Noventa poetas
Noves Temas
Noves fora...
Quem permanecerá na disputa?
60 poetas darão adeus nesta fase
Façam suas apostas e sejam bem-vindos
à apresentação dos poemas da
PROVA DOS NOVE
Olá, poetas e leitores!
Não é fácil escrever sob determinado tema, principalmente quando é necessário escolher um tema para desenvolvê-lo. Sempre há o dilema: permaneço na zona de conforto ou arrisco em busca da vitória?
Na fan page do Autores S/A no Facebook, está acontecendo uma votação sobre: qual é o tema, da Prova dos Nove, que melhor pode ser aproveitado, trabalhado pelo poeta? Por hora, o tema "A angústia do homem da cidade grande" está na frente. O que você acha? Acessem e curtam nossa página: http://www.facebook.com/#!/pages/Autores-SA/229353043769403 e votem!
Durante esta semana, os 90 poetas que restaram na disputa tiveram que encarar esse dilema. Nem todos decidiram prosseguir na competição: 05 poetas desistiram da disputa, ou seja, agora, temos 85 poetas disputando 30 vagas.
Querem conhecer mais sobre esses poetas? Então, fiquem à vontade, a casa é de vocês. Desfrutem da leitura de belíssimos poemas e comentem, promovendo a sua opinião a respeito. Os resultados serão divulgados na próxima segunda-feira, dia 11/06/2012.
Abaixo, os poemas serão apresentados de acordo com seus grupos temáticos pertencentes. As temáticas mais escolhidas pelos poetas foram "Poesia de cunho social" e "A infância", ambas com 19 escolhas, cada.
Boa leitura para todos!
TEMA: GOTA
Pseudônimo: Francisco Novaes e Silva
Título: Tropeço
Toda
dor que não estanca
leva
embora o que faz falta.
Toca
a pedra o pé e corta;
Sangra
e lava a pele nua.
Tem
o olhar a sós e sobra;
sombra
n’água não se molha.
Cada
passo, um cadafalso;
todo
um mundo que se torna.
-
tempestade em copo d’água,
uma
gota já transborda -
Pseudônimo: Cidadão das
Nuvens
Título: Quando nos olhos não
há cabimento
Lágrima chega indo embora.
Quando
nos olhos
não há cabimento.
Novela,
gêmeos, gol, catapora,
raiva,
perdão,
canção,casamento,
culpa,
entorse, milagre, penhora,
medalha, câncer,
ladrão, invento,
cachorro,
miséria, mi'a senhora,
cárie,
fome, domingo
sangrento.
Antes
de beijar
o chão, evapora;
e
mais me vale
chorar por dentro
-
o tempo todo, a
toda hora -
a
beleza e a dor de cada
momento.
Quero
navegar
aonde a lágrima mora
antes de
ser acontecimento –
"Pequenos
lagos?",
perguntou outrora
Pablo
Neruda a seu pensamento.
Pseudônimo: Poema
Título: Soneto caindo em gota
Alegro
Vibro Torço Grito Avanço
Agito
Verbo Brilho Verso Forte
Se
me canso, nem noto remanso
e
decaio aos pouquinhos. Má sorte.
Fico
doente, cansada.
Meu
sangue se esvai de gota
em
gota, caindo em
cada
degrauzinho.
Fico rota,
desgastada
em meus prantos
gris.
Me turvo em
mim,
na
bruma que
canto.
E
pulo a
s
s
i
m.
Nada
encanto:
o
meu
fim.
Pseudônimo: Curinga
Título: A Gota
Não
sei como fechar minha torneira.
Confesso, já fiz tudo o que podia
mas toda a paz que finjo ter de dia
dilui-se à noite ao som dessa goteira.
Em cada “ploc” eu vejo a face nua
despida, do que havia mascarado
- um crime cometido ou um pecado
e, assim, o meu pesar se perpetua.
Um pingo d’água (coisa tão pequena!)
destrói minha razão, anula a crença,
me faz abrir os olhos. Me condena.
Não posso mais forjar indiferença:
a culpa é, em si mesma, a própria pena
e assina, em cada gota, uma sentença.
Confesso, já fiz tudo o que podia
mas toda a paz que finjo ter de dia
dilui-se à noite ao som dessa goteira.
Em cada “ploc” eu vejo a face nua
despida, do que havia mascarado
- um crime cometido ou um pecado
e, assim, o meu pesar se perpetua.
Um pingo d’água (coisa tão pequena!)
destrói minha razão, anula a crença,
me faz abrir os olhos. Me condena.
Não posso mais forjar indiferença:
a culpa é, em si mesma, a própria pena
e assina, em cada gota, uma sentença.
Pseudônimo: Mané
Título: A Gota
Comove
a dor e a bondade
a
pena, a tristeza, a vitória
um
acidente,o diferente,a memória
e
a lágrima é reflexo da realidade.
A
gota da lágrima é uma abstração da dor.
São
gotas de um salino sutil
defesa
dos olhos para irritação e alergia
a
mente sofreu, o corpo sentiu
a
lágrima desabafa sua magia.
A
lágrima é o superlativo absoluto da natureza humana.
A
felicidade também traz a lágrima
alastra-se
como gás vital
inunda
mentes, vira a página
coletiva
catarse visceral.
A
gota da lágrima é uma metáfora da tristeza.
Lágrima
indigente,lágrima técnica
lágrima
baldia, lágrima de gelo
lágrima
leniente, lágrima épica
lágrima
vadia, lágrima de apelo
A
lágrima é a emoção em estado líquido.
Pseudônimo: Ted Sampaio
Título: O fim da gota
Vejo
uma gota
e
nela me vejo.
A
gota engorda
como
balão de festejo.
Vejo
meu reflexo
em
sua superfície.
Imagem
sem nexo
mostra
muito minha calvície.
A
gota ondula,
vai
cair numa fresta.
Me
vem uma gula
de
sorve-la como festa.
Minha
boca se torna
o
fim da gota que rola.
Degluto
seu fim,
Apesar
do gosto de jasmim.
Pseudônimo: Assombro
Título: Gotas de Elixir
Finita
é a gota que me resta
embora
guarde
em
hermética candura
longe
é o badalar da aurora
nas
palavras sussurradas
nas
estrelas que contemplo
delírio em lampejos
mesmo
que passos largos
me completem
mesmo
que o infinito sustente
serei
nuvem dissipada ao vento
gota a gota
da chuva que secou
Pseudônimo: Jack Four
Título: Aquela gota
Refletida
naquela gota:
Uma
criança
Que
vê o mar pela primeira vez:
O
oceano em uma gota
Uma
jovem
Que
o vê pela primeira vez:
A
paixão em uma gota
Uma
mulher
Que
vê o filho pela primeira vez:
O
amor em uma gota
Uma
anciã
Que
vê uma vida inteira pela última vez – como se fosse a primeira:
A
saudade em uma gota
Aquela
singela gota:
a
lágrima.
Pseudônimo: Dona Dita
Título: Gota de orvalho
Primeiro, uma gota de veneno
corrói
o amor.
A
gota da lágrima
mancha
o vermelho do coração.
Através
da minha janela
vejo
a chuva, e o vidro chora
Só
a gota de orvalho
faz
renascer o jardim
do
meu amor.
Estarei
agora tranquila
à
espera de um novo amor
No
jardim renascem as
flores
e seus perfumes
fortalecem
minha alma.
No
desfolhar do luar,
sou
flor que desabrocha.
Pseudônimo: Sundance
Título: Raquel
És
a minha alma concreta
Os
teus olhos a predição do meu sangue
As
tuas mãos a arma e o afago no coração do Mundo.
Balanças
de cá para lá, pés descalços,
E
contigo oscilam os Deuses e a paz dos Homens
Arrepiam-se
as montanhas e crescem os mares.
Só
quero saltar as décadas
Gargalhar
do tempo e encontrar-te pronta,
Acabada,
o fim da minha criação: a tua felicidade?
Como
uma gota de água
Redondamente
ínfima, necessariamente urgente,
És
toda a Vida em potência.
Pseudônimo: Artemis
Título: A Gota Maior
Um
ponto de brilhante une-se a tantos outros.
Uma
porção mínima de líquido aos poucos se molda,
Adquirindo
peso e forma,
Curvando-se
em formato de pêra e esfera,
Avolumando-se
com o natural condão
Da
expectativa e da espera...
Transformando-se,
não para um fim, mas para outro começo,
Em
gotas...
De
orvalho, chuva, rio, mar, água potável e salgada.
Mas
o corpo humano, essa mágica ambulante,
Encerra
em si um mistério todo próprio,
Que
somente em versos eu ousaria tentar descrever.
A
lágrima, pingente delicado,
Quando
não é derramada
Não
passa, como certamente o sabem
Na
gruta nebulosa de suas certezas,
De
lágrima desperdiçada,
De
lágrima que não cumpriu seu tênue ofício
De
lágrima.
Se
a viram tomar forma,
Se
praticamente a sentiram gotejar,
Se
adivinharam-lhe o percurso,
Transitando
pelos enlevos da pele atormentada,
Por
que não a deixaram livrar-se
Da
masmorra da comoção enclausurada?
Eu
não me furto à responsabilidade:
Se
a alegria me acossa,
E
me beija, me ama, me preenche e de mim se apossa,
Fazendo
a minha realidade colorir-se em resposta
E
se ela cresce tanto, mas tanto, que meu corpo sequer a comporta...
Abro-lhe
uma fresta do meu espírito
E
dou-lhe uma passagem só de ida,
Para
que, em pingos transparentes, da minha face escorra,
Diretamente
para a vida.
Lágrima
é encanto.
Lágrima
é revolução.
A
gota da alegria é uma espécie de sorriso,
Em
franco estado de expansão.
Eu
não me envergonho destes pedacinhos líquidos de alma;
Eu
não os engulo com aspirina
Para
depois alegar força e destreza,
Tampouco
considero fraqueza ou desengano
Mostrar
que sinto algo mais que a gravidade.
Penso
de forma crua, ainda que poeticamente inegável:
Se
aqui nos meus olhos rasos
Essas
frágeis gotas se depositaram
Nada
mais fizeram
Que
cumprir o chamado da emoção.
Lágrima
é alívio.
Lágrima
é reconforto.
A
gota da tristeza é uma espécie de sorriso,
Ainda
que nascido morto.
Pseudônimo: Sombra
Título: Fisiologia da lágrima
Onde
nasce essa idéia que se cristaliza,
Transubstancia-se e se torna tão etérea?
Que ultrapassa para o mundo da matéria
A enfermidade do espírito que agoniza?
É a lágrima, esse licor que é já salgado...
Porque é amarga como a alma do que a chora;
É a paisagem interna que deflora,
É teu copo que derrama transbordado.
Mas há nesse revés um paradoxo,
É que esse ardido colírio de hidróxido
Lava a chaga do teu âmago profundo.
E ao limpares dos teus olhos a sujeira
Tu percebes que a tristeza é uma cegueira
E teus olhos as janelas para o mundo!
Transubstancia-se e se torna tão etérea?
Que ultrapassa para o mundo da matéria
A enfermidade do espírito que agoniza?
É a lágrima, esse licor que é já salgado...
Porque é amarga como a alma do que a chora;
É a paisagem interna que deflora,
É teu copo que derrama transbordado.
Mas há nesse revés um paradoxo,
É que esse ardido colírio de hidróxido
Lava a chaga do teu âmago profundo.
E ao limpares dos teus olhos a sujeira
Tu percebes que a tristeza é uma cegueira
E teus olhos as janelas para o mundo!
Pseudônimo:
Mari Farias
Título:
Molhado
Gota de
chuva
Gota de
água
Gota de
lama
Gota na
alma
Ela me
molha
Toca-me
Envaidece-Me
Faz-me
sorrir
Para
sentir o teu calor
Quem
dera se eu fosse a tua pele
Abrandar
o teu fogo
Amansar
o teu ser
Incendiar
as tuas entranhas
Com meu
desprazer
Ver os
teus cabelos ao vento
Doce
mulher
Não sou
de muita fé
Só me
molho, pois não tem jeito,
Sou a
força
Sou o
tocante
Sou mais
uma arrependida
Desprendida
Molhada
da gota da água
Que
escorre pelos teus dedos
Lava seu
coração
Limpa o
teu corpo
E a paz
te traz.
Pseudônimo: Fowl
Título: Remédio
Era
uma gota
Ninguém
sabia de quê
Estava
ali na bolha
Sem
que soubessem o porquê
Podia
ser de sonhos
Ou
de realidade
Podia
ser dos choros
Ou
da felicidade
Era
uma gota
Que
invadia o rosto
Entrava
pela boca
E
não tinha gosto
Sem
nada, misteriosa
Meio
mística, gloriosa
Uma
gota, apenas
Dessas
pequenas
Que
intriga
E
cria briga
Nessa
mente ilusória
Demente,
mas preciosa
E
assim embarco
Num
arco sem fim
Sozinha
no quarto
Bem
longe de mim
Iludo
e esqueço
O
que mais tenho apreço
E
aí eu durmo
Enquanto
enlouqueço
TEMA: A IMORTALIDADE DA ALMA
Pseudônimo: Falcão Peregrino
Título: Poema D´alma
O
Criador sopra a alma
No pó que respira.
A tinta toca o papel
Começa a poesia
O corpo se anima
A matéria raciocina
Com o fôlego da vida
No pó que respira.
A tinta toca o papel
Começa a poesia
O corpo se anima
A matéria raciocina
Com o fôlego da vida
Segue
sem tréguas
O vento forte da existência
Cultivando as almas
De todas as espécies
Sempre adiante a cada estante
Em todo canto do planeta
Feito nasce uma poesia
À vida surge uma nova criatura
Do útero da mãe natureza.
O vento forte da existência
Cultivando as almas
De todas as espécies
Sempre adiante a cada estante
Em todo canto do planeta
Feito nasce uma poesia
À vida surge uma nova criatura
Do útero da mãe natureza.
Ó
Inspiração que aspira
Gerações de Almas vivas
Ó criação que brilha
Colhendo as poesias
No universo do poeta
Entre o não e o sim
O certo e o errado
O bom e o ruim
Um só sentido
Num Início, meio, sem fim
Gerações de Almas vivas
Ó criação que brilha
Colhendo as poesias
No universo do poeta
Entre o não e o sim
O certo e o errado
O bom e o ruim
Um só sentido
Num Início, meio, sem fim
Alma!
