domingo, 20 de novembro de 2011

Avaliação dos poemas do Terceto Final



É HOJE...
10 JURADOS...
UM JÚRI SURPRESA...
QUAIS SERÃO OS 4 SEMIFINALISTAS DO
III CONCURSO DE POESIA AUTORES S/A?

SEJAM BEM-VINDOS A MAIS UM POST DE
RESULTADOS!


HERTON GOMES X BIANCA VELLOSO

         O poeta inquieto versus a poeta inquietante. Herton, agora o único representante do Rio de Janeiro, talvez seja o poeta mais ansioso desta edição. Pelas redes sociais, seus discursos hiperbólicos ganham os leitores. Bianca Velloso, de Floripa, definitivamente intitulada a poeta-fênix da edição (por duas vezes desclassificada, voltou à disputa devido à desistência de dois poetas – Nathan Sousa e Simone Prado), começou o concurso com “a bola toda”. Polemizou com seu discurso revolucionário e não abriu mão deste teor em seus trabalhos. Sabe ousar sem exageros. Já Herton é a impulsão. Seus poemas transbordam sentimentalismos, sem ser piegas. Fere, mas não mata. Mantém o leitor vivo, num só fôlego, do começo ao fim. Bianca é mais imagética, sensível; Herton, mais enérgico, intenso. Nesta etapa, Bianca retrata carinhosamente a filha em “Helena”; Herton, sua suposta infância, em “Barquinho de Papel”. Ambos com alto teor afetivo. Disputa boa!

MARIA AMÉLIA ELÓI X NATASHA FÉLIX

         Maria Amélia Elói, a “Palavra Grávida”, que iniciou sua trajetória no concurso com “Trinta e cinco”, um poema sobre a aflição de uma mulher em relação à maternidade. Natasha Félix, como não se lembrar do seu primeiro poema no concurso? “Hereditária” gerou uma imensa discussão na rede social, se era ou não plágio de Drummond. Conclusão geral: seu poema ficou melhor do que o texto de Drummond! Maria Amélia, a experiência; Natasha, o talento nato, expresso em sua pouca idade, 18 anos experimentados. Amélia que, sim, é poeta de verdade! Inventiva, brincalhona de palavras doces. Radiografando seus poemas, percebe-se um ou outro traço de prosa, mas nada que seja um prejuízo. Essa poeta é prosa que só ela na poesia! Já Natasha demonstra uma maturidade fora do comum. Genuína, mente fértil. Considerada por muitos a favorita da competição. Amélia, a poeta repescada (e muito bem repescada, por sinal), vem numa ascensão incomparável. Vem com todo gás. Natasha, de cabeça de chave à repescada, não fica para trás. Amélia da poesia saborosa, lá do Planalto Central; Natasha, do arrojo poético, representando a terra da garoa.. Quem leva essa?

CINTHIA KRIEMLER X RICARDO THADEU

Briga de cachorro grande! Os dois poetas já podem ser considerados macacos velhos em concursos do Autores S/A. Ricardo, sexto colocado na primeira edição; Cinthia, segunda colocada na segunda edição; Ricardo, terceiro colocado no concurso de minicontos; Cinthia, primeira colocada. Agora, se cruzam, num embate forte. Ricardo, o poeta que optou por uma estrutura única, singular, comportada, repleta de figuras de linguagem. Cinthia, arrojada, cheia de intertextos; de uma poesia rasgada, que revela uma cabeça de quem sabe o que faz. Nesta etapa, Ricardo foi desleixado com a gramática. Cinthia, sempre muito preocupada, não deixou uma vírgula passar. Mas o que são erros gramaticais perto de poemas tão gostosos de serem lidos? Cinthia criou uma personagem incrível para futuras histórias: a rotweiller roliça! Já Ricardo apostou no encantamento que a dúvida pueril traz; foi no que julgou ser mais seguro. Quem levará a melhor?

(Comentários de Lohan Lage Pignone, organizador)


         Olá! Dia de tensão, de definição!
         Quem vai, quem fica, quem será repescado?

         Reiterando o que foi dito no post anterior, prestem atenção:
        
- Em caso de empate (5 a 5), o “júri surpresa” é que irá desempatar.
- O poeta que for derrotado pelo placar mais apertado, será o repescado do terceto final. Caso haja empate entre dois ou três placares apertados, serão considerados os desempenhos na etapa anterior (sextas de final); se houver empate, vamos para as Oitavas, e assim sucessivamente até que haja um desempate. Entendido?

         Antes, para dar uma relaxada, que tal ler uma entrevista? Dois poetas já eliminados, Marcelo Asth e Thiago Carvalho, enviaram suas impressões do concurso. Abaixo:

1 - O que foi participar do III Concurso de Poesia Autores S/A? Qual o maior ganho, a maior perda, o ponto positivo, o negativo? Teria algo a dizer dos jurados?

Thiago Carvalho: Conhecer o processo de produção literária alheio de forma tão imediata é sempre algo interessante. Em relação a certos julgamentos, apenas deixo uma reflexão para a posteridade: desconfiemos menos daquilo que o grande Severo Sarduy chamou de "estética do desperdício": os arabescos da linguagem, os excessos decorativos, os adornos "parnasianos", etc. Poesia deve ser TUDO (ou nada...). Neste sentido, acho que a minha poesia se situa num aparente vazio. Como bem definiu uma jurada, tudo é "estático, silencioso, colorido (...), não me tocou". Era justamente o que eu queria.

Marcelo Asth: Todo movimento de suspensão pela poesia é um grande ganho! O Concurso de Poesia Autores S/A se destaca sempre pela conexão entre participantes, por celebrar a poesia não somente nas decisões de quem fica e quem vai, mas a cada instante de troca, de leitura, de participação, das opiniões... Tudo rico num cenário que estimula o exercício da escrita. Participar me coloca como campeão, ao lado de poetas primorosos, numa organização sempre atenta e dedicada. Participei do primeiro concurso e percebi já no início o quão revolucionário é esse espaço, em relação a outros concursos e também ao bom aproveitamento das plataformas da internet. A maior perda no certame certamente não é sair da competição por colocações, mas não estar mais no exercício e na expectativa dos comentários e da troca que se dá. Cada ano há, por parte da organização, uma nova forma de testar formas na competição, nos confrontos e nas eliminações. Tudo isso excita, recicla, recria. Nada se segura firme de um ano pro outro. O Concurso de Poesia Autores S/A é um navio na tempestade, imprevisível! Certamente prefiro a forma de organização de competição do primeiro ano, que permitia mais chances a cada poeta. E dava mais chances à progressão da escrita, ao caminho que o poeta percorria. Quanto a este ano, na nova experiência, senti-me mais sufocado num esquema futebolístico - não curto futebol! Isso, de fato, é uma impressão, mas tudo vale a pena. E esse sufoco também é poesia. Mas os duelos são mais sangrentos, as espadas mais afiadas e os cortes mais profundos. Quanto aos jurados, acredito que esse esquema tenha levado a comentários menos elaborados. Quando se tem que escolher o "melhor" e o "pior", esse ou o outro, colocando em comparação, parece que um poder de decisão vem também de forma mais certeira, menos cuidadosa com a escrita da experiência. Julgar poesia já é um fator muito delicado: poesia não se prende, mas se examina, certamente. No primeiro concurso, os jurados ficavam mais livres pra comentar cada um, pra creditar mais os méritos, pra dar dicas mais diretas. Nessa nova versão, foram mais ferinos e menos cuidadosos, acredito. Por terem de escolher o produto. Se um poeta teve boa trajetória (como se avaliava e tinha uma outra importância antes, na primeira versão do concurso), isso não importou tanto dessa vez: um jurado agora pode derrubá-lo com tudo do cavalo no duelo. De fato é emocionante, incontível, delirante! E com tantos jurados participando, a trajetória do poeta no concurso perde a força. Ao mesmo tempo é maravilhoso ter tanta gente reunida e que vive poesia lendo as produções e comentando a efervescência.


