ANO:
2012...
Quinhentos e dois poetas. E sonhos. E
desafios.
A luta por um título.
A luta pela vitória
Interna.
A luta pelo reconhecimento
Que todos eles merecem.
Os 12 poetas continuam nesta luta. Muitos
prêmios e críticas em jogo. A cada etapa, um passo. Evolução. Controvérsia.
Indignação. Alívio. Poetas e leitores: este é o
II CONCURSO DE POESIA AUTORES S/A.
APERTEM OS CINTOS!
HOJE,
VAMOS VIAJAR NO...
TÚNEL
DO TEMPO
1964:
O Golpe que abalou o Brasil
A
aparência de calma reinava nas ruas
A
comida chegava às casas
As
casas recebiam sol
Nada
perturbava a paz
(Barolo)
ardia
a conspiração
arquiteta-
se o golpe
em
silêncio
gerava
o ovo da serpente
(Dersu Uzala)
Piso
dourado sob as patas descalças
Re-formas
de pão, regime faminto
Hóstia
entalada nas ancas do repúdio
Ar,
dia a constipação
(Anna Lisboa)
O
soldadinho com chumbo
Marchando
a ré da liberdade
Ca(pa)cete
endurecido
Espor(r)ando
a brava gente
(Lune)
A
dita-dura
não
é
mole,
À
sombra dela
estava
o
mulato:
Marighella.
(G.D)
Num
estupro ideológico
impõe-se
o amor servil
e a
liberdade enlatada, com selo yankee,
é
servida à Mãe Gentil.
(João Saramica)
o
anseio em carne viva
a
queda - barulhenta explode
submissa
- funda a vertigem
no
chão duro - um sonho intenso
(Gaspar)
Duros,
os centauros resistiam
Mas
as flores teimavam em brotar
frágeis,
mas de um colorido insistente
opunham-se
aos golpes e aos galopes
(Per-Verso)
Sob
botas armadas
marcham
os inquietos:
nem
só de paz se faz liberdade
enquanto
gritos abafados ecoarem mais alto.
(Nonada F.C)
E ao
tropel das tropas sobre as nossas vozes
e
ossos e sonhos, naquele 1 de abril
(verdadeira
nódoa na História; cruel)
seguiram-se
os partos dos monstros: AIs...
(Manoel Helder)
Desenho
um grito silencioso no muro,
Mas
minha voz embargada desbota,
E a
tinta vermelha que vai ao solo
E
não rega a liberdade... Nada brota!
(Jean Jacques)
dispersos, os
faunos
ainda tentaram
resistir
maior foi a
liberdade (ainda que muda):
ergueu-se com as
manhãs
(Alice
Lobo)
Este foi o POEMA S/A, isto é, um
poema escrito por todos os 12 poetas finalistas. Nele está presente o talento coletivo; o estilo
particular de cada poeta, expresso em cada estrofe. É a cara do II Concurso de
Poesia Autores S/A! O tema proposto foi o mesmo do título: “1964: O Golpe que
abalou o Brasil”. Parabéns, poetas, por este trabalho inesquecível.
DIÁLOGO DOS POETAS
Nesta rodada,
propomos aos poetas que dirigissem uma pergunta para qualquer um dos poetas que
figuram entre os 12 finalistas. Nem todos formularam perguntas, nem todos
responderam, mas, deste pontapé inicial, surgiu uma interatividade muito
interessante entre eles e, através dessas perguntas e respostas, os leitores
poderão conhecer um pouco mais sobre esses grandes poetas. Apreciem o bate-papo
abaixo!
De: Lune
Para: Ana Lúcia Pires (Anna Lisboa)
Que tipo de atitude te
atrai e que tipo de atitude te afasta de um ser humano?
Anna Lisboa:
Querida Lune, o que penso e sinto desde criança: Os garis
existem, os lixeiros existem, os faxineiros existem, os moradores de rua
existem, os animais abandonados existem... Me apaixono pela bondade, me
aproximo dos que enxergam as vidas acima, não como “menos favorecidas”, mas
como vidas. Menos favorecida sou eu, que reclamo de tantas coisas tolas e sem
importância; menos favorecida é a pessoa que trata sem respeito “a moça do
café”, o zelador, o balconista; menos favorecido é o funcionário público que
tem coragem de maltratar um “doente do SUS”; menos favorecido é o político
corrupto. Detesto seres “superiores”, justamente os mesmos que costumam ignorar
cada um desses sorrisos e olhares lindos.
Não suporto preconceito, futilidade, arrogância, nem ninguém que se ache
melhor que qualquer outro.
De:
Ana Lúcia Pires (Anna Lisboa)
Para:
Lune
Lune, sobre filmes,
qual teu gênero preferido? Poderia citar algum título que se destaque nessa tua
preferência e nos dizer qual a razão?
Lune:
Oi Ana!
Gosto de suspense, policiais com boa trama e filmes de amor
com final beeeeeem feliz! Mas amo também aqueles filmes do tipo cavaleiros templários,
intrigas religiosas, descoberta de segredos. E ainda tem os que eu chamo de
intensos: filmes de Bergman, por exemplo. Angustiantes e
"chacoalhantes". Amo documentários sobre animais (aliás, sou uma
"cachorrenta" de carteirinha, sendo, inclusive, voluntária de um
abrigo de cães e gatos). E desenhos tipo Era do Gelo, Happy Feet. Cada filme
tem sua hora e estado de espírito! Ah, quer saber? Eu sou cinéfila, então é difícil
saber do que não gosto. Opa! Eu sei. Não gosto de musicais (filmes), embora
adore música. E comédia tem que ser sutil, realmente boa para eu assistir,
porque acho que (me) fazer rir é mais difícil que fazer chorar. E me senti
muito honrada de receber uma pergunta sua!
De: Francisco Ferreira
(João Saramica)
Para: Lune
O que te move a escrever? E, se algum dia já pensou em parar, o que te
fez pensar assim?
Lune:
Francisco,
Tudo. Minha mente funciona como sonar. Uma criança cai e
chora, e uma frase surge para um conto. Uma vontade de protestar vira crônica.
E, mais recentemente, tudo isso tem se esvaído também em poemas. O que me move
a escrever é a percepção. É o captar constante, e aprofundado, do todo que me
cerca, me agrade ou não. Eu sou uma mulher aberta ao ver e ao sentir. Parar?
Quero não! Comecei tão tarde (tem só cinco anos) a ter coragem de desengavetar
os pensamentos! Eu acho que só paro quando morrer. E, mesmo, assim, ainda tenho
esperança que exista um outro lado, e que lá haja pelo menos papel e pena (a de
escrever, somente).
De:
Barolo
Para:
Geovani Doratiotto (G.D)
Temos percebido ao
longo desse concurso uma grande disparidade nas notas atribuídas pelos jurados
aos participantes, num mesmo poema. Isso tem dado a impressão de que, mais do
que parâmetros que ditem o que é ou não boa poesia, o que impera no julgamento
dos poemas é o gosto pessoal de cada um. Na sua opinião, como um poema deve ser
julgado? Ou seja, o que deve ser levado em consideração para que seja
considerado bom ou não?
G.D:
O poema julgado é um poema marcado, parafraseando o
populário: Ruim é não fazer poesia.
