Olá! Sejam bem vindos à Semifinal do I Concurso de Poesia Autores S/A! Antes de iniciarem suas leituras, por favor, assistam ao vídeo de abertura do Top 3.
Título: Abundância
O VELHO...
ainda sob os efeitos sugados dos teus peitos
me encontro em entorpecência profunda
só conheço um antídoto perfeito:
tua bunda.
IVANÚCIA LOPES...
Sinto tuas mãos contornarem meu corpo
Enquanto minha pele na tua arrepia.
Teu ar ofegante me deixando louco
Sob o calor da tua pele macia.
LÉON BLOBA...
Mas nem só de efeitos nosso amor se explica...
Amar sob os lençóis é poesia fecunda.
Reconheço-te no que me multiplicas:
Tu abundas.
Eis o Poema S/A do Top 3, “Abundância”, e seus “construtores de mãos cheias”! O Velho, Ivanúcia Lopes e León Bloba: parabéns por terem alcançado este patamar do concurso. Cada estrofe, cada palavra escrita por vocês, caros poetas semifinalistas, comprovam vossos talentos, e nenhum de vocês está vivenciando este momento a toa. Foi uma longa caminhada, e cá estamos: numa semifinal emocionante. “Abundância” foi iniciado pelo poeta O Velho, continuado pela poetisa Ivanúcia Lopes e finalizado pelo poeta León Bloba, que, por sua vez, empregou também o título. Abundante é o talento dos nossos semifinalistas. Sejam bem vindos ao Top 3 (Semifinal – “Ai o amor... Hum, o sexo!”), do I Concurso de Poesia Autores S/A!
Amor é prosa
Sexo é poesia...
Sexo é poesia...
ENTREVISTA COM O ELIMINADO DO TOP 4
O entrevistado da semana foi o poeta Príncipe Desavisado, que foi o eliminado do Top 4 no Campo Platônico vencido por Ivanúcia Lopes. Abaixo, Príncipe Desavisado fala sobre suas impressões do concurso, sobre os jurados e competidores. Boa leitura!
1. Quais foram suas impressões gerais do I Concurso de Poesia Autores S/A?
Príncipe Desavisado: Tanto a organização quanto os participantes me agradaram muito. O estilo do Concurso, como uma oficina temática, deu um toque especial a mais. Fiquei muito feliz por ter chegado entre os 4 primeiros. Lamento ter perdido logo sob o tema "Pai", mas a experiência foi a melhor possível. Penso em colocar os poemas que enviei para I Concurso de Poesia Autores S/A no meu próximo livro.
2. Você teria algo a dizer a respeito dos jurados, ou ao público que votou pela sua eliminação?
Príncipe Desavisado: Nem tanto pela eliminação, mas ao longo dos "Tops". Alguns jurados ainda veem a poesia como algo hermético, e mesmo muitos leitores do blog. Acham que estranhamento, rima, etc devam ser, necessariamente, órgãos de poesia. Eles podem ser membros, mas a vitalidade da poesia não passa, sempre, por eles. Uma receita de bolo, num livro de poesia, passa a ser poesia, o que vale é o que for combinado entre autor/leitor. Também estudo Literatura e Teoria Literária por ser formando em Letras pela UFJF e respeito a opinião deles - leitores e jurados - apesar de ter aposentado musas e afinas há tempos.
3. Dos 3 poetas competidores que restaram, em quem você aposta para ser o vencedor do concurso?
Príncipe Desavisado: Apostava em mim (risos), mas agora estou com a Ivanúcia Lopes. Ninguém passa por tantos Campos ileso. Praticamente todos os outros eliminados apontaram O Velho. Acho que estará em boas mãos poéticas, de qualquer maneira.
4. Qual foi a etapa mais difícil do concurso para você?
Príncipe Desavisado: Foi essa última - para mim. Falar sobre pai, ou sobre quem amamos, é mais difícil.
5. Você deseja deixar alguma mensagem aos poetas que permanecem na competição?
Príncipe Desavisado: Força a todos! Acho que o objetivo do Concurso foi cumprido: nasceram muitos bons poemas.
Amor é bossa nova
Sexo é carnaval
Sexo é carnaval
Os trechos da famosa canção de Rita Lee, “Amor e sexo”, estão diretamente relacionados ao tema proposto nesta semifinal aos 3 poetas competidores. Eles tiveram de escrever dois poemas – um sob o tema “amor” e outro de cunho erótico. Como terão se saído neste duplo desafio? Vale vaga na grande final!