2- Temos 06 fortes candidatos na disputa pelo título do concurso. Qual desses poetas é, a seu ver, o grande favorito da competição, considerando o que veio apresentando até agora? 

Thiago Carvalho: Talvez Cinthia Kriemler. 

Marcelo Asth: Eu realmente, sem em estar em cima do muro, não consigo definir um preferido. Cada um me toca em um lugar. E tudo depende de cada tema proposto. Prefiro, sim, uns a outros, mas são mais de três os preferidos. Mas posso dizer que os poetas que se alongam muito e piram demais não me pegam tanto pelo rabo. Coisa minha. Torço pelo concurso!

3 - Teria alguma mensagem para deixar para os 06 poetas finalistas?

Thiago Carvalho: Agradeço a todos por tudo. Excelente final de competição e boa sorte!

Marcelo Asth: Somente um vai alcançar o primeiro lugar. E este será merecedor. Teremos um excelente livro já a ser produzido! Já ansioso pra ler! Este está sendo um concurso difícil, com muitas provas e muitas demandas! Então, penso que os seis que chegaram até aqui são grandes vitoriosos. E essas não são palavras de consolo! São de felicidade! Não me sinto triste por sair, o concurso é movimento e se realiza. Vocês são grandes poetas e estão compondo essa história de forma muito bonita! Parabéns ao grande poeta Lohan, que orquestra tão bem essa banda!

PREMIAÇÃO DA RODADA

         Além do livro “Astrobeijo”, de Ana Beatriz Manier, também teremos como premiação o livro “No canto escuro do coração”, de Dora Oliveira. A poeta Dora Oliveira doou 04 exemplares de sua obra para o concurso. Logo, os 04 semifinalistas serão premiados! Obrigado, Dora!




JÚRI SURPRESA

E os mini-jurados entraram em ação! O que essa criançada andou aprontando, hein? Eis o jurado-surpresa da etapa! Três crianças e dois pré-adolescentes, amantes da leitura, foram recrutados para lerem, comentarem e escolherem seus preferidos nesta etapa. Nada melhor do que eles para darem seus pitacos, afinal, os poemas foram feitos PARA ELES!
Em caso de empate, conforme foi dito no post anterior e no início deste post, será classificado o poeta melhor sucedido entre o público infanto-juvenil. Fechado? Deliciem-se com a visão deles!
OBS: Os comentários foram transcritos exatamente como eles escreveram.

Antes, um vídeo especial, da querida Helena, filha da poeta Bianca Velloso, uma das seis finalistas do certame. Ela também foi uma mini-jurada! Vejam só que graça! (vale dizer que a avaliação dela não foi considerada para o júri surpresa).



PARA ELAS...
E POR ELAS!

APRESENTAÇÃO:

Do Colégio Particular CEC – Centro Educacional Conselheiro (Nova Friburgo – RJ):

Ana Lívia Frauches, 10 anos (quinto ano)
Yasmim Machado, 10 anos (quinto ano)
Helena Nogueira, 10 anos (quinto ano)

Do Colégio Estadual Maria Marina Pinto Silva (Trajano de Moraes – RJ):
Gabryel Toledo, 14 anos (nono ano)

Do Colégio Estadual CEUC (Bom Jardim – RJ):
Maria Eduarda Moraes Schott, 14 anos (nono ano)

DUELO 01

Títulos:
“Helena”
(Bianca Velloso)

X

“Barquinho de papel”
(Herton Gomes)

Sobre “Helena”:

Yasmim Machado: Mais ou menos, porque ele diz sobre uma menina que inventa e brinca de tudo, mas como eu vou saber quem é ela. E o poema muda muito assim, de repente.

Helena Nogueira: Eu gostei, mas ainda não tocou tanto meu coração quanto o segundo.

Ana Lívia Frauches: Eu achei o poema "Helena" legal, ele fala dessa menina com características interessantes que me chamou a atenção.

Maria Eduarda Moraes: Eu gostei, pois fala sobre uma garota tímida, mas que gosta de ler, escrever e brincar.

Gabryel Toledo: Gostei, fala bem coisas da infância mesmo, bonito.

Sobre “Barquinho de papel”:

Yasmim Machado: Ótimo, porque ele conta o que a criança viveu.

Helena Nogueira: Vou ser sincera eu amei esse poema, ele realmente é apaixonante! (desenho de coração)

Ana Lívia Frauches: Eu achei o poema "Barquinho de papel” interessante porque falar de uma criança que não teve um Natal direito mas ela fazia o Natal dela divertido mesmo não ganhando brinquedos e etc ela ainda acredita em papai Noel.

Maria Eduarda Moraes: Achei triste, pois nem mesmo no Natal o menino ganhou um abraço de seu pai.

Gabryel Toledo: Não gostei tanto, poema triste não combina com criança!

Escolha de Yasmim: Entre os poemas eu prefiro o “Barquinho de papel” porque ele retrata como era o Natal da criança. Apaixonante!

Escolha de Helena: É difícil de escrever qual eu mais gostei, mas achei melhor o “Barquinho de papel”, pois retrata mais a infância porque fala sobre o Natal dele.

Escolha de Ana Lívia Frauches: O poema que mais retrata a infância é o poema “Barquinho de papel” porque fala da infância mas não nos dias de hoje, fala da épocas da infância dos adultos mas é o que mais fala de infância.

Escolha de Maria Eduarda Moraes: “Helena”, pois sou tímida na rua e tagarela em casa , e também protejo plantas e animais.

Escolha de Gabryel Toledo: Escolho “Helena”, com certeza!

PLACAR FINAL DO JÚRI SURPRESA:

HERTON GOMES 3 X 2 BIANCA VELLOSO

DUELO 02

Títulos:
“Devoção”
(Maria Amélia Elói)

X

“A mangueira e o broto”
(Natasha Félix)

Sobre “Devoção”:

Yasmim: Incrível porque mostra a vida dos adultos com o pensamento de criança.

Helena: Gostei bastante do poema, bem legal!

Ana Lívia: Eu achei o poema "Devoção" interessante  porque fala sobre o adulto de hoje que esta muito sério isso e aquilo e pa pa pa . Mas a criança não ela é divertida ,alegre e etc.

Maria Eduarda: Achei meio confuso, pois não consegui identificar sobre o que fala o poema.

Gabryel: Gostei, mas achei meio cansativo sei lá.