De: Letícia
Simões (Alice Lobo)
Para: Ana Lúcia
Pires (Anna Lisboa):
Anna, onde você acha
que São Paulo mais está inserida na tua poesia?
Anna Lisboa:
Oi Letícia!
Acho que todas as vezes que olhei nos olhos de São Paulo,
enxerguei uma mulher. Nasci, cresci, vivi muitos anos nesse ventre. De vez em
quando, ao escrever um verso, me vejo sentada nos escadões da Vila Madalena,
rodeada de amigos ‘Woodstock’, debatendo sobre poesia contemporânea. Em muitas
ocasiões, criávamos dezenas de versos ali, na hora, entre um gole de Martini,
bebida que era a sensação pros adolescentes da época, e as faixas de Hair. São
Paulo é cada imagem feminina na minha poesia; ácida, cruel, carente, insegura,
dominadora, santa, profana, frígida, virgem, casada, amante, manequim 36,
manequim 56, linda. Na verdade, acho que eu penso e escrevo Vilamadalenês
(risos). São Paulo me deu tudo, assim sendo, é para mim uma gigante fêmea,
parideira de todo e qualquer tipo de frisson.
De: Henrique
César (Gaspar)
Para: Flávio
Machado (Dersu Uzala)
Caro Dersu Uzala
O meu nome é Henrique,
participo do Concurso com pseudônimo de Gaspar, gostaria de parabenizar você
pela criatividade que apresenta em seus poemas. Estamos numa fase em que temos
que escolher alguém para fazer perguntas ou algo assim. Escolhi você, em
primeiro lugar pela citada criatividade e, em segundo porque temos maneiras bem
diferentes de apresentar os poemas. Embora essa diferença não me impeça de
apreciar suas poesias e me surpreender com seus “achados”. Bom, já que é pra
perguntar algo... Acho que o diferencial desse concurso são as críticas dos
profissionais. Um talento que, confesso, admiro há anos é o crítico e autor
Antônio Carlos Secchin. Sabe-se lá o que não daria, em outros tempos, para ter
um poema meu analisado por ele. Na crítica que fez ao poema, escreveu que meu
“teto estava distante do universo de Cecília” e me deu um belo de um Zero.
Claro que levei a sério. Fiquei pensando, um teto distante pode ser muita
coisa, menos um teto – a distância vai me proteger deque? Fiquei tentado a
abrir uma ONG mais ou menos assim: MPST – Movimento dos Poetas Sem Teto. Como
você pode perceber ainda estou meio abalado com aquela nota tão redonda. Na
crítica ao seu poema, ele escreveu “muito preso ao poema original”. Fiquei
pensando, se o poema se chama “in memorium”, deveria ser preso a que? Gostaria
que você comentasse sobre esse poema, que achei muito interessante.
Dersu Uzala:
Prezado companheiro, primeiro achei demais esse movimento dos
Poetas sem teto, e acho que toda crítica positiva é benvinda, mas também acho
que se criou uma maneira de ver a poesia homogeneamente (será que existe essa
palavra), e acaba que os julgamentos são feitos a partir desse pressuposto, e
comentários como esse ferem mesmo, eu recomendo fazer ouvido de mercador a
esses comentários, e siga, em frente, veja o que pensam de Oswald vários
críticos, alguns dizem até que ele não escrevia poesia, quanto ao poema, a
grafia correta é: in memoriam; levei um puxão de orelha do mesmo Antônio Carlos
Secchin. O poema de encomenda sempre é um problema, segundo Mario Quintana
(outro que a crítica torceu o nariz), acaba virando receita de poema ruim. Eu
tinha um verso antigo escrito no meu primeiro livro: “Sala de Espera”, que era
bem curto e fala de Clarice, eu não tinha nenhuma relação com a obra de
Clarice, registrei isso na minha resposta sobre Clarice, e realmente eu fiz um
intertexto com o poema de Ferreira Gullar para Clarice, de quando soube que ela
havia falecido, e, no resto, escrevi livremente sobre a minha experiência
particular, então não fico mais chateado com críticas, certamente eu não serei
reconhecido como um dos grandes poetas brasileiros. Se por acaso for lembrado
na minha cidade já será uma vitória. Ainda sobre o poema, além do erro
gramatical no título, eu precisava encontrar dentro da inspiração o mote para
escrever sobre uma escritora que não conheço a obra, eu escrevi também sobre Cecília,
e como minha parceira na rodada estava com dificuldades para falar de Clarice,
escreveu um lindo poema sobre Cecília, e acabou vencendo a rodada, e eu fiquei
em segundo, então a minha escolha foi acertada, coloco aqui o poema para
Cecília, a partir de um poema de Mario Quintana e de sua declarada paixão por
Cecília Meirelles. Deixo um fraterno abraço, e desejo que nas próximas rodadas
o poema fure o teto dos críticos.
sobre um poema de Mario Quintana
(Quintana amava Cecília que casou com Fernando Correia Dias
que morreu de amor
esquecendo o menino azul transformado em poeta
Cecília casou com Heitor Vinícius da Silveira Grilo)
a musa vira poema
arrancado com paixão
abrem-se parênteses
intertexto
um verso do romanceiro
(em baixo e em cima da terra o ouro um dia vai secar)
inconfidência pública
revelada em canto
que parceria seria possível?
reinventaria uma maneira de amar?
quintanares
cecilianos
De: Flávio Machado (Dersu Uzala)
Para: Barolo
Estivemos juntos em
uma rodada do Concurso, e foi uma parceria vencedora. Eu tenho muitos poemas de
parceria com uma grande poeta de Recife (Marcia Maia), e vencemos também um
concurso de poesia no Rio. Pergunto: acha válida a parceria em poesia, com a
construção de poemas em parceria? Coloco abaixo o poema que escrevemos a quatro
mãos e venceu o concurso da FEUC/RJ em 2005. Temos um projeto de publicar um
livro com essas parcerias:
“invasão blue moon”
a lua cheia por trás
das árvores do Passeio Público
estou mais só do que
qualquer outro
na fila de espera do
Cine Odeon
o sujeito com brincos
indígenas está acompanhado
a japonesa feia também
o casal gay parece
apaixonado com suas tatuagens de nomes trocados
a lua blue moon
o clip do Rappa
as portas fechadas do
Metrô
a solidão pelas ruas
do centro
enquanto a lua ainda
dista
o sino toca sonolento
o padre principia a
missa
atento ao nono
mandamento
ao qual não liga o
operário
correndo a pé para o
trabalho
com o pintor e a
diarista
e que Denise desfia
sentada na primeira
fila
perfume, decote e
batom
tão sonsa com ares de
santa
um mês, duas luas
(escandalosamente
cheias)
e o nosso louco,
ardente e fátuo amor.
Flávio Machado &
Márcia Maia
Barolo:
Acho válida a parceria em poesia sim, assim como em outros
tipos de textos, embora não ache muito fácil. É preciso ter ritmo, registro e
interesses similares, assim como disponibilidade de tempo. Tempo é um grande
problema hoje em dia, problema tão grande que a velha frase "tempo é uma
questão prioridade" não encerra mais a verdade que encerrava.
De: Wender Montenegro (Manoel Helder)
Para: Geovani Doratiotto (G.D)
Quais suas principais
referências literárias, sobretudo poéticas, e o quanto delas ainda resiste em você?
