
A boca fria da noite
tem hálito de hortelã.
Tem uma estrela para cada pedido.
E colhemos o equilíbrio.
Cosmopolitas refeitos,
é hora de regressar!
Ficam as sertanias
sempiternas...
x
“Sertão, argúem te cantô,
Eu sempre tenho cantado
E ainda cantando tô,
Pruquê, meu torrão amado,
Munto te prezo, te quero
E vejo qui os teus mistéro
Ninguém sabe decifrá”.
Eu sempre tenho cantado
E ainda cantando tô,
Pruquê, meu torrão amado,
Munto te prezo, te quero
E vejo qui os teus mistéro
Ninguém sabe decifrá”.
(Patativa do Assaré)
x
De Macaé, Rio de Janeiro: O Velho, 50 anos.
“Eu já vivo neste oásis, ele chama-se Izaura Carolina”. (O Velho). A seguir o poema de O Velho:
Título: ser tão
por ser tão árido,
de solina densa,
de natureza íntima,
de coisas miudas,
de espaço vasto,
de vargem rachada,
de dura lida,
de terreiros limpos,
de silêncio de bicho,
de sabedoria de pedra,
de arribação de pomba,
de farinha no prato,
de lentidão do tempo...
por ser tão ressequido,
de pintada na espreita,
de teiú na buraca,
de umbuzeiro carregado,
de gibão de couro de vaca seca,
de oiticica frondosa,
de cangalha no lombo,
de azagaia nos raios do sol,
da légua tirana,
de lama na cacimba,
de espinho na carne...
por ser tão distante
dos meus verdes olhos urbanos,
tudo parece tristeza larga
de peito apertado,
de choro baixinho,
de dor pungente...
mas celebro a vida,
a dura vida reta
dos derradeiros cantões do Brasil...
busco versos escassos de plenitude
e sorriso na poesia seca, sem rima...
x
"Sertão é onde o pensamento da gente se forma mais forte do que o lugar. Viver é muito perigoso..."
(Guimarães Rosa)
x
De Juiz de Fora, Minas Gerais: Príncipe Desavisado, 29 anos.
“É... Infelizmente a coisa está meio que chegando a esse nível. Bom, Deus sempre, hoje e nessa possibilidade, é a fonte de conforto, paz e força. Fé!” (Príncipe Desavisado). A seguir, o poema de Príncipe Desavisado:
Título: Ser tão
meu amor, viver é muito perigoso:
soldados amarelos meninos sem nome
vitória é baleia nadando na poeira
à caça de preás pro jantar
pelos chãos ardentes rachados de sóis.
pão ou pães
nem um pé de plantaçães
cactos fatos pés que passam
fome & sede que maltratam
depois matam de saudade –
adeus rosinha
levo comigo nossos sertães.
que braseiro que fornalha
o mundo coberto de penas
é anúncio de mais seca
o jeito é fugir pra onde?
é o destino.
meu amor,
eu quase que nada não sei.
mas desconfio de muita coisa:
o sertão é o mundo e os jagunços
somos nós.
aqui a estória se acabou.
aqui, a estória acabada.
aqui a estória acaba.
x
“Nas patas do meu cavalo, galopei no meu sertão
Vi a seca, vi a fome, lobisomem e assombração
Riacho virou caminho, graveto virou tição
E as pedras queimando em brasa, Asa Branca na amplidão”.
(Alceu Valença)
x
De Betim, Minas Gerais: Alan de Longe, 42 anos.
“O mundo como está hoje está muito próximo deste sertão seco e árido em valores, e eu creio que o único oásis possível é a fé, o crescimento espiritual e o abnegado apego à educação de nossos filhos, forjando-os na bigorna do exemplo”. (Alan de Longe). A seguir, o poema de Alan de Longe:
Título: Sertão e Assombração
Sertão para ser sertão
tem de ter assombração.
À luz tremeluzente da lamparina
o vestido de chita pendurado
anima fantasmas nas paredes
e horrorizam meus olhos miúdos
de menino medroso:
_Mãe, tem sombração!
As galhas da gameleira
gemem o choro de Negro-Velho
firmando ponto à meia-noite
banzo, chibatas e saudades...
Arrastando suas correntes
na procura do ouro enterrado
aos olhos do patrão!
No mourão da porteira, o curiango avisa:
_”Amanhã eu vou!”
Agourando a sina da gente.
