www.youtube.com/watch?v=uNdpSm26tl0
Selecionar fatos entre tantos ao longo de mais de meio século de carreira, de uma vida brilhante dedicada à boa e (velha?) canção, evitar as informações que zunem na rede mundial como abelhas da mesma casta, nos mais variados blogs e sites que se valem de método semelhante ao “copiar/colar”, considerando ainda que na world wide web se pode ler todo tipo de notícias e biografias; é só digitarmos "B u r t B a c h a ra c h” no campo ‘pesquisar’ do seu site de busca preferido, teclar enter e pronto. Ou seja, afirmar que ele é um dos maiores compositores de todos os tempos se tornou um comentário chavão, batido demais, pois se encontra por aí em tudo que esquina do mundo.
"Uno dei più grandi compositori di ogni tempo..."
fonte: teatroarcimboldi.it
"Burt Bacharach, one of the best composers of the world."
fonte: Youtube
Há quem discorde, claro, mas como não estou aqui para ser imparcial, vou logo dizendo que faço coro aos admiradores de Bacharah, uma vez que sou um grande entusiasta de sua força criativa, de sua sensibilidade e perícia musical, e de sua economia estética “vertiginosamente” aparente. Essa admiração pessoal eu posso afirmar que foi uma herança do meu avô paterno, aliás, o mesmo avô Paulo que já apareceu aqui no blog, no meu post número onze.
O primeiro hit de Burt Bacharach
www.youtube.com/watch?v=fj_YIo6WCCo
Sem fazer desse post uma “História da minha vida” – Bacharah nasceu em... Estudou música na... – o desafio continua. Abundância de intérpretes, entre originais e os que gravaram versões de suas obras, uma vitoriosa parceria com Hal Davis, músicas para o cinema, teatro, televisão, indicações para grandes prêmios, inclusive o Oscar, do qual Burt e Davis levaram duas estatuetas, a primeira em 1969, a segunda em 1981.
Encarando meu desafio de redigir um texto em concordância com a importância do tema, introduzo a ideia de que a linguagem musical de Burt Bacharach é vertiginosa, e como tal se configura, relativo à soma de todas as notações bacharianas, como um conceito polissêmico. A vertigem em Bacharah dá nome e ao mesmo tempo qualificação à substância harmônica, melódica, rítmica e instrumental que numa esfera sistemática se pode afirmar que reveste tanto a superfície quanto o núcleo da tessitura sonora de suas composições.
www.youtube.com/watch?v=52jkbJrTwBw
O termo ‘vertiginoso’ serve nesse contexto como parâmetro para o virtuoso, ou complexo, nas canções do célebre compositor. A virtuosidade a que me refiro é só um dos elementos técnico-estilísticos inerentes à fibra musical de Bacharach e que pode provocar no ouvinte a referida vertigem, esta, o efeito. Sabemos que no ambiente social em que se configura nossa sociedade qualquer tipo de virtuosismo é imediatamente descartado por ‘ser de difícil apreciação’, e se me permitem o deslocamento semântico, degustação. E é exatamente essa complexidade um dos motivos que explicam o fato de um número considerável de ouvintes já terem flagrado a si mesmos resistindo à música de Burt Bacharach. Porém, o virtuosismo de Bacharah não adquire nunca um tom competitivo, de sonoridade berrante, puramente formal e egocentrado, ao contrário, a virtuosidade de sua partitura é objetiva, e existe enquanto bela, sofisticada, de destacada clareza, isto é, esteticamente funcional.
Burt Bacharah e Alice Cooper
www.youtube.com/watch?v=T_pJBg7nMt0&p=EC56FC98DD93F8BA&playnext=1&index=51
O virtuoso em Bacharah pontua o colorido das vozes em coro, nunca invadindo a fronteira do melancólico, no máximo flertando com um clima de nostalgia aveludada, passeia junto com os arcos que deslizam sobre as cordas com sutileza, apego por cada nota (entendam prazer) e clara expressão, faz instrumentos de sopro e primeiras vozes assumirem timbres de rara expressividade musical e encantamento. Suas melodias são extremamente cantabiles, o que não exclui a seguinte observação: elas são difíceis de cantar corretamente, embora pareçam simples, e por essa razão são fáceis de cantar errado, daí a imediata identificação mesmo por ouvintes não habituados com arranjos sofisticados em estilos como Jazz, Bossa Nova ou música erudita. E muitos daqueles que numa primeira audição resistem pela complexidade, pelo estilo encorpado, mas nunca obscuro de suas composições, voltam a ouvir Bacharach num reencontro vertiginoso, arrebatado.
www.youtube.com/watch?v=kPHc5qIsNH0
Eu ouvi Bacharach pela primeira vez ainda menino, ouvindo o disco do meu avô. Queria gostar dele, mas ainda resistia. A sutileza marcante, a sofisticação madura e comportada me afastava do compositor. Meu romantismo era mais passional, de sonoridade distorcida e forte. Mas foi só me tornar adulto para encontrar o vertiginoso, reencontrar-me com o genial compositor norte-americano.
Dose dupla de Dusty Springfield,
interpretando Burt Bacarach:
www.youtube.com/watch?v=a28kY1-s-Vc
www.youtube.com/watch?v=EA48IL6bQQU
www.youtube.com/watch?v=u_cIhnUEEng
4 comentários:
Nossa, acaba logo!!!!!!!
Estou amandoooooooooooooooo!!!
Amo, amo, amo Burt Barharach!!!!!!
Posta logo!!!
ACABEI!!!
Está pronto! (=
Estou cadavez mais viciada nesse blog.
Naum conhecia esse cantor, mas gostei das músicas.
Camillo, tenho andado numa correria às voltas com mudança de cidade e de trabalho... Infelizmente não tenho podido comentar todos os textos, apesar de sempre acompanhar. Mas o fato é que gosto tanto dos seus textos que quero apenas dizer que me encanta o cuidado, a preocupação, a qualidade do que vc escreve. Seus textos são um deleite para os olhos e ouvidos. Bjs!
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