Olá!
Hoje é dia de post tensão no III Concurso de Poesia Autores S/A!
Hoje é dia de post tensão no III Concurso de Poesia Autores S/A!
Seis grandes poetas deixarão o
certame, e seis avançarão para o TERCETO
FINAL. Este post será, certamente, um dos mais emocionantes de todo o
certame. Aguentem firme e vamos nós!
Conforme foi dito, serão 04 jurados
para os poemas temáticos e 01 jurado para as trovas, totalizando a avaliação de
05 jurados. Dessa forma, não há como resultar em empate.
Uma retificação em relação ao último post: foi dito que seriam 04 jurados para
o poema temático e 01 jurado para o limerique. No entanto, ao invés disso, serão
09 jurados para os poemas infanto-juvenis e 01 jurado para os limeriques,
resultando em 10 jurados (para todos. Não haverá divisão de jurado). Haverá um “jurado
surpresa” que será responsável pelo desempate, caso algum duelo resulte em 5 a
5. Caprichem e lembrem-se: escrevam para crianças. Sejam simples, mas não simplórios!
SOBRE PREMIAÇÃO DA RODADA
Como foi dito no último post, o poeta
que vencer pelo placar mais elástico receberá os DVDs da Letícia Simões. E o
jurado-trovador que será anunciado já já ofereceu não só um, mas dois livros
aos poetas que escreveram as duas melhores trovas da leva, em sua opinião. São
eles:
Para a melhor trova: “E agora, José...s?” (trovas de José Ouverney e José Fabiano).
Para a segunda melhor trova: “Trovas premiadas de Pindamonhagaba 2014” (vários autores).
A jurada Thelma Guedes propôs doar 01 livro de poemas de sua autoria, autografado, chamado: "Atrás do osso" (Nankin/ProAc). Ela doará ao poeta que mais se destacou, a seu ver, na leva de poemas que leu. No momento de sua avaliação, descobriremos!
Bem, agora vamos ao que interessa!
Reservem o café, o maracujina, o rivotril, as preces, e boa sorte!
APRESENTAÇÃO DOS JURADOS
José Ouverney, nascido
em Pindamonhangaba a 25 de março de 1949, filho de Gumercindo Nicolao Ouverney
e Antonia Maria de Jesus Ouverney, é poeta desde criança e milita intensamente
na Trova desde 1998. Tornou-se "Magnífico Trovador" em Nova Friburgo
em 2008, coroando a conquista com a trova acima. É titular da cadeira nº 33 da
Academia Pindamonhangabense de Letras, que tem por Patrono seu ídolo, o Poeta e
Trovador, Prof. Lauro Silva. Seu irmão João Paulo Ouverney também milita
na Trova, desde 1992. Casado com Henriqueta Queiroz Ouverney, tem dois filhos:
José Ouverney Jr. e José Renato. Escreve semanalmente a sua coluna
"Falando de Trova" no tradicional jornal "Tribuna do Norte"
e no "PortalR3". Também é Membro Correspondente da Academia de Trovas
do Rio Grande do Norte. Por opção própria não faz parte de nenhuma
diretoria.
JURADOS DOS DUELOS 04, 05 E 06:
Marcus Vinicius Quiroga, Eunice Arruda, Ronaldo Bressane
e Rogério Sacchi de Frontin
Marcus Vinicius Quiroga é poeta, contista, crítico e ensaísta; doutor em Literatura Brasileira; membro da Academia Carioca de Letras e do PEN Clube de Brasil; atualmente professor de oficina literária; autor de 18 livros de poesia, com prêmios da CBL (Jabuti), da Fundação Biblioteca Nacional, da UBE (Rio de Janeiro e São Paulo) e das cidades de Belo Horizonte, Recife e Juiz de Fora, entre outros; Colaborador de diversas publicações literárias, como o Caderno Ideias (JB), o jornal Rioletras e a revista da Academia Brasileira de Letras. Venceu, recentemente, o prêmio nacional de literatura “Cidade de Belo Horizonte”, na categoria poesia, com o livro “Pomares de Cézzane” e conquistou a segunda colocação no Prêmio Jabuti 2014, categoria poesia, com o livro “Jardim das delícias”.
Eunice Arruda
é poeta, tem 14 livros de poesia publicados, entre eles: "É tempo de
noite", "Gabriel:", "Há estações", "Risco". Presença
em antologias no Brasil e no exterior. Ao lado da escritura de poemas, coordena
oficinas de poesia. Fez parte da diretoria da União Brasileira de Escritores.
Detentora de inúmeros prêmios, entre os quais: "Pablo Neruda",
Argentina; "Mérito Cultural", Rio de Janeiro; "Mulheres do
Mercado", SP.. Em 2012, publicou "Poesia Reunida", pela editora
Pantemporâneo.
Ronaldo Bressane é escritor, jornalista e editor.
Publicou a trilogia de contos “A Outra Comédia”, formada por “Os infernos
possíveis” (Com-Arte/USP, 1972), “10 presídios de bolso” (Altana,
2001) e “Céu de Lúcifer” (Azougue, 2003), além dos volumes de poemas “O
Impostor” (Ciência do Acidente, 2012) e “Cada vez que ella dice X” (Yiyi
Jambo, 2000). Ao lado de Joca Reiners Terron, Marcelino
Freire e Nelson de Oliveira, co-editou a coleção “Risco:Ruído” (DBA,
2007), que publicou Lourenço Mutarelli, André Czarnobai, Daniel
Pellizzari e Paulo
Leminski, entre outros. Coordenou o projeto “Essa História Está
Diferente” (Companhia das Letras, 2010), em que Mario Bellatin, João Gilberto Noll, Rodrigo Fresán e mais
7 escritores adaptaram ao conto composições de Chico Buarque.
Foi pioneiro na divulgação da literatura brasileira na rede ao editar, entre
1998 e 2000, a Revista A, em que pela primeira vez foram publicados nomes como Emilio Fraia e
Jorge Cardoso.