Que faz da matéria o prepúcio
A casa que te hospeda
Alma!
Antídoto que gera
E mantém todo ser
Que pulsa no peito,
Corre nas veias
Que faz a cabeça pensar
Que faz da matéria o prepúcio
A casa que te hospeda
Alma!
Antídoto que gera
E mantém todo ser
Que pulsa no peito,
Corre nas veias
Que faz a cabeça pensar
Alma!
Que não vemos com os olhos
Mas espelha no olhar
Seu sentimento, sua intenção
E no silêncio o que diz seu coração
Que não vemos com os olhos
Mas espelha no olhar
Seu sentimento, sua intenção
E no silêncio o que diz seu coração
Alma
que ama
Alma que odeia
Que pede, que doa
Que foge, se entrega
Condena, perdoa
Deseja, inveja
Alegra, magoa
Alma que odeia
Que pede, que doa
Que foge, se entrega
Condena, perdoa
Deseja, inveja
Alegra, magoa
Alma
farta
Alma faminta
Livre, cativa
Grande, pequena
De medo, de fibra
Alma faminta
Livre, cativa
Grande, pequena
De medo, de fibra
Ó
alma!
Mantida na calma
Nos dons de valor
Na esperança que salva
Na justiça e no amor
Mantida na calma
Nos dons de valor
Na esperança que salva
Na justiça e no amor
Como
o teor da poesia
Muitas são as almas
Que regam com seus feitos
Seus sonhos ou pesadelos
Muitas são as almas
Que regam com seus feitos
Seus sonhos ou pesadelos
Almas
Penadas
Sem rumo na dor
Almas Gêmeas
Unidas no amor
Almas do Além
De longe elas vem?
Para o mal ou para o bem?
Sem rumo na dor
Almas Gêmeas
Unidas no amor
Almas do Além
De longe elas vem?
Para o mal ou para o bem?
Alma
de Luz
Que a todos conduz
Morre, se sacrifica
ressuscita e eterniza
Com o verbo da vida
Pregado na cruz
Que a todos conduz
Morre, se sacrifica
ressuscita e eterniza
Com o verbo da vida
Pregado na cruz
Almas
das trevas
Cegas pela escuridão
Almas iluminadas
Feito estrelas na imensidão
Vão no tempo que não para
Sem estradas se encontrar
Diante o céu, no grande eclipse
De um novo gênesis
Após o apocalipse
Cegas pela escuridão
Almas iluminadas
Feito estrelas na imensidão
Vão no tempo que não para
Sem estradas se encontrar
Diante o céu, no grande eclipse
De um novo gênesis
Após o apocalipse
Viaja
a alma do poeta
Dando vida a poesia
Como quem pinta uma tela
Ou canta uma melodia
Em suas obras o espírito
Que a história imortaliza
Dando vida a poesia
Como quem pinta uma tela
Ou canta uma melodia
Em suas obras o espírito
Que a história imortaliza
E
o poema d`alma
Evoluindo seus versos
Com a evasão da vida
Infinita feito o universo
Evoluindo seus versos
Com a evasão da vida
Infinita feito o universo
Vá
poesia
Siga o seu curso
Leve o meu sangue
E doa a todos que te leu
Sem descriminação crença
Seja rico, pobre, cristão ou ateu
Siga o seu curso
Leve o meu sangue
E doa a todos que te leu
Sem descriminação crença
Seja rico, pobre, cristão ou ateu
Mostre
que mais do que a carne
Os ossos, o sangue, a pele e os pelos
É a alma a essência da vida
Os ossos, o sangue, a pele e os pelos
É a alma a essência da vida
Que
mais que o tato, a audição,
O olfato, o paladar e a visão
És o sexto sentido
E o maior que temos
Chamado pensamento
O olfato, o paladar e a visão
És o sexto sentido
E o maior que temos
Chamado pensamento
Assim
vive nas almas
O sétimo sentido
Que as fazem viver
É o sentido de sentir
A presença de Deus
E na busca desta verdade
Através da energia da fé
Alcança a alma a eternidade.
O sétimo sentido
Que as fazem viver
É o sentido de sentir
A presença de Deus
E na busca desta verdade
Através da energia da fé
Alcança a alma a eternidade.
Pseudônimo: João Saramica
Título: Mineralma
Crepita
em mim a centelha divina
Substância
mesma
De
que se constituem os sonhos.
Abstração,
porém aprisionada,
Esmagada
sobre o peso
De
matéria pouco nobre:
O
barro do chão!
Convivem-me,
a um só tempo,
A
linhagem dos anjos
E
a hereditariedade química
Das
pedras.
Tenho
o DNA de Deus,
Fluido
halo de luz,
Na
compacidade das rochas.
Daí
por que professo
A
religião do paradoxismo
A
dualidade antagônica
Que
caracteriza minha humanidade
E
me condena a pagar o ônus
Da
gravidade.
E,
despojado da levitação
Própria
das fagulhas
Pelo
chumbo de que sou forjado
É
que pratico a peculiar
Alquimia
dos poetas...
Pseudônimo: Efêmera
Título: Dar à luz
Fui
parida pela língua
E
nasci com o dom das palavras...
Se
um dia eu morrer à míngua,
Rejeitar-me-ão
as necrófagas larvas.
Pois
poeta de verdade não morre,
Posto
que jamais é esquecido:
O
verso ganha vida própria e corre,
De
boca em boca é dito.
Ser
gerada assim é uma grande sorte
Que
me garante eterna vida:
O
corpo pode até se entregar à morte,
Mas
a arte será sempre reconhecida.
Pseudônimo: Pedrita Drummond
Título: Suspiro
Gradualmente
As vistas
Ficarão mais cansadas
Que o habitual
As pernas
Dançarão
Bambas
Pelas ruas,
As mãos
Serão fracas
Perante
Os copos
Na face: rugas
Cavidades da vida
Marcas do tempo
Coração em pêndulo
Subitamente
A memória
Falhará,
Fechará
O cerco
Irão amores
Amigos
Momentos
A espinha
Ereta
Curvará
Em cumprimento
Eterno?
E a fragilidade
Será sem-vergonha
Inevitavelmente
Cairá em leito
Num sopro
Horizontal
Será fatal
Por ter sido
Humano
As vistas
Ficarão mais cansadas
Que o habitual
As pernas
Dançarão
Bambas
Pelas ruas,
As mãos
Serão fracas
Perante
Os copos
Na face: rugas
Cavidades da vida
Marcas do tempo
Coração em pêndulo
Subitamente
A memória
Falhará,
Fechará
O cerco
Irão amores
Amigos
Momentos
A espinha
Ereta
Curvará
Em cumprimento
Eterno?
E a fragilidade
Será sem-vergonha
Inevitavelmente
Cairá em leito
Num sopro
Horizontal
Será fatal
Por ter sido
Humano
Pseudônimo: Rain Marauder
Título: Efemeridade relativa
Sempre
me disseram que tudo é efêmero,
Nossa
vida e o tempo escorrem por nossas mãos
E
murcham tão rápido como as rosas
No
fim o que nos resta é sermos decompostos por moneras
Há
aqueles que creem no destino, porém este
nos
prende em eterna ilusão e se diverte com
a
nossa ingenuidade.
Ô
vida bastarda, por que a morte tardas?
Sempre
pensei ser somente um composto do carbono e do amoníaco,
Que
jazeria nessa fria terra, dominada por vermes.
Porém
descobri algo que não é efêmero: a alma.
Alma
desolada, que vagarás por essas longas estradas
Até
que algum dia encontrará refúgio
Seja
na natureza ou voltando aos túmulos
Pseudônimo: Lelo do Valle
Título: Ela não era mais ela
Ela
não era mais ela.
Esse
mundo somente desconhecia,
aqui
nada mais a entretia.
Queria
estar onde está sua vó, sua tia.
Tinha
medo mas queria.
Tudo
começou quando um dia acordou,
e
do sonho se lembrou.
Foi
como se tivesse estado do outro lado,
onde
nunca em vida poderia ter imaginado.
Sua
alma na volta da viagem
em
algum lugar se enganchou.
E
lá ficou.
Agora
de novo acordada não conseguia mais ser
a
de ontem.
O
chão parecia estranho a seus pés,
como
se eles ali nunca tivessem pisado
ou
como se tivessem pisado há muito tempo,
e
por isso desacostumado.
De
repente se sentia muito mais velha
do
que realmente era.
Sua
idade parecia que tinha se elevado ao quadrado.
Tudo
parecia estranho.
(Olhava
a xícara e se perguntava para que servia,
olhava
a porta e não sabia mais direito onde daria.)
Foi
tomar banho.
Na
rua, na janela, na esquina,
o
vento que de repente batia,
apenas
ouvia, mas não sentia.
O
presente parecia forjado,
sua
vida ficara no passado.
Não
sabia porque ainda vivia.
Tinha
de repente a impressão de que estava ali
por
ter sido esquecida.
Passara
da hora e não fora embora.
Como
uma visita que vem e se prolonga
mais
do que o esperado.
O
assunto acabou e a conversa cansou.
Era
indiferente ao presente que não tinha surpresa,
nele
não via mais beleza.
Ou
melhor,
via,
mas desprezava, ignorava.
Era
como estar sentada numa sala de espera,
sabendo
que o trem já partira
sem
esperar por ela.
Ou
ela é que esquecera de embarcar.
Não
saberia explicar,
mas
era um sentimento de ali não mais estar.
A
doublê de si mesma tomara seu lugar.
E
que não dissessem
que era depressão.
Não
era essa a questão.
Era
só uma curiosidade mortal, (Mortal.)
em
outra possibilidade do viver,
em
outra possível forma de existir.
O
sol brilhava,
a
noite chegava,
mas
nada mudava.
Ficara
o estranhamento, o desencanto.
E
o que talvez seria o novo,
(por
sua vez,)
também
não lhe chegava.
E
assim ficara à deriva.
À
deriva no mundo,
um
vivo errante, moribundo.
Tinha
um olhar afundado.
(A
insegurança da flor que já se soltou,
e
espera o vento mais forte
que
vai terminar com aquela dança da morte.)
Uma
bola de neve que pela
força
da inércia ainda rolava, mas não aumentava.
Uma
fonte que há tempos secara,
mas
que ainda pingava.
Uma
barata ontem pisada e esmagada,
mas
que ainda hoje se arrastava.
Sabia
que gostaria de partir,
mas
como também não sabia onde iria chegar,
ou
se os outros que lhe faltavam de novo encontrar,
ou
se do desconhecido gostar,
ou
se era um partir sem chegar,
apenas
duvidava, estranhava.
Como
alguém que estranha o próprio sapato.
Estava
estranha.
Aqui
estava mas não sabia mais direito qual era o dia
em
que estava.
De
manhã ao acordar se interessava,
mas
de tarde de novo se cansava.
Cansava-se
só de ver os outros vivendo.
Cansara-se
do que queria ter feito e não fez.
Era
um verso que não tinha sido concluído,
um
casamento não consumado.
Calada,
desligada, fraca,
desinteressada,
apática,
neurótica,
descrente,
desiludida,
aberta para o nada,
uma
ferida esperando
ser
arranhada.
Um
vulcão extinto,
uma
barriga vazia,
uma
boca sem dentes.
Como
um alvo esperando a flechada,
um
condenado esperando a data marcada.
E
enquanto essa não chegava,
era
um vulto passante
que
nem triste conseguia ser.
Era
apenas um prolongado viver.
Assim.
Nem feliz, nem infeliz.
Frio.
Vazio.
Uma
outra.
Ela.
Pseudônimo: Curiricu
Título: Lasanha
pouco
a pouco
essa garota relembrou-me de que viver nem é tão insuportável,
eu, de troco,
acabei dizendo a ela que desenhar é sair correndo atrás de uma parte de mim
resolvendo os prováveis problemas de trajetória que eu, em fragmentada instância, estaria causando
com meus inúteis gritos de independência rotineiros
irreprimíveis vontades de causar dor
com marcas permanentes de ignorância e preguiça
boçais batuques no peito e perna
o custume em forçar pra disfarçar minha timidez
que por sua vez, uso para disfarçar meu medo
talvez viver seja mesmo insuportável
foi o que ela disse
tão baixo
tão baixo
tão chata
essa garota relembrou-me de que viver nem é tão insuportável,
eu, de troco,
acabei dizendo a ela que desenhar é sair correndo atrás de uma parte de mim
resolvendo os prováveis problemas de trajetória que eu, em fragmentada instância, estaria causando
com meus inúteis gritos de independência rotineiros
irreprimíveis vontades de causar dor
com marcas permanentes de ignorância e preguiça
boçais batuques no peito e perna
o custume em forçar pra disfarçar minha timidez
que por sua vez, uso para disfarçar meu medo
talvez viver seja mesmo insuportável
foi o que ela disse
tão baixo
tão baixo
tão chata
Pseudônimo: François Marie
Título: Peristáltica
ilusão
a
comida
predileta
do
faminto
é
a
fome
do
que
ele
nunca
come.
Pseudônimo: Sereníssima
Título: Amarelinha
Pintei
o Céu no chão
Mas
a gata pintada quem foi que pintou?
Eu
lembro que o toucinho o gato comeu.
Mas
garanto que não fui eu que atirei o pau no gato.
Por
que se eu fosse um peixinho e soubesse nadar
Eu
me escondia.
Mas
fui lá no Tororó, nem água tinha.
Voltei
pro Céu.
Hora
de criança dormir.
Pseudônimo: Moline
Título: KODAK 1994
Eu
sempre admirava as crianças que entravam direto na água.
Sem
antes molhar os dedos compridos dos meus pés,
sem
antes molhar, com a palma da mão, minha testa, larga demais,
à
mim mesma, eu desprezava.
Uma
vez na piscina protegida,
caindo
a bola de vôlei
era
só sair de fininho.
Enrolada
na toalha
se
arrastar até o banheiro,
acender
o gás, ligar o chuveiro,
perfeitamente
pelando de quente.
Na
parede do box, a orelha colada,
tão
agitadas quanto as filhas,
as
mães que estavam na sala
gritavam
palavras que eu já entendia.
