segunda-feira, 30 de maio de 2011

Anjo

Condição na competição:
Eliminado.
Venceu:
1 Campo Platônico
Data de Nascimento:  
04/11/1968
Cidade:
Samambaia Sul, DF

Profissão:
Funcionário Público
Partido Político:
Não possui.
Gosto literário:
Shakespeare, Nietzsche, Fernando Sabino, José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Frank E. Peretti, Cervantes, Pablo Neruda, Castro Alves
O que significa vencer este concurso?

Para Anjo, este concurso significa a oportunidade de divulgar seu trabalho, espalhando um pouquinho de si, pelo mundo afora.
O que o tempo representa para Anjo?
É não se ter voltar... Mesmo que tenha recomeço, sempre será um novo ciclo.

Poema n°1 (pré seleção): Braileando teu corpo

Não é de todo cego, o amor que sabe ler.
Se com os olhos não te sinto,
com meus dedos sei te ver.

Minha alma incansável, sedenta por instrução,
busca em teu relevo humano
um pouco de erudição.

Conduzi o meu instinto a decifrar uma questão.
O que pulsa em teu peito
com tamanha emoção?

Peço desculpas meu anjo! Pois, não tive a pretensão.
Apalpei todo teu corpo,
era somente o coração.

Na verdade fui tentado. O teu corpo me traiu.
Em um momento era poema
que tomou forma e se esculpiu.

Condenado duas vezes, me encontro em sujeição.
Privado de ver a luz e
julgado por uma ação.

O direito, que alguém reclama se correto, é perdoado.
A cegueira me fez réu,
só por teu corpo eu ter tocado?

Não me tomes por embuste, trapaceiro inconseqüente.
O que desejo mesmo de fato
é ler teu corpo novamente.

A leitura é um vício que não consigo dominar.
Aquece à forja e operes
outra forma para eu te amar.

Se esta sorte é o meu destino, me guardarei de teu amor.
Mas, em meus sonhos a verei
e a levarei por onde eu for.


Poema nº 2 (Top 17 - O Velho e o Tempo): Tempo: Meu Velho Companheiro


Não posso falar muito por falta de tempo...
O tempo que sempre me incomoda e me acompanha.
Desde que nasci ouço - corra ele está nascendo, não há mais tempo...
Vivi todo meu o tempo em atraso, a fim de tentar enganá-lo em tempo hábil.
São os resquícios do passado que empurrados se acumularam nas esquinas de outono.
Hoje, vejo-o passar de maneira efêmera. Meu relógio? É um objeto que resgata 
memórias.
Diluí minha vida em terracota para tingir os crespos cabelos brancos das sarcásticas
horas.
Para ganhar tempo, ele não perde tempo. Às cegas e solitário toca seu violino para as 
aves.
A  música em  seu compasso de quatro tempos, faz tributo ao futuro,  que as pressas se 
vai...
Este corrosivo e implacável não tem aplausos, nem mesmo uma  rosa negra em seu 
camarim.
Sua  auto-afirmação só serve  para estabelecer razões, quando diz - no meu tempo era  
assim.
Dê-me  tempo  para  pagar-lhe, juro  pelos  milésimos segundos perdidos. Veja  minha 
idade!
Seu  monólogo  temporal vem  recheado de conformismo.  Mas é a vida meu velho!  É a 
vida.

Poema nº 3 (Top 15 - Haicais): Cometa Halley

Viagem no céu.

Fragmentos de estrelas

risco brilhante.

Poema nº 4 (Top 13 - Crítica Social): P r E p O t Ê n C i A  

O PODER
DO PODER
PODE POR
P e SsO a S
PRESENTE
A PENÚRIA

Os podres
Os parvos
Os pobres
Os pardos
Os poetas
P e SsO a S

PolíticosXProscritos
ProfanosXPenitentes
PuritanosXProstitutos
PerspicazesX Preguiçosos
P e SsO a S

Passantes
Presenciam
Perdidos
Perseguidos
Proibidos
P r E s O s

Poema nº 5 (Top 11 - O Sertão): Almas Peregrinas
Almas mudas peregrinam ilhadas à Caatinga,
encalçadas pelo pio agoureiro que os circunda.
Este é o triste apelo inquiridor às vidas sertanejas,
que desnudam as controvérsias para a subsistência.

Somente as trilhas persistem e seguem a caminho
dividindo o espaço com espinhos, pedras e poeira.
Esta marcha agreste faz os passos do vento vacilar,
mas, os olhos ouvem o mormaço beijar as chapadas.

Os leitos secos se espremem a fim de parir água.
O chão trincado é a manjedoura dos vencedores.
As lágrimas predestinadas umedecer os corações
dos filhos da terra que atendem por - pés e pagadas.

As angústias se cantam em desafios improvisados,
para no luar repousar a voz calorosa do apático sol.
Morrer em si não é morrer, é se enfartar na saudade,
                                        é secar o osso lacrimal, para não se chorar na partida.

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