A noite nas ruas tem cheiro de angústia
Sorrisos apodrecidos
Olhares esquivos
Corpos apressados
Noite-amargura
De sirenes alarmes rangendo no asfalto
Luzes sons faíscas
Vida pulsando apagando dormindo
À meia-lua
Vozes ausentes
Vidas prementes
Corpos-esquinas
Olhares-calçadas
Feridas fagulhas fragmentos.
No meio-fio
Meias de seda
Pernas risos copos vazios
Sorriso prenhe batom barato
Hora dinheiro estômago
Um bar e suas sombras tênues
Vidas-copos bebendo angústia
Arrotam dores
Vomitam rotina.
Ruas sombras corpo medo
Faces adormecidas
Corpo-rua estendido no chão
Dormindo-calçada
Sonhando-fome
Exalando miséria
Brasas fome aflições
Asfalto.
Sinal. Fechado.
Motores. Parados.
Olhos-criança.
Pequenas mãos sorrateiras.
Brincando apressadas
Em bolsas alheias.
Tumulto gritos arranque.
Uma pausa:
Um grito
Um atropelo
Um soluço
Um sossego
- O tempo parou no caminho.
3 comentários:
Excelente! A medida exata de ritmo, provocação e desabafo... Tens uma habilidade rara para escrever poemas neste estilo.
Abraços e saudades!
Dani, é sempre bom ter você e sua arte por perto... Beijos!
O que foi q acabei de ler??? rs
Uma pausa: estou sem palavras. Dps dessa poesia, o tempo parou pra mim tbm.
Excelente, que obra de arte.
Parabéns, Dani.
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