Além de colaborações em sites e
suplementos literários, participou da revista PS:SP (Ateliê, 2003) e
das antologias “Geração 90: Os transgressores” (Boitempo, 2003), “Paixão
por São Paulo” (Terceiro Nome, 2004), “Fábulas da Mercearia - Uma
antologia bêbada” (Ciência do Acidente, 2004), além das seletas italianas Sex’n’Bossa (Mondadori,
2005), “Lusofonia” (Nuova Frontiera, 2006), “Il Brasile per le strade” (Azimut,
2009), da reunião hispânica “90-00: Cuentos brasileños contemporâneos” (Ediciones
Copé/Petroperu, 2009) e da antologia francesa “Je suis favela” (Anacaona, 2011). Como
jornalista, foi editor-executivo da V, redator-chefe da Trip e
editor da Alfa. Seu texto passou por publicações como Folha de
S.Paulo, O Estado de S.Paulo, Brasil Econômico, Valor Econômico, O
Globo, Jornal do Brasil, Serafina, Tpm, Vogue, VidaSimples, Piauí, Pernambuco, Bravo!, seLecT, Continente, Superinteressante, VIP, Poder,Bazaar, 4Rodas, MIT, Audi, Personnalité, Continuum, Rev.
Nacional e S/Nº, entre outras. Também co-dirigiu o documentário “Só
Quem É Sabe O Que É”, sobre a campanha do Corinthians durante
a queda do time à série B em 2008, ao lado de Phydia de Athayde e Artur
Voltolini. Em 2012, Bressane lançou um romance gráfico de ficção-científica,
cujo roteiro escreveu ao lado do argumentista Eric Acher e do artista Fabio
Cobiaco,V.I.S.H.N.U., pela editora Companhia das Letras. A graphic novel foi
indicada ao Prêmio Jabuti e a três prêmios HQ Mix.
Em 2014, lançou seu primeiro romance, “Mnemomáquina” (Demônio Negro),
uma ficção distópica ambientada em uma São Paulo futurista, e também publicou o
conto “Sandilichena” coleção infanto-juvenil da Cosac Naify,
em volume ilustrado pela quadrinista equatoriana Powerpaola. No mesmo ano
traduziu os romances “O corpo em que nasci” (Rocco) e “Androides
sonham com ovelhas elétricas?” (Aleph). Seu blog, que reúne textos
jornalísticos mais recentes bem como links para livros e ficções, é o Impostor.
Rogério Sacchi de Frontin, paulistano, nascido em 23 de Abril de 1964, é romancista,
contista, poeta, dramaturgo e roteirista. Paralelamente à sua obra de ficção,
que agora decidiu sair do estado de latência, Rogério desenvolve atividade como
editor na TV Brasil e professor universitário. Trabalhou como autor-roteirista
para a TV Globo, de 1996 a 2003. Ele é bacharel em Comunicação Social pela PuC-RJ
e mestre em letras pela UERJ. Para o autor, a palavra e a ficção trazem a ação
para que parte de sua existência se justifique. "Por meio delas, recebo e
doo prazer na mesma proporção", revela o autor.
JURADOS DOS DUELOS 01, 02 E 03
Nilton Milanez, Thelma Guedes, Angélica Coutinho
e Luiz Roberto Guedes
Nilton Milanez
é pós-doutorado (PDE/CNPq) em discurso, corpo e cinema na Sorbonne Nouvelle,
Paris 3. Professor Titular em Análise do Discurso do Departamento de Estudos
Linguísticos e Literários na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Doutor
em Linguística e Língua Portuguesa pela UNESP/Araraquara com
doutorado-sanduíche na Sorbonne Nouvelle, Paris 3. Professor do programa de
Mestrado e Doutorado em Memória, Linguagem e Sociedade e no Programa de
Mestrado em Linguística na UESB - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Líder
do GRUDIOCORPO/CNPq - Grupo de Estudos sobre o Discurso e o Corpo e coordenador
do Labedisco/UESB - Laboratório de Estudos do Discurso e do Corpo. Mestrado em
Lingüística e Língua Portuguesa pela UNESP/Araraquara (2002). Especialização em
Análise do Discurso pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1999).
Graduação em Licenciatura Plena em Língua Portuguesa e suas Literaturas pela
Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1988), graduação em Língua
Inglesa - Tradução - pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas
(1988).). Tem experiência na área de Lingüística, Literatura e Ensino com
ênfase em Análise do Discurso, atuando principalmente nos seguintes temas:
corpo, imagem fixa e em movimento, memória, sujeito e cinema de horror.
Thelma Guedes
é carioca, mas vive em São Paulo há trinta anos. Mestre em Literatura pela
Universidade de São Paulo, é autora de livros de contos, poemas e ensaios. É
autora da TV Globo desde 1997, onde escreveu programas infantis, foi
colaboradora de outros novelistas e, em parceria com Duca Rachid, escreveu as
telenovelas "O Profeta", "Cama de Gato", "Cordel
Encantado" e "Joia Rara".
Angélica Coutinho é doutora e mestre em Literatura Brasileira com pesquisa sobre as
relações entre a literatura, o cinema e a TV e a estrutura narrativa de
roteiros. Por 20 anos, ministrou aulas em cursos de graduação de jornalismo e
cinema no qual foram produzidos cerca de 500 curtas-metragens. Também ministrou
aulas na Pós-Graduação em Jornalismo Cultural da UERJ como professora
convidada. Trabalhou por 26 anos em televisão (TV Educativa/TV Brasil/ TV
Manchete) e foi da equipe da comunicação da Casa da Leitura, da Fundação
Biblioteca Nacional. Tem vários artigos sobre cinema, TV e literatura,
publicados em livros; é autora de livro de ficção e peça de teatro, além de ter
produzido, roteirizado e dirigido o curta-metragem Frágeis afetos, adaptado de
um conto de João Gilberto Noll. É membro da SOCINE e da ABRALIC. Atualmente, é
especialista em regulação cinematográfica e audiovisual da Agência Nacional do
Cinema - ANCINE.
Luiz Roberto Guedes é poeta e
escritor. Publicou, entre outros, o poemário "Calendário lunático —
Erotografia de Ana K." (2000), a novela histórica "O mamaluco
voador" (2006), e os contos de "Alguém para amar no fim de
semana" (2010). É autor de diversos livros para o público infanto-juvenil.
