domingo, 16 de outubro de 2011

Avaliação dos jurados da 1º rodada da Fase de Grupos e Haikais

Olá, pessoal!

Hoje é dia de tensão. De muita espera, roer de unhas! Porque hoje é dia de anunciar os resultados da 1º rodada da fase de grupos e dos haikais. Os haikais serão peças-chave para a conclusão desta fase, afinal, a avaliação dada a eles será o primeiro critério de desempate dos grupos, ao final das 03 rodadas.

Até o final do dia, o post revelará, aos poucos, os resultados concedidos pelos jurados desta etapa. Os temas para a segunda rodada também serão confirmados neste post, após o anúncio de todos os resultados. Portanto, fiquem ligados!

E vamos começar com os haikais! Os menos votados serão apresentados primeiro, até que cheguemos ao haikai de maior nota – aquele que, naturalmente, foi escolhido como o melhor haikai da leva pelo jurado em questão. As notas concedidas equivalem ao número de estrelas que o poeta terá até o fim da fase de grupos. E quem é esse jurado, afinal? Apresentemos o mestre.

JURADO RESPONSÁVEL PELA AVALIAÇÃO DOS HAIKAIS:
EDSON KENJI IURA





Edson Kenji Iura é nascido e residente em São Paulo. Trabalha na área de informática. Desde 1991, é devotado à prática do haicai como membro do Grêmio Haicai Ipê. Também compõe versos encadeados (renga), como membro do Grêmio Haicai Caleidoscópio, o único grupo brasileiro dedicado a esta prática. Seleciona haicais de leitores para publicação no Jornal Nippak. Pioneiro na divulgação do haicai brasileiro na internet como editor do "Caqui" (www.kakinet.com), primeira revista eletrônica em português exclusivamente dedicada ao assunto, fundada em 1996. Administrador do fórum eletrônico "Haikai-L", o primeiro na internet dedicado ao haicai brasileiro, fundado em 1996. Jurado de concursos de haicai, entre os quais o Concurso Mundial de Haikai para Crianças da Fundação JAL, o Concurso Brasileiro de Haikai Infanto-Juvenil e o Concurso do Festival das Estrelas de São Paulo. Foi jurado nas duas primeiras edições do Concurso de Poesia Autores S/A. Tem haicais publicados em antologias no Brasil e no exterior.

O haicaísta Edson Kenji Iura premiará o autor(a) do haikai que julgou como sendo o melhor, entre os demais, com a antologia autografada do Grêmio Haicai Ipê, publicada em 2011. Desde já, fica aqui o sincero agradecimento ao jurado que, pela terceira vez, concede tão generosa participação ao concurso do Autores S/A.


*NOTAS E COMENTÁRIOS DO JURADO EDSON KENJI IURA
*As notas iam de 01 a 05, sem decimais.


“Verão”
(Desirée Jung – grupo F)

Na língua –
abacate gelado
refresca o calor.
Nota: 01
Comentário: Simples enunciação que não traz informação poética.


“Outono”
(Álvaro Barcellos – grupo C)

nunca te abandono:
eu te busco entre as sombras
e os ventos de outono
Nota: 01
Comentário: A estação comparece apenas para rimar com qualquer que seja o primeiro verso.


“Horário de Verão”
(Bruno Baptista – grupo C)

o sol vai tarde
assim é como não ter fim
o fim de tarde
Nota: 01
Comentário: Um raciocínio circular que não tem gosto de haicai.


“Melancolia”
(Isadora Bellavinha – grupo D)

E suspira o vento
soa o vazio rastejo
folha a folha, lento.
Nota: 01

Comentário: Com o título, o autor impõe sua interpretação do poema que, de resto, poderia ser uma imagem interessante, mas é uma descrição prolixa. O segundo verso tem seis sílabas.



“Primavera de mim”
(Gerci Oliveira – grupo E)

Plantei roseira
acordei pássaro cor.
Sonhei floreira.
Nota: 01
Comentário: Os três versos fecham uma cadeia de causa e efeito.


“Para Yuki Kajiura”
(Thiago Carvalho – grupo H)

Secando palavras,
Entra, outono-linguagem!
Sépia musicada...
Nota: 01
Comentário: Um haicai descreve uma sensação. Aqui só há conceitos.

Último buquê
(Raimundo de Moraes – grupo D)

Atrás da porta
emudece o verão
da noiva morta
Nota: 01
Comentário: Não fosse a rima, este texto seria um microconto. Como haicai, está muito explicativo.

“Cores nos olhos”
(Luis Otávio Oliani – grupo E)

em floração plena
a natureza agradece
os botões em flor
Nota: 01
Comentário: Dentre vários, apontamos apenas um problema: a personificação da natureza.


 “Teimosia de poeta”
(Maria Amélia Elói – grupo F)

Haikai buganvília,
até todo flores ser,
queira florescer!
Nota: 01

Comentário: Meta-haicai não é haicai.




 “Outonal”
(Georgio Rios – grupo G)
Horizonte gris
O giz riscando o chão
Tons do outono
Nota: 01
Comentário: Três linhas em três direções diferentes: como na física, a resultante é nula.

“Haiku para o amor de verão”
(Jorge Augusto Silva – grupo H)

sentido horário
de verão mais que se pede
são haikais de paixão
Nota: 01
Comentário: Meta-haicai não é haicai.

“Primaveril”
(Marília Lima – grupo E)

Amarelo ouro
Flor de ipê que desabrocha
Tudo se faz luz
Nota: 01
Comentário: Metáforas batidas.


“De repente”
(Danilo Fernandes – grupo A)

A vida é folha
que no outono
cai sem avisar
Nota: 01
Comentário: Pílula filosófica não é haicai.



“Noite”
(Andressa Barrichello – grupo D)

Ninhos florescem
O gato à espreita
Pássaro canta
Nota: 01
Comentário: A tonalidade surrealista não combina com haicai.


“Primavera”
(André Barbosa – grupo C)

Vem com os olhos, vê.
O encanto subiu a colina.
Primavera. Ipê.
Nota: 01
Comentário: O poema começa bem, mas se perde no conceitualismo do segundo verso. E a palavra primavera é desnecessária. Métrica irregular.


