Jurados
Oficiais: Afonso Henriques Neto, Paulo Fodra e Tânia Tiburzio
Jurados
Convidados: Ana Elisa Ribeiro, André de Leones,
Julián Fuks, Luisa Geisler,Victor Paes e Edson Kenji Iura.
Mais uma noite tensa: a de
resultados! Quem sobe, quem cai? Quem se supera? Todas essas respostas ficaram
nas mãos, ou melhor dizendo, nos ‘olhares’ de diversos jurados durante esta
semana. E, nesta etapa, temos um time especial de jurados: além dos queridos
jurados oficiais, temos como convidados algumas das mais jovens promessas da
nossa literatura. São cinco jovens autores, vencedores de prêmios importantes e
até mesmo destaques internacionais; como é o caso de Luisa Geisler, de apenas
20 anos, e de Julián Fuks: ambos selecionados pela Revista britânica Granta
como sendo um dos 20 melhores jovens escritores brasileiros da atualidade. André
de Leones foi uma das sensações da FLIP 2012, e vem consolidando uma bela
carreira literária, assim como Victor Paes e Ana Elisa Ribeiro, mais experientes
e não menos jovens. Nos haicais, temos o mestre Edson Kenji Iura, um dos maiores haicaístas brasileiros da atualidade. Escritores que sonham e realizam, buscam seus espaços, tem
coragem e disputam patamares importantes da área literária entre os grandes
nomes. Grato pela generosidade de todos vocês em participarem do II Concurso de
Poesia Autores S/A!
ANDRÉ
DE LEONES
André
de Leones (Goiânia, 1980) é autor dos romances 'Dentes
negros' (Rocco, 2011) e 'Como desaparecer completamente' (Rocco, 2010), dentre
outros. Vencedor do Prêmio Sesc Literatura no ano de 2005. Weblog: vicentemiguel.wordpress.com.
ANA
ELISA RIBEIRO
Ana
Elisa Ribeiro é Doutora em Linguística e pós-doutora
em Comunicação. É autora dos livros de poesia "Poesinha" (Poesia
Orbital, 1997), "Perversa" (Ciência do Acidente, 2002) e "Fresta
por onde olhar" (InterDitado, 2008). Publicou poemas em diversos jornais,
no Brasil e no exterior, além de participar de muitos festivais de literatura,
onde leu poemas (Terças Poéticas, Itaú Cultural, Festival de Literatura de São
João Del Rei, Fórum das Letras, Bienal de Minas, Salão do Livro de MG, Ofício
da Palavra, etc.). Há dez anos, é cronista do Digestivo Cultural. Publicou o
livro infantil "Sua Mãe" (Autêntica, 2011) e o livro de crônicas
"Chicletes, Lambidinha e outras crônicas" (Jovens Escribas, 2012). É
professora do CEFET-MG, onde atua na graduação e na pós-graduação. É também
colunista do site Digestivo Cultural.
JULIÁN
FUKS
Julián
Fuks
é paulistano e nasceu em 1981. Escritor, tradutor e crítico literário, é autor
de Procura do romance (Record, 2011)
e Histórias de literatura e cegueira
(Record, 2007), finalista dos prêmios Portugal Telecom e Jabuti. Com seu livro
de estreia, Fragmentos de Alberto,
Ulisses, Carolina e eu (7 Letras, 2004), ganhou o prêmio Nascente da
Universidade de São Paulo. Foi repórter de literatura da Folha de S. Paulo e
resenhista das revistas Entrelivros e Cult. Em 2012, foi escolhido pela revista
Granta como um dos “melhores jovens escritores brasileiros”. Hoje, é um dos finalistas
no Prêmio São Paulo de Literatura.
LUISA
GEISLER
Luisa
Geisler foi selecionada pela revista inglesa Granta para a
antologia dos melhores jovens escritores brasileiros. É autora de Quiçá (Record, 2012) e Contos de Mentira (Record, 2011), ambos
vencedores do Prêmio SESC de Literatura (categorias romance e conto,
respectivamente).
VICTOR
PAES
Victor
Paes
é escritor, ator e editor da Confraria do Vento. Publicou os livros de contos Deus ex machina (Confraria do Vento,
2011) e Mas para todos os efeitos nada
disso aconteceu (Dulcineia Catadora, 2010), além do livro de poesia O óbvio dos sábios (Confraria do Vento,
2007). Tem publicados seus contos e poemas em diversas revistas e sites.
Participou das coletâneas 24 letras por
segundo (Não Editora, 2011), organizada por Rodrigo Rosp, e XXI poetas de hoje em dia(nte) (Letras
Contemporâneas, 2010), organizada por Priscila Lopes e Aline Gallina. Publica o
blog www.victorpaes.blogspot.com
Abaixo, um pequeno bate-papo com esses jovens e geniais autores:
Lohan:
Olá, caros escritores. É um prazer imenso recebê-los no Autores S/A. Digam:
qual é a sensação por estarem solidificando a carreira literária de vocês? O
que foi fundamental para vocês em vossos primeiros passos como escritores
perante a crítica e os leitores, em geral, e que vocês podem deixar como
conselho aos poetas dessa competição?
André
de Leones: O mais importante é ler, estudar muito. Sugiro,
também, que fiquem atentos a prêmios e concursos. Com meu primeiro romance,
'Hoje está um dia morto', venci o Prêmio Sesc de Literatura 2005. Com isso,
tive o livro publicado por uma grande editora (Record) e dei meus primeiros
passos no meio literário.
Ana
Elisa Ribeiro: A sensação é a de trabalhar muito.
Nunca deixar de escrever e publicar. É isso o que solidifica uma carreira
(qualquer, acho, aliás), embora muitos fatores externos possam contribuir para
o sucesso (ou o insucesso). Acho que é preciso se levar um pouco a sério, mas
só um pouco, pra não ficar pretensioso e até pedante. Escrever muito e se reler
(e ser lido e relido pelos pares) é, penso, o jeito de melhorar e merecer.
Victor
Paes: É um prazer participar. Bem, solidificar uma
carreira literária hoje é uma ideia tão cômica quanto assustadora para alguém
que esteja se propondo a isso. E pelo mesmo motivo: por estar acreditando que
esteja acontecendo. Brincadeiras à parte, acho que tudo é resultado, como em
qualquer profissão, de duas coisas: trabalho e sorte. Trabalho em primeiro
lugar, claro, pois é só com ele que a sorte se torna digna. A sorte sozinha só
gera fugacidade. Mas, claro, é fundamental. E trabalho, em literatura, não me
canso de dizer isso, é basicamente leitura. E escrever muito. Mais até
reescrever que escrever.
Luisa
Geisler: A sensação é muito gratificante, pode ter certeza.
Mas ao mesmo tempo, é cada vez mais a certeza de que há muito trabalho a ser
feito. Publicar um ou dois livros, ser elogiado na crítica só significa uma
coisa: ter que manter o nível. Ser escritor, iniciante ou ganhador do Nobel,
nunca vai ser fácil. Em relação ao que foi fundamental: para mim, foi uma
Oficina de criação literária, que fiz com Luiz Antonio de Assis Brasil. Mudou
muito a minha escrita ver o texto como algo a ser trabalhado, revisado,
objetivado etc. A escrita é, como a dança, teatro, música, uma arte que se
melhora através do conhecimento da técnica e da prática. Claro que isso não
quer dizer que todos somos obrigados a fazer oficinas, mas acredito que muita
leitura e muita escrita são essenciais. Cada um tem seu método, no fim das
contas, mas essas duas são bem universais.
