domingo, 1 de abril de 2012

Marco Antonio Tozzato (Per-Verso)

Marco Antonio Tozzato (Per-Verso) nasceu no Rio de Janeiro. Desde pequeno, e antes mesmo de saber ler, as palavras o encantavam. Começou pelas histórias em quadrinhos, depois, quando já lia, se apaixonou por Monteiro Lobato. O primeiro livro que leu foi “Viagem à Grécia” e se apaixonou pela Mitologia Grega. Nunca publicou nada, mas já teve algumas peças encenadas. É formado em Letras Português/Inglês pela UFRJ. Na verdade, sua opção por Letras não deve nada a ver, diretamente, com literatura. Trabalhava numa firma na qual tinha que falar inglês, logo, optou por esse curso no intuito de se desenvolver na empresa. Sua maior frustração foi quando se inscreveu num concurso de peças teatrais e mal tinha dinheiro para entregar as cópias do texto requisitadas pela banca. Cada cópia deveria estar lacrada em envelopes individuais. Quando ficou sabendo que não havia sido classificado, pediu para pegar as cópias de volta, pois pretendia encenar o seu texto. Apanhou os textos, sem reparar que nenhum dos envelopes lacrados haviam sido abertos. Só se deu conta disso no ônibus, de volta para casa, quando já havia aberto um envelope. Seu texto nem havia sido lido! A vencedora foi uma autora famosa. Acredita que o Brasil precisa ler mais de uma maneira geral; isso tem que ser incentivado nas escolas. Acha que a aula de literatura deve ser algo agradável, e não uma "literatice". O II Concurso de Poesia Autores S/A foi sua primeira incursão na poesia, e confessa ter se surpreendido como foi capaz de voar tão longe. Ganhar seria um grande incentivo para que se levasse a sério como poeta. Aliás, acha que todo mundo deveria exercitar o seu lado poeta. É ótimo, ele recomenda”.



Pseudônimo: Per-verso
Título: Per-versa


Ninfa,
Cabelos como chamas, bunda como sorri
Corpo inteiro em frenesi.


Maníaca,
A língua introduz o tapete vermelho
Explodem dos olhos lágrimas brancas
Oscula com o cu
Vadia com a vagina
Clama com o clitóris:
Priapo, ora por nobis.


Buraco negro via láctea

Une o verso em comunhão
Todo gozo que excede
É vício pela perversão.




Título: Bilhete de dez pedidos

Que se evaporem as visões e os vislumbres
Cessem os sons, os sussurros, os sopros
Por favor, silêncio em meu nome.
Aplaquem-me a sede e toda a fome
Dissipem até o mais ínfimo dos odores
Apaguem as boas memórias e as lembranças dos meus horrores,
Dissolvam todas as esperanças, todo o desejo e todo ardor.
Não quero amor, mas também nenhuma dor, culpa ou clemência.
Dos deuses não quero nada, só suave inconsciência.
Cesse, pois, o coração com seus sentimentos-tormentos.
E do tato, só desejo o toque de Tanatos.
E que se faça assim a farsa de um fim...


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