G.D:
Haroldo de Campos e a Geração de
45. Eu resisto a elas. O tempo passo e ainda não passeio os olhos na metade do
que gostaria.
BÔNUS DOS LEITORES
O ponto bônus
desta etapa será disputado através dos comentários desta postagem. Para que um
voto seja devidamente computado ao poeta, o comentarista deverá:
-
COMENTAR LOGADO EM SUA CONTA DO GOOGLE (NÃO SERÃO VÁLIDOS COMO VOTO AS OPÇÕES:
ANÔNIMO, NOME/URL E OPENID).
-
MENCIONAR O NOME, PSEUDÔNIMO OU O TÍTULO DO POEMA QUE DESEJA CONCEDER O SEU
VOTO.
- NA
QUINTA-FEIRA, ÀS 18 HORAS, A VOTAÇÃO SERÁ
ENCERRADA COM UM COMENTÁRIO DE ENCERRAMENTO DA ORGANIZAÇÃO. APÓS ESTE
COMENTÁRIO, NENHUM VOTO MAIS SERÁ COMPUTADO.
- O
POETA MAIS VOTADO DA ETAPA RECEBERÁ 1 PONTO DE BÔNUS.
EM CASO DE EMPATE, OS POETAS EMPATADOS DIVIDIRÃO O 1 PONTO DE BÔNUS ENTRE ELES.
PREMIAÇÃO DA ETAPA
O primeiro colocado no
Ranking desta etapa será agraciado com o livro:
“Luz vermelha que
se azula”, do escritor Nilto Maciel.
BÔNUS DO JÚRI
E, por falar no escritor cearense Nilto Maciel, revelamos que ele também
será jurado nesta etapa em questão. O poeta que mais se destacar positivamente,
na opinião de Nilto Maciel, receberá 0,5 pontos de bônus.
PONTO-PRESENTE
A grande surpresa
desta etapa será o “Ponto-Presente”. Recebemos as críticas dos jurados, dos
leitores que comentam nos comentários do post e nas redes sociais; mas, e você,
poeta finalista? E a sua opinião como sujeito LEITOR?
Portanto, nesta
etapa, todos os 12 poetas deverão dedicar 01 ponto-presente ao poeta o qual ele
considera ter sido o melhor sucedido na etapa. O ponto e a justificativa do
poeta deverão ser revelados via e-mail (poesiaautoressa@gmail.com) até
quinta-feira, ao 12:00 hs. Na quinta-feira à noite, todos os pontos serão
publicados no blog e acrescidos ao Ranking Oficial do II Concurso de Poesia
Autores S/A. Embora se trate de uma competição, percebemos que todos vocês
podem trocar, entre si, conhecimento e críticas construtivas, em prol do
crescimento de todos os poetas. Todos vocês, poetas, já demonstraram ser
sujeitos éticos e experts das letras. Sendo assim, vossa opinião é tão
importante quanto. Leiam os poemas dos colegas com calma e enviem seus pontos e
uma justificativa.
Nesta etapa, dirigimos a
seguinte pergunta aos poetas:
“Qual foi o fato
mais marcante de sua infância? E por que?
Solicitamos também a
eles que enviassem uma fotografia da infância deles. As respostas da pergunta
acima e as fotos serão apresentadas juntamente aos poemas.
POEMAS DA 5º ETAPA (FATO DO ANO DO SEU
NASCIMENTO)
De São Paulo, São Paulo: Henrique César Cabral
Pseudônimo: Gaspar
Ano do nascimento: 1953
“Lembro nitidamente, apesar de remota (mais ou menos uns 56 anos
atrás), da morte do meu primo. Era pouco mais novo que eu, brincávamos juntos,
etc. Curiosamente o que mais me impressionou foi ver, pela primeira vez,
adultos chorando. Todos, até meu pai e minha mãe, com os olhos brilhantes, chorando,
sem vergonha, sem pudor, os gritos da minha tia, o desespero vivo, enquanto as
crianças todas quietas, sentadinhas, assustadas. A gente se olhando, se
perguntando “mas que porra é essa?” sem ninguém explicar nada direito. De vez
em quando o pai ou a mãe de algum aparecia, apertava o braço do filho e ia
embora chorando baixinho. Foi a partir desse dia que o mundo mostrou que era
estranho. De verdade”.
Título: A Morte que amava Stalin
O
montanheiro do kremlin lá vem à baila.
Dedos gordurosos
como vermina gorda.
Riem-se-lhe
os bigodes de barata,
Reluzem-se
os canos da bota alta.
Ossip Mandelstein
quando
a morte se enternece
brilha
a seu favorecido?
pousa
os dedos delicados
-
lembra os anos de fartura -
na
face maquiada e cheia
do
querido montanheiro?
vem
brilhante como um astro
penetrando
a noite densa?
(vê
a tua assinatura
autenticada
- ainda agora
a
história treme sob a terra)
reluzente
como a neve?
o
ouro que te faz de dente?
o
aço que esfriou teu nome?
(foco:
nos teus olhos duros
toda
a natureza é morta
- o
degelo vem depois)
claridade
que desliza
pouco
acima da cabeça
onde
um corvo se assenta
em
repouso todo o tempo
(bem
no fundo a cova aberta:
fica
o cheiro do teu rastro
como
um dano permanente)
bem
distante a lua lima
com
sopro envelhecido
o
clarão na foice escura
-
meia boca meio beijo
deslizando
a eternidade
nos
bigodes de barata
nos
dedos de verme gordo
cruzados
no monte côncavo
da
tua fome carcomida
1957
(Lançamento do filme "Noites de Cabíria", de Federico Fellini)
De Brasília, Distrito Federal: Lune*
Pseudônimo: Lune
*poeta prefere não revelar o nome
Ano do nascimento: 1957
“Nossa! Tanta coisa foi marcante. Coisas boas, muitas. E
poucas coisas que me pareceram ruins, na época, mas que eu entendi depois.
Difícil definir. Mas um dos fatos marcantes da minha infância foi a primeira
vez que meus pais se mudaram de apartamento, depois que eu nasci, no Rio de
Janeiro (a gente viveu de aluguel até mudar para Brasília). Da noite para o dia
(os adultos acham melhor contar para as crianças tudo em cima da hora), fiquei
sem a minha “tia” Eutália, no apartamento do lado, uma das pessoas mais
queridas da minha vida, e que ficava comigo à tarde, enquanto meus pais
trabalhavam. E fiquei sem meus amigos da rua em que eu morava, que eu conhecia
desde bebê e com quem brincava e saía (cinema, zoológico, teatrinho). Eu tinha
sete anos e odiei tudo na época. Ainda bem que me “ódio” durou pouco; só o
tempo de fazer novos amigos e colegas. Além de tudo, meus pais sempre me deram
um lar, e não uma simples casa onde morar. Mas me lembro daquele apartamento
até hoje, e de uma forma tão viva que até me emociona”.
