“Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha e teima, e lima , e sofre, e sua!”
Beneditino escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha e teima, e lima , e sofre, e sua!”
(“A um poeta”, Olavo Bilac)
CERVAN
“Vencer este concurso trará visibilidade, o que ajudará na publicação
do meu primeiro livro de poesias”.
do meu primeiro livro de poesias”.
IVANÚCIA LOPES
“A vitória neste concurso significaria trilhar novos horizontes. Não tenho grandes ambições, mas alimento um desejo intenso de "palavrear" aquilo que toque o coração das pessoas”.
LEÓN BLOBA
“Vejo essa primeira edição do concurso como oportunidade, pois se trata de um concurso de linguagem nova e tem um diferente processo de avaliação. Passar pelas etapas do concurso e chegar à final já será um bom exercício de escrita - o que me instiga”.
PRÍNCIPE DESAVISADO
“A vitória neste concurso significará incentivo e oportunidade de divulgação”.
O VELHO
“Meu objetivo é ser publicado em uma antologia poética, sobretudo pela Multifoco, que se trata de uma editora de imensa penetração no mercado”.
CINCO POETAS TRILHANDO O MESMO CAMINHO, DEIXANDO SUAS MARCAS (PEGADAS-PALAVRAS) EM NOSSOS CORAÇÕES. CINCO POETAS RUMO À VITÓRIA. QUEM SERÁ O GRANDE VENCEDOR?
ESTÁ ABERTO O TOP 5 (SONETOS) DO I CONCURSO DE POESIA AUTORES S/A: SEJAM BEM VINDOS!
Sacudir as massas e as maçãs
Espiando as pistas postas
Nas curvas em que tu dobras,
Vi que tens olhos nas costas
E vastos rastros de cobras.
Tens malícia no chegar
No jeito de ir e vir.
Desconfias da tua sombra
Duvidas do meu sentir.
mas de tudo na vida vã
resta uma parca melodia
que gira em torno da folia
do pecado da maçã
Vi que tens olhos nas costas
E vastos rastros de cobras.
Tens malícia no chegar
No jeito de ir e vir.
Desconfias da tua sombra
Duvidas do meu sentir.
mas de tudo na vida vã
resta uma parca melodia
que gira em torno da folia
do pecado da maçã
pecado inventado
pela farsa do estado
que traz fome, vietnã
bush e saddam
pela farsa do estado
que traz fome, vietnã
bush e saddam
sacudidas dos corpos poeiras
seguem massas em luta vã
a tentar descobrir maneiras
de separar o joio da maçã.
seguem massas em luta vã
a tentar descobrir maneiras
de separar o joio da maçã.
Eis o Poema S/A do Top 5! Não há modo melhor de iniciarmos esta postagem com a apresentação dos cinco poetas finalistas e com tal trabalho em conjunto, o “Sacudir as massas e as maçãs”. Nossos cinco poetas finalistas estão de parabéns!
Vejamos, agora, como foi construído o “Sacudir as massas e as maçãs”:
Quem deu o pontapé inicial foi o poeta do Rio de Janeiro, León Bloba. Ele ganhou esse direito por ter sido o vencedor do Top 7. As demais estrofes são de autoria de:
2º estrofe: Ivanúcia Lopes
3º estrofe: O Velho
4º estrofe: Cervan
5º estrofe e o título: Príncipe Desavisado
A interação, mais uma vez, funcionou! E sigamos adiante!
“Amor é um fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer”.
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer”.
(“O amor é um fogo que arde sem se ver”, Luís Vaz de Camões)
ENTREVISTA COM OS ELIMINADOS DO TOP 7:
Foram entrevistados os poetas J. J. Wright e Paracauam, os poetas eliminados na última rodada. Ambos construíram uma bela trajetória neste concurso. Como reagiram diante da eliminação? Boa leitura!
Quais foram suas impressões gerais do I Concurso de Poesia Autores S/A?
J. J. Wright: Um concurso interessante, construtivo. Organizado na medida do possível.
Paracauam: Algumas boas e algumas más, impressões.
Você teria algo a dizer a respeito dos jurados, ou ao público que votou pela sua eliminação?