DUELO 01
Títulos:
“Rio Show” (Herton Gomes)
X
“:bolinação no escuro do cinema:” (Adalberto Carmo)
Título: Rio Show (Herton
Gomes)
Nilton Milanez: Rio Show se constrói sobre dois eixos
bem claros. Um, no nível sintagmático, focalizando o cinema carioca e suas
extensões eróticas do amor. Outro, no nível paradigmático, singularizando cada
espaço de cinema, à medida que desvela formas de paixão. A escolha por este
tipo de forma coloca em evidência uma repetição disfarçada. A repetição no
nível horizontal não é a mesma no nível vertical. Essa atitude poética alça o
leitor a um campo tópico, conhecido, que produz um efeito de deslizamento sobre
o poema, ao mesmo tempo em que desconcerta o leitor e o surpreende. Pois, a
repetição que poderia ser o lugar do monótono e do comum é a produção de uma
intensa subjetividade e pluralidade de afetos. A forma poética também é plural.
Os elementos poemáticos como as rimas, as cadências no léxico e o tipo de
encadeamento dos versos se estendem a uma configuração do texto narrativo. A
narrativização poética emerge da racionalização tanto na estrutura da linguagem
quanto na ênfase sobre a estrutura linguística e um cuidado, talvez no limite, com
a pontuação. Entretanto, esses posicionamentos imprimem ao fazer poético um
diagnóstico do cotidiano presente sob a perspectiva de um antropólogo do olhar.A
imagem que parece sustentar a configuração poética é a do ‘escurinho no
cinema”, em circulação por meio da memória coletiva de nosso arquivo de imagens
históricas. O título do poema, Rio Show, sintetiza a espetacularização das
salas do cinema, em âmbito público, e as intimidades e (in)visibilidades, em
âmbito privado, das formas de se relacionar e amar nesses espaços. Tal formação
nos leva a ler e reler o poema como uma ode à cidade e aos afetos.
Thelma Guedes: Interessante
o estilo agressivo do poema. Tem muito ritmo e “melodia” forte. Uma sonoridade
vibrante, que está de acordo com o espírito crítico que ele tem por objetivo apresentar.
Talvez, porém, esta agressividade funcionasse mais se não estivesse tão
explícita e óbvia de pronto. O trabalho do poeta é esse: encontrar uma forma
dizer o indizível, da maneira nunca dita pelo discurso comum do dia a dia. O
jogo entre esconder e revelar... Mas entendo que o objetivo pode causar um
choque imediato e sem concessões à poética burguesa. Ainda assim, senti que ele
perdeu força aos poucos. O poema começou “porrada” e foi afrouxando. Termina
frágil. Quem sabe se a progressão fosse feita ao contrário ficaria mais forte?
Alcançaria melhor o que parece ser o intento do poeta? De qualquer forma, é um bom poema.
Luiz Roberto Guedes: Curioso
esse “roteiro” dos cinemas do Rio de Janeiro. Tem alguns momentos mais
“felizes”, mas, no todo, o filme é chato.
Angélica Coutinho: Título adequado ao que propõe o poema: fazer um "guia" das salas de cinema da cidade caracterizando- as pelo perfil que seria específico de cada público ou do que passa em suas telas. Leve e preciso.
Angélica Coutinho: Título adequado ao que propõe o poema: fazer um "guia" das salas de cinema da cidade caracterizando- as pelo perfil que seria específico de cada público ou do que passa em suas telas. Leve e preciso.
Título: :bolinação no escuro do cinema: (Adalberto Carmo)
Nilton Milanez: “:bolinação no escuro do cinema:” enceta, em um primeiro momento, o engajamento com algumas possibilidades de construção da linguagem bem específicas, a saber, tipos de heterogeneidade mostrada da língua,às vezes de forma insistente, como o capslock, iniciais maiúsculas, caracteres gráficos, ou de forma singularizadas, como o caso da sequência em minúsculas no título. A construção imagética e sensual do poema exige um exercício mental e físico de leitor que, acredito, não pode apreender a poesia desse percurso sem um certo grau de racionalização. Isso reitera a poeticidade do poema em um domínio da força e de uma virilidade da linguagem que parecem se justificar não mais no nível da língua, mas dos estratos subjacentes à ideia que alicerça a poeticidade do poema. Refiro-me à citação de Jim Morrison, que nos lança à problematização, na primeira parte, de uma composição cerebral e mental para, em sua segunda parte, considerar o lugar do corpo no cinema. Portanto, acredito que essa poética exige esforço intelectual e mecanismos específicos de leituras textuais e discursivas por parte do leitor. Esse fato poderia, de um lado, fechar a entrada do leitor no poema, de outro, porém, abre uma via de especificidade que abriga a fidelidade à ordem poemática dada pela citação, que é a porta de entrada do poema. A partir dessa compreensão, observo e sinto no poema a recriação do espaço da sala de cinema e o espaço interior de um espectador específico, o sujeito poeta, cérebro-sensorial, a quem seguimos pelos versos. A versificação extrapola os cânones de maneira muito produtiva, reconstruindo, a meu ver, o corte da película em planos e sua edição em sequência fílmica, formato que não é evidente, pois apresenta alta elaboração criativa e de avizinhamento com a arte cinematográfica. Entre o voyerismo poético, um verborrágico ”botinhas”, emerge o reconhecimento do sujeito poeta, que evoca, em nós leitores, identificação, catarse e espanto. A marca viril do percurso poético faz irromper o excesso e adestemparança de uma mente em ebulição e um corpo em chamas.