Razão
não se ouvia,
nem
havia razão ali.
Pseudônimo: Esteves sem Metafísica
Título: Tarde em Riachão
na
casa de minha avó.
Ela,
matando muriçocas,
reclama
da sorte.
Eu,
brincando de ser poeta,
peço
um cafuné.
Meu
avô conversa com os anos.
Oitocentos
gatos cochilam no sofá.
As
flores de papel murcham
na
estante da sala.
O
menino entre memórias
pede
à avó que faça um mingau de aveia.
E
a tarde nunca passa.
Pseudônimo: João do Lago
Título: recuerdos
o
guri percorre as gretas exaustas,
performance
lúdica da inquietude rara.
vasculha
corpo,
rugas
do chão que devoram tempo,
exílio
látego da espera.
enxerga
bocas
abertas ao céu a refletir orações cegas,
dizeres
tresloucados ao sol.
berros
sufocados,
sequioso
breu de estéril solo.
só.
combustão
dos músculos retesados de agonia,
crepitam
securas pelas abreviaturas das vertentes.
crê
cura
breve
ver
delírio
trêmulo de nuvem a resplandecer riachos no horizonte.
fios
de promessas e catarses ferem os lábios ressecados de demência,
os
miolos não consolam o brandir dos labirintos de estômagos acuados.
sina.
escrito
volátil,
beijos
de graúna,
na
úmida folha que transborda outonos pelas margens,
árida
poça.
pó.
terra
batida de espantos.
ausência
de pranto,
morte
da fonte,
daquilo
que se cala sem batismo.
olhos
memória da lágrima adormecida.
devaneio
com a gota que não virá.
translúcida
tristeza da falta.
grão.
Pseudônimo: Pietro de Aragão
Título: Salada de acelga
Quando
menino almoçava
na
casa de minha avó e
a
cozinheira fazia uma
salada
de acelga com bife
assado
me fartava os beiços
feito
restaurante bom
de
Madri
um
certo dia manco
a
moça da cozinha
teve
trombose
perdeu
a perna
foi
aposentada
por
invalidez
feito
soldado amputado
por
uma mina na guerra
do
Vietnã
noutro
dia morto
o
coração de vovó parou
mudou-se
de casa e já não
há
portas, nem campainhas
a
serem tocadas por mim
que
ando perdido feito
camelo
sedento no deserto
do
Saara
cada
dia passa saudoso
eu
tenho fome
tanta
fome, aquela,
corroendo
estômagos
dos
meninos órfãos
chorando
secos de lágrimas
sobre
os cadáveres magros
da
Etiópia
agora
almoço num
self-service
qualquer
daqueles
baratos no quilo
que
não têm mesmo gosto
no
bairro manco, morto, saudoso
do
Recife
Virei
vidente na mesa,
leio
pratos vazios,
vejo
no fundo branco que
a
acelga, a vida, o dia, a noite
o
amor, a cozinheira, vovó e eu
somos
todos
transitórios.
Pseudônimo: R. Days
Título: Mea Culpa
Foi
estranha sua infância
O
pai nunca lhe amara
A
mãe sempre o desprezou
Na
mesa resignava-se desconcertado
Quando
soube que odiar os pais era permitido
Sorriu
aliviado,
Porque
podia odiar;
Os
amou.
Pseudônimo: Peter Pan
Título: O Menino e a Montanha
Menino
apascentando cabras
Na
montanha.
O
tempo badala no pescoço.
A
longa vara indica a superação
Da
sede.
O
cajado ampara o medo.
Duas
bocas compreendem
O
sol da manhã.
Apascenta
os sonhos.
A
montanha projetava seus ecos
No
vazio.
Menino
apascentando seu
Rebanho
de pedras na montanha.
Pseudônimo: Ariana Marciano
Título: Vivência
Na
verdade penso em outro lugar.
Penso
na essência do tabaco nato,
mato
morto, fogo corrente,
brisa
forte do mar.
Cantar
das ondas,
suspiro
do vento,
telhas
encardidas,
molhadas,
queimadas.
Gente
nova e velha;
gente
feliz.
Risos
e estórias;
armações
à luz da lua na calçada.
Trovoada,
pés sujos,
melados
de areia grudenta.
Cobra,
cachorro sarnento,
bicho-de-pé
e de porco.
Cavalo
ferido,
boi
abatido,
homem
de olhos diferentes,
gato
de um olho só.
Cheiro
de tinta,
cheia
de terra.
Caju
e castanha torrada,
carne
assada na toada da noite.
Sol
amarelo-laranja,
chuva
macia,
suco
de manga.
Comer
até estourar,
tubaína,
cuscuz e mungunzá.
Cansanção,
escuridão, vela acesa,
lanternas
em buracos de areia.
Siri,
guaiamum e caranguejo,
côco
verde no coqueiro lá do beco.
Pôr-do-sol,
caminhada, quebra-mar,
banho
de chuva, de mangueira e de luar.
Banheiro
que aparece até gia,
tubarão
que cheira à melancia.
Feridentas
e traquinas crianças,
que
faziam de um rabo, uma trança.
Aprender a andar de bicicleta,
rala joelho, rala mão e quebra a testa.
Aprender a andar de bicicleta,
rala joelho, rala mão e quebra a testa.
Menininha
que dorme bem lá na rede,
ouve
estórias de estrelinhas bem brilhantes.
Vai fechando os seus olhos cintilantes,
Vai fechando os seus olhos cintilantes,
e
em seu sonho, lua-sol com tinta verde.
Pseudônimo: Baixinha
Título: Lembranças de minha
infância
Deus,
que saudosa manhã,
Em
que ouço as melodias
O
ranger do carro de bois
E o
vento nas pradarias!
Quem
conhece esses sons
Na
minha roça verdejante
Esquecer
não poderá.
O
que há de bom nesta vida,
Pode
passar de corrida,
Mas
saudades deixará.
Vendo
a água no moinho,
Sinto
uma doce lembrança
Lembro
pássaros, lembro flores,
Todos
meus grandes amores,
Da
infância refletindo.
A
corrente do regato,
O
cheiro de flor do mato
Das
relvas no ribeirão,
Tudo são
boas memórias
Que
fazem lembrar mil histórias
Gravadas
no coração.
Pseudônimo: Sonhador
Título: Álbum de Retratos
Ao rever
o velho álbum de retratos
minha
alma é um mar submerso em nostalgia,
há um
menino a plantar sonhos abstratos
num
jardim onde o real se une à magia.
Cada
fotografia uma lembrança,
um
menino carrega sua lancheira,
um
menino trajado à jeca dança,
um
menino a escalar a laranjeira.
Não há
fotos do medo de trovoada,
do gosto
bom dos bolos da vovó,
daquela
boa aflição no esconde-esconde.
Porém,
guarda a emoção dessa alvorada
o peito
do menino, agora adulto,
mas que
dentro de si um menino esconde.
Pseudônimo: Florindo Campos Agreste
Título:
A Infância
O
tempo aqui é sempre.
O
dia é infindo.
A
liberdade brinca pelo chão.
Pelos
jardins, os sonhos vão-se abrindo,
E
se espalham em toda direção.
Entre
a realidade e a fantasia,
Não
há, aqui, qualquer separação.
Não
há limite,
Não
há impossível.
O
horizonte é um risco feito à mão
E
é sempre festa... É riso... É brincadeira.
Não
há tristeza,
Nem
preocupação;
O
sol acende o dia, todo dia;
O
espaço vai onde alcança a visão.
Aqui,
o tempo travou o seu relógio
Ou
deixou por aí, em algum lugar,
Pra
esperar que a água, gota a gota,
Sacie
a sede e, aos poucos, encha o mar.
Aqui
o tempo espera o tempo todo,
Que
a ave vá suas asas abrindo,
Para
o primeiro voo.
-
É a manhã da vida!
É
aqui que a vida vai se construindo.
Pseudônimo: Gaspar
Título: Ensino Padrão
antes
da escola fundamental
se
aprende o medo
gênese
modelada
a gesso
=
= =
a
escuridão era verdadeira
–
concreta massa –
para
atravessá-la
só
a golpes de espada
uma
criança não se arriscava
as
árvores em torno
se
curvavam à luz
dentro
da casa
na
encosta do morro
escondidos
os
olhares dos predadores
fátuos
sobre
o bico duro
o
vento dançava à nossa volta
encolhidos
acompanhávamos
a dança das sombras
à
luz da única vela
=
= =
de
dia aprendíamos
“onde
tem goteira
não
seca nunca”
saíamos
de cabeça baixa
as
orelhas tensas
temendo
ser o alvo
da
próxima pedrada
Pseudônimo: Machado Quintana
Título: Adeus, meninos...
Hoje
descobri apavorado
Que
meu carro não era mais de plástico
Minha
casa na árvore, um quarto e sala espremido e sombrio
Meu
trenzinho de madeira, um de alumínio, enorme, sob a grande cidade
Meu
avô, uma lápide
Minha
conga, um sapato italiano, encerado
E
minha capa de herói, uma forca gravata
Descobri
meus amigos de bairro, países distantes
Os
meus pais, solteiros
Minha
cabana no quintal, um escritório sufocante
E
os domingos feitos de parque, um sofá oco de gente
Hoje
descobri que o menino se foi
Despedi-me
dele mirando o espelho
Foram-se
todos e tudo tão rápido
Como
se o tempo houvesse brigado comigo
Pseudônimo: Gzin
Título: Papila gustativa de
passado
Por mais
que eu tente essa regressão,
Os meus
copos de Toddy-Nescau-Neston,
E as
minhas tigelas de Sucrilhos Kellog’s
Já não
têm mais aquele gostinho
Dúlcido-crocante
da infância.
Azedaram
o deleite
Abandonado
sobre a mesa
Expositiva
dos meus hojes,
Bem ali
diante da geladeira
Dos
sentimentos congelados
Da
atualidade.
Ah! Essa
papila gustativa
Queimada
pelo escaldante
Prato
destemperado do já, já, agora,
Que não
deixa a gente sentir de novo
O
gostoso sabor dos outros tempos!
Pseudônimo: Lobo do Mar
Título: Alice
.
Alice,
embebida de pureza,
há pouco
tempo chegara ao planeta,
ainda
estava imune à maldade,
quando
as notícias velozes
rasgaram-lhe
as têmporas.
Lágrimas
verdes vertendo das retinas,
ponta de
dor aguda a lhe fisgar o peito,
grito de
clave de sol preso à garganta,
ela,
então, vê a santa desnuda
sob a
luz fria do cotidiano,...
momento
em que o belo pintou-se de breu
(sabor
amargo de inocência trincada).
Cansada,
recolhe-se ao quarto,
a
proteger-se dos cristais e plasmas.
Após
sangrar lembranças, cerra pálpebras,
chora e
soluça outra vez, sozinha.
Por fim,
Alice adormeceu!
Em seus
sonhos ainda existem flores,
a água e
a verdade parecem cristalinas
e até o
coração do homem é bom.
Acanhado,
procurei algo
que a
fizesse sentir-se melhor
quando
acordasse;
tentei
criar um ‘origami’, mas já era tarde,...
eu só
tinha em mãos, a realidade.
.
Pseudônimo: Oapologista
Título: Infância saudosa
Oh!
Minha infância saudosa,
lembro-me
de ti em todo o tempo,
as
brincadeiras, a lancheira, a escola,
o
amor, amizades, e a nostalgia que lamento.
Ah!
Se o tempo voltasse de novo,
pra
ser feliz nesta inocente verdade,
viveria
tudo outra vez, sem remorso,
esquecer
as angústias, a dor, a saudade.
Oh!
Tempo que não volta mais,
tempo
das brincadeiras inocentes,
onde
meus olhos viam mais,
digo...
numa utopia recente:
Ah!
Se a infância fosse pra sempre,
pra
gente poder amar mais.
Pseudônimo: Nonada F.C.
Título: Infâncias
quando criança
Drummond lia Robinssom Crusué
eu jogava bola.
poeta maior
eu ainda não aprendi
a jogar bola.
Pseudônimo: Marco Lossal
Título: Preciosidades
Quando
era garoto
coleccionava
vozes de caracol,
cheiros
de chuva e brilhos
de
estrelas do mar...
na
infância, voava em asas
de
lagartas
corria
na chuva e ouvia
o
mar nas conchas dos caracóis...
menino
quase adulto
moleque
de meia-idade
que
coleccionava as vozes
das
estrelas, as malhas da girafas
e
flores imperfeitas:
antúrios
crisântemos
girassóis
e
plumas de beija-flores
espuma
de nuvens
pedras
de gelo que caiam do céu...
incoerências
improbabilidades
incertezas
coleccionava
as coisas que outros
deixavam
inacabadas...
lápis
de cor
papeis
velhos
vapores
de chás...
coleccionava
coisas que não consiguia
guardar,
coisas que não sei
onde
estão...
coleccionava
nomes de cidades fictícias
fotografias
de lugares que
não
existem,
coleccionava
almas de seres
microscópicos
unicelulares.
Pseudônimo: Poetinha das
Barrancas do Uruguai
Título: Tia Tita
Tia
Tita fazia sopa bem temperadinha.
Também
era temperado o seu olhar: tempero de tristeza.
Tia
Tita tinha um armário.
No
armário: sapatos muito altos; brancos, marrons. Carmim.
Perucas
oleosas
Que
serviam em mim.
Uma
boneca de palha e tardes e sorrisos sem fim.
Eu
buscava no armário
Aquilo.
Uma
espécie de matrona. Invadia.
Uma
espécie de mulher. Atraía.
Eu
ia ao armário para sair do armário e um dia ser Tia.