J. J. Wright: Respeito os jurados, o público e os leitores (especialmente o F.N.V). Quem está na chuva é para se molhar.
Paracauam: Não.
Dos 5 poetas competidores que restaram, em quem você aposta para ser o vencedor do concurso?
J. J. Wright: O Velho.
Paracauam: Nenhum.
Você deseja deixar alguma mensagem aos poetas que permanecem na competição?
J. J. Wright: Sigam os conselhos dos jurados e continuem mantendo o bom nível dos poemas.
Paracauam: Não.
Rasga-os na mente, se os souberes de cor,
Que volte ao nada o nada de um momento!
Julguei-me grande pelo sentimento,
E pelo orgulho ainda sou maior!…
Que volte ao nada o nada de um momento!
Julguei-me grande pelo sentimento,
E pelo orgulho ainda sou maior!…
(“Os meus versos”, Florbela Espanca)
Neste Top 5, os poetas tiveram a difícil missão de escreverem sonetos! Como se saíram? Uma falha, a essa altura do concurso, pode ser fatal...
Pedimos aos poetas que retornassem um pouco a vossos passados, e que nos respondessem quando e como eles se descobriram, de fato, poetas. Perguntamos também qual foi o primeiro livro que eles leram, caso conseguissem se recordar. As respostas poderão ser lidas a seguir, logo acima dos títulos dos poemas. Os poemas foram dispostos em ordem alfabética (pelo título).
Vale lembrar que o vencedor do Top 5 ganhará um belo livro, o “Fernando Pessoa: o poeta fingidor” – livro em edição comemorativa! Vale lembrar também que os dois poetas menos votados serão encaminhados para o Campo Platônico, e, a partir de agora, quem receber mais votos PERMANECE na competição. Portanto, fiquem atentos!
Agora, é chegada a grande hora! Que tal lermos uns sonetos? Boa leitura a todos, e não se esqueçam dos comentários!
TOP 5 (SONETOS):
Do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro: León Bloba, 23 anos.
Aos 12 anos, em 1999, quando comecei a participar dos Festivais de Poesia do colégio em que estudava. Aconteciam todos os anos e os poemas selecionados eram interpretados pelos alunos - sempre apresentados a partir de um tema central. Estes festivais eram muito bem organizados, realizados numa noite especial com cenas poéticas, músicas, cenários, jurados e premiações. Conheci alguns livros infantis logo quando aprendi a ler, mas não me lembro qual foi o primeiro. Mas o livro que mais me emocionou nessa época foi O Menino Maluquinho, de Ziraldo - o sinto como o primeiro livro.
A seguir, o soneto de Léon Bloba:
Título: Anel
O anel que tu me deste era frágil -
Destas vitrais estruturas de areia -,
Burilado com cinzel pouco ágil
E em fogo casto que não incendeia.
Desfez-se breve em cacos entre os dedos
Machucando a mão que antes era afago,
Ferindo o brio dos meus pobres medos,
Marcando o peito num terrível estrago.
Contudo, a paixão com o tempo encerra:
Todo princípio merece seu fim.
Melhor a paz em mim que em dois a guerra...
Mesmo assim, indago sem esperança:
Por que me deste então um anel ruim,
Se eu só queria a ti em aliança?
x
De Marcelino Vieira, Rio Grande do Norte: Ivanúcia Lopes, 24 anos.
A poesia se arranjou na minha vida há muito tempo. Achou pouso nos diários de menina, nos trabalhos da escola, nos festivais de cultura, nas paredes de casa, na estante...tudo de brincadeira. Querendo apenas achar graça com as palavras, desabafar, encantar-se. Isso aí por volta dos 10 anos... Não lembro ao certo qual o primeiro livro lido, mas tenho boas lembranças do livro de Cecília Meireles "Ou isto ou aquilo".
A seguir, o soneto de Ivanúcia Lopes:
Título: A partida de um anjo
Quando meu anjo partiu fazia sol
O céu estava azul clarinho
Vi pelo vidro ainda cedinho
Antes que eu ficasse assim tão só.
A noite toda naquele hospital
quando recordo sinto um aperto
Ela tomava meu braço direito
Olhava profundo e eu ficava mal.
Era tão cedo, mas estava no fim
Olhava como alguém que implora
Pra que o mundo não se apague assim.