Nesta rodada, fizemos duas perguntas aos nossos poetas semifinalistas. Foram estas:
- Caro poeta, aproveitando o ensejo do tema ''Amor'', a quem você declararia todo o seu amor nesta postagem e por que?
- Caro poeta, o que você pensa a respeito da virgindade? Você acredita que, nos dias de hoje, a tradição deve ser preservada ou o tabu precisa ser quebrado?
O que será que eles responderam? Curiosos? As respostas podem ser encontradas logo acima dos títulos dos poemas. Os poemas foram organizados pela ordem dos temas e, no interior de cada tema, em ordem alfabética (pelo título).
O que será que eles responderam? Curiosos? As respostas podem ser encontradas logo acima dos títulos dos poemas. Os poemas foram organizados pela ordem dos temas e, no interior de cada tema, em ordem alfabética (pelo título).
Antes, aproveitando o clima de amor e erotismo no ar, que tal lermos alguns trechos de poemas de poetas bastante conhecidos por nós?
Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
(Carlos Drummond de Andrade)
Este é um poema de amor
tão meigo, tão terno, tão teu...
É uma oferenda aos teus momentos
de luta e de brisa e de céu...
E eu,
quero te servir a poesia
numa concha azul do mar
ou numa cesta de flores do campo.
tão meigo, tão terno, tão teu...
É uma oferenda aos teus momentos
de luta e de brisa e de céu...
E eu,
quero te servir a poesia
numa concha azul do mar
ou numa cesta de flores do campo.
(Cora Coralina)
O amor é quando a gente mora um no outro.
(Mário Quintana)
Antes de amar-te, amor, nada era meu
Vacilei pelas ruas e as coisas:
Nada contava nem tinha nome:
O mundo era do ar que esperava.
Vacilei pelas ruas e as coisas:
Nada contava nem tinha nome:
O mundo era do ar que esperava.
(Pablo Neruda)
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!
(Fernando Pessoa)
Poeta, poeta... Fale de sexo!
calma calma
logo mais a gente goza
perto do osso
a carne é mais gostosa
logo mais a gente goza
perto do osso
a carne é mais gostosa
(Paulo Leminski)
Manteiga não se usa apenas pra passar no pão
Boceta não é cu mas ambos são palavrão
Gozo não significa ejaculação
O tato mais experiente é a palma da mão
Boceta não é cu mas ambos são palavrão
Gozo não significa ejaculação
O tato mais experiente é a palma da mão
(Arnaldo Antunes)
Numa manobra ágil de jovem marinheiro
Arrancou do efebo as luzidias calças
Suspendeu-lhe o traseiro e aaaaaiiiii...
E gozaram os três entre os pios dos pássaros
Das araras versáteis e das meninas trêfegas.
Arrancou do efebo as luzidias calças
Suspendeu-lhe o traseiro e aaaaaiiiii...
E gozaram os três entre os pios dos pássaros
Das araras versáteis e das meninas trêfegas.
(Hilda Hilst)
A espada do membrudo Ferrabraz
Decerto não metia mais horror:
Esse membro é capaz até de pôr
A amotinada Europa toda em paz
Decerto não metia mais horror:
Esse membro é capaz até de pôr
A amotinada Europa toda em paz
(Bocage)
Ela toma-o na boca e morde-o. Incontinenti,
Não pode ele conter-se, e, de um jacto, esporrou-se.
Não desarmou porém. Antes, mais rijo, alteou-se
E fodeu-a. Ela geme, ela peida, ela sente.
Não pode ele conter-se, e, de um jacto, esporrou-se.
Não desarmou porém. Antes, mais rijo, alteou-se
E fodeu-a. Ela geme, ela peida, ela sente.
(Manuel Bandeira)
E, no embalo poético, apresentamos os poemas do Top 3, a grande semifinal deste concurso! Boa leitura! Amem! Gozem! E, no final, não se esqueçam: comentem!
TOP 3 (SEMIFINAL – “AI, O AMOR... HUM, O SEXO!”):
Poema de Amor (Ai, o amor...)
De Macaé, Rio de Janeiro: O Velho, 50 anos.