Nas pedras à beira do curral
a mula-sem-cabeça arrasta os cascos ferrados
em movimentos fantasmagóricos
de virgem namorada de padre.
No chiqueiro, o lobisomem
misturando-se aos porcos, rói o coxo vazio
com dentes do “cujo”, de “coisa-ruim”.
Nas cozinhas o saci assopra as saias de Sinhá
salga a comida e ainda cisma
de fazer traquinagens no cabelo da negrinha, Minha Fulô,
primeiro bem-querer de menino da roça.
Nas encruzilhadas e bocas da mata,
passeiam porcas de pintainhos e galinhas de leitões,
(castigo de mulher da vida)
e outras avantesmas de menor grau.
Sertão de luz elétrica, automóvel e parabólica
não tem sertão, é periferia, zona rural!
Pois para ser sertão, à vera,
sertão tem de ter assombração!
x
“Inté mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
"Intonce" eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração”.
Bateu asas do sertão
"Intonce" eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração”.
(Luiz Gonzaga / Humberto Teixeira)
x
Do Macapá, Amapá: Aline Monteiro, 25 anos.
“No deserto do sertão, o oásis que enxergaria seria justamente as pessoas que resistem ao sonho de continuar suas vidas em outros lugares e que continuam a escrever a história tão bonita dos nordestinos, da batalha diária que é sobreviver à seca, à falta de alimento e principalmente vencer a solidão de quem vê uma família inteira indo embora à procura de melhores condições sociais... O oásis é produto da imaginação humana, então cabe a nós fazer do sertão algo maior em sua cultura tão rica, única e preciosa”. (Aline Monteiro). A seguir, o poema de Aline Monteiro:
Título: Vidasolidão
Um cordel...
Apenas um cordel, amor
de quadra ligeira
Passageira feito chuva no sertão
que arranque esse vazio
que me deixou a solidão...
de mais uma partida
de quem arrisca sem medo
se desplantar desse chão...
imaginando asas
pra bicho à quem Deus
deu apenas vida...
sextilha improvisada, amor
Que dê sossego à solidão
Que a banhe num açude
De água escassa
Que a seque ao sol latente
Do meio-dia
À sombra imaginária
Da tua silhueta...
O que me mata de sede
É a ausência da tua saliva,
das lágrimas que derramaste
De saudade do teu cariri...
O que me mata de fome
É a falta do teu corpo
Escrevendo história
Pra quem carrega o dom
De enxergar beleza
camuflada aos olhos de quem
só sabe enxergar tristeza...
Septilha e oitava incomuns
Festejando teu regresso...
Um cordel
Apenas um cordel, amor...
x
(Os Retirantes - Cândido Portinari)
x
Então, caro leitor? Seu sertão virou mar de emoção?
Obrigado! Comentem, sempre.
Autores S/A.
(Editora Multifoco: a patrocinadora do I Concurso de Poesia Autores S/A)
45 comentários:
A pessoa louca que excluiu os comentários, sou eu. Não recomendo que tentem escrever antes do primeiro gole de café do dia. Os que eu mais gostei, foram "ser tão" (O Velho) e "vidasolidão" (Aline Monteiro). Dificilmente meu gosto irá bater com o dos jurados, mas vou tentar... É difícil escolher rs... ESCOLHO, ENTÃO, O "SER TÃO" - O VELHO, (porque penso que foi mais fiel ao tema). CHUTO 30 PONTOS (chute descarado, por mim vale os 40 pontos). Nossa, estou me sentindo um jurado KKKK!
Primeiramente parabéns aos poetas pela capacidade de criação, pois não cabe à todos.
E aposto minhas fichas na poetisa Aline Monteiro, que com sensibilidade conseguiu expressar os aspectos do Sertão "pintando" vida sertaneja, não dos que vão para longe, mas daqueles que ficam, sentindo no peito a saudade de quem partiu!
Acredito que sua nota se aproximar de 35,5.
Acho que o melhor de poder escrever, é acordar de manhã , abrir o computador, ler as poesias e, a chegar aos comentários, encontrar alguém que admirou o seu trabalho, ainda mais se esse alguém não é um amigo seu ou indicado por um...
Obrigado Tiago do Valle, são estas coisas que nos dão força pra continuar a escrever, sempre, sempre escrever.
