Dizem que o saber não ocupa espaço. Discordo. Ocupa sim. Preenche vazios, horas vazias, “horas perigosas do dia”.
A cada texto, a cada palestra, a cada aula, a cada nova amizade sinto-me transbordar, como se não houvesse mais espaço dentro de mim.
Em seguida, vem a inquietação. O sentimento de risco. O gosto pelo risco.
E arrisco.
Não tenho medo, sei quem sou: sou Ana, de trás para frente, de frente para trás.
Palíndromo não é uma ilha grega.
Então, com o passar dos dias, das horas, o novo saber é deglutido, absorvido, e os vazios voltam a se avolumar. Hora de mais: de mais leituras, de mais gente, de mais troca, de mais riscos.
O processo não se esgota. Repete-se eternamente. Renova-se.
Meu cálice transborda.
10 comentários:
Pai, empurra pra mim este cálice, pai! Pai, empurra pra mim este cálice... E eu jamais me calarei novamente.
Parabéns, Ana, por ser Ana no espelho.
Coincidência você se referir à música do Chico... Ando com ela na cabeça. Às vezes, no espelho também encontramos a nossa face.
bjs! Ana.
Ana, adorei seu texto!
Engraçado, acho que eu e você mergulhamos esta semana num espelho. Um espelho que nos possibilite enxergar nossos reflexos interiores. Reconhecer-se.
A vida foi feita para ser arriscada. Arrisquemos, amiga!
Beijos, Lohan.
Encontrar-se. A si mesmo, com o outro, no outro.
"E aprendi que se depende sempre
De tanta, muita, diferente gente
Toda pessoa sempre é as marcas
Das lições diárias de outras tantas pessoas
E é tão bonito quando a gente entende
Que a gente é tanta gente onde quer que a gente vá" [gonzaguinha, Caminhos do Coração]
Abraços, abraços.
Uma enciclopédia cuja capa pode ser um portarretrato digital. Um espelho em que o côncavo e o convexo se misturam, se complementam, se afastam, se reencontram e formam novas e diferentes figuras diante de um cálice que transborda, mas jamais esvaziará, tamanho conteúdo armazena. Você enxerga uma cachoeira translúcida, corredeira e inesgotável no seu espelho?
Enxergo cada coisa, que nem te conto...
rsrsrs
Ah... a falta que nos move e comove...
Adorei esse texto.
Concordo com você que o conhecimento preenche espaço sim. quem não tem conhecimento tem a cabeça vazia.
Não é? Obrigada pelo comentário.
Abraço,
Ana
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