A quem declara seu amor:
O Velho: Sempre, sempre, dedico, não só os meus poemas, mas todo o meu verdadeiro e mais profundo amor, àquela que vive ao meu lado por uma juventude e meia, meia velhice e que seguirá comigo por toda a eternidade, pois já semeamos este infinito amor nos nossos que nos continuarão. Izaura Carolina é minha eterna musa.
A seguir, o poema de amor de O Velho:
Título: namorada
a noite adormece cedo
o sonho dorme demais
o tempo é um brinquedo
o farol não acende o cais...
lá fora, o escuro, o medo
mas conheço os teus segredos
bem na flor desses cabelos
num sorriso acidental...
sou dos mares
que partem portos
da terra seca
que come corpos
não deixo nada pra trás...
sob o pano negro da noite
em todas as luas nascentes
teus olhos acordaram a luz
na-morada dos teus olhos
todas as luas azuis.
O amor nos torna
Patéticos.
Patéticos.
Do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro: León Bloba, 23 anos.
A quem declara seu amor:
León Bloba: Todo o amor do meu mundo a Rafael, pois seguimos os mesmos caminhos, na melhor beleza que há. Ele me eleva e me revela. Não sei se somos dois ou um na vida.
A seguir, o poema de amor de Léon Bloba:
Título: Soma
Nosso amor tem brilho –
Deste que trazem os grandes astros.
Amo, pois que, ao senti-lo,
Quando a dois, somente cintilo.
E me basto.
E pensar: amar a um, sendo dois.
Ou então: amar a dois, sendo um.
Que conto fator em comum
Em evidência, agora e depois...
Que somos sonho, soma, alma,
Amálgama, riso, rizoma,
Redoma, gozo e calma –
Carinho ímpar de um par.
Quando um abraço nos toma,
Em laços e em nós nos afaga,
O encontro é o que interessa
Pra téssera complementar.
Fico surpreso enquanto
Preso em seu braço,
Pois não tem preço
O seu abraço que eu prezo.
Um meio, um quarto, um terço,
Inteiro parece que rezo
Quando em você me reparto.
Seu sussurro, trinta decibéis...
Férteis de poesia.
No escuro oram-me fiéis
E o poço do ouvido arrepia –
Se eu criasse amor nos poros,
Suaria.
E se o suor na pele é sal
E sede continua tendo,
Se brasa quando junta ao fogo,
Quente continua sendo,
Se água pinga no rio
E o corixo ainda escorrendo,
Eu em você somos brilho,
Corisco nos astros crescendo...
Eu durmo sob o dossel
De seus cachos negros,
Querendo suas noites a mais.
Do céu tudo é segredo:
Gigantes siderais espelhos,
Testemunhas de sinais.
Que somos soma, carne e unha,
Pêlo, apelo, aperto e paz...
Amor sem sexo
É amizade.
É amizade.
De Marcelino Vieira, Rio Grande do Norte: Ivanúcia Lopes, 24 anos.
A quem declara seu amor:
Ivanúcia Lopes: Aos que acreditam na força do amor para mover suas ações e dar sentido à vida.
A seguir, o poema de amor de Ivanúcia Lopes:
Título: Vontade de amor
Coração ferido.
Ele sempre acredita no amor.
E sempre se arranha.
Fiz curativos com romances baratos.
Que empoeiravam a livraria da esquina
Achei que tinha resolvido.
Abri a janela de casa e pus uma flor no vaso.
No cabelo, um laço de fita.
Espiei passos leves, empoeirados.
Senti borboletas fazerem a festa
Tive vontade de acompanhá-las
Estava o amor escrito na testa
Todas as tardes ele vinha
Deixei entrar.
Pedi pra tirar o chinelo.
-Tenho alergia à poeira. Disse.
Coisas de amor mal-curado
Poema Erótico (Hum, o sexo!)
De Marcelino Vieira, Rio Grande do Norte: Ivanúcia Lopes, 24 anos.
E sobre a virgindade, o que pensa?
Ivanúcia Lopes: Acredito que as pessoas são livres, e não é a tradição que deve oprimi-las. Não creio que seja preciso publicizar a sexualidade para ser aceito na sociedade.
A seguir, o poema erótico de Ivanúcia Lopes:
A seguir, o poema erótico de Ivanúcia Lopes:
Título: Delicadamente
Repousa tuas vestes pelo chão da casa
E descansa teu corpo no meu.