O velho
Parabenizo a todos os poetas, pois é sempre muito difícil escrever sobre temas "impostos", é preciso ser muito criativo, pois a inspiração nem sempre está ali à mão quando precisamos dela... Rss! Me emocinei muito ao ler os poetas, pois esse tema é muito sensível e todos conseguiram passar emoção! Apostarei hoje em Léon Bloba pelas nítidas imagens pintadas por ele em seu cordel! Muito emocionante! Arriscarei a nota 45, 3! Parabéns a todos e ao blog pela iniciativa e condução desse concurso!
Obrigado, Ariadne!
Como disse o Velho (num post acima), é muito gostoso ver nos comentários uma aposta de alguém que você não conhece! Isso, realmente, além de gratificante, dá força pra continuar procurando letras e palavras até nos momentos mais áridos de sol a pino.
Parabenizo a todos os autores desta rodada. Foi um desafio arretado!
León Bloba
Parabéns a todos os poetas por discorrer sobre um tema já tão debatido. De todos os poemas os que mais gostei foram "Lugar Comum" e "Aroeira" por nos remeterem diretamente à imagem do sertão!
Desde já quero dar os Parabéns a todos pelos textos filosóficos que escreveram. Foi difícil escolher o melhor sobre tal tema, mas decidi-me por León Bloba com o texto "Lugar Comum" que demonstra que existem muitos sertões pelo mundo, embora camuflados. Dou-lhe nota 36. Também há outros que me despertaram a atenção e pontaria acima de 30, como é o caso de Alan Longe e Cervan.
Faço minhas as palavras dos Grandes Leon Bloba e O velho, quando dizem que o que nos move a querer sempre continuar é a aceitação e incentivo de pessoas que não nos conhecem. Agradeço a Lénia Aguiar e desejo sorte a todos os concorrentes.
Abraços fraternos,
Alan de Longe
Sou fundadora do blog juntamente com Lohan e como organizadores do Concurso, partimos da premissa de que não devemos expor nossa opinião a respeito de nenhum poeta em especial. Gostaria porém de deixar registrado meu contentamento com a qualidade dos poemas apresentados até o momento e especialmente nesta rodada do concurso, denominada "O Sertão". Os poetas estão de parabéns, os poemas estão belíssimos; a temática não é fácil (como, aliás, não tem sido até o momento) e vocês tem feito um trabalho incrível!
Boa sorte aos leitores que concorrem ao livro da escritora Vera Americano (jurada do nosso concurso na rodada dos Haicais) e boa sorte também aos poetas que disputam, essa semana, seu lugar ao sol.
Beijo-poema a todos!
Eu aposto no poema Lugar Comum,de León Bloba, com a média de 34,5.
Embora, gostei também do poema de Aline Monteiro.
Parabenizo Lohan Lage, pela a idealização do concurso.
Leonardo de Castro
Parabéns a todos os poetas pela árdua jornada da competição e por terem chegado até aqui. Foi difícil escolher qual a melhor poesia, mas aposto em León Bloba com o texto "Lugar Comum". Minha nota é 36,5.
Boa sorte a todos.
Olá,
Agradeço a todos pela participação. Logo, estaremos divulgando os resultados.
Por favor, Ariadne: você apostou na nota 45,3. Não é possível ser atingida esta nota; o máximo é de 40 pts. Reveja sua nota, ainda há tempo, e publique aqui, por favor.
Por favor, Leonardo de Castro: Todos os seus dados estão corretos, mas é necessário que você publique seu comentário utilizando sua conta do google. Basta usar seu e-mail usual, e clicar em participar deste site (no lado direito do blog, em Amigos S/A), para se tornar seguidor do blog.
Ainda há tempo!
Abraços a todos. Boa sorte!
Eu aposto no poema Lugar Comum,de León Bloba, com a média de 34,5.
Embora, gostei também do poema de Aline Monteiro.
Parabenizo Lohan Lage, pela a idealização do concurso.
Aposto no poema O Instante Despido, de J.J.Wright,com a pontuação 35,5.
E parabenizo todos os poetas do concurso, desde já.
Gosto mais dos poemas sinceros e não daqueles que buscam apenas se adequar ao tema. Todos os poemas foram bons, mas somente em alguns senti a palavra do poeta quase como uma confissão.
Dou um destaque especial aos seguintes títulos: Aroeira, Lugar Comum e poça.
Estou apostando no poema do Léon Bloba, dou 40.
Interessante observar o processo dele desde quando começou, o quanto tem sido importante os toques dos jurados - é visível o seu desejo de se colocar em exercício, buscando outros lugares para a sua poesia.
