Há pouco mais de quinhentos anos os portugueses chegavam aqui em nossa abençoada terra, trazendo o “progresso”, doenças e um monte de degredados que vinham desde o começo da colonização extrair nossas riquezas. Através do escambo como citou muito bem nossa querida companheira Andréa, deixavam algumas quinquilharias (chocalhos, espelhos e apitos) e levavam toneladas e mais toneladas de nossa preciosa madeira. Na carta que Caminha escreveu ao Rei D. Manuel descrevia nossos índios como: “pardos, nus, sem coisa alguma que cobrissem suas vergonhas”, e eles, os civilizados chegando com suas roupas pomposas e malcheirosas, trazendo já consigo o espírito da pilhagem e da ganância ainda não tinham nenhuma vergonha e nem noção da mina de ouro que haviam encontrado, com o tempo foram dando cada vez mais importância à nova “descoberta”, principalmente ao perceberem que outros saqueadores (digo exploradores) das terras alheias começavam a chegar querendo levar um pouquinho dessa riqueza. E assim ao longo da linha do tempo esse nosso Brasil vem sendo explorado e saqueado por diferentes gatunos, que se revezam no poder de acordo com a história. Assim o povo brasileiro foi crescendo acostumado a ser saqueado, e nas vezes que começou a dar algum sinal de despertar foi censurado perseguido, ameaçado e muitos morreram por querer um país melhor, mais justo, por defender uma soberania com liberdade.
Herdamos de Portugal o Sebastianismo, que se traduz na inconformidade com a situação vigente e numa expectativa de salvação, é a espera por um herói salvador, espera essa alimentada pelo sofrimento, pela tragédia e pela esperança de dias melhores. Em nossa história tivemos a necessidade de termos o nosso D.Sebastião, encontramos em Tiradentes o herói revolucionário que se transformou no mito da liberdade que foi morto e esquartejado, deixando um exemplo para o povo do que o que acontecia com quem se voltava contra o “sistema”, o tempo passou e enfim tivemos uma “Independência” e depois uma “República”,mas a liberdade ainda não chegara,atravessamos políticas do café com leite, ditaduras e mais ditaduras e quando finalmente começamos a ver uma luz no fim do túnel com o movimento “Diretas já” ao termos novamente a possibilidade de eleger o nosso representante, o ingênuo povo Brasileiro se deixa ludibriar pela mídia principalmente televisiva e coloca no poder um produto de marketing sem caráter, nem compromisso com o carente povo brasileiro, esta mesma quadrilha que o colocou no poder e mais uma vez usando a máquina do poder e da alienação chamada televisão o tira do cenário num processo em que o povo foi pra rua e de certa forma,mesmo com toda uma manipulação por traz ,mostra sua força, mesmo sem saber.
Após esses fortes acontecimentos que nos davam sinal que algo de bom estava por vir, fomos acometidos por mais uma anestesia, dessa vez econômica chamada “plano real”, nosso país mergulha num período de letargia, onde um grande professor e “sociólogo” vende nossas riquezas a preço de banana para o capital estrangeiro que em troca de alguma tecnologia em prol dessa “maravilha” chamada globalização nos faz pagar ainda mais por precários serviços básicos.
Mais uma vez o povo decepcionado e ainda a espera do seu D.Sebastião consegue em mais uma demonstração do que esse povo é capaz, eleger o homem do povo, nordestino, metalúrgico e sindicalista que em sua história se destaca por defender as classes menos favorecidas. Finalmente, após várias derrotas, ele e seus “companheiros” aprendem a usar o marketing a seu favor e tocando no coração do brasileiro ansioso por uma grande mudança, consegue chegar ao poder, depois da grande festa da vitória da esperança sobre o medo, o povo começa a esperar pelas tais mudanças que chegam dessa vez, infelizmente em forma de assistencialismo eleitoreiro e o nosso “salvador” governa em meio a inúmeras denúncias e escândalos de corrupção envolvendo seus aliados que outrora eram ícones da honestidade da ética e que agora se vêem acusados, caçados e perseguidos publicamente e o nosso Sebastião da vez, infelizmente de nada sabia... Nosso herói agora é situação e para permanecer como tal,virou camarada(ou companheiro se preferir) daqueles que tantas vezes chamou de ladrão.
Hoje em dia somos alimentados pelas informações que nos chegam principalmente via televisão, jornais e internet, à medida que sabemos de alguma denúncia, recebemos uma boa notícia da Petrobrás e da riqueza que temos no pré-sal, além disso, em anos de eleição temos Olimpíadas ou Copa do mundo, pois como na Roma antiga o povo precisa de “pão e circo”.
Nas próximas eleições por algum motivo incomum ou sobrenatural, já nos esquecemos de tudo e eles estarão lá de novo, como nossos representantes e nós, Brasileiros, não perdemos a esperança, pois moramos num país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza.
Felicidades e Esperança!
50 comentários:
João do céu! Você falou comigo mais cedo que ia espremer um limão para escrever seu texto... mas eu jamais poderia supor que sairia essa limonada deliciosa que aí está. Tentei beber aos golinhos, mas não deu... Virei tudo na goela de uma vez só, bati com o copo no balcão e gritei: Mais uma dose, por favor! E li novamente. Impecável seu texto!!! Aliás, seu texto fez uma excelente ponte com o da Andrea, que também está maravilhoso. Os dois textos dão voz ao que está entalado na garganta de tantos brasileiros. Adorei o final... brilhante.
João do mar! rsrs
Que texto ótimo! Muito bem amarrado, criando uma ponte direta com o texto da Andrea, salientado o lado histórico do nosso país. Muito bom mesmo, cara. Essa semana o tema Brasil está em voga! Amanhã a Karina vai nos trazer uma poesia a la Ari Barroso rsrs (mas sem as motivações que o grande compositor teve ao compor tal letra, aquela, ''do coqueiro que dá coco'' Getúlio Vargas quem o diga...) kkkk
João, mais uma vez, adorei seu texto, vc ta mandando muito bem, amigo!
Abraços!!
Amigo, excelente! Um texto com diversas referências históricas que me fez pensar um tanto na nossa realidade como nação. Confesso que a leitura do jornal atualmente se limita aos meus interesses de trabalho (só cultura), porque a outra parte me assuuuuusta! Abençoados por Deus, seguimos entre as trapalhadas dos "líderes" e as inúmeras belezas de nossa terrinha. ;)
Parabéns pelo texto!
muito bom o texto joão! me lembrou a música do legião! que país é esse?? heee..
João Grandão, (ups! isso não tem nada a ver com o Paulão, tá?kkkkk). Desta vez o superlativo vai na devida proporção, ao grande embasamento histórico e toda a sua verve crítica e porque não dizer, poética, para alinhavar pensamentos que partiram de um texto crítico (o meu), que nada mais é do que uma "mimeses", talvez mal formulada, de vários intelectuais no nosso país, como por exemplo, o Arnaldo Jabor, que vivem chutando o pau da barraca, como bem salientou ontem o Lohan, ao ler o meu texto.