Aquece teus sonhos nesse peito nu
E circule meus lábios com os dedos teus.
Contorna essas curvas com tuas mãos quentes.
E faz delirar com suas carícias.
Envolve em teus braços com forte desejo.
O capricho e o prazer
Com a malícia no beijo.
Enlaça tuas pernas na minha cintura
Delicadamente.
Provoca gemidos
Latejo e loucuras
E rouba a calma desses batimentos.
(...)
E se encaixam.
Sob as vestes que forram o chão.
Sexo é uma selva
De epiléticos...
De epiléticos...
Do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro: Léon Bloba, 23 anos.
E o que pensa sobre a virgindade?
León Bloba: Decisão deve vir da vontade, não de caretices e tradições que oprimam a libido. Amar é entrega e ritual - felicidade acima de tudo. Virgindade é um estado. A seguir, o poema erótico de Léon Bloba:
Título: Jogos de Guerra
Quando seu corpo no meu,
Descubro um campo de batalha,
Onde por fim caímos mortos
Na tática tátil dos corpos.
Ao me despir ao seu dispor,
Tiro à queima roupa.
Combate corpo-a-corpo,
Tudo apalpa e nada poupa.
Sou dado, soldado seu.
Confuso de que lado ataco,
Avanço e recuo a tropa
E trôpego pelejo fraco.
A investida aguarda.
Da acometida me salvo.
Ataque à retaguarda!
Seu corpo nu é alvo...
Entocado em sua trincheira,
Em sua pele estrangeira,
Rastreio sem mapa seus rastros.
Alastro-me dando bandeira,
Hasteio e ali finco o mastro.
Meu exército exercito
Explodindo nossas bombas
De anatômicos cogumelos atômicos.
Exploro seu país indômito
E excito tudo o que fito.
Renda-se na emboscada
Desta minha embocadura -
Que demarco com meus dentes
As áreas que a boca procura.
Mordente em arrepio,
Torno a te definir no sexo -
Que crio contorno convexo
No bojo do seio macio.
Quando amando,
Mordo-o em cheio.
Sei-o antes meio vazio...
E vendo os relevos lanhados
E desvendando sua mata,
Você me revira de lado,
Revida e contra-ataca.
Tomba logo o corpo e sente
A hecatomba em combate -
Que o jogo amoroso da gente
É guerra que acaba em empate.
Sexo vem dos outros
E vai embora.
E vai embora.
De Macaé, Rio de Janeiro: O Velho, 50 anos.
E sobre a virgindade, o que pensa?
O Velho: Virgindade? Não acho que só este tabu deva ser quebrado (como já está sendo), mas sou a favor do rompimento de todos os 'hímens' sociais, religiosos etc. Exigir um hímen pra casar é o mesmo que não querer beijar uma boca que já foi beijada ou acariciar um cabelo que já foi cortado. Sou a favor de todas as 'boas' experiências vividas pelos seres humanos e, quanto mais experiência, menos erros futuros.
A seguir, o poema erótico de O Velho:
Título: navegante
parto do porto dos teus olhos
em nau de velas cheias
quase naufrago imprudente
no mar vermelho da tua boca.
circundo o arquipélago
dos seios de bujarrona
rodamoinho no umbigo
sigo singrando
por negras algas
até à gruta alagada
encimada por farol.
já no outro oceano
maremotos alquebram
a mim e ao meu barco
frouxos, fracos
e lá, no abismo abissal
já não há velas
nem convés
nem casco
restou de pé
o mastro.
x
Os trechos que permearam os parágrafos pertencem à canção "Amor e sexo", composta por Rita Lee, Roberto de Carvalho e Arnaldo Jabor. Aliás, vale dizer que o tema desta semifinal foi inspirado nesta canção.
Então: quem roubou a cena? Quem está com a vaga garantida na Grande Final, na sua opinião?
Agradecemos pela atenção e pela leitura de todos.
13 comentários:
Esta rodada está muito difícil, será que isso explica a ausência dos comentários?
O Velho sobre sexo e amor e Ivanúcia sobre o amor, são os meus preferidos.
O Velho na minha opinião,uniu amor e sexo com maestria.Meu voto é para ele.
Acredito que esta rodada seja talvez a mais fácil de avaliar até agora. Talvez estejam já definidos os rumos dos poetas...
os três sobreviventes são excelentes e a poesia está com eles na vida, certamente.