Aposto no Alan de Longe, porque realmente, sertão sem assombração não é sertão.
30 pts.
Boa noite,
Ao terminar de ler todos os poemas dessa leva, me senti em outro concurso. Ou seria o mesmo da semana passada?
Antes de iniciar meus comentários sobre os poemas dessa leva, deixo meu elogio aos organizadores deste certame. É visível o cuidado e a dedicação dos autores deste blog. Como disse em um dos meus comentários, nem todos os certames costumam atrair minha atenção...
Desconsiderando as possíveis ofensas que virão, vou registrar aqui minhas impressões desta leva.
Esta leva começou me provocando um grande desgosto. Se todos os poemas fossem do mesmo nível do que Almas Peregrinas, eu desistiria de acompanhar este certame, em definitivo. A começar pela apresentação do 'Anjo'. Trata-se de um certame público, o qual leitores de inúmeras religiões, crenças e descrenças terão acesso. Falo por mim. Sou agnóstico. Estamos cá a ler poesia, e não evangelho. Se todo Anjo servir a Deus como tu, por favor, estamos deveras mal protegidos. Achei o poema confuso, pedinte.
Português de burro não tem nada. Soube trabalhar o escasso conhecimento sobre as terras de cá (o nosso sertão) com o que lhe cabia como repertório, estabelecendo um rico intertexto com Pessoa. Cruzou os mares e aportou aqui um belíssimo poema.
Ivanúcia se apresentou com muita atitude. Difícil dissociar sertão de seca, não concorda? Todavia, aprovo a atitude da poeta nordestina. Mas não aprovo o poema. Que isso... Queda livre. Para quem escreveu Gente Pequena... Bem-que-vi uma gente muito pequena nessa leva.
Não vi lugar comum. Vivi um lugar comum no poema de León Bloba. Um lugar que eu habitaria eternamente. Perfeito o poema. Fez uso de boas palavras, dispensou o Aurélio (ainda pode dispensar mais) Despontou um verdadeiro favorito no certame.
J.J.Wright, pelo o que vi, vem colecionando vitórias nas levas. Nesta leva, faltou. Faltou algo mais. Seu instante despido não me despiu. Olhei para o imperador e o vi nu.
Estética poética e poder de síntese: Cervan. Outro forte candidato a este título de vencedor. Da terra da garoa, como eu. Continue assim, encharcando este certame de pura arte.
Sertanizar me pareceu fora dos eixos. Embora eu saiba que haja sertão nas Minas Gerais, creio que este poeta tenha fugido do que foi proposto. Sertão remete à secura, à objetividade. Sertão não pode servir de metáfora, pois é seco, em sua essência semântica.
Dois poemas de título 'ser tão'. Lembra o velho 'ser tão ser tão' concretista. O Velho descreveu o sertão e suas mazelas. Não fosse pelo último verso, não teria havido poesia. O Príncipe nos trouxe seu reino de intertextualidade, e muito me agradou. Rico e bem trabalhado.
Sertão não existe sem assombração, disse o L.F. Mas poesia sobre sertão necessita ser muito mais do que retratos de um filme de terror secundário. Histórias avoengas, nada mais.
Aline Monteiro apostou na simplicidade, da velha e boa solidão, na brasileira saudade. Tocou no cordel, íntimo do sertanejo. Bom, mas precisa ainda fugir de alguns lugares-comuns. Atente para isso e pode crescer muito neste certame.
Por fim, a iniciativa do livro da Vera Americano foi louvável, embora eu tenha sentido falta de uma sinopse do livro. Minha aposta nesta leva é no poeta Cervan: 32 pontos.
O sertão virou mar, sim. Os poetas aderiram à secura (em sua maioria), e geraram lindos filhos cabralinos. João Cabral agradece. Eu também.
Que vença o melhor, nesta leva.
Obrigado pela oportunidade de expressão. Afinal, somos livres. Graças a Deus... Caso exista um.
Até a próxima leva.
