segunda-feira, 30 de maio de 2011

Aline Monteiro

Condição na competição:
Eliminado.
Data de nascimento:  
16/09/1985
Cidade:
Macapá, AP

Profissão:
Estudante (Letras: Língua Portuguesa / Francês)
Partido Político:
Não possui.
Gosto literário:
Eliude Viana, Alcy Araújo, Caio Fernando Abreu, Mário Quintana, Vinícius de Moraes, Clarice Lispector, Manuel Bandeira, Fernando Pessoa, Florbela Espanca, Jaques Prevert
O que significa vencer este concurso?

Para Aline, participar deste concurso significa encontrar alguém no mundo com as mesmas impressões que ela - ou não. "Vencer significaria libertar meus poemas que por agora estão presos em mim, debaixo das minhas asas..."
O que o tempo representa para Aline Monteiro?
O tempo é o que movimenta a vida. Tudo o que fazemos é em razão dele. Estamos condicionados à sua vontade. É onde estão as nossas diretrizes, o nosso remédio para curar dores e angústias. O tempo é a justificativa para nossos maiores medos, desafios, desistências.  Mas acredito por vezes é necessário livrarmo-nos dessas amarras e construir o nosso próprio tempo em que a decisão final seja sempre nossa e não dele.

Poema n°1 (pré seleção): Elizabeth

Elizabeth não chora.
Elizabeth não reclama.
Elizabeth é paciente.
O que será que sonha
Quando adormece?
O que pensa quando
Seu olhar perdido
Se encontra com o meu?
Minha Rainha,
Da tua beleza
Não tenho dúvida
Mas por que não sorris?

Poema nº 2 (Top 17 - O Velho e o Tempo): Resistência


Tu permaneces...
Resiste.
Indestrutível.
Inabalável
Como árvore centenária,
Monumento histórico,
Sete Maravilhas do Mundo.
Parece não te importar
Quando
Um dia te tiraram
O frescor da pele,
O brilho dos olhos.
A cor dos cabelos.
A força do teu corpo...
Andas insistindo
Nos afazeres domésticos
Na poeira que ninguém vê
No quadro torto que não notei...
O que te fez resistir à tormenta?
O sofrimento é opção constante,
Tua cruel companhia...
Mas tua força
É de uma criança recém-nascida
A chorar insistentemente por comida
Não há mal que dure para sempre?
Do teu lado
Serei eternamente aprendiz
Da tua incontestável
Habilidade de renascer...

Poema nº 3 (Top 15 - Haicais): Outono

Chuva de folhas
Não há frio nem calor
Só nostalgia

Poema nº 4 (Top 13 - Crítica Social): Ressaca

Não podia ser sonho
A realidade me batia na cara.
Bicho papão e boi-da-cara-preta
A surrar o meu espanto.

Alguém lá em cima ainda pergunta
O motivo do meu pranto
O céu pode ser o mesmo para todos
Mas o chão...
Esse é coisa tão banal para uns
E para outros é apenas imaginação...

Eles sonham que tem uma casa
Pedaços de madeira apodrecidos
Sobre a área de ressaca
E o chão? Cadê?
Virou água!
O apelido é lago.

Mas cadê o lago?
Virou mar de lixo
Ponto turístico
Das vidas insignificantes
Embaixo das palafitas...

Só embaixo?

A vida nasce na proporção
Do seu esquecimento...
Quanto mais olhos despercebidos
Maior o coro dos desabrigados,
Maior o choro dos que acordam
E não há teto
Não há parede
Não há chão...

Não podia ser sonho...

Tentei acordar
Mas eu já estava acordada...

Poema nº 5 (Top 11 - O Sertão): Vidasolidão
Um cordel...
Apenas um cordel, amor
de quadra ligeira
Passageira feito chuva no sertão
que arranque esse vazio
que me deixou a solidão...
de mais uma partida
de quem arrisca sem medo
se desplantar desse chão...
imaginando asas
pra bicho à quem Deus
deu apenas  vida...
sextilha improvisada, amor
Que dê sossego à solidão
Que a banhe num açude
De água escassa
Que a seque ao sol latente
Do meio-dia
À sombra imaginária
Da tua silhueta...
O que me mata de sede
É a ausência da tua saliva,
das lágrimas que derramaste
De saudade do teu cariri...
O que me mata de fome
É a falta do teu corpo
Escrevendo história
Pra quem carrega o dom
De enxergar beleza
camuflada aos olhos de quem
só sabe enxergar tristeza...
Septilha e oitava incomuns
Festejando teu regresso...
Um cordel
Apenas um cordel, amor...

Poema nº6 (Top 9 - Poema baseado em imagem): Sonho
 
Coração padecendo
Na curva abstrusa
Do desejo.
Sinais fechados,
Fronteira interditada...
Contagem regressiva:
Sonhos não sabem esperar.
A linha de chegada anda para trás.
Só resta a luta
Dos que sabem
Que desistir
Não é permitido.

2 comentários:

Cris Barros disse...

És mais do uma vencedora!És valente, porque tu tens a coragem de liberta as palavras que acorrentam a muitos que andam à chorar, sorrir e cantar por aí!
Estou contigo sempre!
bjo Cris.

Pedro disse...

Asas? Isso me lembra algo. Uma menina tímida brincando com as palavras. Zzz... vc ficou forte com o tempo. Parabêns!