Título: Eu, Cabíria
enquanto
as águas de março
vertiam
em Bauhaus
os
traços do arquiteto
e o
sol de Scorpios
se
punha em berço e tumba
ao
estertor de Laika
em
carnes de ilusão
em
noites de lascívia
nasciam-me,
faziam-me
Cabíria
a
puta dos ávidos que berram
no
gozo
e
pagam em sussurros
com
liras escondidas
a
pura dos sonhos que enganam
a
lucidez
e
trepam com a mentira
das
possibilidades
pois
que mais (se) enganem
os
que entalham cicatrizes
e
que mais perdão lhes venha
em
améns e ad aeternum
que
ainda não sabem
não
se deram conta
que
buscamos
todos
a
mesma trapaça
:
felicidade
(Declaração Universal dos Direitos da Criança, divulgada em 1959)
De Cabo Frio, Rio de Janeiro: Flávio Machado
Pseudônimo: Dersu Uzala
Ano do nascimento: 1959
“O fato mais marcante da minha infância entre tantos, sem
dúvida foi a primeira partida no Maracanã, levado ao estádio pelo meu avô
materno e assistindo da arquibancada, lembro exatamente como aconteceu cada
gol, engraçado é que confundi o resultado, durante anos achei que meu time
(América) tinha perdido a partida por 3 X 1 para o Fluminense, depois de um
pesquisa aos jornais da época descobri o resultado correto, 2 X1, e a confusão foi por conta de um
pênalti defendido pelo goleiro do América, Arésio, estreei com derrota, mas foi
um marco inesquecível, como também, assistira os últimos momentos de vida de
minha bisavó, que morreu nesse mesmo ano, resolvi lembrar do fato mais leve”.
Declaração dos Direitos da Criança
No dia 20 de novembro de 1959, a Assembleia
Geral das Nações Unidas divulgou a Declaração dos Direitos da Criança. E foi a
partir desta data, que se criou um padrão que o mundo todo deve perseguir. Um
documento amplo, sensível e oportuno para defender os direitos das crianças em
todas as partes do mundo. Acho oportuno ler o enunciado dos três primeiros
artigos desse importante documento internacional. O artigo 1º diz que “Toda
criança, sem exceção, sem distinção ou discriminação de raça, cor, sexo,
língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou
social, riqueza, nascimento ou qualquer outra condição, quer sua ou de sua
família, terão os direitos abaixo assegurados.” No artigo 2º, está escrito: “A criança
gozará proteção especial e deverá ser feito tudo o que for possível para que
seu desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social seja atingido de
forma sadia e normal e em condições de liberdade e dignidade.” E, por fim, eis
o texto de seu 3º artigo: “Desde o nascimento, toda criança terá direito a um
nome e a uma nacionalidade.
Título: declaração dos direitos das
crianças
quantas crianças
nesta manhã acordarão para o
trabalho?
abandonarão os brinquedos
a escola
por ferramentas de oficio
em condições humilhantes
ambientes contaminados
condições insalubres
abusadas
prostituídas
quantas crianças
serão assassinadas nesta manhã?
cortejo de desigualdades
exército de desvalidos
nos sinais de transito das grandes
cidades
incentivado pela esmola oficial
sob o patrocínio da ausência de
ações
quase três milhões de crianças
exploradas de todas as maneiras
matando a esperança em berço
esplêndido.
(Ano do assassinato de John F. Kennedy)
Do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro: Marco Antônio Tozzato
Pseudônimo: Per-Verso
Ano do nascimento: 1963
“O momento mais marcante da minha infância foi o meu primeiro
dia de aula no Jardim da Infância. Ali muitas coisas começaram. Minha inserção num
grupo social, diferente do da minha família, e vários sentimentos, cheiros, sensações
que, acho, experimentei pela primeira vez naquele dia. Era a primeira vez que
iria ficar tanto tempo e tão longe da minha mãe. A caminho da escola, sentia
uma grande alegria, ao mesmo tempo medo, ansiedade e um frio na barriga. Minha cabeça
viajava imaginando como seria tudo. Até que cheguei à sala de aula. E oque mais
marcou foram os odores. Até hoje, consigo sentir o cheiro do guache, da massinha
de modelar e do álcool do mimeógrafo. Acho que nesse dia nasceu a semente de
muito dos sentimentos que venho sentindo pela vida a fora”.
Título: Manchete Morna
Nasci
em 1963, foi minha primeira vez nesse mundo
Não
vim com soluções, nem com rimas, pois nem me chamo Raimundo
O
mundo, o vasto mundo, há muito mais de mil acontecia
Naquele
tempo, tudo que eu sabia era amar
Um
sentimento tão morno quanto o leite a me alimentar
Por
aí, diziam que, além do amor, muitas coisas existiam
Das
grandes insignificâncias é que se faz o mundo
Do
alfinete que fura fralda do menino,
Ao
artefato fatal que fura o ar, destrói destinos
Mínimo,
ínfimo, invisível atingiu preciso o alvo
Pedaços
da cabeça coroada se esparramaram pelo chão
Ele
já não era mais menino, nem batia mais seu coração
A
Princesa, que o amava, tentou recompor o seu amor
Mas
já era tarde e não existiam fadas de plantão.
O
mundo de verdade é duro e frio, diferente do colo que me abrigava
Tudo
que acaba não volta. Do Príncipe JFK só ficaram as histórias e a História.
Agora
é hora de eu dormir. Mas muitas vezes acordarei sem fama e sem glória
De Nova Friburgo, Rio de Janeiro: Barolo*
Pseudônimo: Barolo
*poeta prefere não revelar o nome
Ano do nascimento: 1965
“Um momento marcante de minha infância foi o dia em que, aos
quatro ou cinco anos, sem copiar, escrevi meu nome, pela primeira vez:
A-n-a B-e-a-t-r-i-z. Senti-me vitoriosa,
importante”.
Título: Ufanismo
Ano pós-golpe militar. Ano em que a inauguração
da Rede Globo, a conquista do Pico da Neblina, a construção da Ponte da Amizade
entre o Brasil e o Paraguai, o inicio da campanha de erradicação da malária, o
futebol e a miss Brasil não diminuíram a brutalidade do AI-2, ato institucional
que extinguiu partidos políticos e suspendeu a constituição vigente. 1965: Ano em que nasci”.
Vamos
crescer fortes e saudáveis
erradicar
doenças que nos prendam ao atraso
que
indiquem pouco caso de nossa administração.
Vamos
divulgar nosso desenvolvimento
nossa
monarquia futebolística
nossa
política austera e popular.
Vamos
cantar a beleza de nossas mulheres
a
amizade de nossos vizinhos
nossa
televisão global.
Vamos
baixar atos institucionais
fechar
olhos, encerrar partidos, escalar montanhas, censurar livros,
hinos
e homens que perturbem a paz.
vamos
higienizar corpos e mentes
este
é um país que irá para frente
e se
agigantará.
De Betim, Minas Gerais: Francisco Ferreira
Pseudônimo: João Saramica
Ano do nascimento: 1968
“O fato mais marcante da minha infância é algo tão simples
quanto sublime: por ocasião da visita de um Juiz de Direito a fazenda de um tio
(haviam sido seminaristas e apesar de abandonarem a “vocação” permaneceram
amigos), meu avô (de quem eu era uma verdadeira sombra) prometeu levar-me, desde
que eu me comportasse. E, se bem ele me adestrou, melhor eu agi. Na despedida
do dito meritíssimo, este elogiou-nos (ao meu avô e a mim) e aquilo para o
velho Chico Machado foi como um tesouro, que ele guardou até o fim da vida. Eu
tinha por volta de 5 anos. Eu não faria isto com os meus filhos ou netos, por
acreditar que a alegria barulhenta das crianças daquela idade não reconhece e
nem está sujeitas a autoridade de Senhor Ninguém, mas proporcionar tamanha
alegria a uma das pessoas mais importantes e queridas de minha vida, realmente
(como diz a propaganda): ‘não tem preço’”.
