As vezes parece que o teto se move...
que a direção do ciclo nunca é a mesma.
Parece, as vezes, que não somos,
mas as coisas ao redor nos fazem.
E, sendo ou não, estamos.
Correndo em direção ao que parece ter brilho...
mosquitos alucinados, chocando-se à lampada acesa
sem pensar se é belo ou morte
Mas.. se luz, por que não o sol?
A recompensa não vale a dificuldade?
Somos o ser que se prende em se soltar
asas em teias de aranha de um voo inexistente
em buscar a liberdade falsa
inventamos nossa própria jaula
esquecemos.. logo tornamos real
assim finalmente presos
insetos grudados na lampada
a luz que cegava é tudo que ainda resta
insólita e escura
insetos grudados na lampada
e os poucos fragmentos de realidade
3 comentários:
Mauri,
Que poesia! Viajei nessas palavras e adorei!
Realmente, o vôo não existe, pois a luz é falsa, mas fascina e cega. E o interessante é que esta mesma "luz" está em todos os lugares...
Jóia essa poesia, me fez lembrar muito uma música do Zé Ramalho, “ A Dança das borboletas” que por sinal é muito interessante e intrigante também a sua interpretação no que concerne a vaidade do homem que , alucinado, só quer “girar” como insetos, mariposas em torno dessa luz diante de uma manipulação.Um grande desencontro....
Legal ler uma poesia como essa... Sem palavras!
Que você consiga ser sempre assim: “o cara que escreve”
Abração.
''Como varizes que vão aumentando, como insetos em volta da lampada... Vamos pedir piedade, Senhor, piedade! Pra essa gente careta e covarde''.
Piedade aos alienados deste mundo.
Mauri, sou seu fã.
Abraços!
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