Thelma Guedes: Um
bom poema, forte, irônico, sonoro, com um tom de contemporaneidade
interessante. É repleto de referências cinematográficas, o que o torna
instigante ao leitor curioso. Vale citar a passagem: “A Casa do Amor é onde
piso”. Lindo isso! No entanto, o poeta talvez tenha se empolgado demais e tenha
deixado o leitor num labirinto um tanto penoso. O que era para ser algo
provocante e desafiador, acaba por distanciar o leitor. Mesmo que tenha sido
essa a opção, por manter o mistério, por não revelar tudo, é bom lembrar que
nem todo leitor gosta de ficar no escuro completamente. Se o poema, como eu
penso, é uma carta endereçada a alguém, acho que muita gente vai ter uma
apreensão parcial demais da mensagem deste belo poema. É uma pena que isso
aconteça. Uma pequena dose de concessão (não precisa muita...) às vezes pode
ser bem-vinda. Muito difícil escolher entre os dois poemas. Ambos são fortes, modernos, têm pegada, se equivalem.
Luiz Roberto Guedes: Este poema
atualiza Calígula na figura desse “Botinhas”, com um perceptível acento de
Roberto Piva. Mais “informado” e melhor conduzido que o poema do
oponente.
Angélica Coutinho: Poema de vocação mais narrativa afeito à prosa. Inicia com epígrafe
excessiva, quase se explicando. Excede-se na confrontação ente o culto e o
perverso fazendo pesar a "erudição".
Escolha de Nilton Milanez; "Rio Show", de Herton Gomes.
Escolha de Thelma Guedes: "Rio Show", de Herton Gomes.
Escolha de Luiz Roberto Guedes: "bolinação no escuro do cinema", de Adalberto Carmo
Escolha de Angélica Coutinho: "Rio show", de Herton Gomes
Escolha de Thelma Guedes: "Rio Show", de Herton Gomes.
Escolha de Luiz Roberto Guedes: "bolinação no escuro do cinema", de Adalberto Carmo
Escolha de Angélica Coutinho: "Rio show", de Herton Gomes
Adalberto Carmo
Canta:
que n'alma do povo
Há mais fé & menos drama
Pois lhe custa mais a cama
Ao café que empurra o ovo.
Há mais fé & menos drama
Pois lhe custa mais a cama
Ao café que empurra o ovo.
José
Ouverney: Sua rima ABBA não é a adequada para a trova de
concursos.
Herton Gomes
Jantar
você foi uma delícia
mas
não quero indigestão:
minha
tara não é carícia
minha
fome não é paixão.
José
Ouverney: Um verso com sete sílabas, outro com nove e dois
deles com oito.
VENCEDOR NA
TROVA: ADALBERTO CARMO
PLACAR FINAL:
HERTON GOMES 3 X 2 ADALBERTO CARMO
DUELO 02
Títulos:
“Yume” (Bianca Velloso)
X
“Flor de quem” (Simone Prado)
Título: "Yume" (Bianca
Velloso)
Nilton Milanez:
“Yume” apresenta o sonho nos canteiros de um espaço virtual. A experiência
onírica tem um ponto de partida, dado pela dedicatória do poema a Akira
Kurosawa, mas se centra na subjetividade do poeta que, nos limites da sala do
cinema, multiplica-se na mesma medida em que se desdobram os quadros aos quais
assiste. O sujeito poético se desdobra sobre si mesmo a partir da produção de
imagens que remontam à tela do cinema e à duplicação (pintura) ou reduplicação
(túnel) de imagens, que arregimentam uma produção, no linguístico, de um
domínio imagético próprio ao cinema, que é o efeito de um quadro dentro de
outro quadro de imagens. Essa produção de imagens, portanto, é responsável pela
materialização de um discurso do estabelecimento de textos dentro de um texto
ou, ainda, de séries dentro de séries. A opção e a realização material pela
língua do jogo, produzindo camadas que se superpõem,se concretizam por meio da
alternância e demarcações deflagradas por dois tipos muito peculiares de sinais
gráficos - ...e : - que aparecem alternadamente. O binarismo dos sinais não é,
entretanto, marca de dicotomia, mas indicador de duplicidade e multiplicidade
de imagens. Esse tipo de efeito produzido pela forma na língua e nos ícones que
o sujeito poeta instrumentaliza parecem dizer sobre uma possibilidade de
seriação e multiplicidade de forma de vida na condição humana. Destaco, também,
a inversão dos parênteses no verso todo dia, antecipando em imagem a sequência
nominal em o túnel da morte. A sensibilidade da mobilização de um recurso desse
tipo desencadeia a problematização da intersecção entre a tradição do cinema,
as obra de Kurosawa ou Van Gogh e os movimentos imagéticos de nossa atualidade,
reafirmando a configuração, validação e autoridade da escrita da forma como ela
é dada a ver em espaços virtuais de conversação. Assim, o cotidiano imediato de
nossas vidas é colocado como peça constitutiva de nossas tradições e não em
oposição a elas. Como sugestão talvez fosse interessante excluir o último verso
do poema e os sonhos em poesia. Não acredito ser necessária uma conclusão deste
tipo. O referido verso se mantém em domínio de senso comum se apresentado como
uma forma de conclusão, rompendo, assim, com a construção do sonho ao longo do
poema.
Thelma Guedes: O poema ainda não está maduro. É
heterogêneo, na medida em que apresenta bons momentos, com belas imagens e
sonoridade forte, com outros momentos menos felizes, em que vemos o trabalho da
escrita muito exposto. Ou seja, é possível perceber o esforço poético para a
construção de imagens “novas” e de efeito, por meio da junção de palavras que
não dialogam. Como “engravida a essência”. Parece que a força de uma palavra
somada à força da outra provoca um “efeito” formal apenas. Não uma imagem
verdadeira que toca o interior do leitor, que mexe com ele. Assim como o final:
“percebo que o olhar é feito de sonhos ... e os sonhos de poesia”. Aqui o lugar
comum prevalece e “sepulta” o poema, impedindo de lembrarmos de seus melhores
momentos, como a estrofe bela, forte, simples e contundente:
“um homem que atravessa
) todo dia (
o túnel da morte
comandante menino”
Luiz Roberto Guedes: Uma reflexão bem conduzida, circular, sobre o espectador (de cinema ou da vida); o fecho é clichê, dolorosamente: “sonhos” e “poesia”; mas é um objeto melhor construído em sua economia interna. Será obra de um leitor de Claudio Daniel?