Julián
Fuks: Difícil, ao menos no Brasil, sentir de fato que se
está consolidando uma carreira literária. Quando se trata de literatura, o
reconhecimento é sempre incerto, a crítica é rarefeita, os leitores, quase
inexistentes. Se cabe algum conselho, talvez seja para nunca perder de vista a
razão primeira por que se escreve, para além de qualquer vaidade ou qualquer
batalha pela apreciação alheia. Prosa ou poesia nada têm a ver com isso, com
essa disputa acirrada por prestígio: a literatura acontece apenas entre o
escritor e suas palavras, seus livros, suas ideias.
Lohan:
O que um poema, na concepção de vocês,
deve ter/ser para receber a nota 10? Qual é o tipo de poesia que mais te
cativa?
André
de Leones: Rigor formal, isto é, o autor deve ter plena
consciência do que quer dizer e de como dizê-lo. A ideia de que o poeta é um
ser "iluminado" e que escreve num momento de "inspiração" é
uma grande besteira. Os melhores poetas são aqueles que trabalham seus textos à
exaustão, lapidando cada verso, escolhendo cada palavra com todo o cuidado.
Creio que João Cabral de Melo Neto e Orides Fontela são ótimos exemplos.
Considero ambos geniais.
Ana
Elisa Ribeiro: Isso é mesmo muito pessoal. Poesia, pra
mim, tem de ter "pega", "fecho", zíper de aço, com encaixe
perfeito, como eu disse certa vez. Não curto muito poesia só imagem, só
gastação de palavras bonitas (ou feias), só esmeril, como não gosto de
guitarrista que só esmerilha e não mostra composição. Curto bem um humor, sabe,
mas é algo pra se ter cuidado na poesia. Poesia curta me cativa, mas uma boa
poesia longa também. Nas duas, é preciso ter inteligência lexical, vamos dizer
assim.
Victor
Paes: Parece fácil dar notas a poemas, mas é difícil.
Antes de tudo, não há tipo melhor de poesia. Sempre penso nisso quando leio um
poema: não há ideia ruim por excelência. Torna-se ruim quando é mal realizada.
Isso acontece quando o poeta não tem muita experiência com a poesia, não
definindo um estilo próprio, ou quando, dentro de seu próprio estilo, sente-se
confortável e não batalha. Claro que sempre há exceções, mas em geral é por aí.
E um poema bem realizado, em qualquer estilo, é o que cativa e que vai cativar
sempre.
Luisa
Geisler: Sou um pouco ligada à forma e sou bastante fã de
poesia concreta. Apesar disso, adoro Schiller também. Para mim, o essencial é
criatividade, pensar fora de padrões impostos, anda mais na poesia.
Julián
Fuks: Como responder a uma pergunta dessas sem apelar a
uma platitude qualquer? O poema tem que conciliar a razão precisa de sua
existência, aquele algo que o poeta tem a dizer, com uma execução perfeita,
minuciosa, eloquente. Tem que ter a medida exata que a matéria merecer, sem
sobra ou escassez. Não que essa perfeição exista a priori, anterior aos versos;
o poema que me cativa é o que me faz acreditar nessa falsa perfeição externa,
na absoluta necessidade de sua existência.
COMENTÁRIOS E NOTAS DA
6º ETAPA – POEMA INSPIRADO EM IMAGEM
Pseudônimo:
Barolo
Título:
Dias Felizes
Afonso
Henriques:
Nota: 9.4
Comentários: O
poema tem sentimento, mas a linguagem é quase sempre muito prosaica.
Paulo Fodra:
Nota: 9,7
Comentário: A
poeta acabou se prendendo demais na descrição da imagem, margeando o
lugar-comum, porém compôs uma peça com boa estrutura e ritmo.
Tânia Tiburzio:
Nota: 9,7
Comentário: Achei
o poema bonito, mas muito lugar comum. O poeta poderia ter sido mais criativo.
André de Leones:
NOTA: 9,1
COMENTÁRIO: Versos
de cunho nostálgico que não vão além de uma descrição da imagem proposta e do
que ela evoca de imediato. O problema reside justamente na obviedade. Pobres,
os versos acabam por banalizar o que procuram evocar.
Ana Elisa
Ribeiro:
NOTA: 9.4
COMENTÁRIO: Gosto
das imagens, mas não acho que a narratividade aqui seja poética. O poema
termina por ficar meio descritivo demais em relação à foto.
Julián Fuks:
NOTA: 9,6
COMENTÁRIO: Bom
ritmo e mão firme, construindo uma atmosfera bonita e nítida de vivência
coletiva – embora reflita pouco as especificidades da foto. O título e o verso
final talvez sejam um pouco infelizes, comuns demais, diluindo ou domesticando
o que há de interessante na narrativa.
Luisa Geisler:
NOTA: 9,3
COMENTÁRIO: O
poema está quase todo em prosa. Há pouca linguagem metafórica, e, por isso, se
torna muito literal, o que permite pouca interpretação participativa do leitor.
Apesar de uma boa intenção, e de um ideal de infância (romântico) explícito, as
expressões são vagas. 'éramos felizes', por exemplo, é muito vago.
Victor Paes:
NOTA: 9,0
COMENTÁRIO: A
descrição da fotografia em si é uma ideia bem interessante, pois pode ser
poeticamente muito vigorosa. Mas acredito que isso não aconteceu no caso desse
poema, pois os elementos que alinhavam as descrições parecem fazer uma pura
descrição, com pouca criação em cima.
Pseudônimo:
Manoel Helder
Título:
Os olhos de Doisneau e os Pássaros da infância
Afonso
Henriques:
NOTA: 9.4
COMENTÁRIO:
Apesar dos dois bons poetas citados — como que a formarem o eixo do poema —,
falta maior inventividade imagética, no sentido de que há um ótimo momento
inicial (olhos infantis que são dourados pássaros pousados na segunda-feira),
mas depois o poema perde intensidade.
Paulo Fodra:
NOTA: 9,6
COMENTÁRIO:
Gosto do tom misterioso que o poeta imprimiu ao tema, fugindo da mera descrição
da foto. Porém, senti falta da composição bem estruturada que ele demonstrou em
outras fases do certame, prejudicada aqui pelo excesso de citações.
Tânia Tiburzio:
NOTA: 9,6
COMENTÁRIO: Não
gosto da disposição do poema, é confuso. Algo mais simples teria melhor
resultado.
André de Leones:
NOTA: 9,6
COMENTÁRIO: O
autor foge da mera evocação. Conversando não só com Doisneau, mas também com
Herberto Helder e Quintana, sugere que a criação nasça e cresça mediante trocas
saudavelmente espúrias: Doisneau “tomando para si” os versos de Helder, por
exemplo, e a própria razão de ser do poema, catalputado por aquela imagem. A
forma alquebrada reitera tal acepção.
Ana Elisa
Ribeiro:
NOTA: 9.5
COMENTÁRIO: Muito
interessante a construção deste poema. Incomodam um pouco as excessivas
citações de outros.
Julián Fuks:
NOTA: 9,5
COMENTÁRIO: Gosto
do uso de versos de outros em meio aos próprios, mas não convém que eles
assumam a maior densidade de sentido de todo o poema. Aqui há versos próprios
bons, a terceira estrofe é excelente, mas o sentido se deixa abafar pelas
experimentações formais que se seguem. A quarta estrofe chega a atrapalhar a
terceira.