Título: Reacionários de Todo o Mundo,
Uni-vos!
A
história oficial é escrita
em
alto relevo de hematomas
e
vermelho/espesso/sangue.
A
primavera que insinuou
desabar
como praga
sobre
o socialismo reacionário;
o tacão
da bota stalinista refreou
espalhando
os cinzas dum inverno precoce.
Sessenta
e oito
nascido
sob o signo do arco-íris
com
ascendente em liberdade
interrompeu-se,
sem jamais se acabar,
havendo
AInda 5 formas de mordaça.
A
imaginação no poder
é
estancada, no poder da intervenção,
Rodas
Vivas travadas,
e se
decreta: _ É permitido proibir!
Ainda
hoje “I have a dream”
atua
como pano de fundo
para
rajadas de balas,
duma
utopia interrompida.
1970
(Seleção brasileira, tricampeã)
De Vinhedo, São Paulo: Ana Lúcia Pires
Pseudônimo: Anna Lisboa
Ano do nascimento: 1970
“Começar a perder minha família desde os 11 anos mudou a
história da minha vida. Precisei ser adulta desde muito cedo, e talvez tudo
isso tenha despertado em mim uma escrita “carnal”.
Título: Yesterday (há de ser outro dia)
Aprovado
e liberado pela Censura Federal:
Gooool,
bruschetta! Vence o Brasil de quatro a 1!
Foi
gritar a Madalena o que meu peito percebeu
Let
it beer sem colarinho
E o
povo canarinho?
Dita
dura o fudeu
Nos
anais, subversão
Nos
jornais, ninguém comeu
Arriba, abajo, al centro, lamento
Matem
nu o comunista e a puta que o pariu
Matem
já se for gigante e ousar gritar BRASIL!
Matem
mais de cinco vezes quem te vê e quem te viu
E
nascia outra criança bem no meio da festança
Choro
e sangue azul anil
Exilavam-se
os sonhos
Os
de ouro, os de vinil
Pé
esquerdo, uma bola, mão direita transviada
Gente
Humilde tinha fome
Pra
beber? Pornochanchada
O
peitinho acendia vendo a trave arregaçada
Summertime
da heroína, que morreu ao gole-ar
Já o
Jimi, deu de ombros
Seu
tesão era driblar
Maldição
dos 27
Não
se apita com gilete
Nem
se chuta pelo ar
Os
besouros não vingaram
Mas
torcidas se espalharam
Get
Back sob o luar!
- Hey Jude, é menino ou menina?
-É poeta, se vingar
.
A
T(r)aça do I(mundo) é nossa!
De Trairi, Ceará: Wender Montenegro
Pseudônimo: Manoel Helder
Ano do nascimento: 1980
“A cena mais nítida que tenho da primeira infância (e também
a mais forte, por ser a primeira de que tenho lembrança, significativamente, e
também pelos dramas que ela encerra) foi o meu primeiro dia de aula, aí por
volta dos meus 5 anos. O choro que veio daí foi algo digno de nota... Lembro
muito bem do medo que senti (e do berreiro que se seguiu) quando vi minha tia
me deixar nas mãos da professora, e o portão da escola se fechar, e seus passos
irem embora... Sem mim. Jamais poderia imaginar que nos daríamos (eu e a escola)
tão bem nos anos que viriam”.
Título: Se as almas transmigram, no
quando...
“tal como te encontras agora, vestido
[de mim.”
Vinicius de Moraes
“Eu morro ontem
Nasço amanhã
[...]
– Meu tempo é quando”
Vinicius de Moraes
Do sal
do teu tempo; da cal do teu dia,
Teu verso,
Vinicius, cimento, resiste.
E
amasso o cimento da minha poesia...
Dialeticamente,
confessaste: existe
Tristeza
por trás da aparente alegria.
Comigo
acontece de eu também ser triste...
Cantamos
o amor, fogo morto que ardia.
Oitenta...
Fatídico julho... Partiste,
Poetinha
eterno, ao vasto pasto azul.
No espaço
de um mês, no (fatídico?!) agosto,
Nasci.
Foi tua alma que a mim transmigrou?!
Vinicius,
Poeta, ‘inda é vago o teu posto?
Se as
almas transmigram... (cismo e, neste voo,
Eu rio,
a pensar que - no quando - sou tu).
Do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro: Thiago Luz
Pseudônimo: Jean Jacques
Ano do nascimento: 1982
“Eu tinha uns 10 ou 11 anos. Minha cachorra estava grávida e
eu tive que ajudar no parto dos filhotes. Todos morreram. Na verdade, não
estavam nem formados ainda. Algumas horas depois, minha cachorra também morreu.
Foi a primeira vez que eu que lidar com uma perda. A cena dos filhotes, ainda
em formação, sem membros, caindo nas minhas mãos, contribuiu para deixar esse
dia marcado. Talvez tenha sido a minha despedida da inocência da infância”.
Título: Elis
Elis-cóptero
em rasante terrestre,
passa
rente, passa leve,
Ligeira
como os gênios,
Flutua
em cada nota,
Equilibrista
dos palcos,
Sacerdotisa
das cordas bambas...
Pimentinha-camicase
De
encontro à vida... Explode!
Purpurinas
de luz
Invadem
a plateia em catarse...
E a
voz não se cala!
A
cocaína abraça
Enquanto
os Olhos se fecham,
Mas
a voz não se cala!
1982
(Time do Flamengo, bicampeão Brasileiro)
De Juiz de Fora, Minas Gerais: Hernany Tafuri
Pseudônimo: Nonada F.C.
Ano do nascimento: 1982
“O gol de Júnior na final do brasileiro de 92 sobre o
Botafogo em 19/07/1992. Meu pai estava no Maracanã aquela tarde e eu,
inocentemente aos dez anos, fiquei plantado na frente da tevê para vê-lo e
acabei vendo o Júnior pulando feito uma criança após o gol”.
Título: 1982
dizem
que o homem pisara à lua
Berlim
eram duas
Figueiredo
era o 30º Presidente do Brasil.
quando
nasci,
nenhum
anjo – torto ou não – se deu ao trabalho de.
quando
nasci,
o
Flamengo foi campeão brasileiro, no mesmo dia, à tarde.
bicampeão!
gol do Nunes, 1 a 0 no Grêmio.
o
Zico jogou e eu não o vi, porque acabara de nascer.
o
que de mais importante há
na
história de vida de um rubro-negro
que
nascer no dia exato de um título daquele tamanho?
o
mundo assim se resume
no
ecoar dos sorrisos
que
iluminaram 1982.