Angélica Coutinho: Dedicado a Akira Kurosawa é uma bela construção de imagens e referências
dentro de referências assim como a imagem se faz dentro do dentro do olho.
Bonita construção de encaixe.
Título: Flor de quem
(Simone Prado)
Nilton Milanez:
“Flor de quem” prima pela simplicidade estilística e a economia linguística em
prol da transfiguração das letras em imagens. Encantador. A dedicatória é um
domínio de antecipação das imagens do poema e, sobretudo, talvez o mais
importante, fixa os limites para a confecção das imagens que se seguirão. A
capacidade de organização do poema e sua forma de síntese
mostram uma desenvoltura poética e habilidade de delimitação dos traços que se
cercam da literatura de Jorge Amado em Dona Flor e seus dois maridos e do filme
homônimo de Bruno Barreto. As estrofes são compactas e trabalham em
aglutinação, dizem características das personagens do filmes que, podemos
apenas recuperar enquanto imagens em nossa memória.O poema liga o sujeito
leitor à história das imagens da literatura e do cinema, reconfigurando a
memória do passado em presente. Essa estratégia linguística demonstra a força e
o poder de transfiguração da língua escrita em imagem, e exalta a imagem como
lugar de existência do ser poético. Para além disso, homenageia o ator José
Wilker, falecido recentemente. Entretanto, o fato relevante está no domínio de
atualidade das malhas da poeticidade. Explico-me. O sujeito poeta reverte a
noção de morte e de saudade por meio da pintura de imagens que trazem a ideia
de fartura, sensualidade e impossibilidade em controlar a vida, sem ditar ou
buscar controlar, linguisticamente, em demasia esses sentidos em seus versos. A
estruturação do poema se firma sobre frases muito curtas que exigem uma
complementação, dada apenas pela incorporação do sujeito leitor ao poema. Esse
caráter corporativo criado pelo sujeito poeta produz o efeito de uma unidade
entre um cá do poeta e o lá do leitor. Assim, por meio das estratégias de
elaboração da arte criativa e o desmantelamento de hierarquias, o sujeito poeta
convoca o leitor e seus quadros de imagens a compor sua poesia, dividindo-a e
propondo co-autoria com seus versos.
Thelma Guedes: Simples,
claro, solar, o poema traduz, sem mistérios, o universo de Jorge Amado e do
filme Dona Flor e seus dois Maridos. A referência é clara, pode até ser óbvia,
mas funciona muito bem, ao dialogar alegremente com a malemolência da poética
da obra de Jorge Amado, adaptada para o cinema. Foi uma escolha corajosa, ao
optar pelo simples, pelo menos, escolhendo inclusive uma obra apenas. O
particular, no lugar do cinema universal. Mas aqui o “menos” de fato acaba
sendo “mais”. É um poema bem bonito. Apenas uma ressalva, talvez fosse bom
repensar este final, que aqui sim ficou óbvio demais, ao deixar tão evidente o
Jorge Amado. Isso já estava dado ao longo do poema. Um final mais forte e
contundente seria bem-vindo pra fechar este belo poema!
Luiz Roberto Guedes: Esse
segundo poema, movido a dendê, não apeteceu.
Angélica Coutinho: Homenagem a Jose Wilker com referências ao filme "Dona Flor e seus
dois maridos", um dos maiores sucessos do cinema brasileiro. Mistura
referências do filme com o livro adaptado de Jorge Amado. Bom e bem construído.
OBS: Thelma Guedes elegeu o poema "Flor de quem", de Simone Prado, como o melhor da leva que ela leu. A poeta receberá um livro autografado da jurada.
Escolha de Nilton Milanez: “Flor de quem”, de Simone Prado
Escolha de Thelma Guedes: "Flor de quem", de Simone Prado
Escolha de Luiz Roberto Guedes: "Yume", de Bianca Velloso
Escolha de Angélica Coutinho: "Yume", de Bianca Velloso
Escolha de Thelma Guedes: "Flor de quem", de Simone Prado
Escolha de Luiz Roberto Guedes: "Yume", de Bianca Velloso
Escolha de Angélica Coutinho: "Yume", de Bianca Velloso
Simone Prado
O
mar que tanto se irrita
com navegantes do mundo
é o mar que no abismo habita
o sal da vida fecundo.
com navegantes do mundo
é o mar que no abismo habita
o sal da vida fecundo.
José
Ouverney: Ótima
trova, em forma e conteúdo. A melhor. Parabéns.
Bianca Velloso
porque não creio em certezas
também
duvido da morte
entrego-me
à beleza
só
a poesia é meu norte.
José
Ouverney: Sem pontuação; iniciando com minúscula; rima
imperfeita do primeiro com o terceiro verso que também contém apenas seis
sílabas poéticas.
VENCEDOR NA
TROVA: SIMONE PRADO
PLACAR FINAL:
SIMONE PRADO 3 X 2 BIANCA VELLOSO
SIMONE PRADO AVANÇA!
DUELO 03
Títulos:
“Eureka!” (Maria Amélia Elói)
X
“A vinte quatro quadros por segundo”
(Georgio Rios)
Título: "Eureka!" (Maria Amélia Elói)
Nilton Milanez:
“Eureka!” percorre as trilhas de um momento único sujeito poeta, sem um espaço
ou tempo determinado. Prende o leitor pelo fio narrativo-poético e o enreda na
prática do cotidiano familiar, dos padrões de (a)normalidade, do encontro de
si. O poema leva-nos do fora do sujeito poeta em “Nada de médico, igreja ou
dieta.” para a dobra do dentro da poeticidade em “Eureka!”. Eleva-se daí a
contradição dada pela abertura e fechamento do poema, reinventa a descoberta
não com uma proposta da exibição de uma produção exterior, mas sob as vias de
uma busca e encantamento consigo mesmo na descoberta. O deslocamento do lugar
do sujeito dentro de si mesmo é o belo dado a ver em um realismo simples e
invaginados do dia-a-dia. O gatilho do poema é o lugar do incômodo e da
inquietação, “casquinha de milho entre os dentes”, traço poético que surge da
sensação afinada com uma arte do detalhe e que remonta à memória da literatura
de Clarice Lispector. É o minúsculo detalhe que alavanca a epifania da existência
do poeta. Em termos de posição diante do manejo com as normas linguísticas,
talvez fosse interessante optar pelo apagamento das vírgulas, o que na leitura
em voz alta do poema parece produzir uma interrupção do fluxo imagético das
proposições diárias. Ressalto, também, reconheço que, em termos de leitura
interpretativa, essa outra contradição - entre usar vírgulas na quarta estrofe,
e não usar vírgulas na quinta estrofe – também possam ser constitutivas da
contradição que arquiteta o poema.