TEMA: O LUGAR DA LITERATURA NO MUNDO GLOBALIZADO
Pseudônimo: Alice Lobo
Título: Poética
poesia se faz pelas beiradas
com os dentes à mostra
de quereres já cansados
navio enrodilhado
um salto que gira e grita:
vem
o que há
(e sempre há de haver
são os pássaros
trôpegos de delicadeza
trazem notícias do além-mar
com o doce cheiro das ilusões
hoje é dia dezesseis
e há como meta
colocar a vida nos eixos
a trilha nos eixos
a cabeça nos eixos
a poesia é um vagão
o trem que parte
somos nós
TEMA: A ANGÚSTIA DO HOMEM DA CIDADE GRANDE
Pseudônimo: Celacanto
Título: Angústia
Gérbera
vermelha na beira da laje
Seca
sazonal na sacada de azulejos turvos
Senciente
Fujo
das telas óbvias de têmperas sujas
Temperos
leves
Conforme
o acaso regresse
A
simplicidade é o último grau de sofisticação
Pseudônimo: Tonico Vieira
Título: Surrealidade
retido
na retina insône
do
dia a dia
adiando
os seus sonhos
costuma
dizer “até amanhã”
mas
não sabe até quando
Pseudônimo: Ocelot
Título: No sol do oeste
distante
Algum
tempo no Oeste
e eu percebi:
a poeira densa e a água pouca
faz as carnes se coçarem, faz a boca
sustentar um gosto amargo de infelicidade
a cidade parece feita da seca
embora o chumbo atravessasse os corpos
dias e noites sem fim, a morte é mentira e
a sorte é o único lado possível
da única moeda que a gente tem.
A angústia, o desespero, a dor
de não ter uma terra sua
- os heróis tornam-se nada,
os amores são doses de péssima qualidade
e a felicidade é uma puta virgem
contando histórias de luxúria
te envolvendo, falando teu nome.
e eu percebi:
a poeira densa e a água pouca
faz as carnes se coçarem, faz a boca
sustentar um gosto amargo de infelicidade
a cidade parece feita da seca
embora o chumbo atravessasse os corpos
dias e noites sem fim, a morte é mentira e
a sorte é o único lado possível
da única moeda que a gente tem.
A angústia, o desespero, a dor
de não ter uma terra sua
- os heróis tornam-se nada,
os amores são doses de péssima qualidade
e a felicidade é uma puta virgem
contando histórias de luxúria
te envolvendo, falando teu nome.
Algum
tempo no Oeste
e eu percebi:
a vida que a gente tem
aqui dói pra cacete!
os bandidos, os cowboys, os xerifes
as mocinhas dos cabarés
com suas pernas roliças dançando
aquela dança com nome esquisito
a música triste dos velhos sem nome
é a vida na terra dos desertos
é o coiote, são os urubus esperando
a última alvorada dos coxos
os quebrados por esta vida
desajustados, atrasados, sem história
aqui, no oeste longe, não tem lugar
pra essa gente que sofre e chora
no escuro do salão de bar.
e eu percebi:
a vida que a gente tem
aqui dói pra cacete!
os bandidos, os cowboys, os xerifes
as mocinhas dos cabarés
com suas pernas roliças dançando
aquela dança com nome esquisito
a música triste dos velhos sem nome
é a vida na terra dos desertos
é o coiote, são os urubus esperando
a última alvorada dos coxos
os quebrados por esta vida
desajustados, atrasados, sem história
aqui, no oeste longe, não tem lugar
pra essa gente que sofre e chora
no escuro do salão de bar.
Aqui
no Oeste queima sol o tempo todo
e a gente finge rir como o diabo
mas chora feito Deus ao ver o ódio
– O Oeste é o fim do mundo.
e a gente finge rir como o diabo
mas chora feito Deus ao ver o ódio
– O Oeste é o fim do mundo.
Pseudônimo: O Matemático
Título: Homem ao acaso
Eu, vinte e um anos,
homem direito,
não formado,
sem dinheiro,
mas de boa família,
venho estufar o peito
e bater com força nos pulmões
a mão em concha
pra vos dizer que tenho medo.
E se o passo acelero,
procurando atravessar
os quilômetros que me separam
do futuro,
é porque busco
a esperança que não encontro
hoje;
eu, cidadão brasileiro,
desarmado, descrente, desesperançoso,
e tantos outros "des",
assim como tu,
luto pela paz e igualdade,
movido unicamente por um coração
e uma alma,
que há de se questionar se existe,
munida de coragem e energia
que me sobrou da última refeição;
eu, assim como tu,
ando estressado, cheio de contas pra pagar,
com um terno escuro
num calor intenso de quarenta graus,
porque sou homem sério
e sei que a impressão primeira
é a que fica, e como vós,
preciso me curvar ao poderio
do mundo,
mesmo no verão,
mesmo encharcando o terno
com gotas de suor e sacrifício,
porque meu filho,
assim como os vossos,
não se contenta com uma pipa,
ou um carrinho ou um pião,
e minha casa precisa de móveis,
luz e pão;
eu, universitário,
pacífico, morador da Zona Norte,
assim como vós,
não entendo a vida,
mas sigo por instinto
a pressão de ser alguém,
seja qual for o sentido;
porque eu,
homem de vinte e um anos
e um sonho de justiça,
estou aqui, como vós,
por um mero acaso
e agradeço pela chance
de estar vivo.
homem direito,
não formado,
sem dinheiro,
mas de boa família,
venho estufar o peito
e bater com força nos pulmões
a mão em concha
pra vos dizer que tenho medo.
E se o passo acelero,
procurando atravessar
os quilômetros que me separam
do futuro,
é porque busco
a esperança que não encontro
hoje;
eu, cidadão brasileiro,
desarmado, descrente, desesperançoso,
e tantos outros "des",
assim como tu,
luto pela paz e igualdade,
movido unicamente por um coração
e uma alma,
que há de se questionar se existe,
munida de coragem e energia
que me sobrou da última refeição;
eu, assim como tu,
ando estressado, cheio de contas pra pagar,
com um terno escuro
num calor intenso de quarenta graus,
porque sou homem sério
e sei que a impressão primeira
é a que fica, e como vós,
preciso me curvar ao poderio
do mundo,
mesmo no verão,
mesmo encharcando o terno
com gotas de suor e sacrifício,
porque meu filho,
assim como os vossos,
não se contenta com uma pipa,
ou um carrinho ou um pião,
e minha casa precisa de móveis,
luz e pão;
eu, universitário,
pacífico, morador da Zona Norte,
assim como vós,
não entendo a vida,
mas sigo por instinto
a pressão de ser alguém,
seja qual for o sentido;
porque eu,
homem de vinte e um anos
e um sonho de justiça,
estou aqui, como vós,
por um mero acaso
e agradeço pela chance
de estar vivo.
Pseudônimo: Rachel Martin
Título: Metrópole através da
janela
O
que você vê
quando
olha para o horizonte?
Você
vê o que ali está ou o que gostaria que estivesse?
Você
vê as grades na janela ou enxerga além delas?
Você
vê o mar ainda que esteja bloqueado?
Você
vê as gaivotas e ignora o lixão?
Você
vê os cães vadios vagando pela rua?
Você
vê o mendigo morto de frio no chão?
Você
vê as crianças abandonadas e sem futuro?
Você
vê os prédios que violam o céu?
Você
vê a núvem negra que bloqueia o sol?
Você
vê o estupro que ocorre no beco?
Você
vê o farmacêutico sangrando na calçada?
Você
vê a prostituta-menina chapada e alheia ao mundo?
Ou
você vê só riqueza e progresso?
Você
ignora o que vê porque não pode suportar
as
atrocidades que estão diante de seus olhos?
Ou
você nem olha pela janela
para
não ser visto pelo outro lado?
O
que você ouve
quando
abre a janela?
Você
ouve sons reais ou os que gostaria de ouvir?
Você
ouve o cantar de pássaros que não estão lá?
Você
ouve o riso de crianças que não têm motivos para se alegrar?
Você
ouve o som do silêncio através da poluição sonora?
Você
ouve os gritos por socorro e a sirene da polícia?
Você
ouve a criança que chora pela mãe que não conheceu?
Você
ouve os tiros e pensa em quem foi atingido?
Você
ouve a voz que pede por trocados?
Você
ouve os sons dos carros que trancam o trânsito?
Você
ouve os gritos do marido que bate na esposa?
Você
ouve o choro da criança abusada em segredo?
Você
ouve o coração hipertenso se aproximando da última batida?
Ou
você só ouve o som do desenvolvimento?
Você
ignora o que ouve porque não pode suportar
o
horror que tais sons despertam?
Ou
você nem abre a janela
por
medo da bala perdida?
Talvez
você não queira ver sua amada metrópole do alto,
através
da janela, donde pode julgar
Talvez
você nem se aproxime da janela
por
medo do que pode encontrar
Pseudônimo: Charles Controle
Título: Lamentos digitais
—
Você ainda não comprou o lançamento!?
Lamentos
coletivos
aumentam
a solidão.
Só
lhe dão
felicidade
à vista em anúncios,
prenúncios
de um novo mundo
em
embalagem descartável.
Recital
reciclável:
mais
um suicídio digital.
Rousseau,
meus pêsames,
o
Bom Selvagem foi globalizado.
Vive
refém de seu irmão:
o
Mau Civilizado.
Pseudônimo: Barolo
Título: Por favor, não se
esqueça
Coma
as peras que deixei na geladeira.
São tuas, comprei-as pra ti.
Sinto pela casa desarrumada,
Pela mesa posta às pressas,
Pela falta do adoçante,
Por minha ausência.
A saudade me pesa,
A solidão me pesa,
Mas o dia já acaba
Antes de nascer.
Ligo do hotel assim que chegar.
Estarei cansada, quase morta.
Sinto deixar somente peras
E não descascá-las
E não dividi-las.
Sinto ser assim.
Coma as peras,
Não se esqueça
E tenha contigo
Um bocado de mim.
São tuas, comprei-as pra ti.
Sinto pela casa desarrumada,
Pela mesa posta às pressas,
Pela falta do adoçante,
Por minha ausência.
A saudade me pesa,
A solidão me pesa,
Mas o dia já acaba
Antes de nascer.
Ligo do hotel assim que chegar.
Estarei cansada, quase morta.
Sinto deixar somente peras
E não descascá-las
E não dividi-las.
Sinto ser assim.
Coma as peras,
Não se esqueça
E tenha contigo
Um bocado de mim.
Pseudônimo:
Diego Duá
Título: Check List
Acordar bem cedo,
Maquinar idéias,
Maquiar meu medo,
Mexer em colméias,
Escrever o enredo
Das vãs odisséias
Que de tempo em tempo
Tenho de abortar.
Engolir aos poucos
As minhas groselhas,
Que também sou gente,
Tenho de falhar.
Vasculhar meu lixo,
Minhas histórias velhas,
Que também sou bicho,
Tenho de rosnar.
Tenho que, aos poucos,
Deixar de ser louco.
E, em outros poucos,
Tenho de voltar.
Tenho de, aos poucos,
Esquecer o sufoco.
Que também sou gente...
Quero respirar.
E depois de tudo
Vou dormir um pouco,
Vou sonhar meus sonhos
E vou acordar...
Pseudônimo: Urbanoide Lírico
Acordar bem cedo,
Maquinar idéias,
Maquiar meu medo,
Mexer em colméias,
Escrever o enredo
Das vãs odisséias
Que de tempo em tempo
Tenho de abortar.
Engolir aos poucos
As minhas groselhas,
Que também sou gente,
Tenho de falhar.
Vasculhar meu lixo,
Minhas histórias velhas,
Que também sou bicho,
Tenho de rosnar.
Tenho que, aos poucos,
Deixar de ser louco.
E, em outros poucos,
Tenho de voltar.
Tenho de, aos poucos,
Esquecer o sufoco.
Que também sou gente...
Quero respirar.
E depois de tudo
Vou dormir um pouco,
Vou sonhar meus sonhos
E vou acordar...
Pseudônimo: Urbanoide Lírico
Título: Noturno de Rua
Vagueio
no
silêncio morto
das ruas mortas
entre
casas escuras
entre
vidas escuras
entre
sentimentos
banidos
e desmistificados
o
silêncio me invade
(e
eu me transformo
numa dessas ruas)
o
silêncio está nos homens
somos,
todos, ruas
noturnas e desertas
Pseudônimo: Sabiá Duqueza
Título: Entre vermes e
camélias
Hoje
morro
Amanhã me enterram
E assim me fazem como se faz com todo homem da terra:
Esquálida matéria a fenecer ordinariamente
entre vermes e camélias.
Tal como a noite que se rompe!
Tal como a arte que se exprime!
Triste a ter de morrer assim
Sem ao menos ter sabido quem eu era
Vou procurar no silêncio destas horas
tudo aquilo que ora fui e que não era.
A vagar assim irremediavelmente para a estrada do nada
Recordo todo o meu passado escoado
E neste recordar-se sinto a soprar-se em mim algo
Profuso porém necessário.
O passado num passe escorre sobre os confusos
corredores do meu presente
e na minha retina se aloja!
Sinto que o presente me escorre pelos olhos.
Grave, contenho. Mas a luta é desigual.
E luto! Desesperadamente luto
Entre rotinas e tarefas diárias
Entre laudos e arquivos clínicos
Entre porres e turvos edifícios
Entre semáforos e viadutos
Entre amigos e públicos devaneios
Luto como a cidade desolada
Ante o massacre do inimigo
Ante o holocausto inevitável... E não obstante... Desisto?
Se lutei, se bradei
Se no intimo dos sonhos fui grande, heróico, poeta,
Em vida, pois, não passei de uma trágica comédia:
submisso, funcionário, quieto.
Se em vida eu fosse ao menos metade do que fui
Por dentro, não seria acaso eu mais interessante?
Em versos quis cantar a vida e tudo que é fruto dela
Mas em vida cantei, porém, o absurdo e a miséria
De um coração alheio a ela.
E na lida da vida, perdi?
Mas foram tantas as alegrias!
Tantas a me sorrirem seu riso!
Tantas a me abrirem as portas,
A convidar-me a entrar no rito, dizendo-me:
Entre!
E entrei:
e amores eu vivi
e amigos eu cantei
e amores vi parti
e logo outros eu ganhei
e entre dezembros e maios e fevereiros amei.
Crédulo no amanhã
Acordei
E no papel desenhei nova camélia.
Amanhã me enterram
E assim me fazem como se faz com todo homem da terra:
Esquálida matéria a fenecer ordinariamente
entre vermes e camélias.
Tal como a noite que se rompe!
Tal como a arte que se exprime!
Triste a ter de morrer assim
Sem ao menos ter sabido quem eu era
Vou procurar no silêncio destas horas
tudo aquilo que ora fui e que não era.
A vagar assim irremediavelmente para a estrada do nada
Recordo todo o meu passado escoado
E neste recordar-se sinto a soprar-se em mim algo
Profuso porém necessário.