Mas devo dizer, que me sinto orgulhosa por ter te inspirado à refletir sobre o nosso país também. É muito bom averiguar o poder das palavras e da escrita, nestes momentos; saber que a palavra impressa tem o poder de nos fazer refletir e compactuar ou não com o pensamento dos nossos semelhantes. Já que você espremeu um limão para este texto, sugiro que daqui por diante você esprema logo um jarro. Não vai ter para ninguém. Arrasou. No bom sentido, é claro. Parabéns.
João,
Você pegou mais leve que a Andréa, mas parece também um decepcionado com tudo.
Eu, infelizmente ou felizmente, não sei ainda, penso o contrário. Vejo o Brasil como um país que está despertando, apesar de todas as contradições que vocês enumeraram tão bem aqui.
O Brasil não é só isso.
Quem sabe na minha próxima postagem eu possa marcar um contraponto para dar início ao debate da "independência".
Abraços!
Seria ótimo, Sidarta!
Despertando eu diria que sim, mas é sempre bom não nos acomodarmos (mais), pois o fio que separa o abismo da quintessência dos prazeres é tênue. Por isso as críticas formuladas nessas postagens têm, a meu ver, um dose tripla de cafeína. Não deixemos o Brasil adormecer mais do que já está! Briguemos pelo despertar e pelo manter-se desperto!
Espero o debate da ''independência''!
CARA......ca! Tô amando esta mesa "Sem Censura" que estamos estabelecendo. Aguardo ansiosa pelos textos e comentários.
Independência pra mim no momento, seria nossos políticos adotarem a mesma atitude de um deputado canadense que ao fazer sua "Mea culpa" diante dos holofotes da tv, tirou um revólver de dentro do bolso do paletó e se suicidou com um tiro na boca, ao vivo e à cores, tamanha a sua vergonha por ter sido tão safado para seu povo, seus amigos e sua família que o elegeram para representá-los.
Agora, eu tenho que comentar: Lohan, de onde você tirou esse "fio que separa o abismo da quintessência dos prazeres" ? Quem nunca te viu há de pensar que você é um daqueles pândegos barrigudos e carecas da época da monarquia. Você tá lendo muito Decamerão, hein?.kkkkkkkk
Que maravilha de mesa redonda temos aqui. Isso é crescimento, troca de ideias, respeito de pontos de vista. Isso é o que diferencia os homens dos animais. Fico imensamente feliz em saber que o 'Autores' está levantando questões importantes. Nunca é demais lembrar aquela célebre frase:
"Pessoas inteligentes falam de idéias.
Pessoas normais falam de coisas. Pessoas medíocres falam de pessoas."
Beijos a todos.
Meu amigos!
Que alegria ler estes comentários,com certeza estamos aprendendo juntos,trocando experiências e visões de mundo.Vou usar uma frase bem "gasta" para concordar com meu amigo Sidarta:O melhor do Brasil é o Brasileiro!
Com certeza nosso país é bem mais do que isso,só que esse "isso" é muito grave,muito sério,incomoda as pessoas de bem que querem uma sociedade mais justa.Temos mesmo de prestar cada vez mais atenção nos mecanismos que o sistema inventa para nos alienar e se manter,precisamos sempre despertar para tornar este país uma potência mundial valorizando a paz,o amor e a ética.
Fiquei bem feliz com esta mesa redonda,vamos dar continuidade, a diversidade de pontos de vista é bem vinda e importante,estou sempre disposto a ouvir e aprender!
Felicidades a todos!!!
Turma,
Enviei o meu comentário referente à postagem da Andréa para o seu e-mail, primeiramente porque estava bem grande, e depois porque ainda estou me ambientando com vocês e não sabia como seria a reação diante de minhas opiniões.
Tenho visto na internet pessoas que não sabem debater, principalmente política, e adoram entrar para a ofensa pessoal. Mas pelo visto o blog aqui gosta de polemizar respeitosamente e com a mente aberta, e eu também gosto muito. Vou aceitar a provocação da Andréa e entrar de vez no debate.
Estamos chegando na semana da “Independência” logo depois de passarmos por uma crise no Senado que não teve um fim dos mais desejáveis por nós. Depois de sabermos de tantos escândalos, esperávamos que alguma atitude mais profunda fosse tomada.
Entretanto, o #forasarney que se espalhou pela internet durante semanas não conseguiu mobilizar nem os “conscientes” da classe média a ir às ruas, como aconteceu com o Fora Collor. O que será que houve?
Não sei se vocês lembram, mas quem foi que mais ajudou a eleger o Collor? Quem lhe deu o título de Caçador de Marajás? Alguém lembra? A mesma mídia que enalteceu o alagoano na época ajudou a tirá-lo, mas só quando não era mais possível defendê-lo.
Eu me lembro que fui para a passeata, aqui em Fortaleza. Na época, cursava o 3º Ano. Pergunte se eu sabia o que estava de fato ocorrendo com o país... Fui pra gazear aula e pra folia! Como a maioria ali...
Demorou para eu ter um pouco mais de espírito crítico. Mas foi preciso ir além da revista Veja e rede Globo para conseguir. Estou longe da verdade, mas pelo menos consegui ter acesso a leituras que me ajudaram a desmascarar as mentiras que a gente recebe diariamente ou semanalmente.
Eu dei um exemplo, no meu e-mail à Andréa que estou publicando agora no seu lugar devido, do neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis. Um dos 20 maiores cientistas da atualidade, reconhecido internacionalmente por suas pesquisas sobre a capacidade do cérebro de enviar sinais elétricos sem a necessidade do corpo, Nicolelis fundou na cidade de Natal-RN um Centro de Pesquisas Internacional (veja explicações em meu comentário à postagem da Andréa).
Quando pensamos em nos olhar no espelho como nação, como Brasil, como brasileiros, por que identificamos somente um político como o José Sarney e nunca um cientista como Miguel Nicolelis? Será que não estamos direcionando equivocadamente o nosso olhar? É como se perguntassem a você qual a parte do seu corpo que você mais gosta, e você responde: o ânus!
Por que, turma, quando falamos do Brasil, só pensamos em corrupção? Será que este é um problema do Brasil ou é uma questão que está no âmago do capitalismo, desde o seu nascimento? Como vocês acham que historicamente a Inglaterra enriqueceu, a França, os EUA, todos os países chamados centrais, se não foi explorando as antigas colônias e depois as nações pobres, roubando suas riquezas?
De onde vem tamanha desigualdade no Brasil? Ora, nem os índios se sentiam donos destas terras, eles viviam em harmonia com a natureza. Se estas terras não eram de ninguém, como é que 500 anos depois a absurda maior parte do território brasileiro agriculturável pertence a poucos proprietários rurais? Como isso iria acontecer se não fosse através do roubo, da invasão? Como esse patrimônio foi transferido ao longo de nossa história ao ponto de termos ainda uma desigualdade tão gigantesca?