Sobre “A mangueira e o broto”:

Yasmim: Ele não retrata bem a infância, só conta a história da “mãe” do broto.

Helena: Gostei do poema, ele deu informações sobre a mangueira coisas que eu não sabia. Fiquei bem informada!

Ana Lívia: Eu achei o poema "a mangueira e o broto" bom porque a mangueira é a mãe o broto é o filho e a mãe irá esperar e cuidar do brotinho e ele ficar grande.

Maria Eduarda: Achei um poema triste, pois fala sobre o desmatamento.

Gabryel: Bonito! Ajuda a refletir sobre o meio ambiente.

Escolha de Yasmim: Entre os poemas eu prefiro o “Devoção”, porque nós sabemos com ele o que a criança passa vendo a vida dos adultos.

Escolha de Helena: Eu gostei mais do texto “Devoção”! Ele é bem legal e retrata mais a infância!!

Escolha de Ana Lívia: O poema que mais retrata a infância é o “Devoção” porque fala daquela criança divertida que todas são.

Escolha de Maria Eduarda: Nenhum dos dois, porque ainda não escrevi sonetos, nem acróstico para político, nem trova pra galã de novela, e não destruo o meio ambiente.

Escolha de Gabryel: É “A mangueira e o broto”, bonito.

PLACAR FINAL DO JÚRI SURPRESA:

MARIA AMÉLIA 3 X 1 NATASHA FÉLIX


DUELO 03

Títulos:
“Coisa de gente grande”
(Ricardo Thadeu)

X

“Rebeca, a rotweiller roliça”
(Cinthia Kriemler)


Sobre “Coisa de gente grande”:

Yasmim: Ele explica o que toda criança passa, pergunta e não tem resposta.

Helena: Eu amei esse poema! Achei muito divertido! (Legal – amei).

Ana Lívia: Eu achei o poema "Gente grande nunca diz " bem interessante porque o poeta fez esse poema como se ela fosse a criança eu adorei.

Maria Eduarda: Um poema divertido, porque ri muito ao ler o poema.

Gabryel: Achei o melhor poema, adorei, é engraçado.

Sobre “Rebeca, a rotweiller roliça”:

Yasmim: Ele não retrata a infância, mas se lermos para uma criança pequena ela irá gostar.

Helena: Não gostei!  Acho se lermos para uma criança pequena ela vai gostar!

Ana Lívia: Eu achei o poema "Rebeca, a rottweiler roliça" bom porque a cachorra é como se fosse um filho para o dono.

Maria Eduarda: Legal, pois tenho um cão rottweiler que é mais ou menos parecido com a Rebeca.

Gabryel: Até curto cachorro mas achei esse poema cansativo.

Escolha de Yasmim: Eu prefiro “Coisa de gente grande” porque ele mostra uma situação que toda criança passa.

Escolha de Helena: Eu escolho “Coisa de gente grande”, achei muito engraçado e legal!

Escolha de Ana Lívia: O poema que mais retrata a infância é o poema "Coisa de gente grande" porque o poeta falou como se fosse uma criança e um adulto pensando assim é bem difícil.

Escolha de Maria Eduarda: “Coisa de gente grande”, pois quando criança sempre fazia perguntas do mesmo tipo.

Escolha de Gabryel: É o “Coisa de gente grande”!

PLACAR FINAL DO JÚRI SURPRESA:

RICARDO THADEU 5 X 0 CINTHIA KRIEMLER


 AVALIAÇÃO DOS POEMAS PELOS JURADOS
(TOTAL: 10 JURADOS)

ATENÇÃO: Cada jurado será apresentado junto com suas avaliações.

JURADA 01: STELLA MARIS REZENDE



Mineira de Dores do Indaiá, Stella Maris Rezende é mestre em Literatura Brasileira pela Universidade de Brasília, escritora, desenhista, cantora e atriz. Tem dezenas de livros publicados, entre romances, novelas, crônicas, contos e poemas, para o público adulto e o infantojuvenil. Seus livros são recomendados em revistas e catálogos de países latino-americanos e europeus. No final dos anos 1970 e no início dos 80, interpretou a Fada Estrelazul do programa Carrossel, TV Manchete/Brasília, e a Tia Stella do programa Recreio, TV Record/Brasília. Viveu parte da infância em Belo Horizonte, mudou-se para Brasília em 1962 e desde 2007 reside no Rio de Janeiro. Atualmente, além de escrever, Stella Maris ministra a oficina Letras Mágicas, que incentiva a leitura e a escrita entre crianças, jovens e adultos. Recebeu prêmios importantes: Prêmio Nacional de Literatura João-de-Barro (1986, 2001 e 2008), Bienal Nestlé (1988), Menções Honrosas da Câmara Brasileira do Livro (1987 e 1988), Altamente Recomendável para Jovens/FNLIJ para a maioria de seus livros, Redescoberta da Literatura Brasileira/Revista Cult/categoria conto (2002), Os 100 Melhores Livros do Século XX/PNBE/MEC, Prêmio Fundação Biblioteca Nacional/ Bolsa para Autores com Obra em Fase de Conclusão (2007), Literatura Para Todos/categoria conto/MEC (2008), Barco a Vapor/Fundação SM (2010), Jabuti 2012 Melhor Livro Juvenil em Primeiro e Segundo Lugar, Jabuti 2012 O Livro de Ficção do Ano, Melhor Livro Infanto-juvenil de 2013 da APCA/Associação Paulista de Críticos de Arte.
Em 2014, o Prêmio Brasília de Literatura e o quarto Prêmio Jabuti.



JURADA 02: RITA TABORDA DUARTE





Rita Taborda Duarte é nascida em Lisboa em 1973, licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas - Variante Estudos Portugueses, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde concluiu também um mestrado em Teoria da Literatura, com uma dissertação intitulada Crítica e Representação: Da Aporia na Crítica de um Texto Poético. Foi assistente estagiária na Faculdade de Letras da Universidade do Porto e assistente convidada na Universidade da Beira Interior. Actualmente é professora adjunta convidada na Escola Superior de Comunicação Social. Fez crítica literária no suplemento literário do Jornal Público e colabora regularmente com crítica de poesia e ensaio em diversas publicações da especialidade (Relâmpago, Colóquio–Letras, etc.). Desde 2010 que é membro da Comissão de Leitura da Fundação Calouste Gulbenkian, publicando com assiduidade no site Rol de Livros da mesma instituição (www.leitura.gulbenkian.pt). Em 1998, publicou o seu primeiro livro de poesia, Poética Breve, editado pela Black Sun Editores, a que se seguiram Na Estranha Casa de um Outro: Esboço de uma Biografia Poética (Asa, 2006) subsidiado pelo Ministério da Cultura, com uma bolsa de criação literária e Dos Sentidos das Coisas (Editorial Caminho, 2007), com co-autoria de André Barata. Está representada em diversas antologias literárias.
         Em 2003 vence o Prémio Branquinho da Fonseca, atribuído pela Fundação Calouste Gulbenkian e pelo semanário Expresso, com o original A Verdadeira História de Alice e desde essa data tem publicado regularmente para crianças e jovens.
        
