A fumaça adentra a boca
Passa por entre os dentes
Desce até os pulmões
E retorna pelas narinas
Uma leve pigarreada
A caneta na mão
Escorrega pelo papel
Palavras soltas
Às vezes sem nexo
Mais uma tragada no cigarro
E um trago do uísque
E a caneta continua
A escorregar e parar
Entre um trago e outro
Entre uma tragada e outra
Uma baforada de fumaça
Outra pigarreada
De repente a mente para
A mão para, tudo para
Nenhuma ideia na cabeça
Outro trago do uísque
Mais uma baforada de fumaça
Volta a inspiração
Volta a respiração
A mente volta a pensar
A mão pega na caneta
Que volta a escorregar
3 comentários:
Muito bom, Basilio! Lembrei-me de Vinicius de Moraes, e seus porres homéricos de uísque! rsrs.
Eu não trago a fumaça, mas costumo trazer sempre uma caneta a escorregar pelos meus dedos, a escrever, rs.
Abração!
Que um uisquinho e um cigarrinho ajudam a gente a se soltar, não há dúvida! E, se não houver excessos, por que não lançar mão deles?
Vocês notaram que a letra está da cor da fumaça do cigarro?
Postar um comentário