Amigos queridos, desculpem pela demora na postagem do meu texto de hoje. Não sei o que houve com o Blogger, mas tentei postar o dia todo e não consegui, deu erro. Somente agora, no início da noite isso foi possível. Beijos a todos e espero que gostem!
Meu coração é uma pluma que o vento eleva, leva ao longe, perto de lugar nenhum.
Meu coração é um sol, desenhado por uma criança. Possui um enorme sorriso, ainda que por vezes se esconda por trás da montanha.
Meu coração é uma foto de Polaroid. Guarda momentos, ainda que alguns rostos se apaguem com o tempo.
Meu coração é o último gole de vinho na taça. Seco, tinto, cambaleando por paredes de vidro, ansiando por tornar-se etéreo.
Meu coração é uma carta escrita à mão, selada e enviada a destinatários não encontrados, a endereços não existentes.
Meu coração é uma sigla, escrita em alguma língua morta, esperando arqueólogos que queiram estudá-la ou dar-lhe um novo sentido. Alguns dizem que é uma palavra sagrada, eu acho que é um palavrão.
Meu coração é uma saudade que pinga, feito torneira sem aperto. Por mais que eu feche com força, o barulho que faz, sempre incomoda.
Meu coração é um disco de vinil, com uma dedicatória besta de alguém que não tem mais a menor importância, mas que me faz querer ouvir sempre a mesma música.
Meu coração é um labirinto. Percorro corredores que ora me levam ao passado, ora ao futuro e não consigo achar a saída.
Meu coração é minha canção preferida, cantada por alguém desafinado e descompassado. Eu sempre canto junto, ignorando o que me incomoda.
Meu coração é um blecaute. Sigo nas ruas com lanterna em punho, como se isso fosse me proteger e quando as luzes se acendem sinto que algo permanece apagado.
Meu coração é uma roupa velha, pendurada num cabide. Por mais que eu olhe no espelho, não consigo mais encontrar a pessoa que nela cabia.
Meu coração é um livro aberto, tomado de poeira, com um parágrafo grifado. Nele lê-se: "O amor é ferida que dói e não se sente." e eu rio dessa metáfora absurda.
Meu coração é um deserto. Loteado e árido, ávido por ser habitado.
Meu coração é a folha que o outono leva ao chão. Enfeita a rua, enquanto muitos pisam e nem notam.
Meu coração, o que será meu coração? Um amontoado de coisas que não se explicam; um apanhado de (in)significados; um bocado de problemas esperando solução; um tanto de perguntas esperando respostas; outro tanto de respostas, esperando encontrar perguntas à altura de respostas tão complexas.
Meu coração é um sol, desenhado por uma criança. Possui um enorme sorriso, ainda que por vezes se esconda por trás da montanha.
Meu coração é uma foto de Polaroid. Guarda momentos, ainda que alguns rostos se apaguem com o tempo.
Meu coração é o último gole de vinho na taça. Seco, tinto, cambaleando por paredes de vidro, ansiando por tornar-se etéreo.
Meu coração é uma carta escrita à mão, selada e enviada a destinatários não encontrados, a endereços não existentes.
Meu coração é uma sigla, escrita em alguma língua morta, esperando arqueólogos que queiram estudá-la ou dar-lhe um novo sentido. Alguns dizem que é uma palavra sagrada, eu acho que é um palavrão.
Meu coração é uma saudade que pinga, feito torneira sem aperto. Por mais que eu feche com força, o barulho que faz, sempre incomoda.
Meu coração é um disco de vinil, com uma dedicatória besta de alguém que não tem mais a menor importância, mas que me faz querer ouvir sempre a mesma música.
Meu coração é um labirinto. Percorro corredores que ora me levam ao passado, ora ao futuro e não consigo achar a saída.
Meu coração é minha canção preferida, cantada por alguém desafinado e descompassado. Eu sempre canto junto, ignorando o que me incomoda.
Meu coração é um blecaute. Sigo nas ruas com lanterna em punho, como se isso fosse me proteger e quando as luzes se acendem sinto que algo permanece apagado.
Meu coração é uma roupa velha, pendurada num cabide. Por mais que eu olhe no espelho, não consigo mais encontrar a pessoa que nela cabia.
Meu coração é um livro aberto, tomado de poeira, com um parágrafo grifado. Nele lê-se: "O amor é ferida que dói e não se sente." e eu rio dessa metáfora absurda.
Meu coração é um deserto. Loteado e árido, ávido por ser habitado.
Meu coração é a folha que o outono leva ao chão. Enfeita a rua, enquanto muitos pisam e nem notam.
Meu coração, o que será meu coração? Um amontoado de coisas que não se explicam; um apanhado de (in)significados; um bocado de problemas esperando solução; um tanto de perguntas esperando respostas; outro tanto de respostas, esperando encontrar perguntas à altura de respostas tão complexas.
Escrevi este texto, baseado no original de Caio Fernando Abreu, que vocês podem ler aqui: http://caio-fernando-abreu.blogspot.com/2007/07/caio-fernando-abreu.html
6 comentários:
"Meu coração no se cansa de ter esperança, de um dia ser tudo o que quer(...)meu coração vagabundo, quer guardar o mundo em mim." (Caetano V.)
Seu coração,Camila, é uma via sacra que conduz o seu vermelho à ponta da caneta esferográfica e quem o poder de fazer saltar os nossos corações com seu talento que transborda entre perguntas e respostas in(completas).
Obrigada, Andréa! Gostei da citação musical, ficou perfeita. Escrever é uma forma de desabafar, de criar, de me sentir viva, eu amo o que faço. Beijos!
Camila, visitei algumas vezes a Caixa de Pandora e agora tenho frequentado o Autores S/A. Alguém disse é verdade: você é mesmo superlativa! Seus textos são sempre maravilhosos, parecem esculturas, talhadas delicadamente. Gosto muito da sua veia poética e gosto de alguns texto de Caio Fernando Abreu, mas sinceramente, acho que você tem um dom inegável de matar! Confesso que esperava ver ao menos um sanguinho na tela...
Camila,suas palavras falam diretamente ao coração de quem as lê,sempre causando fortes emoções,despertando sentimentos e fazendo a gente pensar.
Quero meu convite para o dia do lançamento!!!
Parabéns!!!
''Meu coração... Não sei pq... Bate feliz... Quando te lê!!! ''
Camilíssima, meus olhos ficam sorrindo quando leio seus textos. Sorriem através de lágrimas, de espanto, de todas as formas possíveis, pois vc causa um misto de emoções inexplicáveis em seus textos. Eu ainda não li este texto do Caio, mas tenho certeza q vc o superou. Não senti falta do sangue, afinal, o coração é o músculo que bombeia todo este sangue que vc derrama, portanto, neste texto, vc atingiu em cheio!
Bjs de coração
Parabéns, excelente texto.
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