Luisa Geisler:
NOTA: 9,5
COMENTÁRIO: O
uso de metalinguagem e exploração das possibilidades (incluindo poesia
concreta) são muito bons, valorizando a inovação. Contudo, o excesso de
referências se torna excessivo, em ocasiões.
Victor Paes:
NOTA: 9,7
COMENTÁRIO: Poema
bem vigoroso e lúcido. Perdeu um pouco a força na personificação dos olhos das
crianças.
Pseudônimo:
Dersu Uzala
Título:
inspirado em Mário Quintana
Afonso
Henriques:
NOTA: 9.3
COMENTÁRIO:
Trata-se de uma crônica/lembrança (com momentos engraçados, sem dúvida):
sentimos, contudo, a ausência da linguagem poética.
Paulo Fodra:
NOTA: 9,4
COMENTÁRIO: O
poeta fugiu da mera descrição da foto, porém recaiu no prosaísmo, praticamente
isento de imagens poéticas.
Tânia Tiburzio:
NOTA: 9,5
COMENTÁRIO: O
poema parece prosa. Abordagem ruim do tema, boba.
André de Leones:
NOTA: 9,1
COMENTÁRIO: No
momento em que a memória parece se reduzir a mera flatulência, temos um poema
que não se sustenta como “homenagem” a Quintana, como chiste, como nada.
Ana Elisa
Ribeiro:
NOTA: 9.2
COMENTÁRIO: Imagens
escolares que trazem saudades, mas não convencem num poema. Gosto muito de
humor em poesia (e em quase qualquer coisa), é um ponto interessante.
Julián Fuks:
NOTA: 9.4
COMENTÁRIO: Vai
bem o poema até se entusiasmar demais com uma só brincadeira. Não que haja
problema na escatologia galhofeira – ela tem sua graça –, mas ocupa espaço
demais no conjunto, e o poema acaba sofrendo por sua predominância excessiva.
Uma estrofe final podia retomar, quem sabe, a estrofe bonita da abertura,
ressignificando a coisa toda.
Luisa Geisler:
NOTA: 9,5
COMENTÁRIO: O
uso de prosa, nesse caso, não se tornou prejudicial à leitura, além de a
história ser bastante inovadora. A "abrasileiração" da temática,
contexto brasileiro e referências infantis brasileiras enriquece muito. É
criativo.
Victor Paes:
NOTA: 9,5
COMENTÁRIO: Esse
poema é um bom exemplo de uma obra inspirada em outra que não segue a linha de
apenas descrever a fotografia. A ideia das competições é boa. Porém, se
realizou através apenas de uma descrição das competições em si, com pouca
criação em cima.
Pseudônimo:
João Saramica
Título:
Das Infinitas Possibilidades de Voar
Afonso
Henriques:
NOTA: 9.5
COMENTÁRIO:
Chega próximo da fotografia-tema e apresenta beleza poética.
Paulo Fodra:
NOTA: 9,9
COMENTÁRIO: O
poema formou uma intertextualidade bastante agradável com a imagem, se
apropriando do que não está registrado nela como argumento. A partir desse
momento, ambos se tornam complementares e não sobrepostos. Se, por um lado, a
criança parece muito pequena para estar apaixonada, por outro lado, o texto
remete à visão que o poeta tem do amor.
Tânia Tiburzio:
NOTA: 9,8
COMENTÁRIO: Poema
bonito, mas não vi muita relação com a fotografia.
André de Leones:
NOTA: 9,1
COMENTÁRIO: O
que está ausente dos versos acima é a invenção. O mau uso da pontuação (vide as
reticências ao final da segunda estrofe) e a insistência de termos pisados e
repisados (“coração”, “estrelas”, “olhar”) chega a ser nauseante.
Ana Elisa
Ribeiro:
NOTA: 9.7
COMENTÁRIO: Muito
boa a imagem que escapa à foto, sem esquecê-la (do menino que se desvia da aula
para pensar no amor).
Julián Fuks:
NOTA: 9,8
COMENTÁRIO: Discurso
sucinto e contundente, em uma argumentação tão forte no lirismo quanto no
convencimento. O título, no entanto, talvez prometa demais – talvez prometa
algo que o poema não quer e nem precisa ser. O arremate, se retrabalhado,
também podia ganhar mais força.
Luisa Geisler:
NOTA: 9,6
COMENTÁRIO: É
uma boa junção de conteúdo e forma. A linguagem metafórica, nesse caso, abre
muito espaço para interpretação do leitor. O eu-lírico (apesar de maduro em
excesso para a idade) revela o amor de forma original.
Victor Paes:
NOTA: 9,0
COMENTÁRIO: A
abordagem do olhar do garoto é interessante. Mas perde a força pela exacerbação
do lirismo, principalmente no título e em algumas imagens, como “coração” e
“estrelas”.
Pseudônimo:
Gaspar
Título:
Aulas Mortas
Afonso
Henriques:
NOTA: 9.6
COMENTÁRIO: Está
bem construído. Abre com um verso bom, surpreendente: “cabeças são falsos
girassóis”, e fecha com outro bastante interessante: “passa pelo estreito osso
do tempo”.
Paulo Fodra:
NOTA: 10
COMENTÁRIO: O
poeta faz uso de duas vozes em contraponto para compor o poema. Em uma descreve
o voo imaginativo do garoto da foto. A outra, mais soturna e realista, soa como
que uma elegia, um memento mori a nos
lembrar que a infância é passageira e a vida, fugaz. Enquanto a primeira
estabelece um diálogo com o que vemos na foto, a segunda conversa com o que
sentimos ao observá-la.
Tânia Tiburzio:
NOTA: 9,8
COMENTÁRIO: Bonito.
Não vi muita relação com a foto, mas gosto do poema. Sensível.
André de Leones:
NOTA: 9,6
COMENTÁRIO: Outro
poema que, felizmente, escapa à evocação simplória. O autor “serpenteia
oblíquo” pela arte maior dos tempos de escola: ignorar o que é dito em sala e se
agarrar à imaginação. Ao mesmo tempo, sugere com uma bela imagem, a de passar
“pelo estreito osso do tempo”, a ideia (batida, está certo) de que tudo aquilo
passa rápido demais. Ou seja: torna invulgar uma ideia que, dita de outra
maneira, menos feliz, soaria pedestre.
Ana Elisa
Ribeiro:
NOTA: 9.8
COMENTÁRIO: Imagens
muito boas, construção interessante do poema.
Julián Fuks:
NOTA: 9,7
COMENTÁRIO: O
poema tem imagens muito interessantes, e alguns versos bem bonitos. Mas tem
também uma instabilidade que faz dele um tanto impenetrável: sinto que poderia
gostar mais se entendesse melhor a sequência, ou um sentido maior, para além da
atmosfera geral de aula morta. O uso da segunda pessoa aqui provoca algum
ruído, creio.
Luisa Geisler:
Nota: 9,6
Comentário: A
linguagem metafórica reforça os lados interessantes da abordagem do contexto da
sala de aula.
Victor Paes:
NOTA: 9,2
COMENTÁRIO: A
ideia da profusão de imagens é boa. Mas houve um excesso, principalmente no uso
de imagens com pouco vigor, que se valem de muitas personificações e
abstrações.
Pseudônimo:
Jean Jacques
Título:
Olhos Infantes
Afonso
Henriques:
NOTA: 9.5
COMENTÁRIO:
Apresenta uma boa leitura da fotografia-tema.