“haicai do sob e sobre mundo”
(Danielle Takase – grupo G)

valsa de equinócio −
dum lado, a primeira queda;
lado outro, há pétala.
Nota: 01
Comentário: Um haicai descreve uma sensação. Aqui só há conceitos.


“desestiagem”
(Natasha Félix – grupo H)

o cantar da nuvem
numa lágrima de boi
alaga o sertão.
Nota: 01
Comentário: O poema é um comentário conceitual e hiperbólico.


“Vida que segue”
(André Kondo – grupo F)

O vento outonal –
A pipa levanta voo
no cair das folhas.
Nota: 01
Comentário: O título entrega uma pílula filosófica. A estação comparece apenas para completar os três versos.

“estéril”
(Herton Gomes – grupo B)

manchete do dia:
primavera no sertão
não brota poesia
Nota: 01
Comentário: Tenta graça com a quebra de expectativa, mas o título entrega o desfecho. Apenas exposição de conceitos, sem sensação.

“Miles Davis”
(Bianca Velloso – grupo A)

as folhas secas
quintal do meu outono
jazz dentro de mim
Nota: 01

Comentário: Talvez a visão de folhas secas desperte no autor a lembrança da finitude, mas a execução está muito complicada. Além disso, o uso da palavra jazz com duplo sentido é um recurso barato.


“Tangerina”
(Francisco Carvalho – grupo F)

delícia d’outono:
os gomos da tanja dançam
tango nos meus lábios.
Nota: 01
Comentário: O primeiro verso emite um juízo que cabe ao leitor. No mais, a aliteração tanja/tango chama muito a atenção. A linguagem do haicai deve ser modesta.


“Invernando”
(Ricardo Thadeu – grupo E)

o homem sertanejo
vê no escuro céu da roça
chegar a esperança
Nota: 01
Comentário: Raciocínio totalmente fechado e explicado.

“Outono”
(Jacqueline Salgado – grupo A)

Silêncio no céu.
Lua cheia de vazio.
Espelho de mi’alma.
Nota: 01
Comentário: O jogo de palavras do segundo verso é algo que não funciona em haicai.

“Memórias de outono”
(Nathan Sousa – grupo A)

Ainda que tarde, tenho
colhido imagens em troca
de uma luz distante.
Nota: 01

Comentário: O poema é uma paráfrase do título.



“Vento”
(Adalberto Carmo – grupo C)

O vento, o vento!
Reclino a face, encaro
dentes de leão ao sol.
Nota: 02
Comentário: Onde se espera verossimilhança há estranhamento. O desenlace não combina com a importância atribuída ao vento. Métrica irregular.

“Banquete”
(Francisco Ferreira – grupo H)

Revoadas de cupins
anunciando boa chuva.
Sapos se regalam.
Nota: 02
Comentário: Os dois versos iniciais anunciam o fenômeno natural e o augúrio do observador humano. Mas o terceiro verso estraga tudo ao anunciar uma relação de causa-efeito. A métrica está irregular.


“Folhas de outono”
(Hugo Costa – grupo B)

Voam em bando,
levando este pensamento,
as folhas de outono?
Nota: 02

Comentário: A imagem exagerada desacredita o tom introspectivo do poema. O primeiro verso tem quatro sílabas.

“Paixão”
(Cinthia Kriemer – grupo G)

Nas ruas escuras
procissão do fogaréu
cor de farricoco
Nota: 02
Comentário: Simples enunciado de uma noite em Goiás Velho. Métrica ok, mas falta algo mais.



“ilusão de queda”
(André Oviedo – grupo B)

certa folha cai
sem sequer tocar o chão
uma borboleta
Nota: 02
Comentário: Não sei se é intertextualidade ou plágio de Moritake: “Uma flor que cai/Ao vê-la tornar ao galho/ Uma borboleta!” De todo modo, o tema é batido e o título é ruim. Ao menos a métrica está ok.


“Cobertas”
(Marcelo Asth – grupo G)

É manhã no rio:
Folhas nas margens cobertas
Pelo orvalho frio.
Nota: 03
Comentário: Ficaria melhor sem a rima. Pelo menos a métrica está ok.



“Verão na Maré”
(Simone Prado – grupo D)

entre palafitas
no calor da água suja
reflexos da lua
Nota: 03
Comentário: Um haicai razoável, ainda que recauchutado da velha imagem da lua na poça de lama. Seis sílabas no segundo verso.

“Colheita”
(Dora Oliveira – grupo B)

Manhã no pomar:
Sabiá faz desjejum
de mamão maduro.

Nota: 04
Comentário: O primeiro verso contextualiza tempo e espaço. Os dois versos seguintes trazem uma sensação visual. Tecnicamente está satisfatório, embora o cenário seja banal: o que mais se espera de um sabiá em um pomar de manhã? Métrica ok.

Este é meu escolhido.


DORA OLIVEIRA VENCE A ETAPA DOS HAIKAIS!
PARABÉNS!

NO MAIS, AS NOTAS RECEBIDAS SERÃO DE SUMA IMPORTÂNCIA, POIS PODERÃO "SALVAR" O POETA QUE POR VENTURA ESTEJA EMPATADO NO FINAL DA FASE DE GRUPOS.




COMENTÁRIOS E ESCOLHAS DOS JURADOS
1º RODADA DA FASE DE GRUPOS

GRUPO A

JURADO CONVIDADO 01 DO GRUPO A: NONATO GURGEL



Nonato Gurgel é professor de Teoria da Literatura e de Literatura Universal da UFRRJ, e autor de “miniSertão” (2014) e “Luvas na marginalia” (no prelo). Cursou doutorado na UFRJ, com a tese “Seis poetas para o próximo milênio”. Possui mestrado em Estudos da Linguagem, especialização em Literatura Brasileira e graduação em Letras pela UFRN. Trabalhou com extensão rural e lecionou língua e literatura em algumas cidades do sertão potiguar. Possui textos publicados sobre literatura e cultura moderna em livros, revistas, sites e jornais. Edita o blog Língua do pé.      http://linguadope.blogspot.com 


DUELO 01 - NATHAN SOUSA X DANILO FERNANDES

Título: “Atentado”, de Nathan Sousa

Nonato Gurgel: Bom começo, parabéns. Desde o título, em sintonia com o texto, o poeta atesta o domínio da forma e “a rigidez do avesso”. O poema surpreende, cresce no final: “é escambo de sal e couro; osmose, permuta franciscana”. Penso, porém, que o texto poderia ser mais livre, como sugerem os versos modernos do autor e o próprio tema deste grupo. Sugiro menos pontuação.