Obras publicadas
Poesia

·        Experiências Descritivas: Dos sentidos das coisas/Círculos, Lisboa, Editorial Caminho, 2007  ( Co-autoria de André Barata)
·        Na Estranha Casa de Um Outro: Esboço de uma biografia poética, Lisboa, Asa, 2006
·        Poética Breve, Black Sun Editores, 1998

Literatura para Crianças
·        Manel e o Miúfa, O Medo Medricas, Lisboa, Editorial Caminho, 2012 (ilustrações de Maria João Lima)
·        Trapalhadas Azaradas com Bolo de Chantilly, APCC, 2011 (Ilustrações Maria João Worm)
·        Teófilo Braga: Para além do Horizonte Azul, Direcção Regional dos Açores, 2011 (ilustrações Luís Henriques)
·        Gastão, Vida de Cão, Editorial Caminho, 2010 (ilustrações Luís Henriques)
·        Fred e Maria, Editorial Caminho, 2009, Ilustrações de Luís Henriques (seleccionado pelo Plano o Nacional de Leitura)
·        Sabes, Maria, o Pai Natal não Existe, Editorial Caminho, 2008, Ilustrações de Luís Henriques (seleccionado para Plano Nacional de Leitura)
·        O Tempo Canário e o Mário ao Contrário, Editorial Caminho, 2008, ilustrações de Luís Henriques
·        Os Piolhos do Miúdo e os Miúdos do Piolho, Editorial Caminho, 2007, ilustrações de Luís Henriques
·        A Família dos Macacos, Editorial Caminho, 2006, ilustrações de Luís Henriques (nomeado pela White Ravens - Feira Internacional Infantil de Bolonha)
·        “O Rapaz que não se tinha quieto” in Quatro Histórias com Barão, Homenagem a Branquinho da Fonseca, Fundação Calouste Gulbenkian, 2005 (Vol. colectivo).
·        A Verdadeira História de Alice, Lisboa, Editorial Caminho, 2004 (premiado em 2003, com o prémio Branquinho da Fonseca Expresso/Gulbenkian; seleccionado para o Plano Nacional de Leitura)

Volumes de colaboração Colectiva (conto/ficção)

·        AAVV,  O Caso do Cadáver Esquisito: Novela Policial Cadavre Exquis, Lisboa, Associação Cultural Prado, 2011
·        AAVV, Desacordo Ortográfico: Antologia Luso Brasileira, Porto Alegre, Não Editora, 2009
·        AAVV, Um Rio de Contos, Antologia Luso Brasileira, Editorial Tágide, 2009


JURADO 03: SÉRGIO BERNARDO CORREA



Sérgio Bernardo [Correa] nasceu no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro. É poeta e escritor, premiado em muitos estados do Brasil, em Portugal e na Argentina. Entre os prêmios destacam-se o Helena Kolody de Poesia (2002), promovido pela Secretaria de Estado de Cultura do Paraná; o Paulo Leminski de Contos (2002), organizado pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus Toledo; e o OFF Flip (2006), uma das realizações do evento literário paralelo à Flip, em Paraty/RJ. Tem textos em antologias no Brasil, Uruguai e Portugal. Publicou Caverna dos signos (2005), como autor convidado pela Secretaria de Cultura de Nova Friburgo, cidade onde mora; e Asfalto (2010), pelo Selo Off Flip, em Paraty. Trabalhou em jornal por muitos anos e hoje se dedica exclusivamente a eventos culturais, além da literatura.


JURADO 04: FLAVIO SOUZA



Flavio de Souza (São Paulo13 de setembro de 1955) é um ator e roteirista brasileiro.Foi um dos integrantes do grupo teatral Pod Minoga, juntamente com Naum Alves de SouzaCarlos MorenoMira Haar eDionisio Jacob. Foi casado com a atriz Mira Haar e têm dois filhos: Leonardo Haar de Souza e Teodoro Haar de Souza. Em 1988, escreveu a peça teatral “Fica Comigo Esta Noite”, que estreou nos teatros brasileiros com Marisa Orth no papel de Laura e Carlos Moreno como Edu. No início da década de 1990, a peça foi remontada com Débora Bloch e Luís Fernando Guimarães no elenco. Em 2006, a peça foi adaptada por João Falcão para o cinema, tornando-se um sucesso nacional de público, desta vez com Alinne Moraes e Vladimir Brichta nos papéis principais.Mas seu trabalho mais notável é a criação do Castelo Rá-Tim-Bum, junto com o cineasta Cao Hamburger. Flavio escreveu a maioria dos roteiros do programa. Criou também oMundo da LuaRá-Tim-Bum e Ilha Rá-Tim-Bum, é tio da apresentadoraMariMoon.Cursou um ano e meio da ECA da USP(escola de comunicações e artes)e dois anos da Faculdade de Artes Plásticas da Faap.Trabalhou como ilustrador,ator e diretor de teatro e cinema.Estreou na literatura em 1986,com o livro ¨vida de cachorro¨,editora Memórias Futuras.

JURADO 05: ROSA AMANDA STRAUSZ

OBS: A JURADA PREFERIU FAZER UM COMENTÁRIO GERAL AO INVÉS DE DIRIGI-LO PARA CADA POEMA. SEGUE ABAIXO DE SUA BIOGRAFIA.





A jornalista Rosa Amanda Strausz nasceu no Rio de Janeiro, em 1959. Estreou na literatura com o premiado livro de contos “Mínimo Múltiplo Comum”, em 1991. Logo, porém, a carreira de escritora para adultos foi interrompida pela descoberta de um novo talento – a de escrever para jovens e crianças. Desde então, lançou mais de uma dezena de títulos infanto-juvenis, entre eles “Mamãe trouxe um lobo para casa”, “Deus me livre!”, “Alecrim”, “Uólace e João Vitor” e “Sete ossos e uma maldição”.
A autora escreve com desenvoltura e habilidade sobre temas pouco tratados no universo infantil: as novas configurações familiares, as relações sociais entre classes e a violência urbana. Uma de suas grandes obras, Uólace e João Victor foi adaptada para a TV dentro da série Cidade dos Homens, dirigida pelo cineasta Fernando Meirelles. O livro trata da cisão social, mostrando um dia na vida de Uólace, um menino de rua, e de João Victor, um típico filho da classe média. O abismo social não impede os dois de se tornarem grandes amigos. “Eles são semelhantes, simplesmente porque são gente. Mas essa é uma semelhança que, em geral, assusta as pessoas. E quando não conseguimos nos reconhecer no outro, tendemos a segregá-lo”, explica a autora. Abaixo, veja a lista com todos os livros da autora.