1988
(Promulgada a Constituição Brasileira)
Pseudônimo: Alice Lobo
Ano do nascimento: 1988
“Quando li um livro de Lygia Bojunga Nunes chamado ‘A casa da
madrinha’. Esse livro me acompanha até hoje. A história é um tanto quanto surreal:
um garoto, morador de Copacabana, decide partir do barraco onde mora para
finalmente conhecer a casa de sua madrinha, tão fantasiada por sua mãe. No
caminho, depara-se com um pavão que fora impedido de pensar (implantaram um
filtro de barro para barrar os pensamentos) em seu pequeno cérebro. Era, por
supuesto, o pavão mais mordaz e certeiro do mundo - e, às vezes, quando a
torneira elastecia-se um pouco, danava-se a proferir as declarações mais
geniais. E no meio do caminho, eles conhecem uma menina, filha de uns
fazendeiros, que possui a incrível capacidade de atravessar dimensões do
espaço. E mais não contarei. Leiam. Poderia adicionar, também, o fato de meu
pai ter ido morar em juazeiro (interior da Bahia), uma cidade no meio do
sertão, onde se andava de bicicleta a torto e a direito e não havia playground,
ladrões, homem do saco, etc., mas sim fogueiras, porcos na rua, banhos de rio e
um papagaio a quem ensinávamos todos os palavrões.
Título: minha filha
em mil novecentos e oitenta e oito
lygia clark faleceu
deixando rastros de animais
e saudades
joaquim pedro de andrade faleceu
deixando bandeira a caminhar
solitário
pela rio branco
algum jogador foi feliz (da vida ou
do esporte; quem se importa
um vermelho consumiu
parte do nosso chiado
e muitos tantos outros
morreram em desastres (íntimos ou
naturais; quem se importa
mais um ano sem um disco de caetano
mais um ano em que o baú de um
poeta foi revirado
mais um ano em que nos aventuramos
rumo aos mistérios do cotidiano (já
sabendo as respostas
pois que as perguntas
chegam por outros tempos)
entretanto
no meio do indiferente
da cama feita e da mesa posta
a tua presença tomou o lugar do
medo
e o meu coração batia
tão infundadamente no teu peito
que não havia mais palavras
em mil novecentos e oitenta e oito
tudo estava em seu lugar
(a
poesia encontrara a sua morada
De Atibaia, São Paulo: Geovani Doratiotto
Pseudônimo: G.D
Ano do nascimento: 1989
“Um fato marcante em minha infância foi a desmitificação do Papai Noel e seus comparsas”.
Título: Poema-Dividido
“Esperei (tanta espera), mas agora
Nem cansaço nem dor. Estou tranqüilo.
Um dia chegarei, ponta de lança,
como um russo em Berlim”.
(Carlos Drummond de Andrade).
Reconstruir o
parvo futuro.
O tiro no escuro
que declara extinta a mudez ficta
do povo.
-É proibido colar cartazes no muro.
Mudo-me,
Transpasso, com passos duros
os restos que sobraram
do morto.
Disse o homem concreto - armado:
MUDO-MURO-MUDO
MURO-MUDO-MURO
MUDO-MURO-MUDO
M
R -M D
- M R
Lágrimas ao solo.
O sol é lodo e ofusca o sorriso
cinza, quando
a metade, meio desconfiada
encontra o todo.
Noticiário Alemão:
Calou-se
a voz de cimento.
Calo
na mão do Mujiki,
o Camponês que planta a semente
acaba plantado no chão.
Dentro de
mim, ainda permanece
inteiro parte do muro de Berlim.
[Enquanto ele caía
minha mãe paria] O médico disse em tom de bravata:
Nem homem, nem mulher,
seu filho é Comunista.
2012
POETAS
E LEITORES, O QUE ACHARAM DOS POEMAS DESSA ETAPA? CURTIRAM AS RECORDAÇÕES
POÉTICAS?
1989
(por Lohan Lage Pignone)
Nascido
nu
Vesti-me
de história
Hoje
Eu
me leio
Tatuado
pelas cicatrizes
Do
parto da minha imaginação
As
contrações alemãs
(Nasceu
a liberdade!)
A
cesariana das ideias
(Nasceu
o cérebro!)
Collor(ido)
de sangue
(Nasceu
o grande Plano!)
Dalí
comportado
Num
caixão cubista.
(Morreu
o pintor de sonhos)
.
.
Os
poetas estão mortos
A
poesia: nascente.
&&
Leitores: comentem e votem em seus preferidos!
Logo mais, faremos o anúncio do tema da próxima etapa!
Preparem-se!
AUTORES S/A
ANÚNCIO DOS TEMA/FORMA DA 6ª ETAPA:
1º Desafio
Morria de pancreatite aguda, em 1994, o fotógrafo francês Robert
Doisneau. Muito premiado durante a sua carreira, Doisneau estaria completando,
neste ano, 100 anos de idade. Atuou como fotógrafo e soldado na Segunda Guerra
Mundial. Em homenagem ao centenário do fotógrafo, leia a proposta abaixo:
CARO POETA, ELABORE UM POEMA
INSPIRADO NA IMAGEM ABAIXO:
- O PRAZO PARA ENVIO DO POEMA É: ATÉ AS 23:59min. DO PRÓXIMO
DOMINGO, DIA 29/07/12;
- TÍTULO E INEDITISMO OBRIGATÓRIOS;
- SEM RESTRIÇÕES DE LINHAS / CARACTERES;
- O POEMA PODE SER ENVIADO EM ANEXO OU NO CORPO DO E-MAIL.
CARO POETA,
ESCREVA UM HAIKAI.
- O PRAZO PARA
ENVIO DO HAIKAI É ATÉ AS 23:59min. DO PRÓXIMO DOMINGO, DIA 29/07/12;
- TÍTULO E
INEDITISMO OBRIGATÓRIOS
- MÉTRICA DO
HAIKAI FACULTATIVA, BEM COMO A TEMÁTICA (DESDE QUE SE RESPEITE A DISPOSIÇÃO DOS
3 VERSOS);
- O HAIKAI PODE
SER ENVIADO EM ANEXO OU NO CORPO DO E-MAIL.
O JURADO EDSON
KENJI IURA, UM DOS MAIORES HAIKAÍSTAS BRASILEIROS DA ATUALIDADE, IRÁ ELENCAR OS
12 MELHORES HAIKAIS DA ETAPA. A PONTUAÇÃO DO RANKING SERÁ RESPEITADA DE ACORDO
COM AS COLOCAÇÕES QUE O JURADO DISPUSER.
OU SEJA: PARA A
PRÓXIMA ETAPA, VOCÊ, POETA, PRECISA ELABORAR DOIS POEMAS: UM, INSPIRADO EM UMA
IMAGEM E, OUTRO, UM HAIKAI.
BOA SORTE!
Dica:
“O concurso está chegando ao fim e o desafio vai ficando cada vez mais
difícil. Analisem a fotografia de Doisneau sem pressa; extraiam dela todas as
auras possíveis antes de iniciarem a produção do poema. Quanto ao haikai, uma
vez que a temática comum aos haicais (natureza) é facultativa, explorem as
facetas contemporâneas para os criarem. Criatividade! Abraços e sorte a todos!”
(Lohan)
ATÉ A PRÓXIMA, POETAS E LEITORES!
78 comentários:
Meu voto vai para Wender Montenegro com o poema "Se as almas transmigram, no quando...",sou leitora de Wender e gosto de ser levada pelos versos que me levam ao azul nos versos de inspirados em Cecília e me mostram o legado de Vinícius em seus versos.
Meu voto vai para o Thiago Luz porque falou da maior cantora brasileira de todos os tempos com muita beleza.
Bené
Meu voto vai para Flávio Machado que trata de um problema que, de tão frequente, passa despercebido no cotidiano das gentes.