Título: “Tinha um amor no meio do caminho”, de Danilo Fernandes

Nonato Gurgel: Gosto do título. Pelas referências sugeridas no texto, percebe-se que o autor possui um bom repertório literário. Apesar disso, os intertextos rendem pouco ou não dão cria. “Se nem findam na alegria os do Estrangeiro”, por exemplo, é um verso que poderia render mais com menos fonemas. Um verso que poderia ser mais trabalhado no plano significante, ou seja, na sua dimensão acústica ou sonora. Em alguns trechos do poema, o eu poético parece meio sem rumo na imensidão existencial e linguística na qual mergulha. Sugiro foco, leitura de poesia.  

Escolha de Nonato Gurgel: “Atentado”, de Nathan Sousa

Nathan Sousa 1 x 0 Danilo Fernandes


DUELO 02 - JACQUELINE SALGADO X BIANCA VELLOSO

Título: “Promessa é dúvida, mesmo quando coisa, mesmo quando texto”, de Jacqueline Salgado

Nonato Gurgel: O poema indaga bastante em torno do sentimento sugerido como tema – o amor, mas uma das melhores estrofes não pergunta nada. Emana dela uma percepção metalinguística que une sentimento e palavra, assim:

Amor que se debruça sobre o verbo,
que deita mudo sobre um nicho frágil
da escrita,
que converte fragmentos de um texto comum
em cartas estendidas sobre o tapete.

Penso que o poema merece cortes. Verso como “Qual o tamanho do amor que sinto?” não acrescenta nada, e pode até banalizar a ideia produtiva que o texto encerra. Parece haver falta de trabalho com a linguagem. Sugiro a releitura dos Cânticos citados. Leitura de autores modernos que se prometem escritas, como diz o belo final deste poema.  


Título: “todo palhaço é poeta”, de Bianca Velloso

Nonato Gurgel: Tenho dúvida se a ideia de totalidade deste título combina com os paradoxos e com a delicadeza irônica do poema. Como leitor de poesia, parece-me que “o picadeiro dos teus dias” ou “o amor é um palhaço” soariam melhores como título, embora os excessos do título não alterem a minha preferência neste duelo. Ressalto principalmente o poder de concisão do poeta. Gosto das figurações que ele cria em torno do tema, e curto muito o personagem-metáfora que ele elege. Como ensina a lição de Walter Benjamin, o moderno abrevia.  O poema moderno convoca o leitor. Deixa espaço para o leitor entrar no texto. Neste poema, a concisão e o corte ajudam o leitor a seguir os ritmos e recortar as imagens que erigem. Viva o palhaço! 

Escolha de Nonato Gurgel: “todo palhaço é poeta”, de Bianca Velloso


Bianca Velloso 1 x 0 Jacqueline Salgado

GRUPO A


JURADA CONVIDADA 02 DO GRUPO A: SIMONE PEDERSEN





Simone Pedersen nasceu em São Caetano do Sul, SP, em 1966. Formou-se na Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo. Atualmente, reside em Vinhedo, SP e se dedica à Literatura desde 2008. Publicou o primeiro livro em 2010. Participa de muitas antologias. Publicou livros para adultos e crianças, com prosa e poesia. Entre os seus livros premiados, estão: “O curumim poeta”, “Poemas minimalistas”, “A galinha que botava batatas”, “O tango da vida”, “Você teria medo?” e “A menina da favela”.


DUELO 01 – Nathan Sousa x Danilo Fernandes

Título: “Atentado”, de Nathan Sousa

Simone Pedersen: Não é o tipo de poema que me dá prazer ler. No início, o verbo “exumar” já me tencionou. Pessoalmente, não me agrada poesia mórbida. É um caminho arriscado: muitos amam, outros detestam.


Título: “Tinha um amor no meio do caminho”, de Danilo Fernandes

Simone Pedersen: Começa na terceira pessoa e depois usa o “nós”; na última estrofe, podia limpar os “se” dos três primeiros versos. Mais limpo, mais forte, mais direto.


Escolha de Simone Pedersen: “Tinha um amor no meio do caminho”, de Danilo Fernandes


PLACAR FINAL
Nathan Sousa 1 x 1 Danilo Fernandes

DUELO 02 – Jacqueline Salgado x Bianca Velloso


Título: “Promessa é dúvida, mesmo quando coisa, mesmo quando texto”, de Jacqueline Salgado

Simone Pedersen: Gostei das imagens e do brincar com palavras.

Título: “todo palhaço é poeta”, de Bianca Velloso

Simone Pedersen: Bonito, mas simples, sem imagens nos versos.

Escolha de Simone Pedersen: “Promessa é dúvida, mesmo quando coisa, mesmo quando texto”, de Jacqueline Salgado

PLACAR FINAL

Bianca Velloso 1 x 1 Jacqueline Salgado



GRUPO B

JURADO CONVIDADO 01 DO GRUPO B: NONATO GURGEL

DUELO 01 – Dora Oliveira x Hugo Costa

Título: “Viandante”, de Dora Oliveira

Nonato Gurgel: O eu poético demonstra sensibilidade verbal e vivência temática. O texto é bom como registro de sentimentos contraditórios, sensações inacabadas, pequenas catástrofes cotidianas.  Registro do repouso de um eu que ancora movido por dualidades. Dualidades que tendem a render pouco num espaço-tempo que é multicultural. 

Título: “A dança da morte”, de Hugo Costa

Nonato Gurgel: A ideia do poema é rentável, mas banalizada pela presença de clichês como “olhos revirados”, dentre outros. A rapidez e o ritmo da primeira estrofe prometem, mas o excesso domina esta narrativa do “duelo perdido”. Embora opte por este poema, reconheço nele a falta de trabalho com a linguagem e do senso de medida. “Mas deixa a revanche pra um outro capítulo” é um verso que ratifica a falta e os excessos do poema. Remember: leitura é ação.