OBRAS

Contos & Crônicas
Mínimo Múltiplo Comum – 1991, José Olympio (esgotado)

Infantil & Juvenil
Uma família parecida com a da gente / il. Ivan Zigg – 1998, Ática
O Peixe dos Dentes de Ouro/Coleção Tião Parada - 1998, FTD
Quanta Casa/Coleção Tião Parada / il. Eduardo Albini - 1998, 2005, FTD
O Livro do Pode Não Pode/Coleção Tião Parada - 1998, 2005, FTD
Os Meninos-Caracol/Coleção Tião Parada / il. Eduardo Albini - 1998, 2007, FTD
O Caminhão Que Andava Sozinho /Coleção Tião Parada - 1998, 2007, FTD
Deus me livre! / il. Mirna Maracajá – 1999, Cia das Letrinhas
Salsicha quer falar / il. Ivan Zigg – 1999, Ed. Moderna 
Para que serve essa barriga tão grande? / il. Ivan Zigg – 2003, FTD
Alecrim – 2003, (nova edição no prelo), Nova Fronteira
Fábrica de monstros / il. Michele Lacocca – 2005, Global
Mamãe trouxe um lobo para casa / A coleção de bruxas do meu pai / il. Laurent Cardon (73 págs.) – 1995, 2010, FTD
O Herói Imóvel / il. Rui de Oliveira – 2011, Rovelle
Um nó na cabeça / il. Laurent Cardon (50 págs.) – 1998, 2011, FTD
Sete Ossos e uma Maldição (112 págs.) - 2006, 2013, Global
Os Sete Filhos de Tau e Kerena - (no prelo), Nova Fronteira
Uólace e João Victor / il. Gustavo Piqueira e Samia Jacintho (96 págs.)  - 1999, 2003, 2014, FTD 
Nico / il. Suppa - 2009, 2014, Nova Fronteira


Comentário geral de Rosa Amanda Strausz:

Acredito que dois fatores prejudicaram os concorrentes: o pouco tempo e a falta de familiaridade com o universo proposto: a poesia para crianças e jovens. Poesia é trabalho sobre a linguagem. Cada palavra tem um peso enorme e precisa ser escolhida com cuidado. Nada disso se faz em três dias. O resultado foi uma sucessão de trabalhos mal acabados – o que, em se tratando de poesia, é fatal. Acredito que com mais tempo os escritores teriam encontrado soluções mais criativas e proveitosas. A rigor, nenhum dos poemas poderia ser chamado de infantil ou de juvenil. São poemas adultos com temática supostamente infantil (festas de Natal, cachorrinhos, etc) e linguagem simplificada. Este resultado revela que nenhum dos autores conhece os poetas que trabalham para crianças e jovens. Ninguém leu Leo Cunha, José Paulo Paes, André Ricardo Aguiar, Elias José, Angela Lago. E nem Lewis Carrol ou Edward Lear. Enfim, acredito que a falta de familiaridade com o universo proposto também tenha prejudicado o resultado. Por este motivo, me abstive de comentar cada um individualmente. Foi difícil escolher entre as duplas: todos apresentavam os mesmos problemas. Como o regulamento não permitia empates, fiz minhas opções baseada em pequenos detalhes, mas isto não significa que um poema seja necessariamente melhor (ou pior) do que outro.

JURADO 06: PEDRO VELUDO



Pedro Veludo é luso-brasileiro. Com 6 anos foi para Moçambique lá se formando em Engenharia de Telecomunicações. Em Moçambique fez teatro e teve um conjunto musical. De lá veio para o Brasil, onde reside atualmente. Na UNI-RIO (Rio de Janeiro) fez Formação de Ator e Direção de Atores e, em 1986, abandonou a engenharia para se dedicar a escrever. Tem textos de Teatro de Bonecos premiados pelo antigo INACEN, peças de teatro montadas no Brasil, México, Portugal e EUA. É autor de vários livros infanto-juvenis, alguns premiados pela FNLIJ, pela Revista Crescer e em 2014 ganhou o Prêmio Jabuti (2º lugar) na categoria Infantil; é autor de livros de crônicas e de um romance para adultos, além de roteiros para jogos e educativos, em CD-ROM. Casado, é pai de quatro filhos.

JURADA 07: ANA BEATRIZ MANIER



Ana Beatriz Manier nasceu em Niterói, morou no Rio Grande do Sul e hoje divide a vida entre Nova Friburgo e Rio de Janeiro. Já publicou um livro infantil (“Astrobeijo”, pela Editora Cubzac), já participou de duas antologias poéticas e uma de minicontos. É formada em Administração de Empresas e em Letras. Tem especialização em Tradução, em Linguística Aplicada ao Ensino de Língua Inglesa e em Literaturas de Língua Portuguesa. Desde 2001, trabalha como tradutora literária, tendo inúmeras traduções publicadas. Lançará, ainda neste ano, outro livro infantil, “Não fosse um repolho”.

JURADO 08: PAULO FODRA


Paulo Fodra nasceu e vive em São Paulo. Formou-se arquiteto e trabalha com marketing e comunicação. É também músico, arqueiro e leitor compulsivo. Participou das antologias “Deus Ex Machina – Anjos e Demônios na Era do Vapor” (Editora Estronho, 2011), “2013: Ano Um” (Editora Ornitorrinco, 2012), “S.O.S. – A Maldição do Titanic” (Editora Literata, 2012), “Dystopia” (Selo Taberna, 2014), “Vírus Z – Apocalipse Zumbi” (Editora Navras Digital, 2014) e “VAMP_EROS – A paixão entre vampiros e mortais” (Editora Lazúli, 2014). Ainda pela Editora Estronho, lançou em e-book a noveleta steampunk “A Seita do Ferrabraz” e a dupla de contos de terror “Antífona Lúgubre & Frota do Diabo”. Autor do livro de microcontos “Insólito – microalucinações” (Editora Multifoco, 2011). Atuou como jurado na 1ª e 2ª edição do Concurso de Poesia do Blog Autores S.A., no I Concurso de Minicontos do Blog Autores S.A. e no Desafio Literário da Câmara dos Deputados: Matreiros Contos do Rio. Mantém o Twitter @paulofodra e divulga seus contos fantásticos no site www.paulofodra.com.br.

JURADO 09: CAIO TRINDADE




Cairo Trindade é escritor, estudou Direito e Comunicação. Tem quatro livros de poesia publicados, participa de várias antologias; teve duas peças de teatro encenadas e atualmente prepara o próximo livro. Trabalhou como ator nas peças D.Quixote, Hair, Hoje é Dia de Rock, O Arquiteto e o Imperador da Assíria. Dirigiu três peças de teatro. Criou aGang, faz recitais e performances poéticas pelo Brasil, com A Dupla do Prazer. Dirige a Gang Edições e a Editora Contemporânea. Ministrou também Oficinas de Criação Literária no Sindicato dos Professores SINPRO-Rio. É copydesk e colaborador da Agenda da Tribo (São Paulo). www.livrodatribo.com.br



JURADA 10 (LIMERIQUES): VIVIANE VEIGA TÁVORA



Viviane Veiga Távora é escritora de Literatura Infantil e Juvenil, além de pedagoga. É autora dos livros:
- MARELIQUES DA PRAIA-LOUCA (publicado com apoio do PROAC – Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo);
- CORDEL DE SANTA TERESINHA – Editora Cultor de Livros - (publicado com apoio do Ministério da Cultura, através do Prêmio Mais Cultura de Literatura de Cordel);
- PÉ DE ALGUMA COISA PEDE OUTRA – no prelo – (pelo Ministério da Educação, através do Concurso Literatura Para Todos);
- PÉ DE LIMERIQUE – Editora Guia dos Curiosos;
- O DECIFRADOR DE POEMAS, CEPE – Companhia Editora do Pernambuco (vencedor do concurso nacional CEPE DE LITERATURA INFANTIL E JUVENIL).
É idealizadora do Prêmio Tatiana Belinky de Limeriques, apoiado pelo PROAC – Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, onde apresentou mais de 20 oficinas para 1000 educadores do Ensino Fundamental I.