Quando meu anjo mãe foi embora
O dia claro escureceu pra mim
Hoje com o céu azul, meu peito chora.
x
De Macaé, Rio de Janeiro: O Velho, 50 anos.
Tenho comigo guardado um texto de quando eu tinha 5 anos, não é exatamente um poema, mas é de tanta candura que eu acho que já estava preparando o mundo pra minha invasão poética, mas foi só aos 14 anos que comecei a fazer parte da ala dos compositores do Bloco Carnavalesco Gavião da Baixada. Pronto, eu era poeta. Quanto ao livro, tenho certeza que já havia lido outros, porém me lembro bem do Pequeno Príncipe que li junto com minha tia Virgínia, o livro era dela, lá pelos idos de 1965 ou 66.
A seguir, o soneto de O Velho:
Título: como nasce um soneto
como se faz pra escrever um soneto?
quanto de tempo seria necessário,
se toda vez que abro meu armário
me deparo com mais um esqueleto?
cato letras sopradas pelo vento
espalhadas no largo do universo,
pouco a pouco componho cada verso
ao mesmo tempo em que me reinvento.
me alimento de sensibilidade
me despindo de toda vã vaidade
superando meus traumas, minhas dores.
meus amores ficaram na saudade,
nunca mais eu vi a cara da verdade,
os poetas são todos fingidores.
x
De Juiz de Fora, Minas Gerais: Príncipe Desavisado, 29 anos.
Descobi-me poeta lá pelos 17 anos. Na verdade, meu desejo sempre fora compor músicas, poré, minha afinidade com o violão sempre foi precária. Daí, minhas letras viraram poemas e cá estou, nesta luta até hoje. O primeiro livro que li, salvo engano, foi uma coletânea "Para gostar de ler", com contos/crônicas de Clarice Lispector, Fernando Sabino etc.
A seguir, o soneto de Príncipe Desavisado:
Título: Putz!
Apareçam, palavras; venham, musas,
façam-me chegar “métrica” das brumas
que as anunciem, por favor! Confusas,
só tenho ideias bestas: mais algumas
tentativas romper-se-á a folha
de tanto desmanchá-la vou-me embora
doendo-me a cabeça, mão com bolha;
num último suspiro, caio fora
disto aqui: geringonça atrofiada
que não quer andar qual mula empacada.
Bom mesmo se eu jogasse melhor bola
não estaria aqui, nesta gaiola
chamada de poema, vã quimera:
peço socorro a musas, vem-me a fera.
x
De Piracaia, São Paulo: Cervan, 25 anos.
Comecei a escrever poemas em um blog por volta dos vinte anos, mas ainda não me descobri poeta, estou à deriva. Não me lembro do primeiro livro que li, mas um dos primeiros foi o “Reinações de Narizinho” do Monteiro Lobato.
A seguir, o soneto de Cervan:
Título: transparente
exercício contínuo da escrita
em catorze versos a palavra grita
insatisfeito, a mente se agita
minha amiga, a folha, não se excita
dificuldade surge a cada traço
escrevo, reescrevo no papel almaço
alimento-me do que está no espaço
concreto armado, medo e cansaço
construção paulatinamente cresce
esculpindo o que quero com esmero
e ao final, tudo à volta resplandece
repito os passos do mestre Geppetto
tento ser o mais puro e sincero
e digo que não sei fazer soneto
x
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
(“Soneto da separação”, Vinicius de Moraes)
E do riso... Fez-se o pranto! Fim do Top 5!... Bem, pelo menos é o fim deste post, porque amanhã ainda tem muito mais. Quem será o poeta mais votado pelos jurados e levará o livro como prêmio? Quem serão os dois menos votados e irão para o temido Campo Platônico? Comentem!
Obrigado, Autores S/A.
(Editora Multifoco, a patrocinadora do concurso)
21 comentários:
Deixo aqui minha impressão sobre Paracauam: NENHUMA.
É, eu havia considerado justa a eliminação do Paracauam, mas agora mudei de ideia, foi injusta demais.
Um poeta que nos impressiona com sua farta gentileza e elegância não poderia ter ficado de fora do concurso, gente!
Afinal, se todo poeta é um fingidor, ninguém finge melhor ser desagradável do que Paracauam.