Cordialmente,
F.N.V
Como nordestina, nascia no interior do Ceará, apaixonada por essa cultura maravilhosa observo que muitos poemas trabalharam o lado triste de ser nordestino, trabalharam o nosso viver com um vocabulário certo, mas muitos dão a impressão de não conhecer o nordeste e o nordestino de verdade que é o ser mais alegre que existe, que troça da própria desgraça e ironiza ela. Os poemas que mais gostei foram justamente os que abordam nosso lado mais lúdico, o sertão que renasce, que é sobrevivente, o sertanejo que é forte como disse Euclides da Cunha. Portanto, acredito no poema "SERTANIZAR", do Semprepoeta de Ipatinga, MG. Talvez ele leve 35 pts. Parabenizo também Alan de Longe com o poema "SERTÃO E ASSOMBRAÇÃO" é a cara do nordeste, pois no nordeste a assombração é mais forte, simplesmente por que se acredita mais nela.
P.S: no comentário anterior onde há nordeste, nordestino leia-se sertão e sertanejo. Essas palavras são sinônimas pra mim.
Acredito no poema Lugar comum,de León Bloba,com a média 37.0.
A todos que investem seu voto em meu poema, agradeço imensamente, de sorriso aberto!
León Bloba
Declaro encerradas as apostas. Obrigado pela participação de todos. A poesia agradece.
O ganhador(a) do livro Arremesso Livre, de Vera Americano, foi: LEONA (APOSTA: J.J.WRIGHT- 33,5).
Parabéns, LEONA!
Por favor, envie seu endereço completo e telefone para o e-mail do concurso: poesiaautoressa@gmail.com
Entre em contato, por favor.
Mais uma vez, muito obrigado a todos. Continuem comentando os poemas, debatendo, enfim...
Abraços,
Lohan.
ERRATA: A APOSTA DE LEONA FOI DE 35,5. A PONTUAÇÃO DE J.J.WRIGHT FOI DE 33,5. LEONA ACERTOU O VENCEDOR DA RODADA.
Desculpem.
Obrigado,
Lohan.
F.N.V., sempre certeiro.
Tive dificuldades. A leitura de textos literários com esta temática sempre me deixou estéril. Preferi fugir. Resultado: faltou o “algo mais”.
Abç,
J.J.Wright
Vou fazer um desabafo, fiquei decepcionado com que eu acabei de ver,essas colocações foram injustas.
O tal do J.J ter recebido a primeira colocação já é uma prova disso, não estou subestimando o rapaz, mas parece que está havendo um favoritismo,aliás é um concurso de poesia ou um BBB. Admito teve rodada que ele foi o melhor, mas nessa nem de longe. Para mim e para muitos ,como foi visto pelos comentários acima o melhor foi o León Bloba, e creio que quem ler um blog como esse tem pelo menos um apreço pela poesia, e acima de tudo é um leitor que sabe analisar uma poesia que toca seu âmago ou que pelo menos a tira de um lugar comum e foi o que fez o Bloba. Quero ressaltar, que não tem ideia de quem seja León Bloba e nem estou afirmando que ele é o melhor, e sim que foi o melhor dessa vez, pq a cada rodada me surpreendo com um novo poeta. Mas,nem tudo está perdido também há justiça, pois os piores também foram votados como piores, volto a dizer nessa rodada.E também deixo meus parabéns para León Bloba, que foi o favorito do "público", e afinal quem compra os livros somos nós. hahaha
Só lamento não ter ganhado o livro, mas deixa para próxima, agora já sei em quem apostar. Até.
J.J.Wright, agradeço pelo 'sempre certeiro'. Não foi a toa quando comentei que possuía gabarito para dirigir minhas críticas.
Bom saber que você tem consciência de que não foi o melhor desta leva. Os jurados precisam enxergar isso também. Mas não os recrimino; o resultado desta leva foi preciso. Dos 3 poetas que foram para a votação, meu voto foi para o Anjo (óbvio ululante). Entre Semprepoeta e Ivanúcia, é difícil escolher. Mas aposto na força da Ivanúcia.
Cordialmente,
F.N.V
Aguardemos a próxima leva.
Não acredito que esteja havendo um protecionismo em relação ao J.J.Wright. Não há razão para isso. Ele é um dos favoritos, assim como, na minha sincera opinião, são: Cervan, León Bloba e Aline Monteiro.
O gosto do público nem sempre condiz com o dos jurados, que, obviamente, também sentem a poesia no âmago e, principalmente, lançam um olhar técnico sobre o poema. Olhar técnico que o público - a massa que compra os livros - geralmente não dispõe.