DUELO 01
Títulos:
“Helena”
(Bianca Velloso)

X

“Barquinho de papel”
(Herton Gomes)


Título: Helena

Stella Maris Rezende: Pueril e cheio de rimas pobres.


Rita Taborda Duarte: Apesar de podermos considerar a temática apropriada aos leitores infantis (visto tratar-se da descrição/recriação de uma menina/personagem no seio das suas brincadeiras e interesses), o poema  não segue uma linha de progressão com um cariz lógico de onde se possa retirar uma imagem forte, vívida ou criativa, com consequências interpretativas, que possam causar admiração ou um interesse especial ao jovem leitor. Por outro lado, insistindo na rima, esta não parece ter a função de acentuar expressivamente as ideias do texto, surgindo estas, pelo contrário, em total dependência dos efeitos rimáticos, o que por vezes faz com que o texto “soe a falso”. Por outro lado, apesar de estar construído na forma clássica do soneto, existe uma dissonância causada pela irregularidade métrica, de onde não se retira, tão pouco, efeitos de ritmo convincentes.


Sérgio Bernardo: O poema expõe ao público-alvo a “delícia de ser o que é”. Essa Helena tem identidade própria (o que é muito bem ressaltado pelo verso “coleciona caveiras”). Aparentemente, a palavra arrebol é uma rima forçada; quando se detém no sentido de todo o último verso, nota-se que ela reforça essa personalidade autêntica da menina, que o leitor já vê como uma poeta, no sentido mais amplo do termo.


Flavio Souza: Boa forma, com boas rimas, tema interessante. Eu só não teria usado palavras como “arrebol” e “livreto”, já que em todo o resto do poema é bem coloquial.


Pedro Veludo: Não gostei. Em algumas estrofes sinto pouca poesia, em outras parece-me que o autor se sente na obrigação de rimar.

Ana Beatriz Manier: Escrever para crianças pode parecer fácil, mas não é. É preciso prender a atenção delas, dá-lhes algo que instigue a curiosidade, a imaginação. Que desperte algum sentimento, seja ele de graça, espanto, ou uma pontinha de tristeza até. Vejo em “Helena” um poema sem esse algo que prenda, em outras palavras, sem dizer ao que veio. Quanto a sua construção, também não me passa esmero. Há versos artificiais que tiram o texto da cadência esperada apenas para conseguir a rima (“mas já construiu o próprio livreto” e “depois descansa apreciando o arrebol”). Tem fluidez e adequação à forma poética.


Paulo Fodra: Texto interessante, com imagens vívidas. No último verso da primeira estrofe, a prosódia esticada atravessa o ritmo suave que o poema imprime em seu conjunto. Sem dúvida uma aresta que merecia mais polimento.


Cairo Trindade: Um tanto superficial e sem o sentimento e a emoção que o outro poema tem.

Título: Barquinho de papel

Stella Maris Rezende: Pueril demais e presença de cacofonia: “nunca ganhei”


Rita Taborda Duarte: A temática de “Barquinho de Papel” é consistente e adequada ao interesse de um leitor infantil. Há um ponto de vista que se mantém consistente ao longo do texto, permitindo diferentes leituras e questionamentos, nomeadamente pelo confronto de realidades sociais e o confronto entre a materialidade e o onírico. Não dispondo de um esquema métrico rígido, segue no entanto uma cadência rítmica e rimática  bem conseguida,  que  se adequa à cadência do poema  e ao ponto de vista que se procura transmitir.


Sérgio Bernardo: O enfoque não é novo; ao contrário, já foi muito explorado em poesia, especialmente na que tende a ser um pouco mais sentimentalista que o desejado. Não penso ser do interesse do leitor jovem esse retorno a uma infância desprovida de recursos materiais (memória que só interessaria mesmo ao autor).


Flavio Souza: Muito bonita a comparação de uma infância pobre mas não miserável, cuja vida não impede a criança de brincar e sonhar, e o que as comerciais de TV definem como um “Natal feliz”.


Pedro Veludo: Também não gostei. No entanto, pareceu-me menos mau do que “Helena”. Conta uma pequena história de vida.


Ana Beatriz Manier: Há aqui um bom tema para ser abordado com crianças, o Natal,  a data festiva mais esperada do ano pelas crianças por causa dos presentes e da magia que a envolve.  Mas algo falta nesse poema: poesia, graça, fluidez. Uma boa lembrança e um bom tema, mas que  mais remetem à página de um diário. Em prosa.


Paulo Fodra: O poema incita uma realidade curiosa, mas não a trabalha em profundidade. Por quê o Natal do protagonista era tão diferente? Como é possível que ele ainda acredite em Papai Noel?


Cairo Trindade: Bom e bem-acabado.


LIMERIQUE DE BIANCA VELLOSO


Viviane Távora: De acordo com a regra mais utilizada do limerique (8-8-5-5-8), o verso 2 causa uma leve perda ao poema. O uso do verbo “estar” poderia, facilmente, ter evitado tal diminuição no verso. Por exemplo: “a lua está toda nua”. Não se trata de buscar uma perfeição na métrica, já que o limerique permite variações, mas o de observar o ritmo do poema que é garantido pela métrica longo-longo-curto-curto-longo, independente do número de sílabas poéticas. Além disso, o uso das rimas “ua” e “ura” causa pouca diferença entre os versos longos e os versos curtos, empobrecendo o esquema de rimas do limerique A-A-B-B-A. Fora isso, o poema oferece imagens ao leitor a cada verso.

LIMERIQUE DE HERTON GOMES

Viviane Távora: O poema preenche perfeitamente a regra mais utilizada do limerique, além de oferecer imagens ao leitor. O uso de rimas internas como as palavras “chorar” e verá” com “paquera” nos versos longos e “junho” com “Rua” nos versos curtos enriquecem o poema e seu ritmo. O último verso poderia ter uma melhor fluidez e o termo “um” fosse substituído pelo “o” ou simplesmente suprimido, já que o verso contém 9 sílabas poéticas.


ESCOLHA DE STELLA MARIS REZENDE: “HELENA”, DE BIANCA VELLOSO.
ESCOLHA DE RITA TABORDA DUARTE: "BARQUINHO DE PAPEL", DE HERTON GOMES
ESCOLHA DE SÉRGIO BERNARDO: “HELENA”, DE BIANCA VELLOSO.
ESCOLHA DE FLAVIO DE SOUZA: "BARQUINHO DE PAPEL", DE HERTON GOMES
ESCOLHA DE ROSA AMANDA STRAUSZ: "HELENA", DE BIANCA VELLOSO
ESCOLHA DE PEDRO VELUDO: "BARQUINHO DE PAPEL", DE HERTON GOMES
ESCOLHA DE ANA BEATRIZ MANIER: "HELENA", DE BIANCA VELLOSO
ESCOLHA DE PAULO FODRA: "HELENA", DE BIANCA VELLOSO
ESCOLHA DE CAIRO TRINDADE: "BARQUINHO DE PAPEL", DE HERTON GOMES


ESCOLHA DE VIVIANE TÁVORA: HERTON GOMES

PLACAR FINAL:

BIANCA VELLOSO 5 X 5 HERTON GOMES

CRITÉRIO DE DESEMPATE: JÚRI INFANTIL
HERTON VENCEU POR 3 A 2.