Thelma Guedes: Belíssimo
poema, cheio de intensidade e verdade. Ao lê-lo um cinéfilo se reconhece
imediatamente. Feito de referências agradavelmente reconhecíveis e sutilezas na
revelação dos sentimentos, ele de fato envolve o leitor interessado no tema.
Talvez o único deslize seja a estrofe com referências desnecessariamente
óbvias, que remete aos nomes dos filmes... Talvez neste momento há que se
manter um pouco o mistério. Mas é muito bonito e sensível.
Luiz Roberto Guedes: Mais
um “patchwork” com títulos de filmes medianos. É realmente difícil desovar um
poema sob encomenda. Vejamos o próximo.
Angélica Coutinho: Descreve o viciado em cinema que de nada mais precisa na vida que cura
suas neuroses, doenças, menos o próprio vício. Na segunda parte, descreve como
o cinema age sobre si e através de quais métodos. Tem leveza, demonstra amor
por qualquer gênero e termina voltando à realidade prosaica da casca de milho
entre os dentes.
Título: A vinte quadro por segundos (Georgio Rios)
Nilton Milanez:
“A vinte quatro quadros por segundos” é um dizer poético sensível e emocionante
sobre o tempo e sua liquidez em nossas vidas (in)finitas. Com este fim, o
sujeito poético se desdobra, primeiro, naquele que olha, depois, naquele que se
observa a si em “Aumenta a respiração”. Ou observa ao outro do seu lado? O
apagamento e não referenciação do sujeito no verso poderia ser tomado como uma
inobservância na estrutura linguística. Por outro lado, compreendo que possa
ser a ligação linguística pela ausência da sobreposição dos corpos, no interior
da poeticidade, que se unem naquele espaço em Você me disse, aglutinando “ele”
no pronome você e “eu” no pronome me. Opto por esta leitura que parece estar em
harmonia com a discursivização do tempo e as possibilidades do sujeito poeta, e
em cascata o leitor do poema, em ocupar outros espaços, espaços
indeléveis.Convenço-me de que este verso, justamente por sua dissonância com a
composição e focalização do sujeito poeta, indica uma mudança de posição,
tornando-se este verso o turning point
do poema. A sucessão e a associação entre respiração, morte e vida (Aumenta a
respiração/ A tarde morre/ O tempo finda/ Morre o dia como a vida/ A vinte
quatro quadros) são singulares, tocantes e diretas como a fluidez e dispersão
dos quadros que compõem a unidade das maneiras de se ver a imagem no cinema. O
poema remonta, ainda, sobre um discurso da dor em uma angústia suave de se ver
o tempo passar, reconfigurando os contornos cinematográficos de Hitchcock, Kubric
e Stevens. Sugiro que o verso “Hay que tener ilusion” figure ou entre aspas ou
em itálico para evitar um excesso de destaques.
Thelma Guedes: Outro
poema excelente e sensível. Belo e sonoro, faz o leitor escorregar pelos versos
de maneira natural como numa dança. O tema é tratado de maneira clara e
precisa. Chamo a atenção para o final que traz ao cinéfilo a lembrança exata da
sensação prazerosa e incomparável de assistir um bom filme. De fato, o tempo
desaparece e a vida morre... Muito bom ter finalizado com a frase do tema,
incorporada de maneira completamente integrada e adequada ao poema. Muito bom
mesmo! Escolha difícil entre ambos os poemas, os dois se equivalem em qualidade
e beleza.
Luiz Roberto Guedes: O poema nadou, nadou... e morreu na praia. Nenhuma iluminação sobre
a invenção dos Irmãos Lumiére.
Angélica Coutinho: Tem uma beleza romântica que remete aos encontros nas salas de cinema
embalados por alguns títulos clássicos. A quadra inicial parece desigual com os
versos que se seguem, bem melhores.
Escolha de Nilton Milanez: “Eureka!”, de Maria Amélia Elói
Escolha de Thelma Guedes: "A vinte e quatro quadros por segundo", de Georgio Rios.
Escolha de Luiz Roberto Guedes: "Eureka!", de Maria Amélia Elói
Escolha de Angélica Coutinho: "Eureka!", de Maria Amélia Elói
Escolha de Thelma Guedes: "A vinte e quatro quadros por segundo", de Georgio Rios.
Escolha de Luiz Roberto Guedes: "Eureka!", de Maria Amélia Elói
Escolha de Angélica Coutinho: "Eureka!", de Maria Amélia Elói
Maria Amélia Elói
Me
belisca a fantasia
Pra
atiçar um novo conto
Subo
à cela, há poesia
Nessa
tal de ideia eu monto
José
Ouverney: Boa trova. Atentar à questão das letras maiúsculas e
da falta de pontuação. Embora seja um estilo, isso, em trova, não é aceito.
Georgio Rios
Trinando
aquelas certezas
Coisas
que me deve a lida
Carrego
o ar das belezas
Da
sinfonia desta vida
José
Ouverney: Um pecadinho: oito sílabas no quarto verso. E também
aplico as mesmas observações que fiz à trova anterior.
VENCEDOR DA
TROVA: MARIA AMÉLIA ELÓI
PLACAR FINAL:
MARIA AMÉLIA ELÓI 4 X 1 GEORGIO RIOS
MARIA AMÉLIA ELÓI AVANÇA!