Paulo Fodra:
NOTA: 10
COMENTÁRIO: O
tom ligeiramente épico casou bem com a imagem do garoto “livre entre quatro
paredes” e “guerreando em si”. O final aberto em pergunta nos induz a assumir a
posição do garoto e devanear também.
Tânia Tiburzio:
NOTA: 9,7
COMENTÁRIO: Poema
interessante. Gosto bastante, palavras bem escolhidas, soa bem.
André de Leones:
NOTA: 9,2
COMENTÁRIO: Novamente,
aferra-se à imaginação em detrimento da lição. O tom, contudo, põe quase tudo a
perder. As “ordens” soam forçadas, bem como certas imagens (“Com a idade
rutilante da aurora”). Os versos são altissonantes, não altivos.
Ana Elisa
Ribeiro:
NOTA: 9.5
COMENTÁRIO: Lembra
um poema antigo, talvez do “Novecentos” brasileiro. Muito bom, mas um tanto
anacrônico.
Julián Fuks:
NOTA: 9,7
COMENTÁRIO: É
uma bela leitura da foto, destacando um menino entre os outros, invadindo sua
intimidade. Só não sei se o tom e o vocabulário bélicos são os mais
apropriados. Difícil entender como uma batalha a cena delicada que se descreve.
Luisa Geisler:
NOTA: 9,7
COMENTÁRIO: Há
rimas interessantes, uso diferenciado de linguagem. As metáforas, que permitem
a visão de guerra numa sala de aula, é uma imagem interessante revelam
criatividade. As aspas são excessivas, considerando-se a linguagem poética.
Victor Paes:
NOTA: 9,1
COMENTÁRIO: A
metáfora do soldado é interessante. Mas poderia ter funcionado melhor se
tivesse sido mais enxuta de imagens.
Pseudônimo:
G.D
Título:
Aluno Operário
Afonso
Henriques:
NOTA: 9.6
COMENTÁRIO:
Trata-se de uma boa leitura da foto apresentada. O poema está, sem dúvida, bem
construído, apesar das nítidas influências concretistas deixá-lo, às vezes,
ficar muito datado...
Paulo Fodra:
NOTA: 9,7
COMENTÁRIO: O
poema, com seus vários recursos estilísticos, remete à cacofonia da hora do
intervalo ao invés do devaneio silencioso sugerido pela foto. Ter um estilo
próprio é muito bom, mas é vital que o poeta o coloque para trabalhar a favor
dos seus poemas. Como sempre, há boas pérolas perdidas no caos: “A sirene dita
o fim dos tempo / escravo das onomatopeias” e “dita a diretriz quadrada”.
Tânia Tiburzio:
NOTA: 9,6
COMENTÁRIO: Bom
trabalho do poeta, mas não gosto da disposição dos versos. Não se consegue
fixar nas palavras, perde-se muito tentando entender a forma.
André de Leones:
NOTA: 9,5
COMENTÁRIO: Lendo
o poema acima, lembrei-me do título de um livro de Irvine Welsh: “Se você
gostou da escola, vai adorar trabalhar”. O autor sugere que as “grades”
profissionais não passam de mera continuidade das “grades” escolares.
“Escola-fábrica”, diz ao final. O aluno como um detento. Como escapar, como não
ficar preso a isso? Movimentando-se, parece. A poesia seria um movimento? Uma
“greve” possível, do ponto de vista de quem está fora (ou dentro, preso). É uma
ideia interessante.
Ana Elisa
Ribeiro:
NOTA: 9.8
COMENTÁRIO: Bastante
original na forma, na formulação, no diálogo com questões passadas, presentes e
futuras. Vi de Foucault às greves atuais aqui. Talvez as citações é que
chateiem um pouco.
Julián Fuks:
NOTA: 9,5
COMENTÁRIO: O
sentido geral é evidente, e a escola acaba se revelando fábrica em uma série de
imagens bem-sucedidas. Quanto às experimentações inescapáveis, é interessante o
uso reiterativo da palavra “grade”, mas os tantos recursos gráficos parecem
utilizados de forma um tanto desmedida. Conviria calcular melhor seus efeitos.
Luisa Geisler:
NOTA: 9,8
COMENTÁRIO: A
excelente relação fábrica - sala de aula, muito criativa. O uso de poesia
concreta é muito bom. Não gostei da epígrafe, e as vírgulas poderiam ter sido
cortadas, dada a construção o poema.
Victor Paes:
NOTA: 9,5
COMENTÁRIO: Poema
bem ousado na forma. Mas os elementos
que remetem ao concretismo não funcionam, pois visualmente e sonoramente não
dizem muito.
Pseudônimo:
Lune
Título:
proclamar
Afonso
Henriques:
NOTA: 9.6
COMENTÁRIO:
Apresenta bastante força expressiva.
Paulo Fodra:
NOTA: 9,9
COMENTÁRIO: Sem
abandonar suas características marcantes, a poetisa foi uma das que mais
cresceu ao longo do certame. Enclausurada em uma estrutura redundante, que por
si só já remete ao devaneio do menino, ela dá voz ao seu apelo desesperado para
proteger a inocência do menino, ameaçada pelo mundo, pelos padrões da sociedade
e até mesmo pela própria escola. O resultado chega a ser perturbador.
Tânia Tiburzio:
NOTA: 9,7
COMENTÁRIO: É
bonito, mas falta algo. Não me tocou como outros poemas.
André de Leones:
NOTA: 9,2
COMENTÁRIO: Não
vejo sentido no poema. Impreciso, obscuro. Ele escorre pela página, amorfo.
Pressente-se algo aqui e ali, mas o verso seguinte sufoca o anterior como se o
poema intentasse o suicídio. A despeito do sétimo verso, não brotam sinapses
ali. O poema é um amontoado de membros impossíveis de serem organizados e,
assim, formarem um corpo.
Ana Elisa
Ribeiro:
NOTA: 9.4
COMENTÁRIO: Costumo
me enfastiar com imagens demais e palavras difíceis. O poema comunica pouco,
embora seja muito bem construído.
Julián Fuks:
NOTA: 9,5
COMENTÁRIO: Começa
bem, termina muito bem, mas falta ao conjunto alguma transparência. As imagens
fortes que se veem durante todo o poema às vezes são inacessíveis; existem, mas
não se consolidam aos olhos de quem lê.
Luisa Geisler:
NOTA: 9,7
COMENTÁRIO: Excelente
uso de linguagem metafórica e a presença de poesia concreta (embora breve) é
muito interessante.
Victor Paes:
NOTA: 9,3
COMENTÁRIO: O
formato do poema, quanto à relação do eu lírico com a foto é bem interessante.
Mas seria mais bem realizado se fosse mais enxuto de imagens com pouco vigor,
como “nem serei verbo em voz”, “afastarei da tua luz de lua cheia” e “fazendo
eclipse onde esconder / tua inocência impressentida”.
Pseudônimo:
Nonada F.C.
Título:
Distração
Afonso
Henriques:
NOTA: 9.3
COMENTÁRIO: É
uma tentativa de falar sobre o olhar “distraído” do menino da foto. Contudo, o
poema se apresenta ainda bastante irrealizado (gostei, de todo modo, da ideia
da repetição das palavras).
Paulo Fodra:
NOTA: 9,9
COMENTÁRIO: O
poeta, usando de uma estrutura simples e enxuta, consegue injetar poesia até
nas entrelinhas. Belo esforço de concisão que, longe de soar simplista,
funciona muito bem trabalhando em conjunto com a imagem.