J.J.Wright não merecia, de fato, a primeira colocação nesta leva e ele sabe disso. Acho que é cedo para levantarem suspeitas em relação aos jurados. Eu fico profundamente incomodado com o anonimato dos comentários. O que está havendo, leitores? Expressem vossas opiniões e apresentem seus nomes, assim como eu o faço!
Criticar é bom, dar a 'cara a tapa' melhor ainda. Os jurados fazem isso, eu faço isso, e vocês, anônimos?
Quem se prontifica?
Cordialmente,
F.N.V
Parabenizo a todos os poetas e organizadores por mais esta etapa. Aproveito para parabenizar J.J. Wright por mais este destaque no ranking!
Agradeço a todos os comentários sobre meu poema.
Até a próxima rodada!
León Bloba
Concordo com o último anônimo. O poema do JJWrith é uma continuação do anterior, o imóbile. Ele a decifrar, a desvendar e os jurados a votar. As palavras são as mesmas. O ponto de vista é o mesmo.
Esse FNV podia ser comediante, entrar pra zorra total, como é engraçadinho.
Estou com os que pensam que o JJ está recebendo um "olhar diferenciado" dos jurados, nesta leva, o poema dele não me disse nada, nada novo, nada comovente, apenas técnico. Gosto de poesia onde o poeta rasga a sua alma e lança no papel e , quando lemos sentimos essa emoção.
Senhor FNV, por acaso já pensou que os anônimos podem ser os organizadores, os jurados ou mesmo os poetas? Estes não podem e aqueles não devem se identificar.
O Anjo se deu mal por ter explicitado por demais a sua veia evangélica.
Quem sabe ele não possa escrever um livro gospel?
Parabéns ao Leon Bloba, poeta em evidente crescimento, Cervan e O Velho também me agraciaram com suas saborosas poesias.
Será que os jurados leem isto ou se sentem acima das críticas que nós, leitores fazemos?
Alguém aí está disposto a defender os jurados ou todos concordamos que eles estão errando muito?
Eu já tinha sugerido a Loran para enviar os poemas aos JURADOS sem os devidos pseudônimos pois os favoritos são jugados pelos nomes, pela idade, polo português por muitas coisas... o que me falta ver é os poemas julgados pelo poema...Creio que se repassagem para o juri os poemas sem pseudônimos...seria mais justo. A casa julgamento que vejo .. todos os novos juris querem mostrar serviço e cometem o mesmo erro.. se tirem dúvida.. ou o que falo esta sendo duro demais.. releiam cuidadosamente os comentário e as divergências.. ocorridas. Viu Loran como eu estava com a razão.
Como foi dito antes ha favofito e competidores...
Quanto ao comentário deste anômimo...Aqui vcs tem tanta sede auto afirmação.. que julgam ate uma resposta..só respondi a pergunta do top... ou se deveria vir numa forminha pra te agradar ANônimo - Falei do vivo e do que sou.. e não mudarei pra agradar a você ou a terceiros.. mas uma coisa você esta certo quem sabe deva escrever um livro gospel.. e parabéns a você querido Anônimo já teve seu momento de glória e de auto afirmação...
E para Nonato Gurgel: “Anjo” e “Almas...”. Dois substantivos escritos com letras maiúsculas. O pseudônimo do autor e o título do poema remetem a coisas distantes, às vezes inatingíveis.
Inatingível querido,é você fazer este paralelo entre pseudônimo e poesia..pois, escrevi o que vivi e senti... Viu por que se não passar os poemas com pseudônimo.. fica a dica para o próximo Loran evita-se o favoritismo e é mais justo.
Sou leitora do blog desde quando começou o concurso e de vez em quado eu venho acomapnhar os temas e as críticas, pois gosto de poesia e já participei de alguns concursos. Eu já tenho poetas preferidos por aqui e neste tema do sertão gosto do Velho, Do Leon, do cervan e Do paracaum. Acho que os jurados tinham que pegar o poema pra ler sem saber de quem é. Dá pra ver que eles estão indo pelo caminho que os poetas estão indo. Devem receber o poema e pensar: ah, desse eu gosto mais. Lá vem coisa boa.
E a cabeça já vai influenciada no julgamento. Pode parecer bobeira, mas acho mesmo que isso pode acontecer.
Mesmo assim, acho que o concurso vai indo bem. Parabéns à todos,
Kelly
Bom dia a todos! Quero retificar minha nota, peço desculpas pelo engano! Eu aposto em Léon e na nota 3,5 para seu poema! Abraços em todos!
