Alguém desligue o autorama engarrafado
isso vai explodir-se, de qualquer forma
todas as coisas que nos cansam multiplicam-se a nossa volta
Debaixo desse céu avermelhado e ferido
natureza apática e quase morta
deixe que o céu chova quando bem lhe entenda
aceite os pingos no rosto como uma dádiva
você não sabe o quanto precisa disso
decreto o fim da guerra contra o tempo
quebrem-se os ponteiros do relógio
que a partir de hoje,
toda manha de sol seja feriado
a ambição será crime e a pressa, delito.
faça-se o bem mas não só a si mesmo
troque-se a lei pela caridade
rasguem documentos, desfaçam contratos
proclame a liberdade do ser humano.
Um comentário:
Estupendo, incrível!
Mauri, esse foi um dos melhores poemas seus que já li. Meus sinceros parabéns, cara. Ainda mais que eu sou fã desse estilo de poema; linguagem direta, e forte.
Abraços.
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