Escolha de Nonato Gurgel: “A dança da morte”, de Hugo Costa


Hugo Costa 1 x 0 Dora Oliveira



DUELO 02 – André Oviedo x Herton Gomes

Título: “do elo”, de André Oviedo


Nonato Gurgel: Gosto muito deste poder de síntese. Gosto também das contradições que atravessam o eu poético e suas defesas certeiras e contemporâneas. Como a forma é vertical e o texto é rápido, como sugere o contexto, talvez fosse produtivo dividir em dois o primeiro verso que possui bastante informação: o tempo, o outro e sua vinda.  Na minha audição de leitor de poesia, o advérbio “hoje” soaria melhor sozinho como um verso. Pena que este poema veio neste duelo, eu gostaria de votar nele.

Título: “western particular”, de Herton Gomes

Nonato Gurgel: Este é um dos melhores poemas desta fase, seja pela forma, pela seleção do recorte vocabular, seja pelo ritmo “sem perder a cadência”. Enfim, um eu poético em ação no duelo e no modo de não se levar muito a sério. Fazia falta algo menos “sentido” demais, “intenso” demais, extenso demais. Penso que o poema pode ser intenso, mas poesia não requer peso nem gordura. Poesia tem a ver com leveza, com o jeito de dizer, e menos com o que diz o eu poético. Seja bolero, fado ou samba, é preciso ser leve (e consistente) na forma. Leve nos modos de dizer e sugerir. Leve e preciso nos tons para convocar o leitor. É preciso que o poeta pense em quem lê. Creio que a última estrofe pode ser mais enxuta, por isso prefiro as três primeiras. Principalmente esta:

“ainda te espero”
reclama o bolero
nesse vinil de oitenta e quatro
vazio
cinéreo
travo um duelo
entre o Rivotril

e a falta do teu abraço

Escolha de Nonato Gurgel: “western particular”, de Herton Gomes

Herton Gomes 1 x 0 André Oviedo



GRUPO B

JURADA CONVIDADA 02 DO GRUPO B: SIMONE PEDERSEN



DUELO 01 – Dora Oliveira x Hugo Costa

  
Título: “Viandante”, de Dora Oliveira


Simone Pedersen: O jogo dos opostos está muito óbvio.

Título: “A dança da morte”, de Hugo Costa

Simone Pedersen: Gostei da musicalidade e do conteúdo.

Escolha de Simone Pedersen: “A dança da morte”, de Hugo Costa

PLACAR FINAL

Hugo Costa 2 x 0 Dora Oliveira

DUELO 02 – André Oviedo x Herton Gomes


Título: “do elo”, de André Oviedo

Simone Pedersen: usar “pois” – então, etc – enfraquece o poema; quebra um ritmo que estava bom, neste caso.

Título: “western particular”, de Herton Gomes

Simone Pedersen: Gostei muito desse poema, principalmente do final. Moderno, com “rivotril” e “homossexualismo”.

Escolha de Simone Pedersen: “western particular”, de Herton Gomes

PLACAR FINAL


Herton Gomes 2 x 0 André Oviedo



JURADO CONVIDADO 01 GRUPO C: GUILHERME GONTIJO FLORES



Guilherme Gontijo Flores (Brasília, 1984), poeta, tradutor e professor de Língua e Literatura Latina na UFPR. Lançou traduções de “As janelas”, seguidas de poemas em prosa franceses, de Rainer Maria Rilke (2009, Ed. Crisálida, em parceria com Bruno D'Abruzzo), “A anatomia da melancolia”, de Robert Burton (2011-2013, 4 vols, Ed. UFPR, ganhador do prêmio APCA e do Prêmio Jabuti 2014), as “Elegias de Sexto Propércio” (2014, Ed. Autêntica), e “O burlador de Sevilha”, atribuído a Tirso de Molina (no prelo, Ed. Autêntica). Publicou os “poemas de brasa enganosa” (2013, Ed. Patuá, finalista do prêmio Portugal Telecom em 2014) e do poema-site “Tróiades” (www.troiades.com.br). É editor do blog coletivo e revista impressa escamandro (www.escamandro.wordpress.com).

GRUPO C

DUELO 01 – Álvaro Barcellos x André Barbosa

Título: “Fuga”, de Álvaro Barcellos

Guilherme Gontijo: Este poema, como o outro cai num moralismo, a meu ver, datado, quando trata da prostituição. Vivemos numa sociedade em que as prostitutas já se organizaram como classe trabalhadora, várias envelhecem na profissão e sustentam famílias desse modo, sem se verem como degradadas. Tive a impressão de que, no fundo, o poema partilha daquela mesma visão ainda do século XIX sobre o assunto e acaba tendo pouco a dizer sobre o presente.
No mais, achei a dicção bem funcional com o tema e o tom: a sobriedade da escrita dá mais força ao que é dito, e a imagem de Maria das marés – embora um pouco previsível – passa a ter um vigor renovado.

Título: “Lucíola Alencar”, de André Barbosa

Guilherme Gontijo: Este poema, como o outro cai num moralismo, a meu ver, datado, quando trata da prostituição. Vivemos numa sociedade em que as prostitutas já se organizaram como classe trabalhadora, várias envelhecem na profissão e sustentam famílias desse modo, sem se verem como degradadas. Tive a impressão de que, no fundo, o poema partilha daquela mesma visão de José de Alencar – como o título já sugere — mas sem atualizá-la para as demandas do presente.
No mais, estranhei os parênteses explicando a ausência de rimas na segunda estrofe. O efeito parece cômico, enquanto o poema se apresenta como sério.

Escolha de Guilherme Gontijo: “Fuga”, de Álvaro Barcellos

Álvaro Barcellos 1 x 0 André Barbosa



DUELO 02 – Bruno Baptista x Adalberto Carmo

Título: “As prostitutas de amsterdã”, de Bruno Baptista

Guilherme Gontijo: O tom leve do poema é importante para contrariar o lugar comum da prostituta como degradada. Além disso, as rimas com amsterdã são muito boas para dar uma amarração ao poema e reforçar o tom de leveza.


Título: “Garbo”, de Adalberto Carmo

Guilherme Gontijo: O poema é interessante no seu jogo circular (greta garbo está invertida como garbo ---- greta) que reverte o sentido do nome próprio em nome comum, além de aumentar o efeito com a rima inesperada. No entanto, embora o poema seja de fato interessante, não percebi claramente qual é a relação do tema com prostituta. Erotismo, por si, só, não diz muito respeito à profissão.