Aí entra a mídia e mete o pau no MST, e muitas pessoas vão na onda. Será que estamos sendo justos com essa gente? É claro que não estou dizendo aqui que quem é pobre é honesto. Mas não se trata aqui de uma luta entre desordeiros mocinhos e suas vítimas, os donos de terras...
Por quantos anos o Brasil trouxe mão-de-obra escrava da África, gente? Por quanto tempo não maltratamos essas pessoas fingindo que eles não eram gente, só para atender aos nossos anseios de luxo e riqueza... Pelo amor de Deus, vamos conhecer o nosso passado para entender o presente!
Não fizemos ainda uma reforma agrária, assinamos uma tal Lei Áurea que não deu nnhum centavo, nenhum pedaço de terra aos negros escravos, nem educação de qualidade, nada de compensar as décadas de escravidão forçada que este povo sofreu... E hoje achamos absurdo que exista uma pequena cota para os descendentes da Mãe África possam ter acesso a um Ensino Superior... Puxa, será que não estamos sendo mesquinhos demais, para dizer o mínimo?
Do mesmo modo, chamamos de Bolsa-Esmola uma pequena quantidade de dinheiro que está sendo dada a famílias que estão sim saindo da miséria, programa que tem condicionalidades que estão sim sendo fiscalizadas e cumpridas. Esse dinheiro, gente, é bem menor do que o BNDES dá como financiamento às grandes empresas, só para se fazer um comparativo. E as privatizações? Foram feitas com dinheiro público, através do BNDES. E a recente compra da Brasil Telecom pela Oi? Idem.
Tudo isso eu falo apenas para refletirmos sobre essas ideias que os donos do poder querem nos forçar a aceitar, para que nos separemos, nós classe média, dos milhões de brasileiros das classes D e E, que inclusive uma boa parte destes tem subido uns degrauzinhos na escala social.
O que está acontecendo no Brasil hoje, gente, é que estamos começando só agora a dar acesso à população mais pobre o que nós da classe média já temos faz décadas. O Brasil está pulsando forte, pela primeira vez em sua história. E não é só por causa do Lula não.
Quer aceitem ou não, a eleição do Lula em 2002 foi um evento simbólico que não tem paralelos. O pobre olha para ele e se enxerga. Vê que um retirante nordestino que foi com a mãe para São Paulo, passou fome, lutou muito até conseguir ter uma visibilidade como sindicalista, liderar uma greve num período triste da nossa História que foi a ditadura, que foi preso, que ajudou a fundar o maior partido de esquerda da América Latina, que foi derrotado três vezes para a Presidência da República, mas mesmo assim persistiu, aprendendo com os “erros” e mostrando que alguém como ele poderia chegar ao mais alto posto de uma nação... Isso não é pouco, gente! Para o pobre, Lula é um herói mesmo, no sentido mitológico do termo, mas não só pelo Bolsa Família, e principalmente pela identificação pessoal.
Ter um Lula na presidência seria um motivo de orgulho para muitos países, mas não no Brasil, que prefere mais valorizar um sociólogo que fez o país quebrar três vezes, do que um metalúrgico que liderou o Brasil nesta reconstrução que está acontecendo atualmente...
Temos o Pré-Sal, invejado em todo o mundo, e talvez por isso querem tomar parte dele, porque sabem que podemos usá-lo para ficarmos ainda mais competitivos. Temos a maior biodiversidade do planeta, riqueza esta que já é a fonte de desenvolvimento mais valorizada mundialmente, apesar de não estarmos aproveitando-a ainda. Somos o maior celeiro do mundo, temos a possibilidade de exportar muito mais alimentos sem deixar de alimentar bem nosso povo. O nosso futebol e nossa música são bastante valorizados internacionalmente pela criatividade que temos, pelo nosso gingado e sonoridade. Temos o pensamento ainda vivo de Paulo Freire, reconhecidamente um dos maiores educadores do século XX, talvez mais estudado nos EUA do que no Brasil.
Se formos olhar para nossos heróis, gente, pessoas que fizeram e fazem muito por este país, veríamos que não é justo conosco mesmos este vício autodepreciativo. Até pessoas simples, anônimas, que estão dando o máximo de si, fazendo um trabalho honesto, às vezes empreendendo, com muito esforço, para trazer produtos e serviços novos, para realizar um bom trabalho seja na saúde, na educação, no jornalismo, até como um simples motorista de táxi, um porteiro, uma cabeleireira, gente que “tenta outra vez”...
Não é que eu tenha “orgulho” de ser brasileiro. É que eu nasci aqui... Gostando delas ou não, eu sou resultado da mistura dessas três culturas que nos originaram. Uma mistura violenta, é claro, mas também amorosa. Não foram só ladrões que vieram pra cá. O povo não precisa se confundir com seus carrascos. Os portugueses não eram apenas a corte portuguesa. Nem os índios eram preguiçosos, nem os negros. Porque houve muita paixão também nesta “descoberta”, houve erotismo. Darcy Ribeiro diz que somos um povo ainda em formação.
Nós estamos na adolescência como povo, por isso estamos cheios de contradições...
Nós geramos um José Sarney, mas também um Miguel Nicolelis. Os dois acreditam em seus sonhos. Qual deles vai vencer, aí depende de com quem nos identificamos como pessoas, como nação. Depende do que queremos ser e do que queremos deixar para trás.
Podemos nos nivelar por baixo, mas também podemos nos nivelar por cima.
Os que vencem acreditam que podem vencer. Dentre estes, aqueles que possuem verdadeiro amor no coração, por si e pela humanidade, procuram alguém que vivenciou os mesmos sonhos e realizou coisas fantásticas para se espelharem. Não precisamos aceitar os BBBs como heróis. Eles são os bobos da corte. Se soubermos procurar nos lugares certos, com certeza encontraremos nossos heróis. Porque eles existem, e não morreram de overdose.
Os verdadeiros heróis nos servem como exemplos, não para nos salvar. São fontes de inspiração para que despertemos nossos próprios talentos e os utilizemos em prol de sonhos mais elevados. Para que cresçamos juntos, como indivíduos e como nação.
Um dia ainda me olho no espelho reconhecendo minha alma humana e personalidade brasileira. Um dia ainda nos encontraremos nas praças hasteando todas as bandeiras, formando um colorido não só de tecidos, mas de peles e cabelos e olhos, de gostos e cheiros, de sons e danças e pandeiros, de amores e dinheiros, de culturas e inteligências e vivências, e de todas as diferenças que fazem o Brasil brasileiro e a Terra nosso planeta, nossa casa, nossa espaçonave neste maravilhoso universo, que é tão diverso que foi criado em versos...
Um abraço verde de esperança, apesar do sorriso amarelo de vergonha!
Que debate mais proveitoso!
