de onde vem essa gente?
gente que se apinha
que se amontoa
forma cidades
soci-e-dades?
chove gente
engente
chove língua
palavra conversa
é gente à beça...
eis que um dia chove chuva
rebento de nuvem cheia
cai no mato
cai no monte
cai na cidade
inundachão
escorre árvore
navega pedra
soterração...
cicatrizes virão
outro verão verão
quero o dia
da ressurreição do poder
da responsa-habilidade
de lidar com gente
toda essa gente
que se apinha e apanha em cidades
surras de dar dó...
isso é brasil!
Escrito na ocasião do deslizamento de terra e sepultamento instantâneo de gente na região serrana do Rio de Janeiro.
2 comentários:
Grande Dante!
Lendo seu poema, não tem como não se lembrar daquela tragédia... Você acertou em cheio a principal razão disso que chamam de causas naturais (é, ter filho à beça pode ser dito natural...). Muita gente, muito carro, muita fumaça, muito lixo.
Abração meu amigo!
Lohan.
Ainda sinto uma dor por aquilo.
Obrigado Lohan.
Um grande abraço.
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