Quanto aos comentários ''engraçadinhos'' e anônimos, não irei dispensar meu precioso tempo. Como já disse, não há razão para ficarmos brincando de esconde-esconde. Há sim a possibilidade de serem os poetas, os jurados ou os próprios organizadores, com certeza. Mas o que tem a ver isso? Os poetas e os jurados não podem se identificar?
Já fui jurado em alguns certames literários e afirmo: é mais do que natural a revolta contra o corpo de jurados, sempre se espera isso em um certame deste molde. A revolta nasce, sobretudo, daqueles que não foram os 'preferidos' dos jurados. Sou crítico literário e posso afirmar que a crítica lança, acima de tudo, um olhar técnico sobre os poemas dispostos a julgamento. Não há dúvida de que a subjetividade não venha acometer o crítico, mas o que prevalece é a tecnicidade. Anotem em seus cadernos o que direi: vencerá o concurso o poeta que prezar pela técnica, pela síntese, pela condensação. Fala-se tanto dos jurados e não se presta o mínimo de atenção na trajetória de seus comentários, a cada leva. Por favor, sejam maduros. Em todas as levas os jurados enfatizam (não com essas palavras): evitem poemas por demais discursivos, ou 'palavrosos' (como se referiu o jurado Nilto Maciel); evitem ser alongar, sejam mais diretos, extraiam da palavra a sua força máxima. Leiam Drummond! (este conselho foi meu).
Agora vocês entendem o favoritismo do J.J.Wright e do Cervan? Eles seguem à risca os conselhos dos jurados. São técnicos, sintéticos, poetas que exploram o campo semântico sem delongas. Sejam esponjas e absorvam, ao invés de espalharem suas reclamações neste espaço.
Anjo, por favor, assuma que foi o pior desta leva. Esqueça seu pseudônimo e sua apresentação, então: foquemos em seu poema. Só falta você dizer aqui que foi injusta a sua ida para a votação dessa leva. Por favor... Quem escreve o que se vive e o que se sente? Escreve-se o que se pensa! O que se sente, se pensa: leiam Fernando Pessoa! (mais um conselho meu, acatem se quiserem).
O corpo de jurados é competente. Sejam também competentes, poetas. Vence o melhor poeta, e não o melhor 'reclamão'.
Defenderei sim, e sempre, a minha classe, aqui neste espaço (a não ser que não me seja permitido pelos organizadores).
Cordialmente,
F.N.V
Olá pessoal!
Bem, devo confessar que além da delícia que é ler os poemas deste concurso, adoro ler também os comentários. O F. N. V. é ótimo. Apesar de suas opiniões e análises serem duramente criticadas, não podemos negar que são totalmente fundadas. Todos temos o direito de expressão, e acho que a graça (e o bom da coisa) é sempre aproveitar bem momentos de aprendizado como esse. O concurso está muito bem conduzido.
Devo dizer que alguns poetas que eu tinha como preferidos deram uma caída nesse Top, mas todos enfrentaram um grande desafio com a temática proposta.
Aposto ainda na Ivanúcia Lopes, acho que a sua sensibilidade ainda pode nos proporcionar ótimos trabalhos neste certame. Apesar de estar no Campo Platônico, torço para que ela continue na competição.
A todos, Parabéns! E F. N. V., você é ótimo! com certeza tem ajudado muito os participantes e logico, a nós leitores.
Abraço.
Elizângela Fontes
Olá Felipe Neto: discordo de você, quando diz que o meu poema está em desacordo com o tema proposto. O Sertão, também é o interior, longe do litoral. Os organizadores do concurso nao especificaram que era o sertão nordestino e os jurados não questionaram isso. São vários olhares sobre os vários sertões. Você conhece a música MORRO VELHO, do Milton Nascimento? O sertão dele é uma fazenda, de muito verde, riacho limpinho e gente tocando viola.
Quanto à qualidade do poema, respeito as opiniões.
Olá Nara Rios: O seu comentário muito me alegra, ainda mais, vindo de uma nordestina. Sabia que todos iam falar o que já disseram Graciliano Ramos, Patativa do Assaré, J Cabral... Mesmo o seu sertão, não é secura a vida toda, lembra da música A VOLTA DA ASA BRANCA, do Luiz Gonzaga? Tenho uma vontade imensa de conmhecer o seu Ceará.
Esqueci de assinar os comentários, para Felipe e Nara: SEMPREPOETA.
Postar um comentário