Que alegria poder ler essas palavras tão bem fundamentadas e coerentes.Estamos vivendo um momento muito importante,não é a toa que estamos perto do dia da independência e falando do nosso Brasil.Por isso que disse no meu comentário anterior que o melhor do Brasil é o Brasileiro,é essa gente que assim como você Sidarta,ama este país e consegue enxergar sempre o belo,a força dessa nação e desse povo que você bem disse ainda estar em formação.Podemos não concordar em alguns pontos,possivelmente ainda tenho muito o que aprender para ter uma visão mais bonita,mais satisfeita,mas vejo que essa conversa é um caminho para a melhora,para o despertar,que bom seria se todas as pessoas tivessem conversas assim,com respeito a opinião do próximo e vice-versa,teríamos um mundo melhor,tenho esperança que esse dia chegará,por enquanto,vamos fazendo nossa parte.
Estou muito feliz em poder contribuir de alguma forma para esse debate,com certeza estamos crescendo e aprendendo juntos.
Sugiro que você(se achar conveniente)coloque essas idéias e informações tão ricas e pertinentes em uma postagem,com certeza trará um brilho a mais para o nosso blog.
Viva a democracia!
Viva o Brasil!
Felicidades a todos!!!
Sidarta, uma coisa é certa: Orgulho de ser brasileiro você tem sim senhor! rs Para escrever dessa maneira, com tanto ardor, uma paixão tão visível... E isso é admirável. Diante de quase tudo o que li,e reli, só tenho que tirar o chapéu para você. Você explorou os pontos positivos que o Brasil possui, e, se atentarmos bem, eles superam os negativos. No entanto, vejo que, uma vez realçando os fatos negativos, nos mostramos predispostos a saná-los.
Vivemos numa democracia, como bem disse o João, pois então, façamos jus a ela! Precisamos ficar ''ligados'' nos fatores que empobrecem nossa nação. É preciso saber lidar com essas situações, sem que empurremos para o ralo a imagem do Brasil. Acontece que, o que mais existe nesse país, infelizmente, é a depreciação da condição social e humana. As pessoas não visam melhorias, mas só servem para criticar, ''malhar''. Eu mesmo fiz isso nos comentários do post da Andréa, é uma atitude viciosa. Um hábito que precisamos modificar.
Porém, analisemos: De onde surge tanta depreciação?
As pessoas, ao ''picharem o muro'' do Brasil, estão, naturalmente, pichando o muro da própria casa. Pois então, que façamos desta atitude uma obra de arte contemporânea. Vamos fazer algo direito. Mas... Pq isso é tão difícil?
Quando você passa por uma rua e observa vários muros pichados - alguns até bem elogiáveis - no geral, você valoriza aquela pintura urbana? Ou você passa despercebido, e às vezes até ''picha'' com as palavras o que acabara de ver? Pois então. Alguém se importa com as reclamações? Os pedidos, as lamúrias, as mazelas sociais que nos assolam dia-a-dia? Alguém do governo dá real atenção ao clamor de um povo sofrido, de uma criança de rua, de um ser indignado com tanta roubalheira? Alguém valoriza os muros pichados?
O povo se cansa... Ele cessa os pedidos formais, ele cessa os elogios, e parte para a ofensa, o grito, o protesto, e acaba depreciando não a si próprio, mas sua nacionalidade, pq o ser humano vai além das fronteiras imaginárias de uma nação. E a nacionalidade, a essa altura, já foi pro espaço sideral com os russos. Pq a situação, meu amigo, é russa.
E quando falo de depreciação da condição social e humana me refiro a várias outras situações desagradáveis, como por exemplo, a questão das cotas para os negros em universidades. Ora, o que mais seria um apelo de um filho da Mãe África senão uma depreciação de sua própria condição étnica e cultural? Onde está a igualdade na mente deste ser? O que vale mais: a sua aptidão, a ''virtù'' (Maquiavel) ou o seu direito de compensação por atos inglórios que se sucederam há mais de um século? Se o mundo fosse movido a atos compensatórios, os judeus mereceriam, obrigatoriamente, cargos de autoridade máxima na Alemanha, ou até mesmo templos. Mas isso não é necessário, pois o que há de mais belo é o poder da superação a um holocausto e, em seguida, a revanche. A revanche através do conhecimento, das manobras do saber, do administrar a vida pós-guerra.
Um país é feito de revoluções. Movimentos bem organizados, com reivindicações claras, diretas; e não meia-dúzia de pessoas vestindo camisas brancas pedindo paz; sem-terras invadindo e quebrando coisas que concernem ao patrimônio do próprio país. Não apelos embasados num passado distante. E quem pode explicar melhor o que quero dizer são os esquerdistas. Estes lutaram incessantemente pela democracia do nosso país, pela conquista da identidade que nos faltava. Lula é a cara do pobre brasileiro. O Brasil, no geral, despertou. Pena que muitos brasileiros ainda dormem perante tanta historinha de contos de fada. E geralmente quem conta essas historinhas são os grandes intérpretes da nossa televisão... A Fátima Bernardes, o Willian Bonner, até mesmo o próprio presidente, quando diz que não ouviu e não viu absolutamente nada. Sim, nesse ponto ele também foi a cara do Brasil. Um Brasil passivo. Um Brasil cego.
Graças a Deus somos um país abençoado pela natureza, pelas belas composições, pelo futebol arte... Mas, isso basta? Ou tudo isso não seriam meros argumentos de um país sem mais argumentos? Onde está a comida que o Arnaldo Antunes cobra? Onde está o sonho intenso do nosso hino?
509 anos... Estamos mesmo na fase da adolescência, Sidarta... Mas, chega de ilusão. É hora de crescer.
Caro Lohan,
Crescer pede um olhar crítico para si e para o mundo. E a crítica não se faz olhando apenas os aspectos negativos. Isso não é fazer crítica justa. A crítica justa é aprofundar-se sobre quem somos e quem estamos. E temos muitos defeitos sim, mas também qualidades a mostrar como nação.
Na administração a gente chama isso de análise estratégica. Onde se observa internamente os pontos fortes e fracos, e externamente as oportunidades e ameaças. Se você, como executivo de uma empresa, olha somente os pontos fracos e as ameaças, está contribuindo para enfraquecê-la mais ainda perante o mercado...
A mesma coisa devemos fazer como pessoas individuais. Conhecer-se pede um olhar apurado para compor a auto-estima. Precisamos tomar o cuidado para não cair nem em depressão decorrente de uma visão trágica de si, nem no orgulho ignorante de um ar de superioridade. Ambos são irreais.
Para nos conhecer como nação, a mesma coisa. Não precisamos nem ser autodepreciativos nem ufanistas. Mas necessitamos, na minha opinião, de resgatar a auto-estima do brasileiro.