Pra começar, uma única palavra pra descrever os sonetos: "estranhamento".
Dos cinco competidores, três usaram claramente da metalinguagem, expressando insegurança, incapacidade e tormento por estarem se aventurando pelo desconhecido que lhes é comum: fazer (bons) sonetos.
Porém, eis que UM poeta é o MELHOR dessa rodada, e disparado! Além disso, ele foi quem fingiu melhor, se considerarmos que todos os poetas são de fato "fingidores", o que duvido muito.
CERVAN!
Mas como você fingiu bem Cervan! Até me fez rir! Dizer que não sabe fazer soneto? Ora... Que fingidor, poeta... Que incoerente, Sr. eu-lírico...
Poema que nos permite uma leitura ágil, dinâmica, de rimas felizes, e me ganhou definitivamente quando você citou o velho Gepeto, e tão bem colocado, rimando com soneto.
Cervan, talvez você ache muito difícil, um sonho louco seu poema passar dessa rodada, tão doido quanto para o Pinóquio era ser um menino de verdade.
Mas acredite! Afinal, seu soneto rimou com o velho Gepeto, logo com ele que não desistiu de acreditar num sonho doido!
Se os jurados concordarem comigo uma fada azul já está vindo para transformar seu soneto num poema (ganhador) de verdade.
Que assim seja, Cervan, o meu grande favorito da rodada.
Você deu show!
Lamentável a atitude de Paracauam, se tem algo a reclamar, que reclame, indiferença não cai bem aos poetas.
Quanto aos poemas apresentados, me impressionou o do Velho com seu fingimento genial revelando que tem esqueletos no armário, mas quem não tem?
Discordo do anônimo acima, Cervan já teve dias melhores. Cervan e Ivanúcia deverão ir para o campo platônico.
Não dá pra concordar com o comentário acima. E só não concordo integralmente com o anterior porque além do Cervan me agradou bastante também o soneto da Ivanúcia.
E sobre O Velho, você é bom, mas essa história de poeta fingidor é muito clichê.
Ninguém ainda falou do Léon, seu soneto é o melhor, seguido de perto pelo O Velho.
Pra falar a verdade foi uma rodada bem difícil. Os sonetos me agradaram bastante. Mas como um dos leitores já frisou, parece que a maioria dos poetas ficou aflita com o estilo proposto. Pelo menos isso pode ser refletido pela própria escolha dos temas. Pareceu angustiante, no primeiro momento, escrever sob tantas regras.
Bem, esse é uma simples impressão e observação, que não desmerece nenhum dos textos aqui apresentados. Ao contrário, devo dizer que enfretaram muito bem o desafio! Parabéns a todos!
Manifesto particular admiração pela forma sensível com que Ivanúcia Lopes escreve. Confesso que me emocionou. No caso dela, parece que cumpriu mais do que uma tarefa, diga-se de passagem, bem difícil, e se realizou muito mais pela ânsia de expor seus sentimentos. Acho que a simplicidade na escolha das palavras foi uma boa sacada. Eu gostei.
abraço aos poetas!!
Parabéns aos cinco candidatos, que se dedicaram bastante nessa rodada, e durante todo o concurso, viesse a tarefa que viesse, provando que não há limites para a criação, que tudo depende do quanto estamos dispostos a fazer, do quanto de prazer colocamos nessa realização e do quanto disso recebemos.
Ler Ivanúcia é como visualizar telas de uma mesma série, cujas cores se mantém quase inalteradas, só com algumas variações na paisagem ou nas figuras.
Não tenho um poeta pelo qual torço até o fim, em detrimento dos outros. Minha torcida depende de cada rodada. E se dependesse de mim, Ivanúcia e Cervan sairiam na frente nesta.
E quanto ao Paracauam, torci por você na rodada passada. Não torceria de novo. É o meu protesto.
Você chegou onde muitos não conseguiram. Apareceu, divulgou seus versos, então vamos com calma.
Infelizmente não consigo ser irônica, então falo de forma objetiva: sua deselegância não demonstra um personalidade forte, nem uma rebeldia charmosa, é boba mesmo.
Parabéns ao Autores pelo concurso singular!
abraço aos 05 poetas!