Escolha de Guilherme Gontijo: “As prostitutas de Amsterdã”, de Bruno Baptista


Bruno Baptista 1 x 0 Adalberto Carmo



JURADA CONVIDADA 02 GRUPO C: ANA ELISA RIBEIRO



Ana Elisa Ribeiro é cronista e poeta, com livros publicados desde 1997. Nasceu e vive em Belo Horizonte, onde atua como professora do CEFET-MG. Seu livro mais recente é "Anzol de pescar infernos", pela Patuá, de São Paulo, semifinalista do prêmio Portugal Telecom juntamente com "Meus segredos com Capitu", livro de crônicas pela editora natalense Jovens Escribas. É colunista do Digestivo Cultural desde 2003.

DUELO 01 – Álvaro Barcellos x André Barbosa

Título: “Fuga”, de Álvaro Barcellos

Ana Elisa Ribeiro: O poema narrativo evoca cenas tristes com bastante habilidade. Bom ritmo, a despeito da menor preocupação com a rima. É musical, é bem resolvido, embora a prostituta não o seja. Belas imagens. Bela composição.

Título: “Lucíola Alencar”, de André Barbosa

Ana Elisa Ribeiro: O poema mostra alguma preocupação rítmica e rímica, embora não o faça de maneira intransigente. É uma boa composição, mas peca pelos clichês, como, por exemplo, esse dos filhos e da eira/beira.

Escolha de Ana Elisa Ribeiro: “Fuga”, de Álvaro Barcellos

PLACAR FINAL

Álvaro Barcellos 2 x 0 André Barbosa

DUELO 02 – Bruno Baptista x Adalberto do Carmo

Título: as prostitutas de Amsterdã, de Bruno Baptista

Ana Elisa Ribeiro: Boa imagem da puta resolvida, assumida, social, muito embora Amsterdã, de fato, não funcione bem assim. O poema, no entanto, não precisa guardar grande compromisso com a realidade, não é mesmo? Boa solução rítmica.

Título: “Garbo”, de Adalberto Carmo

Ana Elisa Ribeiro: Uma vagina? Não sei, mas suscita essa imagem. Excessivamente epigramático, no entanto. Quase um jogo de palavras apenas, sem poesia.

Escolha de Ana Elisa Ribeiro: “As prostitutas de Amsterdã”, de Bruno Baptista

PLACAR FINAL


Bruno Baptista 2 x 0 Adalberto Carmo



GRUPO D

DUELO 01 – Andressa Barrichello x Isadora Bellavinha

Título: “As quatro estações”, de Andressa Barrichello


Guilherme Gontijo: O poema tem um mote interessante (apesar do lugar comum da “estrada da vida”) e um ritmo bem cuidado. Apesar disso, acho que as rimas acabam sendo excessivas e não contribuem para o efeito do texto – a não ser, é claro, que elas sirvam como pedras do caminho, que atrapalhem o percurso da leitura (o que não me pareceu ser o caso). As rimas, por vezes fracas de sentido, tiram o impacto central da imagem, deixando o poema um pouco perdido até chegar na frase final – verso de ouro – que faz valer o poema como um todo.


Título: “Espera”, de Isadora Bellavinha


Guilherme Gontijo: O poema é bastante interessante por desdobrar os sentidos de estação em suas ambiguidades: o inverno, o trem, a estadia. Porém acho que há dois problemas no desenvolvimento do poema: o uso de rimas é por vezes muito banal e pouco produtivo (as rimas em “verso” são extremamente batidas) e também achei que o poema, na sua segunda parte (“E a estação – morada aflita da espera”) torna-se muito explicativo e perde seu impacto inicial numa diluição. A meu ver, o poema ganharia muito se terminasse em “biosfera”.

Escolha de Guilherme Gontijo: “Espera”, de Isadora Bellavinha

Isadora Bellavinha 1 x 0 Andressa Barrichello
Aguardem, ainda resta um jurado!

DUELO 02 - Raimundo de Moraes x Simone Prado


Título: “Plus tard”, de Simone Prado

Guilherme Gontijo: O poema cumpre o mais esperado do tema e, com isso, inova pouco. No entanto, a solução formal de praticamente se restringir às imagens, com os verbos no presente, cria um efeito interessante. O adiamento do motivo também cria uma tensão que não se resolve: o pai permanece esperando o filho, angustiado.

 Título: “Mediterrâneo 3x4”, de Raimundo de Moraes

Guilherme Gontijo: O poema tem a força de evitar os clichês associados a “estação” para propor uma espécie de colagem mental de interesses e gostos. A meu ver, apesar dessa atenção para a fuga ao clichê, o poema cai no risco de se tornar mera enumeração dos gostos da tribo; em vez de preferir o risco de abalar o leitor com alguma visão do mundo, a enumeração de obras e autores esvazia a espera que se dilui na amostra de erudição. Quero dizer que, no fim das contas, os nomes funcionam ao modo encantatório, sem função crítica aparente.


Escolha de Guilherme Gontijo: “Mediterrâneo 3x4”, de Raimundo de Moraes

Raimundo de Moraes 1 x 0 Simone Prado



JURADA CONVIDADA 02 DO GRUPO D: ANA ELISA RIBEIRO

GRUPO D


DUELO 01 – Andressa Barrichello x Isadora Bellavinha

Título: “As quatro estações”, de Andressa Barrichello

Ana Elisa Ribeiro: Muito boa solução rítmica e rímica. Cadência de “tre” e trepidação sentida na imagem que o texto evoca. O leitor quase trepida junto. Imagem forte, bem construída.

Título: “Espera”, de Isadora Bellavinha

Ana Elisa Ribeiro: Muito bom poema, mas há nele um excesso de palavras, explicações, narrativa. A meu ver, ele termina no momento em que o anel é lançado aos trilhos. Pronto. Mas o poeta continua e continua, começa a compor frases pouco dinâmicas, enfim. Peca pelo excesso, embora o poema seja bonito.