Os dois primeiros versos da primeira e da segunda estrofes são impactantes como um soco no estômago:
"quantas crianças
nesta manhã acordarão para o trabalho?
(...)
quantas crianças
serão assassinadas nesta manhã?"
Meu voto vai para Flávio Machado que, de forma artística, dá voz aos desvalidos. Excelente poema.
Ana Lisboa foi perfeita em seu pema quase futebolístico, quando comecei a lê-lo pensei que seria mais uma goleada do escrete canarinho, mas que nada, ela convocou os Beatos pra jogarem no ataque e goleou a velha retranca azurra.
Francisco Ferreira, como sempre, foi preciso em seu protesto, em sua tristeza nada demagógica pelo acontecido naquele abril de 64...
Adoro poesias sobre futebol, por isso fiquei empolgado com aquela foto do melhor flamengo de todos os tempos (ví muitos e muitos jogos daquele time),parabéns pela escolha Hernany, mas seu poema não foi tão afinado quanto aquela orquestra futebolística e, saudações vascaínas.
Meu voto vai pro Francisco Ferreira.
Mas a leva, como um todo, está excelente.
Parabéns poetas e Lohan.
Dante.
Meu voto vai
Meu voto vai p/ "Elis" do Thiago Luz. Parabéns a todos!!!
Meu voto é para Wender Montenegro, poema: "Se as almas transmigram, no quando..."
Boa tarde,
Não estou acompanhando o certame desde o seu intróito mas não há dúvida de que esta seja a melhor leva até o momento. Poemas de cunho histórico geralmente trazem apelos históricos que se bem trabalhados podem vociferar protestos, memórias e frustrações.
Me surpreendi com a idade de alguns poetas. Não que a idade seja fator preponderante na construção de um poema mas há de se levar em conta a vivência de cada um principalmente quando se aborda um tema como este.
Alice Lobo e G.D, os mais novos da competição que tem sido os destaques da mesma. Alice Lobo alinhavou com sua delicadeza e subjetividade muito intrínsecas as memórias de um ano sem graça na minha opinião. 1988 foi um ano 'sarnento' politicamente, sem grandes acontecimentos. E foi essa a sensação que Alice produziu em seu poema em versos como 'mais um ano sem o disco de caetano', 'quem se importa?'.
G.D se apoderou do principal acontecimento de 1989 com maestria. Sarcástico e muito exato na disposição dos versos, reduzindo as quebradas que se faziam desnecessárias em seus poemas. O arremate do poema mais uma vez foi espetacular. G.D, o caçula do certame, foi o melhor da leva. O meu voto vai para G.D.
Isso não significa que apreciei os poemas de Anna Lisboa, Lune, Manoel Helder e João Saramica. Do poeta Barolo espero ainda mais porque é perceptível que se pode escavar mais do poeta (que pelo visto é 'a poeta'). Do poeta Per-Verso mais uma vez acuso o caráter descritivo, esse prosaísmo que me incomoda e algumas rimas pobres como 'amar e alimentar'. Trate mais o seu texto, poeta.
Jean Jacques e Nonada F.C foram mais viscerais e dimensionaram duas paixões nacionais: Elis Regina e o Flamengo (arrgh, odeio futebol). A poeticidade passou longe do poema de Nonada e o que li foi mais um relato de torcedor apaixonado. Já em Jean Jacques as exclamações pontuaram bem a essência de Elis, a intérprete fabulosa apimentada. Um bom poema que só deixou a desejar no arremate.
Dersu Uzala foi melhor em relação à leva anterior. Se apropriou de um acontecimento importante daquele ano - um acontecimento que beira o apelativo (quando se fala de velho e criança...). Soube conduzir bem o protesto embora essa coisa de dar muitos direitos às crianças como o ECA por exemplo seja um caminho perigoso (mas não é hora de levantar essa polêmica).
João Saramica persiste no tom prosaísta mas soube conduzir o ano com maestria. Anna Lisboa é a porra-louca do certame e tira o fôlego com seus poemas mirabolantes. Pecou em uma ou duas rimas que para mim são fracas.
Lune foi suave e revelou Fellini em seu poema. Revelou um coelho da sua cartola e surpreendeu mais uma vez. Manoel Helder aprimorou ainda mais sua linguagem direcionada ao público-leitor e homenageou o poetinha à altura (embora essa coisa de transmigração de alma tenha soado pretensiosa. Controle sua auto-confiança, poeta).
Sobre o poema do poeta Gaspar eu não tenho muito a dizer porque não tive muito o que entender. Se tive, ou fui ignorante o bastante (o que acho pouco provável) ou o poeta abusou da linguagem metafórica. Saiba dosar as figuras de linguagem, Gaspar. Manuel Bandeira sabia fazer poema com apenas uma figura de linguagem, inserida em uma notícia de jornal.
Reiterando: meu voto na leva vai para G.D.
Eu volto.
Cordialmente,
F.N.V
Voto em Anna Lisboa pela quarta vez, creio eu. Aliás, desta vez justifico.
É sempre um prazer entrar aqui toda semana e degustar as surpresas de seus versos e estrofes, é sempre um prazer abrir o blog e procurá-la primeiro. Em seguida, leio Lune, G.D e os demais. Adorei as 3 poesias igualmente, mas Anna tem esse diferencial que muito me agrada: surpresa. Se pudesse votar em mais 2, seriam vocês.
Volto para acompanhar as notas e as falas dos jurados.
P.S: Manoel Helder, por acaso quis homenagear Vinícius se homenageando? Tenho visto que consegue esses pontos bônus toda semana, o que inclusive te ajuda muitíssimo a subir no ranking, mas está de sacanagem com um dos maiores poetas de todos os tempos. Meu caro, você está LONGE de ser Vinícius. A poesia é livre, mas isso não justifica qualquer coisa escrita. Reflita melhor.
Acho que não deveria mas vou te responder, querido(a) Beca (o nome Anônimo teria lhe caído melhor): quando surgiu a proposta de escrever sobre um acontecimento do ano do meu nascimento, logo me veio a ideia de escrever sobre Vinicius, Poeta de quem gosto muito! Essa ideia da transmigração das almas (crença que não é a minha, de forma alguma, só pra que fique claro) não é uma ideia nova; venho com ela desde que descobri (romanticamente), há alguns anos, que o poetinha tinha morrido um mês antes de eu nascer... Agora, homem feito e poeta sendo, e diante da proposta do concurso, decidi que (mesmo correndo o risco de ser mal interpretado pelo juri oficial e por leitores como vc), deveria trabalhar esse poema e ARRISCAR. Escolhi o soneto (e escrever sonetos é sempre um risco!) apenas para tentar ser o mais fiel possível à proposta a que me sujeitei...
Beca, se atentar para a intertextualidade presente no soneto, verá que foi, sim, uma homenagem; e não a mim mas ao Vinícius (haverá homenagem maior do que a do fã que diz querer ser o ídolo?!) :)
Quanto aos bônus, acho melhor vc reclamar aos leitores que votaram em mim nas duas vezes. (Além do que nem preciso dizer que é uma regra do concurso!)
Quanto ao "qualquer coisa escrita", acho melhor vc reclamar ao juri oficial!
Quanto à poesia da Anna, e nisso pensamos igual, já falei que gosto muito do modo como ela escreve! Anna representa um achado aqui neste concurso!
O mais fica por conta de sua reflexão...