Falando de amor:
Ivanúcia investe num tema sincero e delicado, colocando seu eu-lírico numa moça pura querendo acreditar num amor. "Curativos com romances baratos" é o grande verso que encanta esse poema. Argumento feliz, película de poeira bem assentada às palavras. Acho estranho o tom de confissão dado ao poema (o que é só impressão de um leitor). Título fraco por ser sugestivo (deixe o leitor saber dessa vontade no ponto final). O desfecho do poema poderia ser mais trabalhado... mas é lindo e tocante.
Leon traz um eu-lírico numa certeza-confusa de uma matemática que não sabe precisar os resultados: nos sinais, nas frações, nos decibéis e nos valores do par (são dois ou um?). Ideias bem desenvolvidas, mas talvez em grande quantidade (deste, ele faria três poemas). Um pouco difícil de ler na tela, por ser longo. Final bem costurado. Incrível na costura, na condução e no som.
O Velho com seu eu-lírico namora pela noite, embalado em sonho de marinheiro apaixonado pela lua. Poema preciso, que instaura um tempo de contemplação e talvez lentidão do espaço (mesmo sendo ágil nos versos). Talvez o poema que responda melhor ao tema pedido, mas sem muito se arriscar em ideias fora das metáforas (que mesmo assim, são muito bem realizadas).
Falando de sexo:
Ivanúcia tira o ar do leitor até o 5º verso. São deslumbrantes como início, carregados de imagens irresistíveis. Prometem, mas depois se fragilizam na inocência poética e no que há de banal e não tão carnal. A definição do que rola com o "outro-lírico" é a que todos temos em mente, nas mesmas imagens... Fiquei com mais vontade e curiosidade de saber o que acontece nas reticências entre parêntesis (que está quase no desfecho do poema) do que de procurar o erotismo-além nos versos. Ali acho que deve ter muitas coisas interessantes, mas cabe a poeta apresentar ao leitor o caminho de imaginação para as imagens.
Leon traz o sexo ao mesmo tempo carregado de corpo e palavras bélicas e carregado de sutileza poética. Seus jogos de palavras se justificam mais devido ao título. Ele prepara o leitor pra assumir isso, mas talvez sem este título ele cansaria o leitor com tanta guerra de palavras. Boa a história de combate e bom passeio proposto ao leitor. Uma dúvida surge para a avaliação: o tamanho do eu-lírico erótico. Tamanho será documento nesse caso? Como leitor, senti que seu tamanho cumpriu com o proposto. Minha esposa, que leu comigo, também. Piadas à parte, passemos adiante...
O Velho foi também navegar em sutileza neste poema, singrando a partir dos olhos e aportando o olhar do leitor no mastro do seu orgasmo-naufrágio. Seu erotismo é quase velado, mas mesmo assim não perde força. Ele mais nos informa o cenário de sua navegação e do mar que avista. A escolha de palavras como "bujarrona" e "abissais" levam o poema a ser muito mais forte. Talvez seja o poema mais bonito escrito neste concurso até hoje. E o melhor da rodada, claro. Isso se os jurados derem preferência a essa sensualidade erótica que nele se mistura às metáforas do poeta, sem ficar tão na pele o sexo escrito.
Parabenizo os poetas pela beleza de suas escritas. Passei o link deste blog para amigos meus que são professores e eles ficaram felizes com a leitura dos poemas da etapa passada. Disse pra eles comentarem por aqui. É importante opinar.
Cordialmente,
Igor Knupp
Oiê! Meu nome é Bruna e sou leitora ávida de poesia! O Blog tá muito legal com esse concurso! 10!
Ivanúcia me conquistou nessa rodada! Gostei dos romances empoeirados e das roupas pelo chão.
Do Bloba gostei da téssera complementar e do bojo macio.
Do Velho gostei do rodamoinho no umbigo e da flor dos cabelos.
Acho que Ivanúcia pode ganhar nessa rodada!
Boa tarde,
Semifinal de um certame que merece todos os aplausos. Mais uma vez estou aqui, pronto para descrever meu parecer sobre os poemas. Antes, quero ressaltar a beleza erótica do poema que fizeram em conjunto, o 'Abundancia'. Sintonia perfeita entre os poetas. E o mais interessante é observar como é evidente a característica de cada poeta em apenas uma estrofe. O Velho com seu senso de humor poético e sintético, que vai de encontro ao leitor de um modo bastante prazeroso. Ivanúcia Lopes com sua peculiar doçura, sua melodia. Leon Bloba com seus jogos de palavras ousados e inteligentes (embora soem forçados, às vezes).