O passado num passe escorre sobre os confusos
corredores do meu presente
e na minha retina se aloja!
Sinto que o presente me escorre pelos olhos.
Grave, contenho. Mas a luta é desigual.
E luto! Desesperadamente luto
Entre rotinas e tarefas diárias
Entre laudos e arquivos clínicos
Entre porres e turvos edifícios
Entre semáforos e viadutos
Entre amigos e públicos devaneios
Luto como a cidade desolada
Ante o massacre do inimigo
Ante o holocausto inevitável... E não obstante... Desisto?
Se lutei, se bradei
Se no intimo dos sonhos fui grande, heróico, poeta,
Em vida, pois, não passei de uma trágica comédia:
submisso, funcionário, quieto.
Se em vida eu fosse ao menos metade do que fui
Por dentro, não seria acaso eu mais interessante?
Em versos quis cantar a vida e tudo que é fruto dela
Mas em vida cantei, porém, o absurdo e a miséria
De um coração alheio a ela.
E na lida da vida, perdi?
Mas foram tantas as alegrias!
Tantas a me sorrirem seu riso!
Tantas a me abrirem as portas,
A convidar-me a entrar no rito, dizendo-me:
Entre!
E entrei:
e amores eu vivi
e amigos eu cantei
e amores vi parti
e logo outros eu ganhei
e entre dezembros e maios e fevereiros amei.
Crédulo no amanhã
Acordei
E no papel desenhei nova camélia.
Pseudônimo: Sara Trouble
Título: Instante
...
e o sol se pôs
Tão
bonito,
Tão
de repente
Em
minhas mãos
Repousam
quietos
Os
últimos segundos
Do
dia.
Me
escapam
Antes
que eu perceba.
Não
há nada
Que
eu possa fazer.
As
cores apagaram
E
tudo era escuridão...
Pseudônimo: FlorDensa
Título: Como Se Diz "Eu
Te Amo Em Curdo"?
Como se diz "eu te amo" em curdo?
Eu tive uma idéia e joguei no Google
Meu sonho distante, enfrenta com armas
A fome e o descaso
A fumaça do meu cigarro
Flutua pelo céu azul
Entre prédios
Dança com seus véus
Cobrindo com um Niqad
As cabeças cheias de mistérios
Eros e Tanus caminham
Ao meu lado
E um Djin
Me sorri de olhos flamejando
O mundo não é mais o mesmo
Mais de um mundo que seja
Do outro lado do mundo
Estou viva ainda, sou adulta
O saber entre mais que o sobrar
Como se diz "eu te amo" em curdo?
Eu tive uma idéia e joguei no Google
Meu sonho distante, enfrenta com armas
A fome e o descaso
A fumaça do meu cigarro
Flutua pelo céu azul
Entre prédios
Dança com seus véus
Cobrindo com um Niqad
As cabeças cheias de mistérios
Eros e Tanus caminham
Ao meu lado
E um Djin
Me sorri de olhos flamejando
O mundo não é mais o mesmo
Mais de um mundo que seja
Do outro lado do mundo
Estou viva ainda, sou adulta
O saber entre mais que o sobrar
Pseudônimo: Allived
Título: Tempos Raros
Houve
um tempo em que,
O
homem orgulhava-se
Em
ser chefe de família
Labutava,
porém sorria
Garantindo
o pão nosso de cada dia.
Houve
um tempo em que,
A
dignidade espalhava-se
Pelo
impulso da alegria
Buscando
a intensidade do amor
Na
simplicidade da ingênua utopia.
Houve
um tempo em que,
Selar
um acordo dispensava assinatura
Palavra
simples definia
Inquestionável
caráter e postura.
Houve
um tempo em que,
Ser
bom era qualidade
Que
o respeito valia
O
amor vivia
Nenhum
ser se omitia
E
os sonhos aconteciam.
Difícil
acreditar que,
Existiram
tempos tão raros
Que
definiam nossa nobreza,
Pois,
achar tais essências nos é hoje
Tão
caro...e,
Em
tempos de tantas incertezas
Não
ouso falar, apenas me calo.
Pseudônimo: Dersu Uzala
Título: Noticiário
um
menino de nove anos
assassinado em um ponto de ônibus
na cidade de São Paulo
não alterou o cotidiano
não adiou as reuniões
de negócios
os almoços executivos
as exportações
do país
um menino de nove anos
assassinado a caminho
da escola
os sindicatos não convocaram greves
de repudio
os políticos não discursaram
do picadeiro camerístico
a população não se comoveu
tantos meninos mortos
todos os dias
as autoridades competentes
não se manifestaram
um menino de nove anos
assassinado em uma rua
da maior cidade
do país
não derrubou a cotação
do dólar
não fechou a bolsa
de valores
não baixou a taxa
de juros
não paralisou as operações
dos mercados de commodities
um menino de nove anos
assassinado no meio
do tiroteio
não causou comoção nacional
diluído nas manchetes
de outros crimes
de tragédias anunciadas
será mais um nome
mais um número.
assassinado em um ponto de ônibus
na cidade de São Paulo
não alterou o cotidiano
não adiou as reuniões
de negócios
os almoços executivos
as exportações
do país
um menino de nove anos
assassinado a caminho
da escola
os sindicatos não convocaram greves
de repudio
os políticos não discursaram
do picadeiro camerístico
a população não se comoveu
tantos meninos mortos
todos os dias
as autoridades competentes
não se manifestaram
um menino de nove anos
assassinado em uma rua
da maior cidade
do país
não derrubou a cotação
do dólar
não fechou a bolsa
de valores
não baixou a taxa
de juros
não paralisou as operações
dos mercados de commodities
um menino de nove anos
assassinado no meio
do tiroteio
não causou comoção nacional
diluído nas manchetes
de outros crimes
de tragédias anunciadas
será mais um nome
mais um número.
Pseudônimo: Aprendiz
Título: Ciente
Comovo-me
pelo que me movo,
Se
mostro luto é porque já lutei,
O omisso
e mudo nada muda,
Na
indiferença sempre igual, não me conformei.
Filho de
um país sem pais,
Na fila
das almas à procura de paz,
Na fuga
do fogo pro afago,
Na luta
da gota de lágrima que disparo.
Insubordinado
ao suborno,
Meus
princípios me elegem,
Os
cansados me detestam,
Os
opostos me perseguem.
A beleza
da mentira é ilusão,
O desejo
do erro arrependido é o perdão,
Pra quem
teme o tremor,
Pra quem
ainda toma posse do amor.
Intimo
os desafios,
As dores
que a vida entoa,
Mesmo
sabendo que quem mais se dói
É aquele
que mais se doa.
Eu sou a
vitória do voto vencido,
Sou a
altura do queixo erguido,
E quanto
aos intérpretes da imortal corrupção,
Esqueçam,
a mim, eles nunca terão.
Intenção
de habitar os outros,
Frustração
de habituar poucos,
Volto
para o alto da minha pessoa, enfim,
Autodescoberta
do que já sei que há em mim.
Não há
preço que peço,
Nem peso
dos valores que meço,
Os
deveres não são comprados,
A
consciência é que os cobra.
Pra me
livrar das farsas
Corro
sem freio,
Abismo à
vista,
Ou caio
ou crio asas.
Pseudônimo: Dom
Título: Me demito!
Me demito
Medo não é mito
deu-se a desgraça
Troco poesia por qualquer serviço
Até componho jingles para vereador,
odes a x-burgers,
propaganda de papel higiênico
Pra poder limpar a bunda
De quem nem consciência tem mais
Para ousar saber
Que o 'fast'
às vezes só nos 'food'
E que o hilário
Pode ser muito desastroso...
Me demito
Medo não é mito
deu-se a desgraça
Troco poesia por qualquer serviço
Até componho jingles para vereador,
odes a x-burgers,
propaganda de papel higiênico
Pra poder limpar a bunda
De quem nem consciência tem mais
Para ousar saber
Que o 'fast'
às vezes só nos 'food'
E que o hilário
Pode ser muito desastroso...
Pseudônimo: Matilde Daruné
Título: Corpos Velados
Todos
os dias a favela vela
Os
corpos na vala
Que
são de quem fala
Aquilo
que se quer calar
A
vela acesa
Revela
uma vida apagada
Uma
vida levada
De
forma velada
Cálice
que não se cala
No
asfalto falta agir
A
girar, o mundo segue em silêncio
Asfaltando
nossas vidas
Sepultando
nossos sonhos
E
o que era para se tornar concreto
Fora
acimentado, debaixo do concreto
Sonho
não concretizado,
E
sim concretado
Pelo
asfalto frio e acinzentado
Que
de tanto... apaga a vela.
Cinza:
mistura de rubro e negro
Sangue
de preto
Que
escorre do alto
A
chama se vai
E
ficam as cinzas
Cinzas
que asfaltam a cidade.
Pseudônimo: Nando Meikoloski
Título: Laurel ao visionário
torto
Às
tuas sandices –
outrora
mal vistas
por velhas beatas
e membros do clero
– eu presto homenagem,
com todo o respeito
e com todo o zelo
do meu coração.
E as tuas gírias –
outrora só ditas
por loucos andejos
e vis vagabundos
– agora eu insisto
que sejam revistas.
Serão incluídas
no meu dicionário.
Teus atos insanos –
outrora coibidos
qual fossem maus modos
e temeridades
– já todos me inspiram,
em seus pormenores,
e elevo-os ao pódio
de gestos heroicos.
por velhas beatas
e membros do clero
– eu presto homenagem,
com todo o respeito
e com todo o zelo
do meu coração.
E as tuas gírias –
outrora só ditas
por loucos andejos
e vis vagabundos
– agora eu insisto
que sejam revistas.
Serão incluídas
no meu dicionário.
Teus atos insanos –
outrora coibidos
qual fossem maus modos
e temeridades
– já todos me inspiram,
em seus pormenores,
e elevo-os ao pódio
de gestos heroicos.
Pseudônimo: Venusiana
Título: Retocaram D’Beauvoir
Houve
um tempo em que nós éramos deusas;
Então
eles nos transformaram em bruxas.
Eu
que não sou bicho, nem nada
Fui
relegada à cozinha,
a
dar crias,
Feito
um animal
de
dentes contados
Eu
que sou gente,
Virei
coisa Vendável,
Oferecível
nas
bancas de jornais
Eu
que já fui livre
Tenho
que ser pura
modesta
e burra
Para
ser amada
Retocaram
as coxas de D’Beauvoir
Nem
D’Beauvoir escapa
Eles
retocaram a bunda de D’Beauvoir
Nem
eu, nem você,
Nenhuma
de nós escapa.
Pseudônimo: Manoel Helder
Título: Ofício de Quixotes
Aos
que vendem a fome
e
os malabares
nos
ombros de um amigo;
às
cinderelas de rua
sem
cristais nos pés;
aos
que beiram abismos
com
intenção de voo
a
cada dia;
aos
suicidas
pendurados
na dor
nó
na garganta.
Aos
órfãos de vida
eu
deixo o fogo, expelido
da
garganta dos moinhos
pra
que confundam a poesia
com
mil dragões adestrados.
Pseudônimo: Olívia
Título: Sentimento Perene
Sinto
o desespero que corre pelo mundo,
a
humilhação do pobre, sem esperança,
e
o sorriso que foge do rosto da criança.
Sinto
o poder a controlar o pensamento
que
definha até ser um moribundo
e,
de alma encolhida, procura alento
na
contemplação dum altar de igreja.
Sinto
a prostituta vender-se pelo dinheiro
que
comprará o leite ao filho que implora
um
pouco do calor da mãe, e que a deseja
para
apertá-lo, no peito, o dia inteiro.
Sinto
o pai, sem trabalho, que já chora
por
um pedaço apenas de pão duro,
ou
pela maçã podre que se deita fora.
Sinto
o homem corrompido pelo poder,
que
lhe enegrece a alma, ainda mais,
não
seguir a luz, guiar-se pelo escuro,
supondo
que o auge não findará jamais.
Sinto
o sem abrigo sem regeneração
que,
sem amor próprio, busca compaixão
e
recusa o regresso que lhe é dado.
Sinto
a lei feita por interesse pessoal
que
torna o marginal sempre mais ousado
e
o rico e poderoso ladrão sem risco.
Sinto
o governante que governa mal
na
incessante busca de qualquer provento,
usar,
a seu prazer, os poderes do fisco,
para
gerir valores a seu bel contento.
Sinto
o mundo em convulsões, em guerra,
Que
se perdeu o amor que havia à terra,
Que
o auxílio, a ajuda é, hoje, letra morta
E
até já não se atende quem bate à porta.
Sinto
que não vejo um só rosto sorrir,
pelos
caminhos só existem escolhos,
já
não sinto a luzinha brilhar nos olhos,
e
até sinto que já não posso mais sentir.
Pseudônimo: Pedro Andreatto
Título: Fotografia da
tarde
mexe
re-
mexe no
lixo
cheio de
animo-
sidade,
...vai
repleto de
res-
tos
quali-
ficados
os dejetos
des(u)manos
carre-
gado(s)
no saco, deposita a
adver-
sidade
não é
lixo:
é luxo, nece-
(s)sidade básica
- aqui, é trágico,
ali,
estratégia;
revira-
volta
cri- a- tividade
re-
penso
no seio materno:
na cria perdida
na vida bandida
na vida des-
pedida
daquele pobre
‘animal’
que
ali,
vai...
Pseudônimo: Jean Jacques
Título: À Castro Alves
Nesses
navios de pele negra, branca,
Fria
pele, áspera...
Nesses
navios...
Substrução
corroída!
Nesses
navios negreiros multicoloridos
Que
navegam pela vala da indiferença
E
da miséria,
Aportando
nas margens da desesperança,
Recrutando
guetos e senzalas...
Nesses
navios de pele mulata, amarela,
Gélida
pele, árida...
Nesses
navios...
Telha-vã
apedrejada!
Nesses
navios fantasmas que navegam
Como
se o passado
Não
passasse de meia hora,
Como
se o chicote ainda fosse ao céu
E
caísse como um raio na alma,
Como
se fizéssemos papel higiênico
Das
áureas leis da República...
Nesses
navios...
Versos
de Castro ainda escorrem em sangue,
Ainda
vivem...