Tânia Tiburzio:
NOTA: 9,9
COMENTÁRIO: Bonito,
gostoso de ler. Nada rebuscado, simples e sensível.
André de Leones:
NOTA: 9,1
COMENTÁRIO: Pouco
é dito aqui. Má execução de uma ideia não muito boa, em versos como “... a vida
é feita de ótimos / átimos e oportunidades”. Pontas soltas que, amarradas, não
resultariam em coisa muito melhor.
Ana Elisa
Ribeiro:
NOTA: 9.4
COMENTÁRIO: Algumas
palavras são clichês poéticos, tipo átimo, ainda mais na combinação com ótimo.
Julián Fuks:
NOTA: 9,4
COMENTÁRIO: O
poema curto talvez exija mais assertividade, mais clareza de propósitos. Aqui a
construção é consistente, a repetição programática é interessante, mas algumas
expressões comuns demais (“milagres acontecem”, “a vida é feita de”) subtraem
força ao poema.
Luisa Geisler:
NOTA: 9,4
COMENTÁRIO: Às
vezes o uso de linguagem é muito comum (átimos x ótimos, etc). Poderia variar
mais, experimentar. A objetividade do poema (facilidade com que o (a) autor(a)
transmite informações) é impressionante e agrada ao leitor.
Victor Paes:
NOTA: 9,6
COMENTÁRIO: Poema
bem enxuto e isso é bem interessante. Se fosse mais enxuto, seria melhor ainda.
Perdeu força na brincadeira com “ótimos / átimos” e na palavra “burocracias”.
“Só o infinito acontece” é muito bom.
Pseudônimo:
Per-Verso
Título:
Outros tempos, outros eram
Afonso
Henriques:
NOTA: 9.5
COMENTÁRIO: Há
um conhecido refrão em uma balada do poeta francês François Villon que diz:
“Mas onde estão as neves de outrora?” Penso que a tentativa de falar de um
tempo perdido consegue algumas imagens interessantes, mas o poema pede mais
trabalho.
Paulo Fodra:
NOTA: 10
COMENTÁRIO:
Poema com sabor de saudade, que cria uma terceira imagem para complementar o
conjunto poema-foto: o menino crescido que encontra a foto no fundo da gaveta e
recorda com cheiro, gosto e sentimentos.
Tânia Tiburzio:
NOTA: 10
COMENTÁRIO: Perfeito,
casou muito bem com a fotografia. Poema simples e sensível.
André de Leones:
NOTA: 9,1
COMENTÁRIO: Versos
evocaticos, nostálgicos. A nostalgia é sempre tão pobre? “Vagas apagam da areia
do tempo o vago momento”: versos assim barateiam o que a imagem de Doisneau
evoca. Se o tempo pode ser descrito mediante aliterações tão limitadas, o
melhor é que ele se apague, seja devorado pelo pobre Cronos, ali enfiado com
tamanha falta de jeito.
Ana Elisa
Ribeiro:
NOTA: 9.4
COMENTÁRIO: Boas
imagens, mas a construção do poema não convenceu. Há um tom de memória e
nostalgia que fica chato.
Julián Fuks:
NOTA: 9,7
COMENTÁRIO: Bom
uso da métrica e das rimas, neste quase soneto que toma suas liberdades. O
leitor é conduzido com pulso firme pelas idas e vindas do tempo, assunto eterno
de tantos poemas. Aqui, há algumas sequências muito felizes (“perdemos a era e
a hora”, por exemplo), mas em outros momentos a formulação parece pronta
demais, ou por demais conhecida.
Luisa Geisler:
NOTA: 9,5
COMENTÁRIO: Interessante
o pensar tempo com a foto em preto e branco. A temática inova, mas a linguagem
falha nesse sentido. Há pouca linguagem metafórica, etc.
Victor Paes:
NOTA: 9,0
COMENTÁRIO: A
ideia de desviar a descrição da fotografia em si para uma reflexão sobre o
tempo agindo sobre ela é interessante. Mas para funcionar seria importante que
essa reflexão fosse uma pouco mais a fundo, se valendo de imagens menos
superficiais, como “A foto capta, rapta o precioso segundo” e “Um dia, no fundo
da gaveta e da memória / O significado daqueles olhares estará perdido”.
Pseudônimo:
Anna Lisboa
Título:
Ufotógrafo francês (preto e branco colorido)
Afonso
Henriques:
NOTA: 9.5
COMENTÁRIO: A
maneira muito própria de construir da poeta apresenta sempre interesse, mas
este poema em particular necessita de maior cuidado formal.
Paulo Fodra:
NOTA: 10
COMENTÁRIO:
Jogos de palavras brilhantes alinhavados pela estrutura narrativa do momento da
foto. Em algum momento recaiu no prosaísmo ou na descrição literal da imagem.
Eu, aqui, fiquei “Babando como o ciclope atrás da lente”.
Tânia Tiburzio:
NOTA: 9,6
COMENTÁRIO: Achei
o poema um tanto confuso, não me tocou.
André de Leones:
NOTA: 9,6
COMENTÁRIO: Evocação
que foge do tom pedestre e, ao mesmo tempo, apropria-se da experiência do
próprio fotógrafo cujo trabalho inspirou os versos. As duas primeiras estrofes
são as melhores, os olhos do fotógrafo que se aproximam sem ainda saber do quê
– mas se aproximam mesmo assim, trincando concretos e quebrando telhados. Olhar
perscrutador ao extremo, similar ao do poeta.
Ana Elisa
Ribeiro:
NOTA: 9.8
COMENTÁRIO: Bem-bolado,
beirando o humor na poesia, o que acho que é ótimo. Interessante.
Julián Fuks:
NOTA: 9,5
COMENTÁRIO: Gosto
da fragmentação do poema, aqui não é importante que se construa algo em
sequência, em discurso coeso. Mas a linguagem às vezes se deixa seduzir pela
própria sonoridade e perde precisão, e sobram relações um pouco forçadas ou
arbitrárias entre vocábulos (só um pouco): maciça-maçã, sol-bemol, rua-lua.
Luisa Geisler:
NOTA: 9,4
COMENTÁRIO: Pessoalmente,
não gostei da escolha de menção ao francês. Me pareceu uma observação ao autor
da foto e não à foto, algo extraimagem. A linguagem explora onomatopeias, o que
dá realismo e é um ponto positivo.
Victor Paes:
NOTA: 9,4
COMENTÁRIO: O
ritmo do poema é bem interessante. Perdeu a força na personificação do “olhos”,
nas pequenas rimas (que não acrescentaram) e no último verso, que não diz muito
no “lá se vão” e por ser uma pura descrição elogiosa, quebrando o ritmo
anterior.
Pseudônimo:
Alice Lobo
Título:
branco e preto
Afonso
Henriques:
NOTA: 9.5
COMENTÁRIO:
Trata-se de uma leitura bem interessante da foto de Doisneau, com versos que
chamam a atenção: por exemplo, “esse país estrangeiro, o tempo”.
Paulo Fodra:
NOTA: 9,9
COMENTÁRIO: A
poetisa deixa para os 45 do segundo tempo a conexão do seu texto com a imagem.
Isso faz com que tenhamos que ler novamente o texto, buscando algum significado
preso às pernas das letras. Isso não é ruim, ainda mais que me pareceu
completamente deliberado. Na segunda leitura, o poema me pareceu ainda mais
onírico e perturbador. E agora sou eu que não consigo dormir – preso a um poema
de Alice Lobo.