O vídeo de abertura (sensacional e sensacionalista) foi bem montado. Somente a música me desagradou, não pela banda, mas a batida ficou fora de sintonia com a proposta do certame.
Os poemas desta leva me surpreenderam pela qualidade, ainda que necessitem de mais apuro técnico. O nível da competição exige todo o suor e inspiração dos poetas. Ao Sr.Igor: que contraste de pensamento o nosso! Rodada mais fácil de ser analisada? Imagino a carga de responsabilidade dos jurados a essa altura. Imagino a ansiedade dos poetas. Não me venha falar de facilidade em um momento como este. Se o destino dos poetas já tivessem traçados, não seria necessária essa parafernália toda de votação. Que eu bem me lembre, o J.J.Wright já havia vencido o certame também...
Igor, você fala do ''erotismo quase velado'' do Velho. O erotismo deve ser velado. O ser erótico não é um ser pornô. Erotismo é insinuação, acima de tudo. Muitos confundem erotismo com o sexo propriamente dito. Inclusive os organizadores pregaram no post inúmeros trechos de teor amplamente sexual associando ao erotismo proposto no tema. Um erro.
Voltando aos poemas: O Velho escreveu sim talvez o melhor poema do certame, o seu ''navegante''. A metáfora estabelecida quase me fez levantar da cadeira e aplaudir de pé, igual àquele bonequinho palhaço do jornal O Globo.
León Bloba já fala em atacar pela retaguarda, o que me incomodou um pouco. Brincadeiras à parte, León fez-se confuso em determinados pontos dos seus poemas. E esse arcaísmo que não te abandonda, León! Gostei muito da guerra entre os corpos. Bela metafóra também, embora não seja melhor que a do Velho.
Ivanúcia, com seu jeito mansinho, se aproxima da final, sobre as falhas de Léon Bloba. Delicadamente, ela se expressa em sua poesia. Necessita mais da tão cobrada técnica, mas, neste caso, é até perigoso tanta cobrança. Ivanúcia é a que se expressa com maior espontaneidade entre os três desta leva.
Não vou me alongar mais. Não arriscarei palpite algum também. De palpites já bastam os do ''quem matou a norma'', que muito já me enfastiou essa semana. A norma que morre todo santo dia ninguém enxerga.
Desejo sorte aos três poetas brilhantes.
Cordialmente (esse ''cordialmente me pertence, Igor!),
F.N.V
quanto lixo!
será que algum desses "poetas" que mais parecem animais no cio drogados acha que alguém de mente são vai comprar tanto lixo?
Alguém de mente são??? Ou alguém demente comentou acima? Os de mente sã, esses com certeza sabem apreciar boas poesias como essas. Ou demais devem voltar à alfabetização e reformular o comentário (se souberem o que é "reformular").
Ivanúcia Lopes,
o seu poema, "Vontade de amor', é lindo, sublime. Não ligo para poemas que fale de amor, mas o seu... Adorei!
Um abraço!
Simone
Ao anônimo que escreveu uma imbecilidade às 20:44, do dia de hoje:
“será que algum desses "poetas" que mais parecem animais no cio drogados acha que alguém de mente são vai comprar tanto lixo?”
É incrível que para alguns medíocres de plantão o sucesso chega como uma ofensa pessoal!
Esse concurso é um sucesso, as poesias são ótimas, entrevistas e convidados de primeira linha. Aí, surge um zé roela, vem um imbecil desses dizer que é lixo. Lixo é vc e esse comentário ridículo. Mané otário!!
Isso tem nome: despeito. Anônimo covarde, por quê você não assina seu nome verdadeiro?
Talvez nem você mesmo deva sabê-lo: imbecil, invejoso, medíocre, baixo parecem adjetivos perfeitos.
São muito bonitos os poemas e parecem ser sentidos.
Não participei, mas gostei deste concurso, foi algo diferente que me despertou o interesse e calculo que a muitos outros leitores e poetas.
Deviam fazer mais concursos desses.
Parabéns aos vencedores!
O Velho e Léon Bloba são os meus preferidos, embora os restantes estejam bastante bons.
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