No
tronco, nas lágrimas,
Nas
costas putrefatas, na dor tatuada...
Nesses
navios...
Mil
anos passam sob mil noites...
Açoite,
açoite, açoite cruel!
As
ruas viram senzalas...
“Dá
indiferença!”,
“Cinquenta
chibatadas!”...
E
o céu, à noite, sem luminosa,
Reflete
a atualidade em essência,
Almas
escuras, verdade tão clara...
Pseudônimo: José Maria
Título: Passos Curtos
Falam,
mas falam demais.
Não
sabem de mim tão a fundo
Não
sabem se tenho motivos
Por
mais que pareça absurdo!
Amor?
Eu
já não mais consumo
Ele
tem de ser gratuito
E
eu preciso de vários trocados
Pra
manter-me de pé neste mundo
Brincar?
Eu
já não mais costumo
Mas
sou o brinquedo de muitos
É
roubo!
Sei
que não é justo
Mas
deixo...
Não
vejo outro rumo
Rumo
de passos cada vez mais curtos
O
destino é como se vê
Em
cima das mesmas calçadas
Dormindo
Acordado
Devendo
Somente
esperando morrer.
Pseudônimo: Lituma
Título: Jogos Vorazes
Números
e metas:
reuniões
secretas,
homens
de preto,
planos
perfeitos…
FMI,
Banco Mundial:
Crise
estrutural,
local,
global…
(E
o normal
é
espalhar o caos
em
favor do Capital!)
A
ordem econômica
agora
é a do medo:
de
um país sem empregos
e
de crianças sem o pão…
Mas,
ainda assim,
grita
o especialista:
Viva
a Indexação!
Ó
monstro financeiro,
por
que a tudo devoras?
engolindo
cifras,
arrotando
glórias…
Para,
em seguida –
que
horror! –,
cuspir
os ossos
do
trabalhador.
Pseudônimo: Índio
Título: Liminar
Vamos, vamos, vamos
O tempo é curto e a distância é a longa.
Movimentem-se, movimentem-se
Já chegam e podem irritar-se
Que não nos vejam aqui.
Ninguém nos autorizou, lembrem-se.
Eles quem sabe o fizessem,
Mas hoje não será o nosso dia.
Adiem essa permanência, digam adeus,
Desconfortável adeus.
Os donos estão vindo e as nossas terras
Não são mais as que eram ontem.
Ficamos assim, ao alcance de suas decisões,
De suas mãos pesadas, de suas botas, de seu riso de escárnio.
Movimentem-se, vamos, vamos.
Ficar? Tem certeza?
Não, melhor não.
Estas terras não são mais nossas,
Seus donos alegam retorno, estorno, estorvo.
Somos estorvo, ocupantes impróprios
Nada para se preocupar.
Como disse, é melhor ir, é melhor.
Lá chegam à vista as primeiras botas raivosas
Desocupando o que estava bem ocupado.
Somos lembranças, somos passado.
O futuro a outros pretence.
A terra, como disse alguém,
A outros, justos ou não, pertence
E deles será a herança.
A nós?
Sem casa, sem caminho, sem nada
Que reste um pouco de resto, desocupação, invasão, fuga.
A nós, tomara, que sobre um pedaço de esperança
Em outra margem, em outro ponto distante.
O tempo é curto e a distância é a longa.
Movimentem-se, movimentem-se
Já chegam e podem irritar-se
Que não nos vejam aqui.
Ninguém nos autorizou, lembrem-se.
Eles quem sabe o fizessem,
Mas hoje não será o nosso dia.
Adiem essa permanência, digam adeus,
Desconfortável adeus.
Os donos estão vindo e as nossas terras
Não são mais as que eram ontem.
Ficamos assim, ao alcance de suas decisões,
De suas mãos pesadas, de suas botas, de seu riso de escárnio.
Movimentem-se, vamos, vamos.
Ficar? Tem certeza?
Não, melhor não.
Estas terras não são mais nossas,
Seus donos alegam retorno, estorno, estorvo.
Somos estorvo, ocupantes impróprios
Nada para se preocupar.
Como disse, é melhor ir, é melhor.
Lá chegam à vista as primeiras botas raivosas
Desocupando o que estava bem ocupado.
Somos lembranças, somos passado.
O futuro a outros pretence.
A terra, como disse alguém,
A outros, justos ou não, pertence
E deles será a herança.
A nós?
Sem casa, sem caminho, sem nada
Que reste um pouco de resto, desocupação, invasão, fuga.
A nós, tomara, que sobre um pedaço de esperança
Em outra margem, em outro ponto distante.
Pseudônimo: Sol
Título: Corda Bamba
Prefiro,
viver na corda bamba
na emoção de cada passo
correndo o risco de
e s p a t
i f a r – m
e.
A fazer parte de um
grupo
que usa a corda como
forca.
Para aqueles
que acreditam
que não tem escolha.
Pseudônimo: João da Prata
Título: Chaves fora
Parem
tudo, tudo mesmo.
As
eternas campanhas eleitorais e eleitoreiras,
As
Bolsas de Valores, os grampos e a inflação.
O
MST, a Reforma Agrária e as CPIs.
Esqueçam até da Fernanda Montenegro.
Parem prosadores e poetas,
Pixadores e flanelinhas,
Dançarinos de tangos e de funks,
Traidores e traídos,
Parem tudo, tudo,
Até o amor... até o amor.
Esqueçam até da Fernanda Montenegro.
Parem prosadores e poetas,
Pixadores e flanelinhas,
Dançarinos de tangos e de funks,
Traidores e traídos,
Parem tudo, tudo,
Até o amor... até o amor.
Porque
estão falsificando
remédios,
Para
doentes com câncer.
Parem
tudo e punam,
sumariamente.
Prendam
e sem
canganchas jurídicas,
Enjaulem
E
joguem as chaves fora.
Pseudônimo: A.S.M Spindler
Título: Sobre o andar da
poesia
A
poesia anda de ônibus,
ou mesmo a pé...
nunca vai de avião!
falta humanidade lá em cima,
toda-via... sobra divindade.
Poesia é olhar pra lá dos dedos...
ou mesmo a pé...
nunca vai de avião!
falta humanidade lá em cima,
toda-via... sobra divindade.
Poesia é olhar pra lá dos dedos...
Pseudônimo: Maria Flor
Título: Cegueira nossa de
todos os dias
Despida
bruscamente do sagrado
Investida
de direitos apropriados
Deixei
de enxergar o que não queria
E, me
perdi nas linhas emaranhadas
De um
trem que consome
A
crença, a decência e o homem
Cegos,
somos todos,
Tateando
na neblina esbranquiçada
Da
ignorância covarde
De
homens que devoram os seus iguais
Iguais a
tantos outros animais.
Ao
retirar o meu véu
Olhei
bem no olho da rua
Vi em
becos imundos e vielas escuras
Um
amontoado de crianças
Berço no
banco do jardim
-“Moça
paga um lanche pra mim”
O pão
A fome
A
paternidade sem nome
O sonho
longe do sim
Ao
retirar o meu véu
O futuro sedento e homens famintos
Estavam
ali
Miseravelmente
inscritos
Numa
lista sem fim
Despida
bruscamente do sagrado
Investida
de direitos apropriados
Ceguei-me.
Pseudônimo: Marechal Delano
Titulo: próximo nível
Fenda
entre as pernas
Álcool,
drogas e tostões
Centímetros
às vezes contam
Outras
vezes, não!
Viste-a?
Ei-la
ali
Heroína
sexual
Na
esquina habitual
Se
pariu no ócio
Nos
recreios
Nas
ausências dos pais
Se
calhar na esquina
Agora
escrava
Sozinha
De
si mesma, Patroa
E
foder pra si significa investir.
Pseudônimo: Ganglamne
Título: Um contrato de
amor infinito
Suplico
com consonantes murmúrios
À
mulher que em minha cama dorme
Que
não desperte e que não se isole
Pois
as horas morrem gerando juros
O
ônibus segue lotado de vagamundos
E
tudo festeja quando seu quadril se move.
Imploro
com os meus cílios caídos
Às
suas costas de amor assanhado
Que
conquiste os meus predicados
Aos
seus ternos olhos rendidos
Prostitua-me
a tirar-lhe o vestido
E
assopre-me em seu quente pecado.
Minha
dama cumpre tão bem seu ofício
Agrada
o meu faro virgem e sem senso
Que
faz do amor um ato cru e intenso
Libertando-nos
desse imundo chão fictício
Lançando-a
em um inverso precipício
E
abraçando juntos um novo céu suspenso.
Noites
virão como essa, em que a rua e os ladrões
A
tomarão impiedosamente de mim
Trazendo
à minha imaterial meretriz o fim.
Como
o tempo das dores e das maiores privações
Eu
buscarei por todas as antigas e inviáveis soluções
Até
perceber que amores pagos sempre terminam assim.
Pseudônimo: Márcia
Montenegro
Título: Trilili:
Relatos de Lili Jovino, uma garota de programa
I.
A Vaca Loira
Soube
que me chamaram de vaca,
mas
não mujo,
não
rumino,
nem
tenho chifres.
Sob
a luz do poste da esquina,
sou
apenas funcionária de RH:
faço
tudo
(sem
reclamar).
Lembro-me
de um patrão
—
um em especial —
que
não me marcou pelos cabelos à altura do ombro;
ele
tinha outra coisa mais comprida que o cabelo.
A
braguilha dele, minha janela de drive-thru,
a
batatinha já apontando para fora,
sal
e ketchup naturais,
e
eu prestes a abocanhá-la.
Longe
de ser um filho de cabeleireiro
por
causa de sua quantia capilar:
o
volume de baixo — o mesmo de cima;
o
loiro de cima — o mesmo de baixo.
Madrugada
chegando,
um
leitinho morno antes de dormir.
Ele
era a vaca!
Eu...
apenas uma funcionária de RH.
II.
Falando Várias Línguas
Atriz
-teza
tomava-lhe o coração.
Era
protagonista de seu próprio espetáculo,
mas
queria mais:
fazer
participações especiais.
Veio
até mim,
o
sorriso de metal,
o
aparelho sem banda.
Decerto
a dentista percebera
que
as bandas ela já tinha,
lhe
faltava apenas o ferro.
Procurou
a mim
porque
estava cansada de atuar em peças normais.
Queria
algo bilíngue...
talvez
até mesmo trilíngue!
Dois
corpos nus,
meu
Pão de Açúcar simétrico fazia cócegas no dela
—
doce
sensação
arrepiante.
Uma
abaixadinha,
e
minha boca experimentou
seu
quitute cenográfico.
Ouvi
um gritinho,
sabia
que seu dedo do pé já estava dormente.
Nessa
cena poliglota,
fiz
com que as línguas se entendessem.
III.
Apetite Sexual
Gordinhos
não são tão sexy,
mas
se têm dinheiro
são
tão gostosos.
Vários
palmos de altura,
bateu
palmas quando me viu
através
dos óculos fofos
que
trazia na cara fofa.
Dobradinha,
frango
assado,
leitoa
de Natal.
Ele
tinha um apetite alucinante
—
para todas as posições.
Prensando-me
contra a parede,
tentou
fazer um sanduíche.
Ainda
consegui lhe oferecer um salgadinho macio
e
ele me retribuiu com calda de leite condensado.
Não
parou por aí!
Quis
chupar um picolé,
com
sabor de Lili,
e
depois me fez lamber
toda
a parte caramelizada da sua maçã do amor.
Após
uma noite exaustiva para mim,
prazerosa
para ele,
fiquei
com a sensação de que algo permanecia introduzido em mim.
Mesmo
assim, sorri quando ele foi embora
sem
os óculos.
Pseudônimo: G.D
Título: In-Putar
Observo
a palavra p-r-o-s-t-i-t-u-t-a
,
se exibindo no poema,
Indo e vindo entre os parágrafos,
arrancando exclamação
das vírgulas e hieróglifos _!_ ;
Excita o ponto interrogação (-Quem
é?);
pula no colo do sujeito,
não possui predicado algum,
Faz do espaço vazio leito,
desconstruindo a sintaxe, σύνταξις
>>> disposta,
disputa;
Diz, puta<<<
O poeta se pergunta :
Quanto + custa * uma – noite /
sincera (c.o-m) =
a R$ PA. LAV, RA prostituta?
Pseudônimo: Lune
Título: Dez unhas
rosa-shocking e uma língua violácea
dez
unhas rosa-shocking
arranhando
a parede muda
do
viaduto
descascadas
desfolhadas
pelo
detergente de maçã
que
desinfeta de dia
na
pia
a
louça trincada
a
panela encardida
cinco
unhas rosa-shocking
espremendo
o sêmen fácil
do
freguês sem nome
apressadas
empurradas
pela
urgência de outros pênis
que
aguardam
na
fila
a
boca depravada
a
bunda consentida
dez
unhas rosa-shocking
alisando
a dor da valentia
do
cafetão sem lucro
meladas
suadas
pelo
ofício da mão constante
que
enfia
no
peito fake
20
pratas de um mico-leão
10
paus de um boquete chucro
dez
unhas rosa-shocking e uma língua violácea
fedendo
a saliva suja
do
sexo sem coffee break
corrompidas
protegidas
pela
gilete enferrujada
que
salta
das
pregas fundas
na
veia de quem não paga
no
pulso de quem já pagou.
Pseudônimo: Beatriz
Título: Pontual
Fui criada para ponto
Ponto em cruz
Ponto de bala
Cozinha e costura: relógio de ponto
E eu me mantinha trancada.
Um dia ouvi um ponto
Ponto riscado
Ponto cantado
E a pomba marcou ponto na minha
vida-encruzilhada.
Hoje não dou ponto sem nó
E, botando os pontos nos ii,
Ponho o ponto final.
Saio bem tarde
Camuflando a cicatriz dos pontos que levei.
Vou pra vida
Vou pra esquina
Onde à noite faço ponto.
Pseudônimo: Victorio
Título: Amantes
Finda
o dia e já 'scurece...
Horas vespertinas em que divago
no meu leito inda sem flores.
Estou lúcido e tu me apareces
Horas vespertinas em que divago
no meu leito inda sem flores.
Estou lúcido e tu me apareces
esfusiante,
altiva, soberba,
escancarando
as brancas cortinas
e
estendendo-me teus longos braços...