Grande Abraço!
Hoje meu voto vai para Lune. Adoro poesia boa, adoro Fellini e adoro a Lune agora.
Parabéns aos demais.
Mauro.
Bem, vamos la:
Beca, agradeco muito teu voto (mais um, sem duvida), agradeco demais o elogio que vc chama de 'surpresa'. Realmente essas 'surpresas' nao me rendem pontos, mas rendem paz. Desabafo em meus versos e isso me contenta. Vou ficar rica? Provavelmente nao, mas ficarei bem, acima de qq coisa.
Uma outra questao, se me permite(m), eh o que interpretou em Wender. Nao creio que ele queira ser Vinicius, ate pq, se sai muito, muito bem sendo Wender. Se puder ler novamente sua poesia, ficarei feliz! Foi uma bela e delicada homenagem e penso que ate Vinicius teria orgulho do que e de quem inspirou.
Um beijo e obrigada novamente!
Voto na Elis, digo Thiago Luz.
Obrigado a quem votou. Eu também voto em mim... rsrsrs... Sério, anota aí: Thiago Luz!!! Mas já dei meu ponto-presente... Boa sorte!
Quanto poema bom! Mas hoje vou de Anna Lisboa de novo. Dá-lhe Anna! Faz bonito e diferente. Essa merece vencer.
Abraços aos poetas.
Antonio.
Voto em Anna Lisboa. O melhor poema da rodada mais uma vez. Sou Mengão e gostei do poema do Nonada também mas o da Anna é divertido e diferente.
Mauro Toledo, muito obrigada! Fellini é mesmo tudo de bom, não é?
Abraço
Cinthia/Lune
Voto em Wender Montenegro
Em tempos de eleição, escolher um candidato é complicado... Quem dera todos os nossos políticos fossem tão bons quanto os poetas desse concurso.
G.D: puta que los paros, tu arrasou. É verde pra confirmar!
Inté!
Sem tempo para escrever, com tempo para votar.
Anna Lisboa, por favor.
Gostei muito do poema do G.D. Do título, que de forma inteligente e concisa introduz muito bem o assunto, até o último verso, que consegue extrair humor de um tema tão árduo. O "recheio" também é muito bom. Meu voto é para o Doratiotto.
Voto na Elis do Thiago. Parabéns pelo magnífico concurso. Bjinhusss
Voto em Thiago Luz.
Meu voto pra rodada: Alice Lobo, com Minha Filha.
Parabéns a Anna Lisboa, Wender, Francisco Ferreira, ThiagoLuz, Lohan... a todos!
Voto no Gaspar por ''A Morte que amava Stalin''. Obra-prima, simplesmente sobre a morte e suas veredas.
Lenir.
Oi, boa noite! Meu voto é na Anna Lisboa... lógico. rsrs.
Manoel Helder, meu voto é seu.
Wender Montenegro com o poema
Título: Se as almas transmigram, no quando...
"Poema Dividido" marcou essa rodada. Gosto da Anna e da Lune, mas hoje o G.D ganha o meu voto.
Pessoal, vamos la!!! Vamos votar, comentar?!! Aqui dentro ha sempre um espetaculo a parte!
Dante, Felipe, Marcelo, Angelica, Antonio Carlos, Renato, Lucia, Pedro Paulo, muito obrigada pelos votos e/ou comentarios!!
Simbora, pessoal!
Yeahh!! Ameeei esse round de poemas. Mas o the best foi o G.D com esse ano que amo! -*-
Voto nele.
Kiss kiss!
Manoel Helder, esse é o melhor...ao ler seu poema arrepiei ADOREI! PARABÉNS!
Esse concurso está muito empolgante eu já li pouca coisa parecida na internet. Parabéns pelos mentores e para esses poetas brasileiros maravilhosos. Hoje voto em Anna Lisboa novamente porque essa aí sabe o que faz.
Até, poetas!
César.
Voto no Geovani! O poema que mais me impressionou. Hoje eu e o meu marido discordamos hehehe.
Parabéns a todos!
Martha.
wender montenegro..
wender montenegro...
Meu voto vai para Manoel Helder! xD
Hola, poetas! Hoy estoy de vuelta y me encantó una vez más esta poesía de Anna de Lisboa. Es una crema brasileña. Mi voto es suyo.
Ana Celis (Madrid / SP)
voto em wender montenegro
Meu voto vai para Manoel Helder.E demais
Eu voto no manoel helder (Wender)
Meu voto vai para Anna Lisboa!!!
Meu voto vai para Wender Montenegro. Lindo poema e linda foto!!!
Mais uma vez, a poetisa Anna Lisboa dispõe de uma qualidade inigualável neste certame. Apesar de apreciar muito os poemas de Lune, Gaspar e G.D, a Anna Lisboa apresenta um diferencial e tanto.
Voto é dela.
Tatiana S.L.
voto pro geovani!
Voto em Geovani Doratiotto
Voto em Geovani Doratiotto
Meu voto vai para o Giovani Doratioto
Voto em Geovani Doratiotto!
Voto em ANNA LISBOA, com cerveja.
Voto em Geovani Doratiotto
Voto em Geovani Doratiotto
Voto em Geovani Doratiotto
Voto em Geovani Doratiotto
Voto em Geovani Doratiotto
Voto em Geovani
Voto: Geovani Doratiotto
Voto em Geovani Doratiotto !!!
Meu voto vai para Anna Lisboa primeiro por abordar o ano do meu nascimento com tanta maestria e singularidade e depois porque já venho acompanhando o concurso há tempo e hoje resolvi dar esse voto a ela de confiança.
Abraços do,
Vitório.
Voto em Geovani Doratiotto
Geovani Doratitto Claro!
Voto em Geovani Doratiotto
Geovani Doratitto!
meu voto é para Wender Montenegro, :*
Aqui meu voto vai para o Manoel Helder! hehe Meu ponto-presente foi para a parceira Lune, pelo poema brilhante!
Boa tarde, e muito obrigado por cada um que votou neste meu poema!
Abraços
Geovani Doratitto!
Voto na Anna Lisboa, a melhor! Meu pai indicou. Bj!
por cada voto*
O poema que mais me encantou foi "Eu, Cabíria" do Lune. Lindo poema, que demonstra a busca da felicidade, mesmo de maneira trapaceira, como em Noites de Cabíria. Maravilha!!
Geovani Doratiotto
Voto no Geovani Doratiotto...
Fim de papo!
RESULTADO OFICIAL DA VOTAÇÃO:
1º Wender Montenegro - 14 votos.
2ºAna Lúcia Pires - 12 votos.
3º Geovani Doratiotto - 11 votos.
4º Thiago Luz - 06 votos.
5º Flavio Machado - 02 votos.
6º Lune, Gaspar, Alice Lobo, João Saramica - todos com 1 voto cada.
Abraços a todos e parabéns mais uma vez, WENDER MONTENEGRO, PELO PONTO BONUS.
Lohan.
Pessoal, muito obrigada pelos votos e comentarios. Sei que nao votaram em Anna Lisboa, mas em Yesterday (ha de ser outro dia) e fico muito feliz por isso.
Um grande beijo e muito obrigada (mesmo) pela boa vontade.
Wender,parabens! Parabens, poetas da historia!
Eu voto em Anna Lisboa.
Meu voto é para Anna Lisboa.
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