Por este motivo sugeri uma leitura para se conhecer um pouquinho mais sobre este brasileiro, Miguel Nicolelis. Para que olhemos para um cara que também tem sonhos, como o banqueiro Daniel Dantas tem. Um deles tem um sonho para si e para os todos os brasileiros, de utilizar a ciência como fonte de transformação social, construindo 12 centros de pesquisa em todo o Brasil, principalmente nos lugares mais carentes. O outro tem um sonho apenas para si e os seus, onde deseja se apropriar dos nossos recursos, se aproveitar das ganâncias políticas e midiáticas para se locupletar ainda mais.
Sugiro algumas das leituras que indiquei nos links em meu comentário à postagem da Andréa, principalmente a entrevista que ele deu à Caros Amigos...
Talvez você veja a Caros Amigos como uma revista "esquerdista", e nem se dê ao trabalho de folheá-la. Eu compreendo e respeito.
Mas então precisamos colocar a questão de direira e esquerda no debate. Nesse ponto eu concordo com o Mino Carta, na minha opinião o maior jornalista vivo deste país. Ele diz que pensam à direita aqueles que querem conservar o status quo, que desejam manter o estado atual das coisas. À esquerda estão aqueles que são progressistas, que não aceitam como o mundo está hoje e querem mudanças profundas na nossa sociedade.
A mídia quer fazer a gente pensar que esta é uma simples divisão entre capitalistas x socialistas e comunistas, mas não é assim tão simples.
Os donos do poder sabem que a divisão entre nós é a melhor arma para nos enfraquecer. Porque sabem que juntos somos fortes. Eles mesmos se juntaram um dia para fazer a sua revolução...
Uma vez me questionei a este respeito. Num olhar aparente, talvez você me identifique como de esquerda. E realmente tenho votado na esquerda desde que me aproximei da política. Mas tenho uma compreensão mais ampla a respeito.
Vejo, tanto no capitalismo quanto no socialismo, aspectos negativos e positivos. Charles Handy, um filósofo da Administração, uma vez disse que o capitalismo possui uma metodologia desprovida de causas. E o socialismo tem causas, mas não articulou-se de métodos. Eu concordo com ele.
Acredito que podemos misturar o estímulo à liberdadade criativa e empreendedora individual com a busca de um mundo mais igualitário, fraterno, socioecologicamente sustentável. O lucro não seria o objetivo final. O objetivo de todos seria a paz, a justiça, o bem-estar. Teríamos o lucro como recompença pelo esforço individual. O dinheiro voltaria a ter o papel de meio, e não de fim em si mesmo...
Vejo esse meu pensamento político como sendo de centro, mas não esse que fica em cima do muro. É um centro radical, o que está centrado na justiça.
E acredito que justiça não é ficar só culpando os outros por nossas mazelas. Mas é mostrar a realidade histórica, a verdade factual, saber quem foi quem nesse processo de construção das sociedades do Brasil e do mundo. Responsabilidade é assumir a habilidade de dar respostas aos desafios, pegar as rédeas do próprio destino pelas mãos, como indivíduo, como nação e como planeta.
Me refiro também ao planeta porque a ciência prova que não estamos separados. O que um executivo decide nos EUA e na Europa repercute climaticamente e socialmente na África e na China e aqui. O que um político decide em Brasília sobre a Amazônia repercute no planeta. A miséria e a guerra pelo petróleo no Oriente Médio repercute no centro financeiro de Nova Iorque. Estamos todos interligados. O homem não está separado da natureza, como se pensava. Ela reage, quando em desarmonia. Do mesmo modo, nas questões socias. O egoísmo e a indiferença geram violência nas ruas. "Tudo se encadeia no universo"...
O problema é que, quando falamos em responsabilidades, principalmente em termos de Estado, de nação, colocamos toda a força nos governos, e então decretamos que tudo que de ruim acontece é responsabilidade deles. Devemos sim fazer a crítica, mas não jogar a culpa o tempo todo, porque parte do problema acontece bem diante de nosso nariz.
Um dos maiores cientistas do mundo poderia ficar nos EUA ganhando muitíssimo bem, e esquecendo sua terra natal, já que ela é um lugar sem futuro e inglório, um lugar de corruptos e ignorantes. Mas ele resolve voltar para participar desta reconstrução, porque sente que tem muito a oferecer. Porque acredita que as coisas podem mudar, mesmo não acontecendo de uma forma perfeita, longe disso até.
Uma pessoa como Miguel Nicolelis resolve voltar. Como os heróis da mitologia, que crescem e desenvolvem uma grande aventura fora, e depois retornam. Retornam porque reconhecem o seu lugar. Retornam porque tem o que doar. Retornam porque querem ser protagonistas, e não apenas observadores da história...
E falando a respeito de Igualdade, Lohan, acredito que todos SOMOS iguais em essência, mas não ESTAMOS iguais em vivência. Isto porque vivemos num mundo de desigualdades gritantes no que se refere ao acesso ao mínimo de condições de vida. Falo de acesso a água potável, a saneamento básico, a um atendimento de saúde, escolas, segurança pública, etc. Uma boa parte dos seres humanos brasileiros não tem acesso nem a isso integralmente ainda. Como podemos cobrar que essas pessoas deixem de votar num Sarney, num Collor, num Jader Barbalho, se não lhes damos nem a oportunidade de comer, de ter acesso a uma escola boa e a uma faculdade, que lhes estimulem o espírito crítico que você já tem?
O que está acontecendo no Brasil de hoje é que esse povão está começando a ter acesso a estas coisas. O capitalismo está começando a se desenvolver agora no Brasil, como ocorreu nos EUA há muito tempo atrás. E eles lá deram oportunidades de acesso à população mais pobre, incentivando o consumo de massa. É isso o que está ocorrendo no Brasil, e empresas como a Casas Bahia está entendendo e lucrando com isso, caso de marketing inclusive estudado internacionalmente.
Permitir o acesso de negros e pobres às universidades através de cotas, Lohan, não é apenas uma compensação. É o mínimo de justiça que podemos fazer no momento, para tentar equiparar as condições de vida entre nós e eles, para deixar claro que não esquecemos o período triste que foi a escravidão neste país. Os EUA fizeram isso também.
Os judeus receberam sim uma compensação pelo hoolocausto: o Estado de Israel, que não existia antes. O problema é que os dirigentes políticos da época não se preocuparam com as consequências de compensar de forma justa os judeus, e criaram um problema gravíssimo que persiste até hoje na região.
Quando analisamos um problema social, Lohan, precisamos prestar atenção a todas as suas complexidades, e não olhar as coisas isoladamente, como se fosse um problema desprovido de história, de ligações políticas, econômicas e culturais...
Hoje, para a ciência, não existem raças entre os humanos. Existe a raça humana, a espécie humana. Mas para mim, ao contrário do que pensa o Ali Kamel (diretor de jornalismo da Globo), existe sim o racismo, que é a ignorância da inexistência de raças entre nós.
Não vou entrar em detalhes na questão de se existe racismo no Brasil. Isso para mim está claro nas ruas e nos jornais diariamente.