Espera! Espera! que a dor não carrego
e ainda há dia em minha vida.
Minha mente está caduca
e vazio é o saco escrotal das minhas palavras.
Quisera ejaculá-las todas, aos borbotões,
em tua página vermelha e negra...
Ah! Se não fosses infecunda!
Transformar-te-ias com a maternidade.
Reagirei, ó Dona Morte, Viúva Triste, Mulher Fatal!
E incutirei em tuas veias os versos deste poema,
marcapasso do meu coração.
Espera! Espera! que a dor não carrego
e ainda há dia em minha vida.
Minha mente está caduca
e vazio é o saco escrotal das minhas palavras.
Quisera ejaculá-las todas, aos borbotões,
em tua página vermelha e negra...
Ah! Se não fosses infecunda!
Transformar-te-ias com a maternidade.
Reagirei, ó Dona Morte, Viúva Triste, Mulher Fatal!
E incutirei em tuas veias os versos deste poema,
marcapasso do meu coração.
Senhora
das esquinas, das vielas, dos becos,
desposaste Mallarmé, Camões, Bilac...
Não te contentas?
A mim, hás de ler-me vivo!
Ninguém é totalmente insensível à Poesia.
Assim, absorta em ouvir-me, enamorada,
amar-te-ei no ocaso e, antes que anoiteça,
tendo-te aos meus pés, exausta e subjugada,
de posse do teu segredo e em prol da Vida,
matar-te-ei, ó Dona Morte!
desposaste Mallarmé, Camões, Bilac...
Não te contentas?
A mim, hás de ler-me vivo!
Ninguém é totalmente insensível à Poesia.
Assim, absorta em ouvir-me, enamorada,
amar-te-ei no ocaso e, antes que anoiteça,
tendo-te aos meus pés, exausta e subjugada,
de posse do teu segredo e em prol da Vida,
matar-te-ei, ó Dona Morte!
Pseudônimo: Per-Verso
Título: A Mariposa
A
Mariposa sob a luz do poste espera porra
Qualquer
porra que forre as tripas até o reto
Saltos
altos, assaltos, sobressaltos, a glande toca o palato
Os
lençóis fedem a fumo e a sexo mal lavado, mas ninguém fica incomodado.
No
mundo imundo da puta, não há sutileza, todos os descaminhos levam as mucosas.
Atrocidade,
atroz cidade, trêmula carne. O que fazer, se não há prazer? Ninguém liga.
Se
tudo é representado, Aqui só se chora pelo leite não derramado.
Pseudônimo: Anna Lisboa
Título: Hímen se dão
Ai dessa diaba que morreu na rua
Ela à meia-noite, eu amei o dia
Uma vez negava, outra vez vadia
Ai, pobre mulher que eu mordia crua
Era Julieta, ou talvez Maria
Nunca se despia antes da oração
Vezes se culpava, tantas outras não
Mais que maltratasse, bem que me fazia
Beijei boca dela de raça perdida
Cuspi na calçada anágua benzida
Era santa essa puta que não me pariu
Luz da minha sombra, hímen que partiu
Lambi o perfume, ungi a comida
Gritei por seu nome, cadáver sorriu.
(Vaia prostituta sangrar mais um cio)
Pseudônimo: Matheus
Simões
Título: Quase um filho
da puta
Que
saudades tenho
dos
meus dias de glória,
Da
minha única vitória
Corrida.
Cresci
lentamente, filosofei só,
essa
esfera é o único lugar existente?
Depois
de algum tempo, fui notado;
acho
que meus chutes devem ter ajudado
Então
ela parou de cavalgar.
De
olhos ainda cerrados
Vi
a luz
O
reluzir da lâmina
Que
veio cortante,
Agressiva.
E
esta foi minha trajetória de vida:
Ser
um deslize,
afinal,
com tanto lubrificante,
difícil
não deslizar...
Minha
missão?
Fazer
uma cicatriz,
pra
que essa marca incômoda
barateasse
ainda mais
a
puta.
Hoje
ela voltou a cavalgar,
mas
não houve falsos vencedores.
Hoje
todos pararam na boca,
se
misturando com a saliva,
Clareando
aqueles dentes amarelos
que
um dia essa puta há de perder.
"Corpos...
Eu não sou um animal.
Mamãe...
Eu não sou um aborto"
Pseudônimo: Lilith
Título: Snuff Poem
Sua
câmera on me
Realidade
fantástica
Vestida
em pêlos hardcore
Para
matar (ou morrer)
Com
mordidas ferozes
Ecoam
nossas vozes
Gritos
pornográficos
Impropérios
cenográficos
Sua
língua
em projeção
Digere
meus peitos em partes
Sua
boca vermelhidão
Morde
meu corpo em sangue
A
cena em suspensão
Meu
pescoço em suas mãos
Minha
pele, pele do seu chão (pisa)
O
público reprisa
Em
última
tomada
La pétite
morte
Meu
corpo em off
Gozei
ou morri?
Pseudônimo: Maria Miranda
Título: (O)Culto
Mais
forte mais alto mais denso mais firme
Morde
grita agarra arranha
Me
come, mas depois cospe
Porque
eu não sou da sua laia
Se
exibe se corta se expõe se farta
Arranca
com a boca o que não cabe na alma
Dá,
mas pega de volta
Porque
eu só quero emprestado
Desfila
desperta instiga externa
Atende
a libido e esquece do resto
Come
a carne e chupa o osso
Engole
a fruta até o caroço
O
que é do homem o bicho não come
mas
hei de lamber até o tacho
Pseudônimo: Luiz da Guia
Título: Pés à cabeça
O
que entre nós predomina
Se
me arrasto a teus pés
Te
lambo o calcanhar
Mordo
justo o tendão
Me perdoe,
Por
manter tal conduta
Ao
pé, o sapato cabia
E
eu, como qualquer vadia
Entregava-me
aos dedos, qual puta
Minha
lógica, pouco comum
Improvável
ao homem direito
Ter
nos pés o calor do desejo
E
nos dedos, fagulhas de afeto
Cavidades,
plantas, forma, cheiro
O
tesão, qual espera de um feto
Nos
pés se escondem alguns segredos
Que
talvez tu desconheças
Quando
o outro enfim se aproxima
A
imagem se inverte lá de cima:
- Cabeça
aos pés?
[não]
- Pés
à cabeça!
&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&
E então? O que acharam? Surgiu um favorito?
Opinem!
Obrigado pela leitura.
Até os resultados, na próxima segunda-feira!
72 comentários:
Eca!
Tem até poeta (Celacanto, em 'Angústia') copiando pensamento de Leonardo Da Vinci* (um asterisco* fica bem). Sem a menor originalidade ou referência. Se ainda fosse um poema grande, até caberia uma referência assim. Mas num 'poemeto' de 7 linhas é complicado. Ainda mais sem referência alguma.
*"A simplicidade é o último grau de sofisticação" (Leonardo Da Vinci).
tsc, tsc, tsc...
Pelo o q li desses pintou campeão - François Marie.
Sérgio.
Nossa, desta vez temos muitas poesias bem gigantescas, hein!Algumas até parecem mais de uma, ficando sem solução e um tanto quanto confusas. Por outro lado, a qualidade de muitas parece ter superado o apresentado na primeira fase!! Acho que vou ter que dividir meus preferidos por temática tb, mas preciso de mais tempo para dar meus pitacos. Parabéns!!
Adorei este poema:
Quando nos olhos não há cabimento
Odiei aquele In-Putar, mas em compensação, adorei a poesia Um Contrato de Amor Finito. Dentre as do tema A Prostituta é, sem dúvidas, a melhor.
por tema:
Francisco Novaes e Silva foi o único bom da gota. E foi maravilhoso: já está dentro. Na efemeridade da vida, só Efêmera e Pedritta decolam. A comida só dá François Marie (que também deve ter entrado). Na infância, melhores oportunidades de encontro poético - melhor tema pra trabalhar, na memória: Sereníssima, Moline, Esteves, Pietro (que desdobra François Marie!), R. Days, Baixinha, Gaspar, Machado Quintana, Gzin --> vão ter todos que se estapear pra ficar; todos não ficam não, mas são bons. Na literatura, Tonico, Charles Controle, Diego e Sara. No cunho social, Flordensa, Dersu, Aprendiz, Dom, Venusiana, Manoel, Pedro, Lituma e Sol. Prostituta: Ganglamne, Beatriz, Per-Verso e Anna. Parafilia: Lilith.
Pelas minhas contas: 31!
E só podem entrar 30... tiro então a Lilith.
Por mim já fechou. Temos 30.
Anônimo
Eita rs que essas prostitutas (adoooro esse tema)tao nota 10! Vou com o ultimo anonimo: Ganglamne, Beatriz, Per-Verso e Anna!!!!! DEMAIS!
Estou aí entre os 90.
Mesmo não passando pra terceira fase, já estou muito feliz.
Fazia algum tempo que eu não lia poesias e as discutia (ou assisto as discussões por outras pessoas)
Esse concurso tá ótimo,
atingindo seus objetivos.
Mas eu quero ir pra próxima fase, no meu caso, eu bolei um poema inédito para o concurso, com a temática. Espero que ele me leve a 3ª fase!
P.S.: não li todos, mas gostei muito do "Peristáltica ilusão", que poderia tanto ser da categoria da comida, quando da de cunho social.
P.S.2: "Peristáltica ilusão" não é o meu poema.
:p
Poeta de In-Putar, tenho que concordar em termos com o anônimo das 17:23. Entendi sua intenção, mas acho que vc se arriscou demais e passou do ponto. Desculpe!
A meu ver tb, os temas mais explorados foram os menos explorados.
Gostei de Um contrato de amor infinito, Pontual e (O)Culto. Temas mais complexos e muito bem explorados.
Li os poemas um por um e estao todos de parabens, claro! Mas os meus preferidos sao: Gota: Sundance e Mari Farias.
Imortalidade da alma: Efêmera. A infancia: Sereníssima, R. Days e Machado Quintana. A angustia do homem da cidade grande:
O Matemático e Barolo (esse ultimo eu amei!). Poesia de cunho social: Dom, Nando Meikoloski, A.S.M Spindler e Maria Flor
(adooro a Maria Flor). A prostitua: Marechal Delano, G.D (discordando de outros comentarios, gostei da ousadia dele), Lune,
Per-Verso e Anna Lisboa (maravilhosa novamente! nota mil pra ela!! Anna Lisboa foi um verdadeiro camaleao da primeira pra
segunda fase). Parafilia: Lilith.
Gostei muito dessa fase. A diversidade de temas, a diversidade de poetas. Gostei principalmente do tema GOTA e do poema SONETO CAINDO EM GOTA, por sua capacidade inventar maneira diferente de construir um soneto. Destaco também os poemas do tema A ANGÚSTIA DO HOMEM. O ponto negativo da rodada foram os textos da IMORTALIDADE DA ALMA com seus clichês....
realmente a necessidade é um vicio em cada rua, em cada esquina vemos actrizes, atras de fama, talvez, + essas procuram o sustento pra vida, realmente elas estao sempre atingir um proximo nivel.. Marechal Delano, em pequenas linhas descreveu os caminhos de uma Heroína das noites... Gostei..!!!
altamente Marechal Delano é o kara... gostei, força ai..
nota 10, Proximo Nivel, Marechal Delano
Concordo quanto ao G.D,
ele deu uma exagerada no recurso que ele escolheu. A ousadia foi ótima, mas acho que exagerada (talvez ele(a) tenha feito o poema nessa semana, e não teve tempo para lapidar melhor)
Mas acredito que ele possa passar de fase, por potencial e ousadia.
Parabéns a todos os poetas, que vença o melhor
parabéns aos poetas
Demorei, mas cheguei!
Minha gente, tô até emocionado:
G.D: Gostei MUITO de tua poesia, mas tome cuidado! Não deixe os jurados ficarem em dúvida sobre tua capacidade de elaborar um soneto clássico, por exemplo.
Maria Flor: Quanta docilidade bem escrita! Tua poesia cativa sem fazer força. Bela construção de versos... mais uma vez!!!
Anna Lisboa: Tua transformação me surpreendeu!!! Começo a perceber que você caminha sobre qualquer chão poético. Uma Hímen se dão (que bonito isso) de talento.
Vejo os 3 na próxima fase. Agora, mais do que nunca, estou certo disso.
E fora meus preferidos:
Lilith: excelente!
Barolo: excelente!
Machado Quintana: excelente!
R. Days: excelente!
Barolo foi msm excelente!
Vivemos na angústia dos sticks pq o esquecimento impera sobre nós.
Gostei mto tbm de François Marie e do bom humor do Trilili.
Olá, pessoal, boa tarde!
As poesias são muito boas, apesar de algumas se perderem na extensão e alguns poetas copiarem descaradamente outros famosos, sem se peocuparem em destacar estas partes. Faltou respeito aos direitos autorais, mas no geral os textos são muito interessantes. Alguns dos meus autores preferidos são: Lilith, R. Days, Barolo, Maria Flor, Anna Lisboa e Victorio, com Amantes: "... Minha mente está caduca e vazio é o saco escrotal das minhas palavras.
Quisera ejaculá-las todas, aos borbotões, em tua página vermelha e negra... Ah! Se não fosses infecunda! Transformar-te-ias com a maternidade.
... desposaste Mallarmé, Camões, Bilac... Não te contentas?
A mim, hás de ler-me vivo!"
Desafiar a morte... e desta forma! Um poema original, me arrisco a dizer inédito. Este é um dos meus favoritos dentro do tema A Prostituta. Abraços e boa sorte a todos.
Participei dessa fase e gostei muito dessa iniciativa. Tentei criar um poema tão singelo quanto original, tentando ser o mais coerente possível com as orientações do concurso. Parabéns a quem for para a próxima! Quem sabe eu vá!
Aqui estou \O/.
Acho que nem se faz mais necessário dividir minhas 'amadas' por tema. Vejo que a voz do povo é a voz de Deus. O resto fica por conta dos senhores jurados, muito mais conhecedores que os mortais.
Impossível dizer de qual gostei mais.
Ordem aleatória:
BAROLO
R.DAYS
ANNA LISBOA
PER-VERSO
VICTORIO
MARIA FLOR
MACHADO QUINTANA
LILITH
Lindas de fazer qualquer ateu virar padre.
