Aproveitando esta semana em que se comemora o “Dia do Amigo”, vou tentar me aventurar a escrever umas palavras sobre ter amigos, sobre ser amigo, falar um pouco a respeito desta dádiva de Deus que se chama amizade.
Convivendo com as pessoas nas mais diversas situações do dia a dia, sejam elas profissionais, acadêmicas, religiosas ou tantas outras possíveis situações nas quais lidamos com nosso semelhante, temos a oportunidade de criar e cultivar a amizade, conhecendo melhor as pessoas e se deixando conhecer. Conversando, sendo sincero, mostrando verdadeiramente o que somos e não o que temos, ou ostentando um lugar, uma posição que estamos ocupando em determinado momento de vida.
A amizade é mais do que “ter”, a amizade é “ser”. O amigo verdadeiro muitas vezes tem que chamar o outro no canto, falar o que precisa ser dito, e muitas o que precisa ser dito não é o outro quer escutar, mas o amigo fala, pois se é amigo mesmo não deixa o outro persistindo numa prática errada. Muitas vezes o outro não aceita, pensa que não é amigo e lá na frente, no futuro, quando sofre por aquele erro cometido e se arrepende, aí é que lembra do amigo e daquela conversa sincera e assim reconhece o que é a verdadeira amizade. A pessoa tem de ter zelo por seus amigos, precisa ter cuidado, carinho, atenção. Hoje em dia, neste mundo de muitos “contatos”, as pessoas precisam de atenção, precisam ser escutadas, precisam ter com quem falar, compartilhar dúvidas, sentimentos, emoções.
Não basta apenas adicionar no Orkut ou em algumas dessas redes de “relacionamento” que existem por aí. É preciso estar junto, é preciso saber como está a vida da pessoa, como estão seus sentimentos, seu momento de vida. Renato Russo já falava em sua canção, que “Muitos temores nascem do cansaço e da solidão...” e isso é uma verdade... Quantas pessoas entram em situações difíceis na vida por não ter com quem conversar, pedir uma orientação, que muitas vezes pode (eu já vi acontecer) direcionar a vida de uma pessoa para o bem.
Em meus anos de vida, que não muitos, mas que já me dão uma certa condição de falar alguma coisa, eu vejo que nos unindo fica mais fácil de nos desenvolvermos, para evoluirmos mais em nossas vidas. Convivendo com as pessoas, nos deparamos com as diferenças. É aí que o “bicho pega” (rsrsrsrs), aí é que a “porca torce o rabo” (rsrsrsrs), pois o ser humano acha sempre que está certo, que o modo que ele pensa é o certo e o outro sempre é o errado. Não é assim?Podemos até rir de nós mesmos, lembrando de situações que nos mostram que somos assim... Mas, para desenvolvermos amizades e convivermos melhor com os outros, precisamos construir em nós uma boa vontade, uma amplitude de visão que nos permita enxergar as situações por diversos ângulos.
Com isso, praticando esse bem querer, vamos aumentando nossas compreensões e desenvolvendo mais paciência com a gente mesmo, para ter mais paciência com as pessoas que estão ao nosso redor, para termos sempre uma boa vontade para receber as pessoas como elas são, pois em muitas situações não agradamos também e as pessoas também encontram um jeito de ter paciência com a gente. Assim, com bom senso, vamos mostrando o nosso lado bom e conhecendo o lado bom das pessoas. Para isso é preciso um trabalho de reconhecimento pela história de vida, de luta de cada um e termos a certeza e a fé que sempre poderemos aprender mais uns com os outros.
É tão bom ter amigos, é tão bom poder contar com as pessoas, é tão bom ter em quem pensar, em quem lembrar em situações difíceis e é tão bom compartilhar histórias de vida, de superação de limites que nos dão bom exemplo para também vencermos as nossas dificuldades e servirmos também de bom exemplo para nossos amigos, formando assim uma corrente forte em que podemos nos segurar para continuarmos seguindo em frente.
6 comentários:
Belo texto, João. Enquanto eu o lia, ia fazendo uma ponte com o meu texto, Ensaio sobre a amizade, que na verdade, serve como um exemplo de tudo o que vc disse. "Muitos temores nascem do cansaço e da solidão"... José, o jovem que não sabia desenvolver uma amizade, ''criar pontes'', como disse o personagem Aurélio, ia se matar não por medo de viver, pelo contrário. Ele tinha ansia de viver, mas não encontrava essa vida aqui, neste mundo. A vida, representada pela amizade. É triste qndo acaba uma amizade... Lendo textos como o seu, eu me recordo de algumas que se foram, sem nem dizer adeus. Mas não podemos culpar o destino por isso. Somos nós quem não criamos as pontes.
Grande abraço, João!
Concordo contigo qdo diz que o verdadeiro amigo não é aquele que só diz o que vc quer ouvir. Há momentos que essa onda de ser "politicamente correto", dá no saco!As pessoas acabaram se tornando hipócritas com isso, e muitas pra levar vantagem, são medíocres nas suas atuações, inclusive como "amigas", pq parece que tudo se tornou aceitável,só não vale ser sincero, senão 'MAGOA".Dá-lhe João!Você me ensina a ser mais diplomata com seus textos.Valeu.
Ser amigo é saber ser gentil e aceitar o outro como ele é. Mas também é ser sincero, é dar uma opinião que favoreça o crescimento do outro, sem que isso seja uma guerra de egos. Sinceridade e canja de galinha não faz mal a ninguém, rsrs. Ótimas palavras, João! Quantas lições sobre amizade e lealdade essa semana, hein! Beijão, meu querido amigo!
Formidavel seu texto, bastante reflexivo e iluminador. Gostei muito, parabéns!
Texto legal, gostei.
Nossa como vc escreve!!!
João,não te conheço,mas gosto do seu estilo.Você tem talento!
Parabéns...
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