sábado, 19 de junho de 2010

Rascunho

...Que quando lia a beleza das palavras
(e mesmo sabendo que não eram suas)
achando tudo tão certo
como as folhas que nos cercam no outono

E mal sabia o que saber sobre qualquer coisa
distante de tudo que aparenta razão talvez...
fosse os versos roubados que pareciam tão seus.

E ainda não sei ao certo, talvez nunca saiba
exatamente o que sinto, sempre quando te vejo
sei que apenas as poucas coisa que nos fazem bem
devem ser realmente consideradas
mas não sei se isso faz bem ou mal

Que importa é que as folhas caem dançando ao vento
talvez felizes pela liberdade repentina
e as coisas que então morrem de certa forma
voltarão floridas na primavera

(mesmo assim prefiro o outono
há algo especial no vento e nas folhas...)

Ontem li outra vez algumas paginas
do livro que achava ter em mim
percebi que não bem um livro
mas um rascunho com letras apagadas...

3 comentários:

Simone Prado disse...

Li uma, duas três vezes... Não agüentei e mergulhei de cabeça nessa poesia linda. Que suavidade, lirismo e final mais lindo! Não pude deixar de me emocionar “quando lia a beleza das palavras” que são suas.
É incrível perceber que na vida tudo passa... e que as coisas no mundo estão , e não são!
E como fez falta os seus textos por aqui... Ainda bem que voltou .

Um abração e não pare nunca de escrever. Seus leitores, assim como eu, agradecemos. (rs!)

Lohan Lage Pignone disse...

Mauri, lembrei das letras do Renato Russo quando acabei de ler seu poema. Não sei pq, mas associei seu belo trabalho aos dele...

Sim, faço coro com a Simone: não pare nunca de escrever - mesmo que sejam apenas rascunhos. Vc é fera.
Abraços!

Camila disse...

Mauri, que linda poesia! Ela tem uma complexidade de sentimentos característica de Renato Russo mesmo... Gostei dessa questão de que as coisas se libertam com a repentina morte para renascerem mais belas (isso é muito, muito lindo!) Quanto ao livro... Vc não está só... Também tenho essa sensação, de que dentro de mim há um amontoado de letras inacabadas, esperando uma ordem que talvez jamais faça sentido. Parabéns, arrasou!!!! Beijos!