A primeira poesia da gota, do Frnasciso é linda de mais. Mais, mais. Está cheia de música e significados. Parabéns. Gosto também da Poética, da autora Alice. E da tarde em Riachão, do Esteve. M,uito bom as três vão entrar.
o tal do Marechal Delano entrou com três perfis de anônimo e postou consecutivamente (vide horários) que o poema dele é bom. ha!
Minhas preferidas, por enquanto, são só duas:
A GOTA, do Curinga.
ALICE, do Lobo do Mar.
Mas continuarei lendo. Estou ainda na metade.
Beijinhos pra todos vocês organizadores.
Antes eu entrava no pc depois do trabalho, ia ler notícias, email, twitter...
Agora venho aqui primeiro ler as opiniões alheia.
Esse site ta emanando poesia
Eu fico com:
Gota:
Pseudônimo: Dona Dita
Título: Gota de orvalho
A comida predileta:
Pseudônimo: François Marie
Título: Peristáltica ilusão
A Infância:
Pseudônimo: Sereníssima
Título: Amarelinha
Li todos os poemas e selecionei os 12 que estarão, por puro mérito, na próxima fase do concurso. Estes já estão preparados para publicação:
São eles, na ordem de minha preferência:
1 - João do Lago
recuerdos
2 - Manoel Helder
Ofício de Quixotes
3 - Gaspar
Ensino Padrão
4 - Francisco Novaes e Silva
Tropeço
5 - Curinga
A Gota
6 - Barolo
Por favor, não se esqueça
7 - Lobo do Mar
Alice
8 - Nonada F.C.
Infâncias
9 - Anna Lisboa
Hímen se dão
10 - Nando Meikoloski
Laurel ao visionário torto
11 - Celacanto
Angústia
12 - Diego Duá
Check List
Parabéns aos Poetas listados acima!
Ei Lohan, uma sugestão para criar mais suspense e visitas para teu blog: Marcar 10 nomes em vermelho no sábado, dez no domingo, dez na segunda, dividindo esses 10 diários: manhã, tarde, noite. Isto aqui iria bombar ainda mais, com todo mundo entrando o tempo todo, até a última marcação em vermelho da segunda!!!
O senhor penúltimo anônimo é jurado?
Gostei da sugestão do último anônimo!
Olá, meus caros!
Pois bem, quanto à sugestão do colega acima: muito boa! Inclusive, já havíamos levantado esta hipótese, porém, não sabemos se haverá tempo suficiente para contabilizar tudo e lançar no sábado. É um processo que deve ser realizado com muita calma para não haver erros.
Por hora, continua sendo na segunda-feira. Caso alguma data seja modificada, avisaremos a todos por e-mail.
Na segunda-feira este suspense será mantido, podendo, talvez, se estender até terça-feira. Quem sabe?... Este concurso é um suspense só! rs.
Abraços!
Lohan.
Perfeito, Lohan e entendo. Não acho que deveriam mesmo liberar tuuudo de uma vez (nossa, o povo vai me matar haha)! De 2 em 2, 3 em 3 rsrs... em horas salpicadas, se for por nota, em ordem crescente... Apenas pitacos! Vcs mandam.
Bom, deu um trabalho do cão(no bom sentido), mas escolhi 29! Não consegui 30 nem espremendo. O nível está bem fraco (perdoem-me!), pelo menos nesta rodada. Encontrei, pasmado, as mais criativas composições no tema : prostituta, e pensei que seria no tema “infância” onde encontraria os melhores poemas. Engano.
Meus cinco favoritos – ordem aleatória: Peristáltica ilusão; Papila gustativa de passado; Poética; Ofício de Quixotes e Snuff Poem
Minhas apostas....
A Infância
A Mariposa
Adeus, meninos...
Angústia
Check List
Ciente
Como Se Diz "Eu Te Amo Em Curdo"?
Dez unhas rosa-shocking e uma língua violácea
Ensino Padrão
Fotografia da tarde
Gotas de Elixir
Hímen se dão
Infâncias
In-Putar
Jogos Vorazes
Mea Culpa
Ofício de Quixotes
Papila gustativa de passado
Peristáltica ilusão
Poética
Pontual
Preciosidades
Salada de acelga
Snuff Poem
Surrealidade
Tarde em Riachão
Tropeço
Um contrato de amor infinito
Vivência
Dez unhas rosa shocking é o melhor poema disparadooo!!! Matou a pau, a vagina, a anus, a tudo!
Ao anonimo acima vc tem certeza q gostou do poema Angustia?? Não entendi nada daquilo o cara devia tá chapadão pra escrever aquilo e copiar o Da Vinci na cara de pau.
Susana.
Sugiro aos organizadores que, nas próximas fases, não postem os pseudônimos nem nomes dos concorrentes. Mas apenas os poemas. O ideal é que somente os organizadores saibam quem são os autores. Porque senão, quando chegar na fase da votação, já se terão formados 'panelinhas'. Tomara que considerem isso. Um abraço.
Caro colega, nao concordo contigo. Creio que uma das intencoes, ao menos da maioria dos concorrentes, seja visibilidade. Poesias sem nome, de certa forma, nao pertencem a ninguem, e inclusive serao muito mais facilmente copiadas. Acho fundamental a assinatura, sem duvida alguma. Alem disso, nao creio que jurados se deixem levar por panelinhas. Vc provavelmente esta enganado.
A assinatura do poeta é a marca, que já começou a se construir. É legal pra acompanhar as trajetórias, marcar os estilos, saber das progressões, dos despertares, de como as coisas vão se modificando na visão poética do artista em contato com outros do certame.
Deve-se sim colocar os pseudônimos (que não são os nomes originais, não há revelações). Não entendo o fato de não constar este nome fictício junto à criação. Ajuda também a identificar o texto e o autor.
e os jurados não tem nada a ver com esses comentários que são feitos aqui. Não há formação de panelas pq este é um espaço de valorização à poesia. Vencerá quem merece ganhar. Uns vão ficar pra trás, isso é assim mesmo. Panelas aqui não cabem. Cabe a visão dos jurados, que são especializados, conhecem poesia muito bem e entendem do assunto.
na minha opinião tinha q revelar era os nomes dos poetas mesmo! já q é pra ter visibilidade então que se anuncie os verdadeiros nomes desses artistas que merecem reconhecimento pq não? Fica a dica pros organizadores.
A graça disso tudo aqui é a de nos exercitarmos como poetas e leitores. É bom ter um pseudônimo para nos reinventarmos. Deixar ressoar a voz de um outro que é a nossa própria voz mais silenciosa e serena.
Eu quero preservar a solidão e a paciência do meu pseudônimo.
Francisco Novaes e Silva.
discordo do anonimo acima. Acho q vcs poetas q estão num concurso e são artistas de verdade tem que ter coragem de botar a cara a tapa e nao ficar com essa historinha de deixar a voz de um outro ressoar!
Se um dia vc for publicar um livro vai publicar com pseudonimo?? fala sério meu. Como eu disse antes artista de verdade tem q aparecer ja não basta a turma de gente talentosa e anonima no nosso país.
Gente, vamos comentar as poesias e bola pra frente. Em um novo concurso, os organizadores resolvem se mudam algo no formato proposto!
Respondendo ao amigo das panelinhas, talvez vc esteja interpretando de maneira equivocada. O que vc chama de panelas, eu chamo de preferências! O que se vai fazer se acabam algumas vezes sendo parecidas?! Outras tantas vezes não! Então, não pense assim! No fim, os jurados darão a ultima palavra.
Tudo bem. Frio??? Vou quebrar o gelo!
A poesia mais bonita é a minha e não se fala mais nisso ;). Organizadores, liberem o dindin pra eu comprar legumes e fazer uma sopinha.
Gostei dos temas mais ousados.
Para mim, Dez unhas rosa-shocking e uma língua violácea e (O)Culto arrasaram!
Volto aqui à história dos pseudônimos. A organização não pode colocar os nomes reais das pessoas, até pra não comprometer a decisão dos jurados, não haver privilégios. Um nome real pode ser facilmente colocado num google ou facebook e revelar o real autor. Aqui ninguém está lançando livros. A graça é não saber se há um Zé das Couves incrível ou um Glauco Mattoso escondido num pseudônimo bobo. Aqui todos criam um nome e fazem um trajeto no concurso. Se colocar o nome verdadeiro, como é que fica, todos se conhecendo? O pseudônimo preserva e deixa mais justo o concurso. Concordo com o Francisco Novais Silva.
Agora, falando dos poemas: dá pra ver exatamente quem está aqui pra ficar. São poucos. Os jurados não terão tarefa árdua nessa etapa.
Claudia Rigueira
Estou participando e feliz por estar com grandes poetas
Comentário gentil e simpático do anônimo "18:49". Não se esqueça que por estar entre grandes poetas, você também o é!!
Anônimo disse...
Gostei muita da poesia
Gotas de Elixir.
Tocante e com muita sensibilidade.
Gostei muito de três poemas com recurosos visuais bem trabalhados:
Soneto caindo em gota (de Poema)
Corda bamba (de Sol)
In-Putar (de G.D)
Certamente os 3 precisam estar na lista dos 30. Não acham?
A poesia que mais gostei foi "Gotas de Elixir".
Parabéns pela iniciativa!
Será que quem ficar terá de escolher entre os outros temas?
Difícil analisar com tanta variedade. O ideal será o 'conjunto da obra', todos com a oportunidade de escrever sobre os 9 temas propostos, assim, teríamos uma noção melhor da criatividade e talento dos poetas.
Vou reler e tentar listar o TOP 30.
Abraços.
Resolvi votar em 1 de cada tema. Confesso que os poemas exagerados no tamanho me desanimaram.
Poemas são tão subjetivos...
1- GOTA: Ted Sampaio;
2- A IMORTALIDADE DA ALMA: Pedrita Drummond;
3- A COMIDA PREDILETA: François Marie;
4- INFÂNCIA: Esteves sem Metafísica;
5- O LUGAR DA LITERATURA NO MUNDO GLOBALIZADO: Alice Lobo (o único);
6- A ANGÚSTIA DO HOMEM DA CIDADE GRANDE: Tonico Vieira;
7- POESIA DE CUNHO SOCIAL: Matilde Daruné;
8- A PROSTITUTA: G.D
9-PARAFILIA: Lilith
Vejo muitas poesias boas que não foram citadas ou comentadas pelos "ANÔNIMOS", ainda bem que cabe aos jurados a escolha das 30 melhores, sem se influenciarem por opiniões que respeito, mas são individuais, é o gosto da cada um. Acho que na PRÓXIMA FASE, caso os poemas forem escolhidos pelo Público, deveria vir só os poemas sem referência nenhuma do Autor, para que ganhe o melhor poema e não o mais votado, por ter uma enorme torcida pessoal, o qual muitos notaram nos comentários acima que algumas pessoas (c/ vínculo com o Autor?) buscaram até induzir os jurados sobre a classificação de A ou B. Espero que vençam as melhores e dou Parabéns a Todos os Poetas aqui relacionados! Até Poetas!!!
tsc tsc tsc
que chato isso...
Nao, nenhuma das poesias citadas acima eh boa. Na verdade, so foram citadas por conta dos "vinculos com o autor".
Oi????????
tsc tsc tsc
com qual deles vc tem vinculo, entao????
tsc tsc tsc tsc tsc tsc...............
Well...Hoje, dia 11/06 é o dia da eliminatória, certo? Lohan, vai sair hoje mesmo o resultado? A que horas? NINGUÉM está ansioso mesmo, né? Só diga se é ou não é pra animar ou acalmar as expectativas, ok?
Olá, galera!
Sim, é hoje sim! Ainda hoje teremos os 30 classificados para a próxima fase. Em breve iremos postar os grupos e, até o final do dia, vamos revelando os classificados.
Estão ansiosos?!
Abração e fiquem ligados.
Lohan.
dez unhas rosa shocking foi um arraso total! e tarde em riachão não gostei nada nada...
tem texto mto texto bom pra caramba, então creio que a seleção está sendo muito delicada. acho que não passo, pois não "causei/choquei" como tantos fizeram. enviei um texto muito simples, que é muito importante para mim. mas acho que deveria ter arriscado mais.
à propósito, que hrs sai o resultado?
estou extreeeeeemamente ansiosa! o resultado deveria ser enviado às 06 da manha, pra nao matar a galera do coração de tanto esperar hehehe
KD? KD? KD? KD?!! Pelo menos o primeiro nomeeeee, vai Lohan rsrs!!
Pronto! Oito pessoas on line!! Boa quantidade para o inicio!!!
Vai ser assim direto, a gente aqui perguntando, até começar a sair os nomes, Lohan! kkkkkkkkk. Ansiedade, ansiedade, ansiedade...
Cadê a lista de classificados??????????
Espero que os critérios da escolha das poesias seja de fato imparcial! Cai ser proporcional aos temas?
E os temas mais complexos? Vai ser levado em conta a ousadia dos poetas que escolheram, por exemplo, os temas: prostituta ou parafilia?
"Cai" - lê-se Vai
Xi gente, acho que umas 18:00 hrs aparece algum nome. Volto depois!
legal que todo mundo que critica o anonimato dos autores posta como anônimo.
Ola.
Poet@s, sou autor de "In-putar" e gostaria, haja vista algumas criticas, umas pontuais outras meramente postulatórias, expor que o poema escrito por mim, sim é "poluído" e abusa de artifícios visuais, isso é um reflexo de como vejo as putas reais, aquelas que nos deparamos nos bordeis, as vezes com maquiagem demais, tentando uma falsa sedução. Meu poema pode incitar "ódio" aos moralistas poéticos ou "amor" aos que libertam o poema da forma. A poesia concreta vive.
G.D.
Por falar em ousadia, conforme comunicado de um anônimo sobre os poemas do tema A Prostituta, já tenho o meu predileto: Amantes (Victorio). Maravilhosa a linha "A mim, hás de ler-me vivo", um desafio feito à Morte prostituta, amante de todos, homens, mulheres, drianças...
Nos outros oito temas há belíssimos poemas, mas creio que de todos os poemas de todos os temas este é o mais forte, o mais direto, sem preâmbulos, um poema ao extremo. Abraços a todos os participantes.
Resultado so de noite mesmo, ne?
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