DUELO 04
Títulos:
“Primeiro
plano” (Cinthia Kriemler)
X
“Projeção”
(Francisco Carvalho)
Título: Primeiro plano (Cinthia Kriemler)
Marcos Vinicius Quiroga: Escolho este por sua metaforização feita a
partir do campo semântico cinematográfico, pela sonoridade não usual
(blanche/ecrã; efeito/take), pela oposição das heroínas (que sugerem mais doc
que os simples nomes dora/estamira), pelo ritmo acelerado, obtido graças à
enumerações...
Eunice
Arruda: A linguagem específica desse poema, embora seja bem
colocada, distancia o leitor ao relatar processos tão internos do cinema. No
entanto, o texto traça um caminho com imagens interessantes ao se deslocar do
“útero quente, escuro” à “decupagem
incessante”.
Ronaldo Bressane: Imagens e registros solenes.
Ronaldo Bressane: Imagens e registros solenes.
Rogério
Frontin: O tema proposto está aí. A poesia tem a linguagem
trabalhada como fosse um quadro a quadro, como se as palavras fizessem parte de
um copião a ser pré-editado sempre. Não há um cessar: a imagem do cinema como
vida que não se esgota, e uma vez realizado, não tem consciência do que é.
Decupagem incessante.
Título: Projeção (Francisco Carvalho)
Marcus Vinicius Quiroga: Apesar de ter escolhido o outro, apreciei as
imagens em “fino sabor de milho e novembro escorre”, por reunir elementos
distantes (milho e novembro) e “na película dos lábios se acende”, pelo uso da
palavra película.
Eunice
Arruda: O poema adquire forma e realidade na medida em que
situa o espaço onde ocorre a cena, “na esquina do Cine Rex”, e ganha
singularidade quando identifica esse espaço como o “lugar onde nunca
estivemos”. Imagem interessante: “um louro olor de saudade / na película dos
lábios se acende.”
Ronaldo Bressane: Registros solenes demais. Merecia um 0 a 0.
Ronaldo Bressane: Registros solenes demais. Merecia um 0 a 0.
Rogério
Frontin: O tema proposto está aí. Existe uma imagem pretérita,
um corte de imagens mínimas compondo a expressão poética. A recriação dos
sentidos, o novo dimensionamento deles, parecem-me um pouco artificiais. Nos
dois últimos versos, percebemos, por exemplo, “o olor que se acende.” Há
potencialidades não desenvolvidas que prejudicam a imagem poética.
Escolha de Marcus Vinicius Quiroga: "Primeiro plano", de Cinthia Kriemler.
Escolha de Eunice Arruda: "Projeção", de Francisco Carvalho.
Escolha de Ronaldo Bressane: "Projeção", de Francisco Carvalho.
Escolha de Rogério Frontin: "Primeiro plano", de Cinthia Kriemler.
Escolha de Ronaldo Bressane: "Projeção", de Francisco Carvalho.
Escolha de Rogério Frontin: "Primeiro plano", de Cinthia Kriemler.
Francisco Carvalho
néctar
que me bebe e lavra,
engole-me
a linguaruda,
ela,
a cútis da palavra:
a
fêmea que me desnuda.
José
Ouverney: Para uma trova, falta a clareza, a simplicidade.
Como poesia moderna, ótimo.
Cinthia Kriemler
Se
proteges a criança
Com
amor e educação
Vais
garantir mais pujança
Ao
futuro da nação.
José
Ouverney: Embora seja uma trova “lugar-comum”, nada a restringir,
a não ser os mesmos lembretes quanto ao início de versos com maiúsculas e a
falta de vírgula após o segundo verso.
VENCEDOR NA
TROVA: CINTHIA KRIEMLER
PLACAR FINAL:
CINTHIA KRIEMLER 3 X 2 FRANCISCO CARVALHO
CINTHIA KRIEMLER AVANÇA!
CINTHIA KRIEMLER AVANÇA!
DUELO 05
Títulos:
“Super oito – (sobre a vida e a memória como
cinema)” (Jorge Augusto)
X
“Foco” (Ricardo Thadeu)
Título: Super oito – (sobre a vida e
a memória como cinema) (Jorge Augusto)
Marcus
Vinicius Quiroga: Enxugaria
o texto e tiraria, por exemplo, “transa um transe”, por ser uma associação
previsível. A primeira parte já poderia ser publicada sozinha. Gosto do duplo sentido de “Hollywood”, da imagem da “fratura exposta”e
do comentário de autorreflexão. Nas outras partes, há por um lado jogos de
palavras sugestivos, mas que em alguns caso tornam-se fechados ou arriscam a
ser gratuitos (ouvir/olvida). O poema readquire força nos versos finais com
alteridade x a própria imagem, pois se utiliza da frase feita, renovando-a.
Eunice
Arruda: Este poema descreve os movimentos ocorridos durante
a apresentação do filme (“18 fotogramas por segundo”). O texto vai se
desenvolvendo realmente como cenas de um filme, por causa da velocidade da
leitura.
Ronaldo Bressane: Nada que eu já tivesse visto de outro jeito, e melhor.
Rogério
Frontin: O início do texto flui para o universo poético.
Após a lembrança da infância revelada, conceitos da Academia são resgatados
para dentro do poema e, sinceramente, creio, se perdem e não têm a força para
se sustentar como visão poética. Fica artificial.
Título: Foco (Ricardo Thadeu)
Marcus Vinicius Quiroga: “Atropeladas hordas de sentimentos” é um
verso com um tom acima, beirando à hipérbole e eu o tiraria ou faria uma versão
mais amena. Gosto do vocabulário cinematográfico espalhado ao longo do texto e da estrofe final, que muda a dicção
e, principalmente, por quebrar a expectativa.
Eunice
Arruda: Neste poema, ao lado das “engrenagens corroídas pela
ferrugem” ocorrem cenas com sentimentos humanos como no está colocado no final
do poema: “na última fila, / um casal partilha outros sentidos.”
Ronaldo Bressane: Clichês, imagens solenes, arrumadinho demais. Outro zero a zero!
Rogério
Frontin: A fragmentação do tempo e das imagens poéticas
chegam bem neste texto. Há um passado do cinema aprisionado na tradição e um
presente indiferente a tudo.