Tânia Tiburzio:
NOTA: 10
COMENTÁRIO: Lindo!
Adorei mesmo, emocionante e simples. Só não entendo o motivo da disposição
espacial de alguns versos, acho desnecessário este recurso.
André de Leones:
NOTA: 9,1
COMENTÁRIO: Imprecisão
nunca gera bons versos. Os versos parecem largados na página sem muito cuidado.
Não formam um organismo, não se relacionam bem. Ao final, quem está “preso a
uma foto de / robert doisneau”? O “eu” insone? O próprio sonho que o “eu”
recorda?
Ana Elisa
Ribeiro:
NOTA: 9.4
COMENTÁRIO: Bom
poema, mas as imagens não cativam o suficiente.
Julián Fuks:
NOTA: 9,7
COMENTÁRIO:
Bonito poema, com um uso preciso da pontuação a demarcar seus distintos
momentos, distinguindo os humores do passado e do presente. Mas é difícil
estabelecer sua relação com a foto, para além de uma vaga inspiração. Assim, a
menção final a Doisneau parece apenas conveniente – perturbando, talvez, o que
o poema viria a ser em outro contexto.
Luisa Geisler:
NOTA: 9,6
COMENTÁRIO: Gosto
de "preso a uma foto de robert doisneau". A presença do eu-lírico é
bastante marcante, e a leve exploração do concretismo e exploração de linguagem
é muito válida.
Victor Paes:
NOTA: 9,8
COMENTÁRIO: Esse
poema é um grande exemplo de uma obra inspirada em outra. Pois não segue a
linha de apenas descrever a fotografia. Não que haja um problema nisso, pois
essa descrição pode ser poeticamente muito interessante. Mas esse poema parte da
mesma essência do poema e faz uma bela intercessão com ele. Só acredito que
perdeu um pouco da força no uso dos verbos na segunda pessoa (o que também não
é um problema em si, mas que, nesse caso, senti destoar do resto do poema).
RANKING E COMENTÁRIOS DOS
HAICAIS SEGUNDO EDSON KENJI IURA
Conforme já havia sido
explicitado no post anterior, o haicaísta Edson Kenji Iura ficaria
responsabilizado pela definição do ranking na categoria “haicais”. Edson assim
o fez, além de ter delineado comentários a cada um dos haicais. Antes de
conferir o ranking, que tal conhecermos um pouco sobre o Edson Kenji Iura?
BIOGRAFIA
Edson
Kenji Iura é nascido e residente em São Paulo. Trabalha na
área de informática. Desde 1991 é devotado à prática do haicai como membro do
Grêmio Haicai Ipê. Seleciona haicais de leitores para publicação no Jornal
Nippak. Pioneiro na divulgação do haicai brasileiro na internet como editor do
"Caqui" (www.kakinet.com),
primeira revista eletrônica em português exclusivamente dedicada ao assunto,
fundada em 1996. Administrador do fórum eletrônico "Haikai-L", o
primeiro na internet dedicado ao haicai brasileiro, fundado em 1996. Jurado de
concursos de haicai. Tem haicais publicados em antologias.
Lohan:
Olá, caro Edson. É um prazer recebê-lo mais uma vez em nosso concurso. Edson,
conte para nós como funciona o seu processo de construção de um haicai.
Geralmente, de onde surge a ideia? Quanto tempo, aproximadamente, você leva
para escrever um haicai de acordo com as métricas essenciais? E, para quem está
iniciando nesta prática haicaísta, qual é o seu principal conselho?
Edson:
Não existe muito processo. O fundamento do haicai é a atitude aberta ao mundo.
Assim, tudo é assunto. Algo que se vê na rua desperta a vontade de escrever, e,
assim, faz-se um registro curto, estruturado em três linhas, usando palavras
simples. Isso leva um minuto. Para quem está começando, há muita informação na
internet. Procure escrever seguindo os modelos que lhe agradam. E frequente
comunidades de haicaístas, onde pode achar quem possa lhe esclarecer dúvidas,
além de compartilhar seus trabalhos.
Abaixo,
encontra-se o ranking (cuja pontuação será tomada por tabela) e os comentários:
RANKING DOS HAICAIS
(POR EDSON KENJI IURA):
1º
(diálogo), de Henrique César Cabral
(Gaspar) – 12 pts.
Comentário:
O
autor tomou o cuidado de escolher um título neutro para o haicai com ecos de
Buson (chuva de primavera/ a conversa da sombrinha / com a capa de palha).
Interessante imagem da fumaça se misturando à névoa.
2º
Cena de Inverno,
de Thiago Luz (Jean Jacques) – 11 pts.
Comentário:
O
fotógrafo é livre para escolher o melhor enquadramento, consoante a seus
objetivos. Ao haicai, não cabe julgamento, o que ocorre na expressão “lente
frígida”. É suficiente o inverno do primeiro verso, que, estabelecendo um pano
de fundo, já sugere indiferença.
3º
Epopeia, de
Hernany Tafuri (Nonada F.C.) -10,5 pts.
Comentário:
Não aprecio o artefato concretista
do último verso.
4º
Água pura, de
Lune – 10 pts.
Comentário:
Haicai não é dizer o máximo com o
mínimo. É dizer o suficiente. Tentativa de escrever um ensaio usando o
telégrafo.
5º
Saci Pererê, de
Francisco Ferreira (João Saramica) – 9,5 pts.
Comentário:
O
erro de muitos poetas é usar um telegrama para contar uma história com início,
meio e fim.
6º
MENINO POETA ou
As asas da chuva, de Wender Montenegro (Manoel Helder) – 9 pts.
Comentário:
Com medo de ser incompreendido, o
poeta usa o longo título para fazer a exegese do poema.
7º
Abismo, de Ana
Lúcia Pires (Anna Lisboa) – 8,5 pts.
Comentário:
Flor
de algodão é a flor do algodoeiro. É preferível descrever a natureza como ela
é, ao invés de criar imagens elaboradas.
8º
Orvalho, de Marco
Antônio Tozzato (Per-Verso) – 8 pts.
Comentário:
O último verso contém uma locução
muito usada em conversas do mundo masculino. Mas o coloquialismo não salva a
comparação forçada.
9º
Pedido, de
Geovani Doratiotto (G.D) – 7,5 pts.
Comentário:
Um
apelo por uma vida com mais sentimentos. Mas eu gostaria de um poema com
perspectiva menos subjetiva.
10º
Pretérito do
futuro, de Barolo – 7 pts.
Comentário:
O
título resume o poema. O poema é exemplo para o título. Verbete de dicionário.
11º
Aula de moral de cívica, de Flavio
Machado (Dersu Uzala) – 6,5 pts.
Comentário:
Simples enunciação de um conceito.
Funciona em panfletos, mas não em poesia.
12º
recife, de Letícia Simões (Alice Lobo) –
6 pts.
Comentário:
Um haicai pede linguagem direta e
não um raciocínio intrincado e metafórico.
PONTO-PRESENTE
O
Ponto-Presente consiste nos pontos que os poetas concedem entre si, de acordo
com os poemas preferidos da etapa. Cada um deles deveria conceder dois pontos:
1 destinado à temática “Poema inspirado em imagem” e outro destinado ao “haicai”.
