domingo, 12 de setembro de 2010

BAD HAIRDAY!






Peço desculpas aos homens, mas é preciso ser mulher para entender o verdadeiro sentido dessa expressão norte-americana.
Olhar-se no espelho num dia especial, num dia normal, num dia qualquer e ver que seu cabelo está uma massa homogênea e grudenta, ao contrário do que diz a Master Card, tem o seu preço. E alto.
São tantos os estados capilares (cabelos pesados, sebosos, minguados, mechas rebeldes, chifrinhos persistentes, franja colante...) e tão sérios os efeitos colaterais no psicológico feminino (estou um lixo, eu me odeio, imagina se ele me vir assim? e se ela me vir assim?), que só sendo mulher e passando pela experiência para entender... e superar.
Pois lá estava eu naquele dia úmido e frio, após horas de trabalho em casa, em frente ao computador. Tinha que sair, precisava sair, tinha aula à noite e aula que não dava para perder. O trabalho consumira todo o meu tempo, o frio estava de rachar, não seria possível dar aquela lavadinha básica no cabelo, aquela que a gente dá rapidamente na pia do banheiro, só para ele ficar soltinho e você, renovada.
Se minha avó fosse viva, teria dito: “Passe talco e escove bastante, que disfarça.” E por acaso eu iria querer sair de casa cheirando a Tabu ou Cashemere Bouquet? Pelo amor de Deus!
Resolvi abstrair. Ah, quem vai perceber, afinal de contas? Sou muito mais do que meros fios de cabelo.
Bem, saí de casa, entrei no carro, fui para a faculdade. Estacionamento, cantina, sala de aula. Atrasada, como sempre, mas a tempo de não perder o fio da meada.
Sentei nos fundos da sala, onde normalmente se sentam os atrasados, e me liguei no modo “aula”. Perfeito, tudo bem, coisa tola preocupar-se com as madeixas.
Foi então que, por um momento, dei uma desligada e comecei a correr os olhos pela sala. Pelos colegas, pelas colegas... e por seus cabelos...
Fiquei surpresa. Hah- ha! Todos grudentos! Alguns até com marca dos dentes do pente! Éca!
Em seguida, parti da visão geral para a análise individual. Aquela ali, sempre toda salto alto, com aquela franja colada na testa? E aquela outra, sempre “combinandinho”, com os fios encolhidos pela umidade?! Cruzes! E olha só a intelectual querendo disfarçar com um rabo-de-cavalo! Mas o que é isso? O que está acontecendo com a mulherada?
Pois é.... o que estava acontecendo é que estávamos todas com frio, todas tocando a vida para a frente, todas ali, assistindo aula depois de um dia exaustivo de trabalho, todas sem tempo sequer de parar para se olhar direito no espelho, que dirá lavar a juba, encarar um secador de cabelos, uma escova, para, em seguida, sair sob a neblina e os fios começarem a minguar de novo...
E foi bom, muito bom olhar para aquelas cabeças sebosas.
Senti-me reconfortada, normal, incluída. Se estivesse com um copo na mão, teria levantado um brinde: Bad hairday para vocês também!

13 comentários:

Anônimo disse...

Bela Vizinha!!!!

Se serve de consolo...nunca reparei !!!!
Enfim, achei ótima a empreitada discursiva...ou diria descritiva!!! hahah... É sempre mágico a possibilidade de escrever, refazendo-se . Amei a indicação e amei a leitura ,assim casual.
Aguardo novas indicações.

Anônimo disse...

Anita dear,
ADOREI O TEXTO E SEI (I KNOW!!!!!!!!!!!!!!!!!) EXATAMENTE O QUE
E DO QUE VOCÊ ESTÁ FALANDO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
KISSES
Suzane

Andréa Amaral disse...

Será que vc se inspirou no meu novo corte: pinto punk com o lado esquerdo deformado com direito a buraco, fios mega-arrepiados e tortos pós uma noite mal dormida e sem peruca colando?kkkkk.Amei.

Lohan Lage Pignone disse...

Ana, good day for me after this wonderful text!!

Esse é o problema: reparação. Não das pontas! Mas do verbo ''reparar'' mesmo, rs. Se as mulheres não ficassem nessa, seria cada uma mais "ela mesma", talvez menos vaidosa, e nem por isso, menos bonita. Talvez a naturalidade do seu jeito de se vestir, pentear, ser, enfim, reluzisse uma beleza muito maior.

Não se preocupe com seus cabelos grudentos! Seu coração é sorridente, e isso que importa!

Beijão!!!

Ana Beatriz Manier disse...

Lohan,
Isso é uma nuance extremamente feminina. Como Nilton falou ontem à noite, homens veem o todo, detalhe é coisa de mulher (que, na opinião dele, é bicho complicado e complicador").
E os meus cabelos não são grudentos!!!!!!!! Só estavam "minguados" naquele dia...
E vc, amando firme mesmo?
bjks!
P.S.Andrea resolve tuso isso com uma peruca...

Anônimo disse...

Vixe santissima......Vi-me tal e qual. Delicia de identidade!!!!! nao estamos sós!!!!!

Bjssssssssssssssssssssss

Marina disse...

Éééé! Tem coisa que só mulher entende! Aqui nunca faz muito frio, mas sempre tem aquele dia em que você não teve tempo de passar em casa, fez um calor dos diabos, você pega ônibus, sobe escadas e os cabelos começam a grudar. ECA!

Ana Beatriz Manier disse...

Como disse minha querida amiga anônima: delícia de identidade!

Anônimo disse...

Não poderia concordar mais com esse resumo do bad hairday!
Viva a inclusão capilar!

Anônimo disse...

Ai, tô de bad hairday hoje!!!!
Maneiríssima crônica.
Lu

Ana Beatriz Manier disse...

Viva a inclusão capilar!

Anônimo disse...

KKKK. De fato, mulher é bicho complicado e complicador, mas nada que um bom senso de humor não resolva.

Ana Beatriz Manier disse...

Sempre! :)