Escolha de Ana Elisa Ribeiro: “As quatro estações”, de Andressa Barrichello


PLACAR FINAL:


Isadora Bellavinha 1 x 1 Andressa Barrichello



DUELO 02 – Raimundo de Moraes x Simone Prado


Título: “Plus tard”, de Simone Prado

Ana Elisa Ribeiro: Fortes, a imagem e a narrativa. Entrecortada, como devia estar a respiração do personagem. Simples, na levada “menos é mais”.
                   
Título: “Mediterrâneo 3x4”, de Raimundo de Moraes
                
Ana Elisa Ribeiro: Muito bom, bem realizado. A meu ver, há excesso de referências, o que pode dar certo ar cult ou mesmo pedante. Imagem forte, mas talvez merecesse ser mais simples.

Escolha de Ana Elisa Ribeiro: “Plus tard”, de Simone Prado

PLACAR FINAL:

Raimundo de Moraes 1 x 1 Simone Prado



JURADA CONVIDADA 01 GRUPO E: CÍNTIA MOSCOVICH




Cíntia Moscovich é nascida em 15 de março de 1958 na cidade de Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. É escritora, jornalista e mestre em Teoria Literária, tendo exercido atividades de professora, tradutora, consultora literária, revisora e assessora de imprensa. Dentre vários prêmios literários conquistados, destaca-se o primeiro lugar no Concurso de Contos Guimarães Rosa, instituído pelo Departamento de Línguas Ibéricas da Radio France Internationale, de Paris, ao qual concorreu com mais de mil e cem outros escritores de língua portuguesa. Em 1996, publicou sua primeira obra individual, "O reino das cebolas", co-edição da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e da Editora Mercado Aberto, que mereceu a indicação ao Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro. Um dos contos que integram a coletânea foi traduzido para o inglês e faz parte de uma antologia que reúne escritores judeus de língua portuguesa. Em 1998, pela L&PM Editores lançou a novela "Duas iguais - Manual de amores e equívocos assemelhados", que recebeu o Prêmio Açorianos de Literatura, na modalidade de Narrativa Longa, em 1999, e que acaba de ser reeditado pela Record. Em outubro de 2000, também pela L&PM Editores, lançou o livro de contos "Anotações durante o incêndio, que tem apresentação de Moacyr Scliar e reúne onze textos de temáticas diversas, com destaque ao judaísmo e à condição feminina, merecendo outra vez o Prêmio Açorianos de Literatura. A mesma obra recebeu nova edição pela Editora Record, em novembro de 2006.
Em 2004, publicou a coletânea de contos "Arquitetura do arco-íris", também pela Record, livro que lhe valeu o terceiro lugar em contos no prêmio Jabuti, além da indicação para o Prêmio Portugal Telecom de Literatura Brasileira e para a primeira edição do Prêmio Bravo! Prime de Cultura. Em novembro de 2006, lançou o romance "Por que sou gorda, mamãe?", também pela editora Record. Em dezembro de 2007, lançou seu sexto livro individual, o romance infanto-juvenil "Mais ou menos normal", que faz parte da série Cidades visíveis, da Publifolha.
Ex-diretora do Instituto Estadual do Livro, órgão da Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul, a autora trabalhou como editora de livros do jornal Zero Hora, de Porto Alegre, além de colaborar para jornais e revistas de todo o país. Em outubro de 2006, participou da Copa da Cultura, na Embaixada Brasileira em Berlim. Em novembro de 2007, representou o Brasil na Bienal do Livro de Santiago do Chile. Em 2008, foi uma das convidadas à Flip, Festa Literária Internacional de Paraty. Em 2009, passou a integrar a antologia Os melhores contos brasileiros do século, organizado por Ítalo Moriconi para a editora Objetiva. Em 2011, integrou a delegação brasileira no Projeto Rumos, do Itaú Cultural, em Santiago de Compostela, na Espanha. Em 2012, foi convidade da Feira Intrernacional do Livro em Guadalajara. Em 2013, participou da delegação brasileira na Feira de Frankfurt. Em 2013, ganhou o primeiro lugar no Prêmio Literário Portugal Telecom, na categoria contos/crônica. Também em 2013 foi a vencedora do Prêmio Clarice Lispector, concedido pela Fundação Biblioteca Nacional.

GRUPO E

DUELO 01 – Gerci Oliveira x Ricardo Thadeu

Título: "Leve ruído da nascente", de Gerci Oliveira

Cíntia Moscovich: Boa construção, mas abordagem ainda comprometida com o chavão do "diferente", embora com bons achados. Construção e estrutura de versificação razoável.

Título: "Episódio", de Ricardo Thadeu

Cíntia Moscovich: Poema otimamente construído, com bons recursos estruturais, de versificação, ritmo e rimas. Ótimos achados traduzidos em metáforas nada óbvias e, assim, ricas.

Escolha de Cintia Moscovich: “Episódio”, de Ricardo Thadeu.

Ricardo Thadeu 1 x 0 Gerci Oliveira


DUELO 02 - Luiz Otávio Oliani x Marília Lima

Título: “Cronologia das horas”, de Luiz Otávio Oliani

Cíntia Moscovich: Poema construído à base de obviedades, atendo-se estritamente ao tema sem, no entanto, obter transcendência imagética ou estrutural. Finalização simplista, de tom didático-moralista, completamente dispensável.

Título: “Miragens”, de Marília Lima

Cíntia Moscovich: Boa comparação do tempo à instabilidade da miragem do suposto presente. No entanto, o poeta não desenvolve a ideia ao completo ou, pelo menos, a coloca a perder com o verso "Quem me dera não antever!", um lamento que destoa do tom sutil da composição.

Escolha de Cintia Moscovich: “Miragens”, de Marília Lima

Marília Lima 1 x 0 Luiz Otávio Oliani


GRUPO E

JURADO CONVIDADO 02 DO GRUPO E: MARCO ANTUNES



Marco Antunes é escritor e reside em Brasília/DF. Professor de Literatura e Coordenador do Núcleo de Literatura da Câmara dos Deputados, é também apresentador do “Trilha das Artes”, na Rádio Câmara, ator e dramaturgo.

Título: “Leve ruído do nascente”, de Gerci Oliveira

Marco Antunes: Talentoso poeta, musicalidade mais de monólogo do que propriamente de poesia, mas tem imagens interessantes e bom trabalho linguístico, embora um pouco pueril demais. O tema “tempo” foi apenas tangenciado.