Veja, abaixo, quem os poetas escolheram para presentear nesta rodada:
Lune:
Poema: vai para
a Anna Lisboa, que emprestou a sua lente mágica de poesia à arte-foto de
Doisneau.
Haicai: vai para
o G.D, pela ideia mais original, mais criativa em três linhas.
Jean
Jacques:
Poema: Anna
Lisboa. Conseguiu captar a imagem com leveza, sem se perder em meio a metáforas
e imagens poéticas. Enfim, manteve um norte do início ao fim.
Haicai: Gaspar.
Fiquei na dúvida entre Gaspar e Per-Verso, mas gostei da forma poética como o
Gaspar conseguiu exalar seu pensamento.
Dersu
Uzala:
Poema: Nonada
F.C. – pelo belo poema sobre uma imagem complicada servir de mote para o poema.
Hacai: vai para
Barolo, achei singelo e belo.
Anna
Lisboa:
Poema e haicai:
Voto duplo para G.D, o grande poeta da clareza subliminar. Compreendo* e adoro
tudo que cria. Desta vez, uma poesia real e um haicai de amor (?). Em tempo:
gostaria novamente de aplaudir Lune. Compraria qualquer livro que essa mulher
escrevesse.
G.D:
Poema e haicai:
voto em Per-Verso. Haicai ducaralho, bem como a poesia.
Manoel
Helder:
Poema e haicai:
Voto em Gaspar, em ambos. Genial! Quanto ao poema sobre a imagem, só fiquei em
dúvida se os itálicos são dele ou se são intertextualidade. Mesmo assim,
perfeito! E no haicai "fumar uma
conversa..." foi brilhante.
Gaspar:
Poema: Na poesia
voto em Manoel Helder. Ele sabe como organizar um poema. Sabe que a poesia é,
antes de tudo, um objeto estético. O cuidado que o poeta demonstra só
acrescenta ao seu talento. As citações, apesar de cultas, não vestem o ar
esnobe do intelectual. São bem colocadas e, no caso desse poema, é uma diretiva
(?) importante para o leitor. Quintana e o poeta Helder merecem.
Haicai: Voto em
João Saramica. Sempre achei que o título descaracterizava muito o haikai, mas
no caso, “Saci Pererê”, foi, literalmente, um achado encantado. É um pequeno
Koan – me tirou o sono.
Barolo:
Poema: Nonada
F.C.. Muito bom o jogo de ideias, o ritmo, a forma, o antagonismo entre
possibilidades infinitas e as burocracias já inventadas.
Haicai: Gaspar.
Muito boa a imagem da névoa com a impressão de fumaça, enquanto se caminha e
conversa. Deu para visualizar perfeitamente a cena.
Per-Verso:
Poema: Adorei os
versos do poema de Wender Montenegro: Eles gritam na sala:
“abre-te ábaco!
Noves fora (cola)
nada
no olhar ao lado”.
Resume bem a ideia captada pela fotografia: A excitação, a ansiedade, dos alunos aprendendo, respondendo. Um flagrante de imagem e palavras. Meu voto é, portanto, para o Wender.
“abre-te ábaco!
Noves fora (cola)
nada
no olhar ao lado”.
Resume bem a ideia captada pela fotografia: A excitação, a ansiedade, dos alunos aprendendo, respondendo. Um flagrante de imagem e palavras. Meu voto é, portanto, para o Wender.
Haicai: Voto no
haicai da Anna Lisboa pela sutileza.
Alice
Lobo:
Poema: O melhor
poema foi o de Anna Lisboa. Ela captou a delicadeza dos meninos - os sonhos, as
vontades & a mágica do olho de Doisneau que registrou tudo isso em um
clique.
Haicai: O melhor
haicai foi o de G.D. Nossa senhora, eu dava meu braço para ter escrito isso!
Lindo, lindo. Doeu ali no fundinho da alma.
Nonada
F.C.:
Poema: O poema
de João Saramica é belíssimo. Olhar muito sensível, o ponto vai pra ele.
Haicai: Vai pro
Manoel Helder por ser um haicai oswaldiano.
João
Saramica:
Poema: Ponto
para “Proclamar”, de Lune, o melhor poema.
Haicai: Ponto
para o menino poeta Manoel Helder pelo melhor haicai.
RANKING
DA RODADA (TEMÁTICA: POEMA INSPIRADO EM IMAGEM):
1º
HENRIQUE CÉSAR CABRAL (GASPAR) – 77,3 pts.
2º
LETÍCIA SIMÕES (ALICE LOBO) – 77 pts.
(maior
nota: 10)
3º
GEOVANI DORATIOTTO (G.D) – 77 pts.
(maior
nota: 9,8)
4º
ANA LÚCIA PIRES (ANNA LISBOA) – 76,8 pts.
5º
THIAGO LUZ (JEAN JACQUES) – 76,4 pts.
6º
FRANCISCO FERREIRA (JOÃO SARAMICA) – 76,4 pts.
7º WENDER MONTENEGRO (MANOEL HELDER) – 76,4 pts.
8º LUNE – 76,3 pts.
9º
MARCO ANTONIO TOZZATO (PER-VERSO) – 76,2 pts.
10º
HERNANY TAFURI (NONADA F.C.) – 76 pts.
11º
BAROLO – 75,2 pts.
12º
FLAVIO MACHADO (DERSU UZALA) – 74,9 pts.
PREMIAÇÃO
DA RODADA:
O ganhador do livro de Ruy
Espinheira Filho, “Andrômeda e outros contos”, foi: Henrique César Cabral
(Gaspar). Parabéns, Henrique!
PONTO
BÔNUS:
A ganhadora do ponto bônus (1 pt.),
nos comentários, foi a poeta ANA LÚCIA PIRES (ANNA LISBOA), após ter recebido
16 votos. Parabéns, Ana!
BÔNUS
DO JÚRI:
O poema que mais se destacou
positivamente, para Victor Paes, foi: “branco e preto”, de ALICE LOBO.
Portanto, Letícia Simões (Alice Lobo) receberá 0,5 pts. de bônus. Já para o
jurado André de Leones, o poema que mais se destacou positivamente foi “Ufotógrafo
francês (preto e branco colorido)”, de Anna Lisboa. Portanto, Ana Lúcia Pires
(Anna Lisboa), receberá 0,5 pts. de bônus.
NA
PRÓXIMA ETAPA (CINEMA), TEREMOS A PARTICIPAÇÃO ESPECIAL, COMO JURADA, DA PROFESSORA
E NOVELISTA GLOBAL THELMA GUEDES, AUTORA DE
NOVELAS COMO “CORDEL ENCANTADO”, “CAMA DE GATO” E “O PROFETA”, EM PARCERIA COM
DUCA RACHID.
ATÉ
A PRÓXIMA, AMIGOS POETAS E LEITORES!
QUE
VENHA A PENÚLTIMA ETAPA!
AUTORES
S/A
9 comentários:
Ilustres presenças julgadoras e poetas concorrentes divididos por emoções opostas. Uns exultantes, outros, imagino, tentando superar o impacto causado por duras avaliações. Parabéns, autores pela escolha dos jurados; e a todos os poetas, "ótima" sorte nessa reta final!
Valeu, Camillo Landoni! Vou pegar carona num pedacinho desse "ótimo" pra animar! A cada rodada, mais eletricidade em todas as 12 esferas. Muito bom esse "frisson" todo!