Comentaristas de plantão: não foram nomeados na ocasião dos seus nascimentos? Esse Anônimo não se cansa de comentar!
J.J.Wright: que satisfação ler em sua entrevista uma menção ao meu nome. Minha presença neste certame é especial, obviamente. O meu parecer é sincero e técnico. E a sinceridade dói em muitos por aí.
Paracauam: você proporcionou o mais novo 'papelão' deste certame. O Alan de Longe, ao ser eliminado, abriu a porteira. Felizmente, reconheceu o erro e se redimiu depois. Espero que você, homem de além-mar, deixe esse seu recalque de lado, se empanturre de vinho e bacalhau e reconheça que pecou em suas palavras (ou não seria a falta delas?). Poeta não se faz com monossílabos. Poeta exclama, poeta não sabe enxergar derrota. O olhar niilista do poeta consegue ser otimista, sempre. Depois dessa entrevista, agradeço ao público por terem forjado a eliminação deste português.
As primeiras experiências literárias dos poetas são louváveis. Se todas as crianças fossem iniciadas com 'Reinações de Narizinho' ao invés de histórias imbecis sobre vampiros que tomam sol em Copacabana e ainda bebem Caipirinha, o mundo seria bem melhor.
Poetas, deixo claro, de antemão, que não gosto de sonetos. Sou avesso a qualquer limitação da criatividade humana, que na minha opinião é o principal traço que nos diferencia dos animais. Li os sonetos, e por incrível que pareça, me agradaram. A metalinguagem prevaleceu, num tom crítico que muito me agradou.
A partida de um anjo... Esses títulos, cuidado com esses títulos! Na última leva o J.J.Wright foi eliminado com um poema chamado "Último ato". Ivanúcia, você é um anjo, exceto pelo seu pseudônimo. Não torço pela sua partida, mas sejamos sinceros: seu soneto beirou o prosaico. Quem rima 'hospital' com 'mal' não merece estar entre os 5 melhores poetas do certame. O que salva em seu poema é a sensibilidade, que lhe é tão peculiar. Mas lembre-se: fazer derramar lágrimas não significa arrancar um elogio. Apele mais pela técnica, dosando a sua sensibilidade.
Me recuso a analisar métrica, odeio isso. Meu olhar buscou o ser criativo, a rima bem feita. Velho, que retornou de uma votação, construiu um bom 'meta-soneto', lembrando a Bilac em seu poema 'A um poeta'. Porém, na hora do final arrebatador, caiu no velho clichê do 'poeta fingidor', e de quebra, me lembrou o Paracauam, o que piorou sua situação...
Príncipe, de que baú de tesouros tirastes este título? Cafona, incoerente. Putz! O soneto fluiu muito bem e as rimas não foram simplórias. Você fica, apesar do título.
Cervan: foi o poeta que mais transparente foi. Levou fé no título e demonstrou profunda e verdadeira angústia em suas palavras. Eis um soneto que exala verdade. O poeta deve ser técnico e exalar verdade. Cervan, você sabe fazer soneto. E pode mais. Soube se erguer dos tropeços das últimas levas. O melhor da leva é você.
Boa sorte a todos os poetas.
Cordialmente,
F.N.V
León Bloba: o anel que tu me destes não era de ouro, e se quebrou. Solte-se mais, León! Ouse mais. Sinto uma timidez latente em seu eu-lírico, um esqueleto desesperado para sair do armário! Você foi bem, mas... Fica o conselho (agradeça, pois não gosto de dar conselho de graça).
Até,
F.N.V
Felipe, já vim aqui no blog numas três rodadas e acho que o mais divertido é você. Os poetas, às vezes, surpreendem, mas sinto que estão tímidos ainda...
Bom, sou professor de português e redação e trago duas considerações. A primeira: acho que rimar hospital com mal não é rima ruim; tudo depende do contexto. Rimar saudade e verdade é pobre, mas ainda assim pode se salvar com o conteúdo.
A segunda é que o anel que tu me destes é que está quebrado. Tu me deste e vós me destes.
Continue divertindo as pessoas. Também, como você, prezo a sinceridade.
Poetas, ousem!
Cordialmente,
Igor Knupp
F.N.V obrigado pelas palavras.