Título: “Episódio”, de Ricardo Thadeu

Marco Antunes: Breve e eficiente, com bom ritmo e clareza de direção poética. O tema “tempo” foi bem apresentado, portanto, vai para este o meu voto.

Escolha de Marco Antunes: “Episódio”, de Ricardo Thadeu

PLACAR FINAL

Ricardo Thadeu 2 x 0 Gerci Oliveira

DUELO 02 - Luiz Otávio Oliani x Marília Lima

Título: “Cronologia das horas”, de Luiz Otávio Oliani

Marco Antunes: Trata-se de um poema prosaico, sem grande criatividade poética.

Título: “Miragens”, de Marília Lima

Marco Antunes: Poesia de alto nível, clareza de direção poética, belas imagens.

Escolha de Marco Antunes: “Miragens”, de Marília Lima

PLACAR FINAL

Marília Lima 2 x 0 Luiz Otávio Oliani


JURADA CONVIDADA 01 GRUPO F: CÍNTIA MOSCOVICH


GRUPO F

DUELO 01 – André Kondo x Desirée Jung

Título: “Manoel”, de André Kondo

Cíntia Moscovich: Poema que homenageia Manoel de Barros, mas de forma pueril e instável. O poeta é visto como uma espécie de redentor pantaneiro, ainda que "um menino com pés no barro". Lamenta-se que ocorra seguido esse tipo de coisas: Mario Quintana e Manoel de Barros são vistos como "bons velhinhos" que moram eternamente em alguma infância mítica. Talvez seja melhor reavaliar a abordagem à poesia e à figura do autor.

Título: “A mão estendida”, de Desirée Jung

Cíntia Moscovich: O autor tenta dialogar com Hilda Hilst, mas de forma tão evidente, antecipando o texto por uma epígrafe, que resta ao leitor uma espécie de desconcerto. O que se segue, algumas vezes em forma de poema narrativo, não demonstra grande virtude ou senso de singularidade. No entanto, há algum sentimento subjacente, ao que se deve o mínimo de sustentação lírica.

Escolha de Cíntia Moscovich: “A mão estendida”, de Desirée Jung


Desirée Jung 1 x 0 André Kondo


DUELO 02 – Maria Amélia Elói x Francisco Carvalho

Título: “Meu Manoel”, de Maria Amélia Elói

Cíntia Moscovich: Poema com bons achados, mas que se esgota rapidamente. Sugiro ao poeta que se atenha ao essencial do poema e evite emular a linguagem de Barros. No caso, sugiro que se atenha ao início, bom, e ao final, idem. O centro do poema, seu desenvolvimento, é muito caudaloso, diluindo os significados.


Título: “O passarinho de Alegrete”, de Francisco Carvalho

Cíntia Moscovich: Bom uso da intertextualidade, embora numa construção poética um tanto ingênua. O verso "esses seres tão ligados aos próprios umbigos" é completamente dispensável por moralista e judicativo. De resto, o autor faz bonita homenagem a Mario Quintana — embora, como ocorre em várias ocasiões, louvando muito mais a bonomia do poeta do que a própria poesia.

Escolha de Cíntia Moscovich: “O passarinho de Alegrete”


Francisco Carvalho 1 x 0 Maria Amélia Elói



GRUPO F

JURADO CONVIDADO 02 GRUPO F: MARCO ANTUNES


DUELO 01 – André Kondo x Desirée Jung


Título: “Manoel”, de André Kondo

Marco Antunes: Poema bonitinho, bem construído, homenagem justa ao poeta, mas que não me tocou em momento algum!

Título: “A mão estendida”, de Desirée Jung

Marco Antunes: Excelente! Clareza de direção poética, percepção do espírito de Hilda e ritmo interessante, mais de prosa às vezes que de poesia, mas é um texto superior!

Escolha de Marco Antunes: “A mão estendida”, de Desirée Jung

PLACAR FINAL:

Desirée Jung 2 x 0 André Kondo



DUELO 02 – Maria Amélia Elói x Francisco Carvalho


Título: “Meu Manoel”, de Maria Amélia Elói

Marco Antunes: A invenção precisa se prender a um núcleo gravitacional se semânticas e alegorias possíveis e passíveis de serem decodificadas pelo leitor; aqui, não tenho certeza se houve, de fato, um processo desse tipo ou uma simples aleatoriedade de transgressões sistemáticas. Precisaria de um corpus maior para opinar, então fico em dúvida se aqui há um poeta ou apenas um manipulador de palavras ao acaso. Em suma, não me tocou nem, por ora, convenceu.

Título: “O passarinho de Alegrete”, de Francisco Carvalho

Marco Antunes: Há certo tom pueril e uma inventividade limitada, mas a simplicidade pode ser boa e poética.

Escolha de Marco Antunes: “O passarinho de Alegrete”

PLACAR FINAL

Francisco Carvalho 2 x 0 Maria Amélia Elói



GRUPO G

JURADA CONVIDADA 01 GRUPO G: LUIZE VALENTE



Luize Valente é carioca e jornalista. Trabalha com editora de matérias internacionais na Globonews. É autora, com Elaine Eiger, do livro “Israel Rotas e Raízes” (1999, ed. Fototema) e dos documentários “Caminhos da Memória – A Trajetória dos Judeus em Portugal” (2002) e “A Estrela Oculta do Sertão” (2005). Estreou na ficção com o romance “O Segredo do Oratório” (2012, ed. Record, 3a edição). Em 2013, o livro ganhou a primeira edição estrangeira, na Holanda, e foi finalista do Prêmio São Paulo de Literatura. O novo livro, “Uma praça em Antuérpia”, será  lançado em janeiro de 2015 também pela editora Record.  


DUELO 01 – Marcelo Asth x Danielle Takase

Título: “Passagem”, de Marcelo Asth

Luize Valente: O poema filtra e sublima a temática proposta (“ônibus”), baseando-se na metáfora da “passagem”, o que, embora poeticamente válido, também corre o risco de parecer uma sutil fuga ao desafio específico e insólito do concurso: poetizar o a priori não-poético. Mar, ondas, lua, cosmos... são elementos já por si “poéticos”, belos e grandiosos, dentro dos quais a poesia tem todas as condições propícias a acontecer facilmente. Ao contrário do árido objeto “ônibus”, que, para virar poesia enquanto tal, exigiria certamente mais do poeta. A forma e a rima livres, com recursos esporádicos à rima interna, aliterações e truques fônicos, conferem interessante musicalidade ao poema.