HERTON AVANÇA PARA A SEMIFINAL!


DUELO 02
Títulos:

“Devoção”
(Maria Amélia Elói)

X

“A mangueira e o broto”
(Natasha Félix)


Título: Devoção

Stella Maris Rezende: Razoável, em comparação com os outros.



Rita Taborda Duarte: A perspectiva  deste poema é majoritariamente a do adulto, apesar do destinatário ser manifestamente a criança. É muito curiosa a introdução da questão da poesia no seio do próprio poema e a oposição entre rimar/adulto e o rimar /infantil, assumindo este afinal primazia em relação ao primeiro.  Além de uma cadência e efeitos de ritmo bem conseguidos,  o poema consegue um efeito de humor no confronto de entre as diferentes rimas conseguidas, provocando, pela sua capacidade criativa, um efeito de surpresa no leitor.


Sérgio Bernardo: Apesar de o poema estar razoavelmente construído, não vejo aqui poesia para o público infanto-juvenil. O dardo é bom, mas errou o alvo. E a brejeirice das palavras apenas maquia o texto.

Flavio de Souza: Excelente poema, tem linguagem que flui, conta uma história que daria um conto em poucas linhas de maneira tocante


Pedro Veludo: Muito interessante, gostei. Poético, belo, com ritmo, com mensagem.

Ana Beatriz Manier: O poema  começa bem, mas, a meu ver, se perde na quinta estrofe, que parece não ter vínculo com a história, além de fazer uso de rimas pobres. Sinto também quebras de expectativa em relação ao ritmo, o que tira a fluidez do poema, deixando a leitura muito recortada. Se isso já incomoda um adulto, que dirá uma criança que não tem maturidade de leitura ainda.


Paulo Fodra: Jogos de palavras um tanto quanto pueris e a mudança de tom nas últimas duas estrofes deixaram a desejar na execução do poema. A ideia inicial tinha potencial para render mais.


Cairo Trindade: Bem-acabado, tem humor.

LIMERIQUE DE MARIA AMÉLIA ELÓI

Viviane Távora:A forma do limerique está perfeita, garantindo o ritmo do poema. Há intertextualidade, imagens, rimas internas, como “tal”, “salva” e “ajudar”, “Senhor” e “do”. O poema também traz um pouco de nonsense (características dos limericks de Edward Lear), como um Jabuti que sai do gibi.

Título: A mangueira e o broto

Stella Maris Rezende: Imaturo demais.


Rita Taborda Duarte: O poema tem interesse, pela noção do início de vida que sugere, acentuando a importância do recomeço.  Há um esforço em manter a rima interna, que confere um ritmo musicado, acentuado, aliás, pela oscilação entre verso longo e o curto. Apesar de bem conseguido  de substituir o efeito rimático por uma estrutura rítmica (além da rima interna), a progressão do poema, para a conclusão final revela-se um pouco forçada, sem o cuidado técnico formal depositado no início do poema.

Sérgio Bernardo: Uma bela história em versos, bem contada e com alta dose de poeticidade. Sem didatismo, menos ainda “feitura de cabeça”, toca na questão ambiental, para a qual é urgente o foco. Sem dúvida, o melhor (e o mais voltado ao público infanto-juvenil) poema dessa leva.


Flavio de Souza: A ideia de ir mudando os adjetivos é muito interessante, mas foi mal desenvolvida, com rimas forçadas, e a leitura vai aos trancos.

Pedro Veludo: Não gostei, não me emocionou. Rimas pobres, alguns assuntos sem nexo: primavera depois do verão? Não entendi…


Ana Beatriz Manier: Mais um tema pouco atraente para crianças e adolescentes, que não leva a lugar nenhum,  não permite a construção de imagens mentais  e com rimas muito irregulares. Tudo isso junto frustra a expectativa do leitor.


Paulo Fodra: O poema como um todo soa bastante forçado, tanto nas rimas quanto nas imagens delineadas. Escrever de maneira simples é bem mais difícil do que aparenta, demanda paciência e cuidado na escolha das palavras.


Cairo Trindade: Rimas pobres prejudicam o poema ("girou e brotou").


LIMERIQUE DE NATASHA FÉLIX


Viviane Távora: Apesar de usar de elementos poéticos, como rima interna e figuras de linguagens, criando um limerique trava-línguas, a troca do esquema de rimas A-A-B-B-A prejudicou o autor em relação ao autor 3, que produziu um limerique perfeito do ponto de vista poético e na forma.



ESCOLHA DE STELLA MARIS REZENDE: “DEVOÇÃO”, DE MARIA AMÉLIA ELÓI.
ESCOLHA DE RITA TABORDA DUARTE: “DEVOÇÃO”, DE MARIA AMÉLIA ELÓI.
ESCOLHA DE SÉRGIO BERNARDO: "A MANGUEIRA E O BROTO", DE NATASHA FÉLIX
ESCOLHA DE FLAVIO DE SOUZA: "DEVOÇÃO", DE MARIA AMÉLIA ELÓI
ESCOLHA DE ROSA AMANDA STRAUSZ: "DEVOÇÃO", DE MARIA AMÉLIA ELÓI
ESCOLHA DE PEDRO VELUDO: "DEVOÇÃO", DE MARIA AMÉLIA ELÓI
ESCOLHA DE ANA BEATRIZ MANIER: "DEVOÇÃO", DE MARIA AMÉLIA ELÓI
ESCOLHA DE PAULO FODRA: "DEVOÇÃO", DE MARIA AMÉLIA ELÓI
ESCOLHA DE CAIRO TRINDADE: "DEVOÇÃO", DE MARIA AMÉLIA ELÓI
ESCOLHA DE VIVIANE TÁVORA: MARIA AMÉLIA ELÓI

PLACAR FINAL:

MARIA AMÉLIA 9 X 1 NATASHA FÉLIX

MARIA AMÉLIA AVANÇA PARA A SEMIFINAL!



DUELO 03

Títulos:
“Coisa de gente grande”
(Ricardo Thadeu)

X

“Rebeca, a rotweiller roliça”
(Cinthia Kriemler)



Título: Coisa de gente grande

Stella Maris Rezende: Simplório e sem nenhuma originalidade.


Rita Taborda Duarte: Apesar de ser um tópico literário um pouco comum, a oposição entre o saber da criança e o saber do adulto, o poema, numa linguagem simples, porém, simultaneamente, elaborada consegue a partir de um questionamento da própria linguagem (nomeadamente no que respeita às metáforas mortas), dar conta não só da perplexidade infantil, como da genuinidade como uma criança olha para o mundo, como se fosse pela primeira vez.  A métrica em redondilha maior,  adequa-se ao ritmo rápido da dúvida sugerida pelo poema e, apesar de algumas rimas serem pobres, não se tornam forçadas, porque a o inusitado das questões e dúvidas levantadas (pela perspectiva infantil) revelam imaginação, criatividade, introduzindo sempre notas de humor inusitadas ao poema. Decido-me por este poema porque esta reflexão acerca da linguagem, pensando como a criança que com ela contacta como se fosse (e por vezes até é) a primeira vez, me é um tema especialmente caro.


