(A clássica fotografia do filme Breakfast at Tiffany's - Bonequinha de Luxo)
Quantas Hollys Golightlies você conhece? Você, caro apreciador da sétima arte, pode dizer que somente uma: a célebre, interpretada pela diva Audrey Hepburn. Ou, quem sabe, dizer que conheceu várias personagens como Holly in real life, em meados dos anos sessenta, tempos em que grande parte da ala feminina desejava ser Audrey, nem que fosse por um dia, mesclando o vestuário clássico com ares e modos juvenis e espontâneos. Porém, Audrey sempre foi única. Talvez Marylin Monroe, escalada a priori para viver Holly, não surtisse o mesmo efeito devastador. Audrey não teve a saia erguida por uma feliz rajada de vento produzida por um metrô, tampouco sua beleza lhe exercera maiores créditos em detrimento do seu talento.
Hoje podemos encontrar muitas Hollys, embora não possuam a beleza clássica e natural de Audrey, ou mesmo não sejam apaixonadas pela Tiffany´s e cantem Moon river à janela enquanto o cabelo seca. Encontra-se uma Holly acompanhando um bem reputado político. Encontra-se Holly em quartos de motéis - nem tão estrelados assim; que precisam quitar suas dívidas na Universidade, recebendo 50 dólares (ou o equivalente a isso) por uma ida ao... Toalete. Encontra-se Holly em rodoviárias e aeroportos, ou mesmo em tráfegos clandestinos, rumo a uma ilusão repleta de arranha-céus, marketing e mercenários – a tal da cidade grande. Encontra-se Holly vagando pela calçada da Rua 57 com a 5º Avenida, em New York, sonhando em não mais vagar, mas sim, fincar os pés na calçada da fama. Encontra-se Holly furtando em um supermercado pondo em prática um dos seus planos hedonistas. Alcoólatra, Holly também pode ser encontrada em bares de hotéis, embriagando-se de uísque. Anoréxica, Holly pode estar estampada nas capas da Vogue ou da Elle, ou desfilando seu sofrimento pelas passarelas, sendo reparadas pelo modo do pisar, do se virar, do como transparecer segurança, do como se brilha em uma veste. Assim como Audrey Hepburn, podem estar enlutadas em seus pretos básicos by Coco Chanel ou não, iludidas por uma cor que misteriosamente distorce o corpo refletido pelo espelho.
Essas bonecas são reais. Elas falam, cometem vícios, ouvem, trapaceiam, respiram, se prostituem. Bonequinhas de luxo podem estar em todo lugar. Pode haver por aí muitas parecidas com a Holly G. interpretada por Audrey, todavia, é certo que nenhuma delas possua a mesma ingenuidade daquela que despontou das telas do cinema e encantou o público a partir do momento que desceu do táxi na Rua 57 com a 5º Avenida, em New York.
3 comentários:
É certo que nenhuma delas ouve Henry Mancini; eu acho.
abraço
Landoni
Isso, Landoni! E o mais bacana é que vi, em uma matéria sobre o filme, que essa canção foi feita especialmente para o longa, e que todos se surpreenderam com a perfomance de Audrey ao cantá-la.
Abração!
Lohan.
Sim, a canção foi feita sob encomenda para o filme, caso contrário ela não poderia concorrer ao Oscar. O critério da Academia era que a música fosse original. Ainda é assim.
Por isso As Time Goes By, de Casablanca, não concorreu, pois apesar do sucesso ela não foi composta para o filme, ou seja, já existia antes dele.
Landoni
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