O problema é que Ali Kamel, como representante da família Marinho, quer nos convencer de porque nós brasileiros "Não somos racistas", não é justa a lei que abre cotas para negros nas universidades públicas.
O problema não está ligado a sermos ou não racistas. Está ligado ao nosso passado escravista e desumano que não ofereceu nada aos escravos libertos, filhos e descendentes de africanos que vieram trabalhar aqui à força. Se fôssemos fazer Justiça de verdade, teríamos de oferecer muito, muito, muito mais a eles. Mas só estamos lhes dando acesso a uma coisa que a gente já possui. Só estamos lhes dando oportunidade de ter acesso ao conhecimento, bem jamais perecível, bem este que pode lhes ajudar a modificar completamente suas vidas para melhor, e consequentemente a vida no Brasil.
É isso ou revolução...
Quanto à questão do MST, eu resgato aqui o que falei lá em cima a respeito de analisarmos friamente como foi sendo adquirido o patrimônio de terras no Brasil, desde o seu "descobrimento".
É como se eu tomasse a sua casa hoje e, passados 50 anos, com você já morto, seu filho reinvidicasse a casa, e eu lhe respondesse que trata-se de um patrimônio meu, pois está tudo no papel, legalizado. Foi isso o que aconteceu no Brasil, nesse processo "civilizatório" de pouco mais de 500 anos.
Veja bem, não sou contra o patrimônio. Sou contra o patrimonialismo que marca a nossa História, e persiste ainda hoje porque alguns dos que obedecem se identificam mais com aqueles que mandam do que com seus iguais (mesmo que distantes, porém iguais)...
Uma pena que eu estivesse dormindo ontem(creio eu), no momento em que este debate efervescente teve lugar.
O que tenho a dizer é simples: Sidarta, meu querido, você sem sombra de dúvidas é um grande conhecedor das ideias( e ideais) que defende.
Acredito que tudo o que você nos colocou brilhantemente e de maneira fidedigna, foi postado no local errado. Você poderia tranquilamente ter postado este texto na página que identificamos como principal, em vez de ter postado suas opiniões nas partes dos comentários. Você pode me responder dizendo, que este ato seria arbitrário e arrogante, tomar para si um dia de postagem que não é seu; pois eu digo que tomo isto como uma forma de auto depreciação daqueles que querem lutar por um país melhor, e que possuem ideias e inventos que ficam expostos somente para os intelectuais de plantão, de maneira elitizada, ou por falta de brios revolucionários,ou por um excesso de falta de auto-estima ou pura acomodação. "Quem sabe faz a hora".Eu não tenho nem um terço do conhecimento político, sociológico e histórico que você possui, e adoraria ter alguém como você , para me passar tudo que você acabou passando, por conta de estarmos conectados coincidentemente por um blog.
Já disse que acredito no potencial do nosso povo, mas não deixo de pensar que o que verdadeiramente interessa, esta divisão de bens tão desigualmente repartidos e a dignidade de por direito , todos terem acesso a educação, cultura e saúde, está muito além do que seus pensamentos mais otimistas podem supor. Pra mim, isto é pura utopia.Como você mesmo ressaltou, a dita classe média já não se importa mais de ir às ruas, pois sabe que os mais interessados, os "pobres", só se dão ao trabalho de sairem às ruas para terminar de destruir o pouco que têm. Ah! Mas foi o colonizador quem fez isso...somos explorados desde sempre...somos adolescentes e por isso nos damos o direito de sair fazendo "merda" porque somos seres sem juizo e não podemos responder por nossos atos. Um garoto de 16 anos pode votar, mas não pode responder pelo assassinato que cometeu barbaramente contra uma criança inocente que é arrastada? Ah!Mas eles não tem mais o que perder mesmo!Têm uma vida miserável desde sempre. E quantos como os marginaizinhos que estão por aí, nunca se utilizaram disso para cometer este tipo de violência?
Concordo com o Lohan, quando ele diz que não tem que haver compensação pelas brutalidades sofridas pelos nossos algozes.
Os negros americanos foram os seres mais humilhados de quem tivemos notícia até hoje, e nem por isso, deixaram de verdadeiramente lutar para perseguir um ideal de igualdade, que ainda está longe de existir, mas se me dissessem em algum lugar do passado, que o país mais racista e conservador do mundo possui um presidente negro , eu diria que esta seria a previsão de um louco anarquista? Porque os pobres e nós mesmos não sabemos lutar no Brasil? Porque somos muito acomodados. E me desculpe, mas só a genética mesmo para explicar esta falta de ânimo.
A mídia tem poder sim, mas será que somos todos tão retardados assim, que só comemos e arrotamos o que nos serve a Rede Globo?
O povo(no sentido mais amplo da palavra) é feito de cidadãos honestos, que podem não ter muita escolaridade, mas também sabe que querem algo melhor para si e para os seus filhos e este mesmo povo é o primeiro a dar amais avalor aos quatro dias de Carnaval, onde se gastam os tubos, do que reivindicar este mesmo dinheiro em prol de um local digno para os seus filhos estudar. E será que querem estudar? Será culpa da Globo, dos Estados Unidos, da Inblaterra, que todos queiram se dar o trabalho de tão somente ter bola no pé?
Culpamos demais os "vilões" e nos eximimos da nssa própria condição de responsáveis pelo nosso destino.
E me desculpe dizer isso, mas no MST só tem malandro querendo fazer arroaça e querendo apunhalar seu semelhante.Tô cansada de ver gente do MST se aproveitando das terras que ganhou para tirar proveito do mesmo jeito que os malandros de Brasília.
Não sou um grande leitor de romances, Lohan. Já te falei até que minhas leituras se compõem de 90% de livros de não-ficção.
Mas posso te indicar uma leitura que fiz já há um tempo, que me ajudou a compreender um pouco como funcionam as coisas no Brasil 9e também nomundo). Como sei que você gosta de Machado de Assis, sugiro o conto "Teoria do Medalhão", que ilustra muito bem pessoas como o Ali Kamel, Arnaldo Jabor, Diogo Mainardi, Reinaldo Azevedo, Dora Kramer, e muitos outros colunistas de jornais e revistas brasileiras tão conhecidos por todos nós.
Cada um de nós pode escolher com quem mais se identifica, e eu respeito todos aqui por suas escolhas e pensamentos, ideológicos ou não (se é que isto é possível)...
Outro problema que não foi tocado e que quero ressaltar, é a mania do povo se deixar levar pela religião para terminar de se acomodar ou para se convencer de que tem que passar por aquilo mesmo, como uma provação.
E não venha me dizer que os imperialistas são culpados por isso... não é necessário ter um crânio de gênio, nem escolaridade para saber que milagres só acont4cem na Bíbli, e hoje, a quem interessa se fazer valer dos mesmos para engordar a conta bancária. Isso também não posso creditar à algo que foi decidido em mesa redonda pelos gananciosos do mundo, posso? Eles têm culpa de ter o Sarney ou o Collor no Senado? Você só foi correndo lutar pela candidatura do cocaíneiro-mor por que a mídia te incitou a isso?