Sérgio Bernardo: Bastante dentro do exigido pela organização do concurso para esta fase, peca somente pela pouca originalidade na utilização de perguntas ao longo do poema. Além disso, tem um problema de ordem gramatical — o uso do “porque” em vez do “por que” (algo, claro, facilmente reparável).

Flavio de Souza: Ótimo poema para crianças, com humor, o que é raro, e assunto que faz parte da infância de todo mundo. Algumas frases estão meio soltas, mas não atrapalha a leitura e remete a muita história, muita informação.

Pedro Veludo: Embora não seja de todo original, acho bonito. Só isso. Um pouco lugar-comum.


Ana Beatriz Manier: O melhor poema até agora,  o mais gracioso e mais bem trabalhado, que pode despertar a atenção das crianças e diverti-las com suas perguntas curiosas. No entanto, um erro grave: a grafia do porquê,  que,  numa pergunta, escreve-se separadamente: “por que...?”  Esse tipo de erro não pode ocorrer em quem se quer escritor. Textos precisam ser revisados inúmeras vezes. Se temos dúvidas, dicionários existem para saná-las.


Paulo Fodra: Gostei muito do poema, é de longe o melhor desta rodada. Se adequa perfeitamente ao tema sem forçar nem soar pueril. Parabéns!


Cairo Trindade: "Coisa de gente grande" é o melhor do DUELO 3: faz uma crítica aos adultos, com humor inteligente, rimas ótimas, e é muito criativo.

LIMERIQUE DE RICARDO THADEU

Viviane Távora: O poema está perfeito do ponto de vista da forma e dos elementos poéticos. Rimas e métrica bem construídas. Há imagens belíssimas. Porém, o uso da palavra “que” no início do último verso quebra levemente a fluidez do poema. Se lido por uma criança, dificultaria sua leitura. Porém, este comentário foi feito apenas para justificar a vitória do autor oponente.

Título: Rebeca, a rottweiler roliça

Stella Maris Rezende: Interessante, mas precisa de mais trabalho com a linguagem.

Rita Taborda Duarte: O poema tem muito humor (o final dá um tom narrativo ao poema muito interessante, também), e adequa-se ao universo infantil este contraste entre a rotweiller e o pequeno pinsher possante, podendo decorrer do texto várias linhas interpretativas a serem explorada. Do ponto de vista formal, estilístico, métrico e rimático, o poema está bem conseguido, retirando efeitos sonoros das aliterações, que, aliás, se tornam quase onomatopeias, tendo em conta os “protagonistas” do poema. O poema presta-se a uma leitura em voz alta/dramatizada, o que o tornará ainda mais adequado a um público infantil.


Sérgio Bernardo: Uma história fraca, que cansa um pouco devido à extensão e ao uso de heptassílabos (e quase heptassílabos, o que demonstra certa inabilidade do autor) em boa parte do poema. A aliteração pretendida não surte um bom efeito.

Flavio de Souza: Excelente poema para crianças – de todas as idades – com humor, brincadeiras, histórias. Uma outra grande qualidade é que é ótimo para ser falado em voz alta, e portanto para ser lido para crianças pequenas – já a partir do título


Pedro Veludo: Original, história bem contada, com algum suspense a meu ver. Um belo final. Criança adora bichos, em especial cachorros. Desmitifica o rottweiler (raça tida como perigosa).

Ana Beatriz Manier: Também um dos melhores poemas dentre os  aqui apresentados. O tema é bom e dá margens a imaginação. A cadência é boa também, mas até certo ponto. Está longo demais para um poema para crianças e, em minha opinião, o autor não foi feliz na mudança de foco para o pinscher. A partir daí, o poema se perde por conta da forma como foi conduzido. O valente cãozinho poderia ter entrado em cena, mas sem tirar o foco da rotweiller.  O poema volta a ser bom no final, mas sem conseguir recuperar a perda da condução da mudança do foco.


Paulo Fodra: Se considerássemos apenas as duas primeiras estrofes, este seria o segundo melhor poema da rodada. Da terceira estrofe em diante o poema se perde na narrativa e se alonga demais.


Cairo Trindade: "Rebeca" é um poema narrativo, que poderia ser melhor em prosa, pois conta uma historinha de amor (entre um cachorro e uma cadela) simples demais e sem muita poesia.

Viviane Távora: O limerique deste autor é perfeito. O preenchimento da regra mais utilizada do limerique, tanto nas rimas como na construção da métrica. Há fluidez, imagens, intertextualidade e um tema voltado ao público alvo.

ESCOLHA DE STELLA MARIS REZENDE: “REBECA, A ROTWEILLER ROLIÇA”, DE CINTHIA KRIEMLER.
ESCOLHA DE RITA TABORDA DUARTE: "COISA DE GENTE GRANDE", DE RICARDO THADEU
ESCOLHA DE SÉRGIO BERNARDO: "COISA DE GENTE GRANDE", DE RICARDO THADEU
ESCOLHA DE FLAVIO DE SOUZA: “REBECA, A ROTWEILLER ROLIÇA”, DE CINTHIA KRIEMLER.
ESCOLHA DE ROSA AMANDA STRAUSZ: "COISA DE GENTE GRANDE", DE RICARDO THADEU
ESCOLHA DE PEDRO VELUDO: “REBECA, A ROTWEILLER ROLIÇA”, DE CINTHIA KRIEMLER.
ESCOLHA DE ANA BEATRIZ MANIER: "COISA DE GENTE GRANDE", DE RICARDO THADEU
ESCOLHA DE PAULO FODRA: "COISA DE GENTE GRANDE", DE RICARDO THADEU
ESCOLHA DE CAIRO TRINDADE: "COISA DE GENTE GRANDE", DE RICARDO THADEU
ESCOLHA DE VIVIANE TÁVORA: CINTHIA KRIEMLER

PLACAR FINAL:

CINTHIA KRIEMLER 4 X 6 RICARDO THADEU

RICARDO THADEU AVANÇA PARA A SEMIFINAL!

POETA REPESCADO:

A POETA REPESCADA FOI BIANCA VELLOSO, UMA VEZ QUE SEU DUELO FICOU EMPATADO (FOI O MAIS APERTADO DOS 3).

E ASSIM FICA A SEMIFINAL:




PARABÉNS AOS SEMIFINALISTAS!

ATÉ SEMANA QUE VEM!

Um comentário:

Gerci Godoy disse...

Sei pouco de literatura infantil, mas gostei do que li aqui. e achei interessante o fato de eu ter gostado mais da poesia do Ricardo e as crianças terem votado em peso na poesia dele, minha criança interna está bem vivinha
Parabéns aos que avançaram. Continuo aqui, junto, torcendo para que vença o melhor.