Uma noite de aula na UnB

Caem as palavras.
É culpa da monotonia cíclica
dessa voz que me diz suas verdades de sempre...
Meus olhos querem se unir
num abraço silencioso e escuro
em prol do breve instante do sonho.
Minha respiração quer se aquietar
e meu corpo quer repousar
nos braços de uma esperança qualquer.
O outono beija as janelas
e o sopro morno da ansiedade toma
essa pequena sala de "tortura literária".
Preciso acordar...
para um futuro próximo
ou presente meramente efêmero.
Preciso manter meus sentimentos em alerta
para não condenar meus desejos ao ostracismo
do que é irrealizável.
Distração com prazo de validade...
Vou sentir sede e abrirei a porta da ruptura
sem aviso.
Repouso a lapiseira na pasta cheia de textos
e acompanho o vai e vem dos mosquitinhos perto da luz.
Acenda a luz de uma vez!
Que ilumine as dúvidas do passado
e cubra o próximo instante de surpresa.
Pesque os peixinhos do aquário do sono,
jogue a isca do barulho
nessa chatisse catedrática.








Que atire o primeiro livro quem nunca se sentiu entediado na faculdade.