Ficar pegando o passado histórico e o poder da mídia para justificar as atrocidades pessoais, assim como nossa indiferença e nossa ética ladroeira para justificar as pizzas que comemos ouvindo o samba do crioulo doido não dá.
Mas estou AMANDO estas trocas de informação. Adorei ter a oportunidade de "escutar" alguém tão otimista e sensato como você. Eu já me considero uma anciã. Não tenho mais saco pra acreditar que somos o páis do futuro. Tenho um pouco de pena do que o meu filho terá como herança política e ética. Só se salvam mesmo as artes.
Mais uma coisa: se você um dia se candidatar, buscarei por um fio de esperança e crença na política, que na minha opinião, já acabou faz tempo e votarei em você. Sidarta para presidente!
Só espero que depois não venha se justificar, dizendo que assim como o coitado do Lula, teve que se corromper, porque o seu lado da corda era menor e mais fraco (Graças aos imperialistas).
Agora me dá o seu dedo mindinho e vamos fazer as pazes.Pois caso você se eleja, eu espero que você me arrume uma vaga no Senado (você é meu amigo ou não é?).KKKKK.
LINDO ! TESÃO ! BONITO E GOSTOSÃO!!
Isto que apresentei aqui é o que penso e sinto. Acho que nunca tive a oportunidade de falar tanto a respeito, o que agradeço e também peço minhas desculpas por ter me alongado em demasia. Mas é um assunto que me estimula, está em meu sangue, vive em meus sonhos.
O Brasil faz parte de mim, mesmo que eu negasse isso, mesmo que eu quisesse me mudar para bem longe. Ter vergonha de minha brasilidade, em toda a complexidade que a envolve, seria negar um aspecto de minha personalidade, de minha cultura, de minha história. Seria deixar passar a oportunidade de me conhecer de forma mais ampla, de aprender com as diferenças entre nós, de nos encontrar em nossas raízes comuns, que podem não ser as que gostaríamos, mas são as que temos.
Isso está acontecendo aqui, agora.
Nós, os Autores S/A, brasileiros, de pensamentos diferentes, estamos conversando aqui sobre o que é ser brasileiro. Trata-se de um passo pequeno, mas de grande valor se levarmos em conta a quantidade de pessoas que estão fazendo a mesma discussão na véspera da semana da "Independência", ou preocupando-se apenas com a Pátria de Chuteiras, sendo o futebol talvez um dos poucos momentos onde se torce pelo Brasil.
Deixo aqui o meu abraço, aguardando que o postador oficial do dia permita que eu possa fazer um compêndio do que escrevi aqui como uma postagem extra ainda hoje.
Sidarta, I love you! Nem digo mais em português, pois você é um fofo apaixonado por seu país em qualquer língua. Isto o torna especial diante de tantos descrentes como eu.
Adoro perceber esta sua brasilidade incorrompível.Continuo te dedicando o meu voto. E viva a Independência de pensamentos.
Quero te ouvir mais. Escreva, vai?!
E hoje, Brasil 2 x 0 Argentina!!!
Eu torço para o Brasil, em todos os aspectos. Não tenho partidos. Meu partido, geralmente, é um coração partido, como já cantava nosso saudoso Cazuza. Eu dirijo meu voto àquele que passa pelo meu rígido crivo. Sou bastante crítico ao escolher um candidato. Analiso suas ideologias, seus programas governamentais, sua postura, o caráter. E tenho consciência de que muitas promessas não serão concretizadas, isto é fato. E, ao contrário do que demonstrei, admiro o governo atual. Graças ao Lula o Brasil, de fato, despertou, isso é inegável. Despertou em todos os sentidos. Graças a ele, hj tenho uma bolsa de estudos para cursar minha faculdade. Graças a este governo, o Brasil vem ganhando notoriedade no cenário mundial. O Lula é o cara, como disse Obama, rs. Mas não existe governo perfeito; esta é a maior das utopias. Todos os governos terão suas falhas, seus escândalos, as tramóias que bem conhecemos. A corrupção está em toda forma de poder.
Sidarta, vc deu um show de... Qual a palavra o definiria melhor neste momento? Um show de BRASILIDADE. Incrível o seu poder de persuasão, esse seu ufanismo que chega a tocar fundo os mais leigos. Leigos como eu, diante de um estudioso como vc, e também a Andrea, que sabem enxergar com muita clareza as carências e as "luzes" que iluminam nosso país. Eu, assim como o Brasil, sou jovem, com o pensamento crítico em formação.
Há apenas dois pontos que ainda questiono, e vou procurar ler mais a respeito: a distribuição das cotas universitárias e uma questão que vc levantou nos seus últimos comentários, que é a do Miguel Nicolelis. Eu li que ele realizou seu pós-doutorado na Filadélfia, entre outras especializações realizadas nos EUA. Me pergunto: Ele teria a mesma ascendência profissional se concluísse todas as suas pesquisas somente no Brasil? Há base para isso aqui, em nosso país?
Sim, o crescimento é gradual. Mas não adianta vangloriar nossos ''heróis épicos'' sem antes destruir a esterilidade que ainda maltrata o Brasil, impedindo de gerar muitos e muitos talentos por si só. Músicos, médicos, e jogadores de futebol! Não há leis mais rígidas, nem tampouco condições de manter grandes talentos do futebol aqui, atuando em nossos gramados. Muitos já são levados ainda crianças para o estrangeiro. Precisamos sim, valorizar mais os talentos do nosso país, mas precisamos, acima de tudo, criar estruturas decentes que os apóiem, que os faça crescer neste ''berço esplêndido''. E salve Policarpo Quaresma!
Quanto às cotas, pode ser que eu esteja agindo ''bitoladamente'', mas não consigo enxergar uma razão considerável para tal regimento. Quem é negro no Brasil? Quantos andam se aproveitando desta oportunidade, se dizendo negros, alegando questões genéticas? Sendo assim, também sou negro. Minha bisavó era negra. Somos miscigenados. O Brasil devia ser o último país a estabelecer tal lei, a das cotas.