Cervan
Olá! Parabéns a todos os poetas. Um abraço a todos. Desejo boa sorte aos amigos do Campo Platônico.
Agradeço mais uma vez aos jurados e aos comentários.
F.N.V., obrigado a você também, pela atenção a todos os poetas. Seus conselhos sempre são bem-vindos e sempre agradecerei a todos os que por aqui comentarem.
Gostaria de compreender melhor o que seria me soltar e sair do armário! hehe!
León Bloba
Léon, meu armário tá cheinho de esqueletos, se vc quiser pode levar uns pra passear...ahahahaha
O Velho
vamos mexer os esqueletos e tirá-los dos vapores da naftalina!
O comentário acima é meu!
O enter se precipitou na rebeldia dos ossos.
León Bloba
Paracauam ignorou a consideração que recebeu do blog e do público. Foi lacônico. Queríamos conhecer as suas impressões sobre o concurso. As boas e más.
Admiro quem faz sonetos. Acho que a busca pela métrica tira a criatividade e a liberdade do poeta. Pode ficar muito técnico e pouco poético. O Anjo da Ivanúcia me comoveu. Gosto também, do Cervan, difícil este campo platônico.
O Príncipe Desavisado cresceu durante a competição. Com jeito mineiro, vai chegando à final.
Estou curiosa para saber o terma/estilo da rodada final. Parabéns, poetas finalistas! (Semprepoeta)
Boa tarde,
Em resposta ao professor: prezo pelo bom português, mas prezo ainda mais pelo português que se compreende. Odeio gramático que fica 'catando' minúsculos erros quando não se tem nada para dizer. Dispenso essa sinceridade. Se é deste ou destes, que diferença faz a falta de um 's'? Estamos falando de poesia, não de conjugação verbal! Obrigado pelo 'divertido', mas acredite, não é a minha intenção fazer rir neste espaço.
León, eu não fiz nenhuma piada de mal gosto quanto ao 'sair do armário'. Relevando a sua ironia e a do Velho, o seu comentário 'remexer os esqueletos e tirar os vapores da naftalina' caiu como uma luva. É isso. Você é um poeta novo, abra mão de certas palavras que remetem a um tempo arcaico. Arrisque um neologismo, um jogo semântico, um verso branco. Fuja um pouco da estrutura clássica poética. Sei que a essa altura, mexer em time que está ganhando pode ser uma verdadeira cilada, mas o certame abre essa oportunidade: a de arriscar, de se desafiar. Você vence você mesmo.
A saída do Cervan me assustou. Gosto da Ivanúcia, mas a vez era dela. Espero que não venha melação na próxima rodada. Falar de pai é perigoso...
Que vença o melhor.
Cordialmente,
F.N.V
Felipe,
eu não achei que você estivesse fazendo piada pra mim. Eu que fiz! Agradeço por falar mais sobre os vapores da naftalina. Sempre quando escrevo penso nas várias possibilidades.
Gosto de escrever como escrevo e sei que esse é um lugar confortável. E entendo completamente o que você sugere como quebra. Acho importante isso tudo, sim! Independente da altura do campeonato, o importante é arriscar-se, sempre. E mesmo não rompendo minha forma, cada etapa que passo é um exercício que me revoluciona, certamente.
Mas agradeço novamente e acho que essa vai ser uma rodada boa pra pensar nisso. E levar tudo isso como incentivo à tentativa de renovar-me.
Gostaria de ter mais respostas de leitores do blog. Não só pra mim, claro. Esse feedback não só dos jurados é super legal e importante. Escrevemos quem somos, mas principalmente pra quem nos lê.
León
Felipe, a minha eliminação não me assustou. Sinceramente, acho que fui até longe demais.
Minha poesia é suja e não faço questão de limpá-la ou deixá-la mais agradável para quem quer que seja.
Escrevo as coisas que acredito e antes de tudo procuro me agradar.
Estou satisfeito pela forma como me apresentei no concurso.
Agradeço por suas críticas, sempre coerentes.
Sorte aos poetas que estão na luta.
"Sem forma revolucionária não há arte revolucionária" - Maiakóvski
Cervan!
Obrigado pelos votos de sorte. Desejo a você o mesmo. Parabéns pelo caminho trilhado no concurso.
León Bloba
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