Abraço
Lune
Obrigado, Landoni! E também concordo com o prazer desse "frisson" das quintas, Lune! rs
Gostaria de felicitar os poetas Autores por tornarem este concurso eletrizante e imprevisível, com seus poemas sempre tão ricos em recursos os mais variados, cada um ao seu estilo, que bem o digam Anna, Lune e GD. Em especial, palmas ao poeta Henrique César Cabral, o "Gaspar", pelo brilhantismo de seus dois poemas (gostaria mesmo de tê-los escrito, amigo!) :)
Ao “Gaspar” e ao Marco Antonio Tozzato, o “Per-Verso”, agradeço pelos presentes concedidos, mais que simples pontos, palavras de fogo, tão boas que ainda ressoam aqui, sobretudo as do Gaspar:
“Na poesia voto em Manoel Helder. Ele sabe como organizar um poema. Sabe que a poesia é, antes de tudo, um objeto estético. O cuidado que o poeta demonstra só acrescenta ao seu talento. As citações, apesar de cultas, não vestem o ar esnobe do intelectual. São bem colocadas e, no caso desse poema, é uma diretiva (?) importante para o leitor. Quintana e o poeta Helder merecem.”
Gratidão também a Hernany Tafuri, o “Nonada F.C.” e a Francisco Ferreira, o “João Saramica” que votaram em meu haicai.
Muito obrigado, amigos! Agora, vamos todos ao cinema :)
Abraços
Wender, o "Manoel Helder"
“O que está ausente dos versos acima é a invenção. O mau uso da pontuação (vide as reticências ao final da segunda estrofe) e a insistência de termos pisados e repisados (“ coração”, “estrelas”, “olhar”) chega ser nauseante”.
Comentário do douto e insigne jurado André de Leones ao meu poema “Das Infinitas Possibilidades de Voar” na rodada do II Concurso de Poesias Autores S/A.
Venho aqui apenas agradecer ao Mestre supracitado e sugerir-lhe que tome chá de Flor-de-Mamão com uma pitada de bicarbonato de sódio, caso ele não seja hipertenso, pois essa mezinha já salvou a vida de muitos roceiros como eu. Mas caso a receita caseira e centenária não surtir efeito e ele continue nauseado, que procure um médico. E que não ouça, de maneira nenhuma, a canção a seguir, de Antônio Carlos e Jocafi:
(Você Abusou)
Você abusou, tirou partido de mim, abusou
Você abusou
Tirou partido de mim, abusou
Tirou partido de mim, abusou
Tirou partido de mim, abusou
Mas não faz mal, é tão normal ter desamor
É tão cafona, sofredor
Que eu já nem sei se é meninice ou cafonice o meu amor
Se o quadradismo dos meus versos
Vai de encontro aos intelectos que não usam o coração como expressão
Você abusou, tirou partido de mim, abusou
Você abusou
Tirou partido de mim, abusou
Tirou partido de mim, abusou
Tirou partido de mim, abusou
Que me perdoem se eu insisto neste tema
Mas não sei fazer poema ou canção
Que fale de outra coisa que não seja o amor
Se o quadradismo dos meus versos
Fonte: http://letras.mus.br/toquinho/49126/
Agradeço de “coração” ao Gaspar (ponto presente - pelo hai cai) e ao Nonada F.C. (ponto presente - pelo poema).
Daqui, falando pelos cotovelos e pensando com o CORAÇÃO, o OLHAR sempre nas ESTRELAS, mesmo que não seja noite.
Boa tarde,
Ao ler os resultados percebo que a justiça foi feita.
Li em outro espaço o comentário do Sr. Wender Montenegro sobre a minha pessoa e daquelas palavras pude extrair uma certeza a qual já suspeitava: estamos lendo um poeta prepotente que se esconde por trás de uma leviana humildade.
Que feio, Sr., muito feio. Esbanja a sua primeira colocação no certame renunciando a qualquer espécie de leitura crítica de seus poemas. Eu não sei bem o que foi assimilado por você quando eu disse para se retirar do armário. Espero que a carapuça não tenha servido para outro assunto pois não foi essa a intenção. Ano passado disse o mesmo ao poeta Leon Bloba que foi o campeão do certame e fui bem interpretado. Não vou ficar dando explicações também, entenda o que for conveniente para você. Seu comentário confirmou a sua presunção já apresentada no poema da leva anterior quando dizia que Vinicius de Moraes se transmigrou para sua pessoa. Eu-lírico ou não, aquele poema é o seu retrato.
Por favor, prefiro me isentar a conhece-lo entre outras paredes. Vai que numa oportunidade dessa você queira sair do armário de outra maneira? Prefiro não correr esse risco, Sr.
Reconheço seus predicados como poeta, mas não reconheço o sujeito que há por trás desse poeta. Acredito que o resultado dessa leva tenha sido o início da sua derrocada na competição. Ainda acredito que os poetas G.D e Anna Lisboa travarão a disputa final.
Não quero quinze segundos de fama tampouco ocupar o centro do palco. Eu já o faço naturalmente. Sou digno dos refletores que acendem sobre mim.
Vocês, poetas, precisam aprender a contestar menos a crítica. A crítica faz o poeta.
Agora cansei. Vou assistir os atletas saindo do armário nos Jogos Olímpicos.
Cordialmente,
F.N.V
Boa tarde!
Vim para a última dose dos 15 'segundos', senão ele infarta. :)
Como vimos o tal Felipe Crítico Neto Poeta Viana Frustrado deturpou completamente a minha fala: em nenhum momento, e ele sabe disso, falei para além da esfera literária. Agora ele vem com artifícios, mudando o norte de suas investidas.
Sabemos que a frustração desmedida pode desencadear esse tipo de mau-caratismo. É o tipo dos que procuram apenas atormentar as pessoas que estão a sua volta. Estas pessoas procuram difamar, injuriar, caluniar aqueles que consideram seus desafetos, na impossibilidade de vencê-los honestamente. Mas, quando percebem que suas ações não estão alcançando o objetivo desejado (pois ninguém mais aguenta sua - aqui sim - prepotência), e que aqueles que estão ao seu redor estão percebendo o seu desequilíbrio, esses agressores assumem o papel de vítima para tentar conseguir nova dose de atenção.
(Ah, esses míseros 15 'segundos' de fama... O que não fazem alguns para obtê-los?!)
E muitos dos que acompanham este concurso e sua versão anterior sabem bem de que tipo de pessoa estou 'tratando'.
Passe bem, meu caro F.N.V. Divirta-se com os jogos ou com os que precisam de sua crítica barata, pq eu não preciso dos tais "refletores que acendem sobre" sua cabeça.
Aproveite a dose, pois de minha parte garanto que não terá outra.
Cordialmente,
Wender Montenegro, o 'Manoel Helder'
Eh isso, Wender. Somos todos tao diferentes que os leitores devem se surpreender a cada descida de pagina rs (que bom!!). Quando lembro das 502 incricoes, passo a mao na minha cabeca e digo: Uiaa rs
Lune, Thiago,Alice,Marco Antonio, muito obrigada, muito obrigada.
Olá, meu voto vai para Wender Montenegro, com o poema Silêncio de claquete: parte Saraceni porque embora eu tenha sido lograda ao esperar um poema com títulos de filmes e personagens tantos, ele vem como sempre me surpreender e mostra o Ceará com seus tantos "meninos" que nunca estiveram numa câmara escura para ver a festa da sétima arte. Wender não passeia por títulos nem tampouco pelo cinema, escolhe sim, ir ao cinema, colher a última cena de saraceni no silêncio da claquete. Adorei.
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