Sejamos realistas. Mais de um século já se passou, que justiça é essa que desejam fazer ainda hoje?? Admito os fatos, admito as más condições que os negros foram submetidos no passado, após a Lei Áurea. Mas... Hoje, cem anos depois, vejo muitos negros bem-sucedidos, e muitos brancos miseráveis, que, olhando por este ponto de vista inglório, ''estariam pagando pelo o que cometeram no passado''. O preconceito está na cabeça de quem realiza essas formas de apelo. Nos EUA muitos negros tiveram chances sim, mas antes, tiveram que fazer por onde. Aqueles que se destacam no esporte, nas escolas dos subúrbios, ganhavam bolsas de estudo. Aqueles que se destacavam em salas de aula, também. Uma metodologia mais justa. Eles ganharam bolsas, mas também concederam inúmeras medalhas de ouro para sua nação nas Olimpíadas. Inúmeras grandes apresentações na música. Vide o basquete americano, o atletismo. A maioria, negros. São valorizados pelo talento, pela busca do conhecimento, pelo esforço. Mas aqui no Brasil, o atalho é priorizado. Por isso todos querem ser negros agora... E também por isso surgem profissionais desastrados. Que não valorizaram, com o próprio suor, a sua formação. A má formação no Brasil... Fechemos o ciclo.
É isso... ''Não tenho medo do escuro, mas deixem as luzes acesas agora. O que foi escondido é o que se escondeu, e o que foi prometido, ninguém prometeu - nem foi tempo perdido. Somos tão jovens. Tão jovens!''
Obrigado pela oportunidade de expressão. Sidarta, quero ressaltar aqui que, apesar de algumas discordâncias, não tenho intenção alguma em ser hostil com vc. Caso eu tenha sido, em algum momento, me perdoe. Estamos fazendo jus à democracia que este país diz ter. Estamos sendo brasileiros, digo, BRASILEIROS.
Lohan, você está me deixando cada dia mais boquiaberta com seu poder de articulação. Tão jovem e tão pensante para os fatos históricos que às vezes nos tornam tão "bitolados", descrentes e cheios de dúvidas, como vc bem ressaltou.
Uma bitoca na ponta do seu nariz também.
Sinceramente....imagino vc e o Sidarta em cima de um palanque, candidatos de partidos políticos diferentes (democratas e republicanos) tentando nos convencer sobre suas plataformas eleitorais. Quem vencerá as eleições? Hummmmm!!!Não sei, nem quero dar palpite, só sei que seria um belo espetáculo retórico. E eu, estarei toda Carmem Miranda, de banana e melancia penduradas na cabeça, me sentindo o máximo e com orgulho de ser brasileira, por saber que há jovens como vocês que realmente almejam algo melhor para o Brasil (mesmo com um sentido de governabilidade diferentes).
Sinto até um pouco de esperança para o futuro do Davi. Espero que a Rostáusea sobreviva para participar disto.
Andréa e Lohan,
Primeiramente quero lhes dizer que em nenhum momento me senti ofendido com suas opiniões divergentes da minha. É que me entusiasmo tanto com a política que pego ar mesmo. E lendo as palavras de vocês agora, me sinto um privilegiado de poder dispor deste espaço com vocês e também com os outros aqui.
O melhor seria se a gente pudesse estar numa mesa de bar, falando não somente disso, mas também das amenidades, rindo muito de nossa condição humana, e principalmente poder dar um abraço em cada um de vocês. Quem sabe um dia isto aconteça.
Antes de pensarmos à esquerda ou à direita, somos seres humanos, e o calor do debate não deve nos tornar inimigos. Isto acontece muito nos partidos, por isso hoje prefiro não me filiar a partido nenhum, prefiro não ser partido, prefiro continuar inteiro para poder abrir um diálogo com as opiniões divergentes, como pessoas de mentes privilegiadas como vocês dois.
A síntese se dá na soma dos talentos, e não na competição por quem é melhor...
Ao contrário da ideia recorrente em nossa sociedade, penso que a competição deve acontecer somente no interior do indivíduo, e nunca entre duas pessoas.
A única competição justa e harmoniosa é comigo mesmo, porque não posso me comparar com outras pessoas, cujas histórias e culturas são diferentes da minha. Só posso me comparar comigo mesmo, com quem fui ontem e com quem desejo ser amanhã. E o único inimigo que tenho sou eu mesmo, sou o único que pode me prejudicar e o único que pode me salvar.
Apesar disso, não vivemos sem os outros, porque o ser humano não é, não foi, e nunca será autosuficiente. A lógica, portanto, é que deixemos de pensar tanto em independência quanto em dependência, e comecemos a educar as pessoas para que conquistem autonomia com interdepêndência.
Para isso, os mais fortes tem a responsabilidade de ajudar os mais fracos. Dos mais inteligentes aos mais ignorantes, dos mais virtuosos para os mais viciados, dos mais ricos aos mais pobres, das pessoas de bem para os "maus elementos". Tanto entre pessoas quanto entre empresas, e também entre nações, podemos buscar no diálogo entre os povos o que podemos aprender uns com os outros, porque nossa casa comum, a Terra, não se sustenta na competição desenfreada que fazemos hoje, não se sustenta com a busca desesperada por lucros, com o egoísmo indiferente com o sofrimento alheio.
É isso, penso que há um papel para nós, escritores. Não precisamos nos candidatar a nada por partido nenhum. Que apenas utilizemos nossos talentos para contribuir com a humanização do homem contemporâneo, e já estamos fazendo a nossa parte.
Um abraço e um belo feriado pra vocês, agora preciso sair que vou seguir viagem. Até!
Toda essa polêmica serviu para exercitarmos a análise crítica e para nos deleitarmos com tamanha inteligência, gentilmente compartilhada com todos os leitores. Sidarta, Lohan, João e Andréa: Vocês deram um show aqui! Estou orgulhosa de fazer parte dessa equipe, ainda que eu não me arrisque em argumentar meus pontos de vista, pois não tenho o menor dom para textos críticos; mas tenham certeza de que muito do que penso está oculto nas palavras de todos vocês. Política é um assunto vasto e fascinante, mas eu não consigo escrever uma linha sobre isso... No máximo o que eu faria dentro do meu universo ficcional, seria colocar alguns corruptos no paredão e mandar chumbo!!! Mas admiro que hajam tantos talentos reunidos aqui.
Beijos a todos e um ótimo feriado de independência!
Ótimo feriado a todos, e viva o Brasil, 3 a 1 nos hermanos! kkk
Estamos na Copa do Mundo!
E agora, o que nos resta?
Valeu a todos por esse estupendo debate, e por ter participado deste recorde de comentários do blog. Incrível!
Abs!
Ótimo feriado a todos, e viva o Brasil, 3 a 1 nos hermanos! kkk
Estamos na Copa do Mundo!
E agora, o que nos resta?
Valeu a todos por esse estupendo debate, e por ter participado deste recorde de comentários do blog. Incrível!
Abs!
Fiquei muito atarefada no decorrer da última semana e pelo visto perdi muita coisa por aqui. Mas agora li absolutamente tudo o que havia deixado para trás. Adorei o debate politicamente correto e os pontos de vista bem argumentados. Isso deveria ser discutido dentro das escolas e universidades, pois a educação é o único caminho viável para o crescimento de um país como um todo. Que hajam opiniões divergentes, mas que a divergência venha para despertar a curiosidade pela própria história política e também para estimular possíveis soluções.
Parabéns aos defensores de suas causas (perdidas ou não)!
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