Escolha de Marcus Vinicius Quiroga: "Super oito – (sobre a vida e a memória como cinema)", de Jorge Augusto.
Escolha de Eunice Arruda: "Foco", de Ricardo Thadeu.
Escolha de Ronaldo Bressane: "Super oito - (sobre a vida e a memória como cinema)", de Jorge Augusto.
Escolha de Rogério Frontin: "Foco", de Ricardo Thadeu
Escolha de Eunice Arruda: "Foco", de Ricardo Thadeu.
Escolha de Ronaldo Bressane: "Super oito - (sobre a vida e a memória como cinema)", de Jorge Augusto.
Escolha de Rogério Frontin: "Foco", de Ricardo Thadeu
Ricardo Thadeu
Adornaste
teu olhar
Com
a pura maresia;
Eu,
bebendo deste mar,
Afoguei-me
em agonia.
José
Ouverney: Boa
trova. Apenas, se o autor for participar de algum concurso no Brasil, procure
não iniciar todos os versos com maiúscula, pois isto não é aceito.
Jorge Augusto
uma
bandeira sem imagem
nem
emblema, brasão, tema
flor
de dilema a linguagem
é
leme e lema do poema
José
Ouverney: Já no 1º verso noto oito sílabas poéticas. É um
bonito poemeto, mas, como trova, eu elimino, por causa da métrica.
VENCEDOR NA
TROVA: RICARDO THADEU
PLACAR FINAL:
JORGE AUGUSTO 2 X 3 RICARDO THADEU
RICARDO THADEU AVANÇA!
RICARDO THADEU AVANÇA!
DUELO 06
Títulos:
“manual
para abraçar no cinema” (André Oviedo)
X
“Ação
e reação” (Natasha Félix)
Título: manual para abraçar no cinema (André Oviedo)
Marcus Vinicius Quiroga: A apropriação de uma linguagem didática, que
faz lembrar o texto de um manual de instruções, dá ao poema um humor e um tom
coloquial que me agradam, pois este ato banal (abraçar no cinema) é tratado de
um modo formal ou técnico que destoa do acontecimento corriqueiro em si: o
namoro no cinema. Aqui, a ideia
prevalece sobre a linguagem, isto é: o tratamento inesperado dado ao gesto do
abraço é o poético em si.
Eunice
Arruda: O valor do poema se ampara na forma como conduz as
sequências dos versos.
Ronaldo Bressane: Manual sem sangue nem criatividade.
Rogério
Frontin: O tema cinema está presente neste texto. Há humor
nele, o que o faz bom de ler. A linguagem dos ditos manuais é revisitada, no
entanto, a meu ver, o poético não consegue se inserir apenas pela forma em
verso.
Título: Ação e reação (Natasha Félix)
Marcus Vinicius Quiroga: Gostei muito
da estrofe final, porque “mudo” não é apenas o grito guardado, mas faz parte da
expressão “filme mudo”. Ou seja, ocorre aqui uma ampliação e sentido. E a cena,
ainda que curta, lembra roteiro, utilizando, assim, também de forma criativa a
proposta para o poema. Aqui há imagens como “chuva nos olhos” e “guardei meu grito
no escuro”, e isso dá força conotativa.
Eunice
Arruda: Essa imagem “Guardei meu grito / no escuro / feito
filme mudo” demonstra a singularidade do poema, fazendo com que a linguagem da
poesia passe a ser diferente da cotidiana.
Ronaldo Bressane: Arrumadinho demais, sem sangue. Outro que ficaria no 0 a 0.
Rogério
Frontin: A linguagem poética impera aqui. O tema cinema se
revela de forma intensa e há uma angústia do poeta em dar vida ao cinema na
poesia, muito boa de ser sentida.
Escolha de Marcus Vinicius Quiroga: "Ação e Reação", de Natasha Félix
Escolha de Eunice Arruda: "Ação e Reação", de Natasha Félix
Escolha de Ronaldo Bressane: "manual para um abraço", de André Oviedo
Escolha de Rogério Frontin: "Ação e Reação", de Natasha Félix
Escolha de Eunice Arruda: "Ação e Reação", de Natasha Félix
Escolha de Ronaldo Bressane: "manual para um abraço", de André Oviedo
Escolha de Rogério Frontin: "Ação e Reação", de Natasha Félix
Natasha Félix
o
fio da vida, esticou
feito
a corda bamba
no
pescoço colou:
"aqui
estalo samba"
José
Ouverney: Nenhum
dos versos está metricamente correto.
André Oviedo
amor
é uma coisa fina,
vaza
por qualquer espaço.
se
quer fugir dessa sina,
segure
o seu num abraço.
José
Ouverney: Boa
trova. Esta foi aprovada. Apenas peço ao autor que inicie o trabalho com letra
maiúscula.
VENCEDOR NA
TROVA: ANDRÉ OVIEDO
PLACAR FINAL:
NATASHA FÉLIX 3 X 2 ANDRÉ OVIEDO
NATASHA FÉLIX AVANÇA!
NATASHA FÉLIX AVANÇA!
AS DUAS MELHORES TROVAS, NA OPINIÃO DE JOSÉ OUVERNEY, FORAM:
1º TROVA DE SIMONE PRADO
2º TROVA DE ANDRÉ OVIEDO
OS DOIS POETAS RECEBERÃO LIVROS DE TROVAS QUE SERÃO ENVIADOS
PELO JURADO JOSÉ OUVERNEY. PARABÉNS!
A POETA MARIA AMÉLIA ELÓI SERÁ PREMIADA COM OS DVDS DA LETÍCIA
SIMÕES, POR TER VENCIDO PELO PLACAR MAIS ELÁSTICO DAS SEXTAS DE FINAL: 4 A 1.
PARABÉNS!
COMO FICOU A TABELA COM OS CONFRONTOS:
ATÉ A PRÓXIMA, PESSOAL! PARABÉNS A TODOS E AGORA... DEIXEM FLUIR A
CRIANÇA QUE EXISTE DENTRO DE VOCÊS! ARRASEM!
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