Título: “Itinerário”, de Danielle Takase

Luize Valente: Poema com excelente cumprimento da temática, encarando o desafio de poetizar o ônibus. Bela e criativa a ideia de tornar poema a biografia de um homem através da sua relação com o ônibus ao longo da vida. Flui de maneira mais visual do que musical, com imagens impactantes. A grande liberdade de forma, sem compromisso com a rima, mas, ao mesmo tempo, ousando interessantes rimas imperfeitas como “malabares/cáries”, intensifica o carácter descritivo-realista, quase brechtiano do poema.

Escolha de Luize Valente: “Itinerário”, de Danielle Takase

Danielle Takase 1 x 0 Marcelo Asth


DUELO 02 - Georgio Rios x Cinthia Kriemler


 Título: “Percursos”, de Georgio Rios

Luize Valente: Poema fotográfico, bem sucedido em tornar bela a imagem de um ônibus, cumprindo, assim, em pleno, o desafio da temática proposta. Interessante do ponto de vista formal, pois resulta muito musical sem praticamente se valer de rima.

Título: “até que a morte nos separe”, de Cinthia Kriemler

Luize Valente: Cumpre de forma inteligente, criativa e original o desafio da temática, sequer precisando inserir a palavra “ônibus” nos versos. A imagem do acidente de ônibus resulta clara, forte e trágica, valendo-se, ainda, de uma gradação com um clímax extremamente poético – “pela primeira vez um tempo para contemplar”. Ponto positivo também para o recurso à hipálage – “um queixume de freios (...) gritando a desculpa esfarrapada (...)” – e à rima esporádica e imperfeita pontuando, e carregando, um momento especial de ruptura – “choque abrupto, curto”.

Escolha de Luize Valente: “até que a morte nos separe”, de Cinthia Kriemler

Cinthia Kriemler 1 x 0 Georgio Rios


GRUPO G

JURADO CONVIDADO 02 GRUPO G – LUIS MAFFEI



Luis Maffei (1974) é autor dos livros de poemas A (Oficina Raquel, 2006), Telefunken (OR, 2008 – edição portuguesa, Deriva, 2009), 38 círculos (OR, 2010), Pulsatilla (OR, 2011) e Signos de Camões(2013, Portugal, Companhia das Ilhas, e Brasil, OR). Pelo conjunto da obra, foi um dos contemplados com o prêmio Icatu de Artes – Literatura, em 2013. Como contista, escreveu Contos da Colina – 11 ídolos do Vasco e sua imensa torcida bem feliz (OR, 2012), em parceria com Nei Lopes e Mauricio Murad, e organizou, participando também com um conto,Extratextos 1 – Clarice Lispector, personagens reescritos (OR, 2012), com Mayara R. Guimarães.
No ensaio, escreveu, com Pedro Eiras, A vida repercutida – uma leitura da poesia de Gastão Cruz(Esfera do Caos, 2012), editado em Portugal. Organizou, com Lilian Jacoto, Soldado aos laços das constelações – Herberto Helder (Lumme, 2011); com Ida Alves, Poetas que interessam mais – leituras da poesia portuguesa pós-Pessoa (Azougue, 2011), e, com Jorge Fernandes da Silveira, Poesia 61 Hoje (OR, 2011). Coordena, para a editora Oficina Raquel, a coleção Portugal, 0, que, desde 2007, edita no Brasil nomes recentes da poesia portuguesa. É professor de Literatura Portuguesa da Universidade Federal Fluminense. Finalista do Portugal Telecom, na categoria poesia, com o livro “Signos de Camões”.

DUELO 01 - Marcelo Asth x Danielle Takase


Título: “Passageiro”, de Marcelo Asth

Luis Maffei: Não é mal construído o texto, tendo um refrão interessante. Mas realiza um intertexto longe de ser surpreendente, com uma canção popular, o que, por si só, não é mal. O problema é que, na narrativa, nada acontece de surpreendente, a linguagem não cria zonas de tensão e o fecho é previsível.

Título: “Itinerário”, de Danielle Takase

Luis Maffei: O poema explora a onomatopeia com competência, usando-o para marcar as seções do texto. A narrativa funciona, o tom social cai bem junto à angústia do sujeito, e o olhar giratório realiza um interessante trabalho de linguagem.

Escolha de Luis Maffei: “Itinerário”, de Danielle Takase

PLACAR FINAL

Danielle Takase 2 x 0 Marcelo Asth

DUELO 02 - Georgio Rios x Cinthia Kriemler


Título: “Percursos”, de Georgio Rios

Luis Maffei: Sucinto, o poema consegue criar um universo próprio ao relacionar um fato cotidiano à mítica e bíblica Arca de Noé, unido o pequeno, coletivo, ao macro, também coletivo.

Título: “até que a morte nos separe”, de Cinthia Kriemler

Luis Maffei: Com estratégia semelhante ao anterior, o poema é menos feliz na junção de uma herança mítica a uma realidade cotidiana. O trágico soa até um tanto apelativo.

Escolha de Luis Maffei: “Percursos”, de Georgio Rios

PLACAR FINAL

Cinthia Kriemler 1 x 1 Georgio Rios


GRUPO H

JURADA CONVIDADA 01 GRUPO H: LUIZE VALENTE

DUELO 01 - Natasha Félix x Francisco Ferreira

Título: “natureza pedagoga”, de Natasha Félix

Luize Valente: O poema respeita a temática proposta e propõe uma mensagem criativa e original, porém com pouco aprofundamento e sem apuro técnico.

Título: “Construtora de destinos”, de Francisco Ferreira

Luize Valente: O poema cumpre o tema proposto e, embora não apresente uma preocupação formal, sugere imagens de especial beleza da relação entre uma professora e um aluno, com interessantes usos da metáfora. Uma sugestão: suprimir o último verso, uma vez que nada acrescenta e, pelo contrário, traz um tom infantil desnecessário, destoante do resto da obra. 


Escolha de Luize Valente: “Construtora de destinos”, de Francisco Ferreira

Francisco Ferreira 1 x 0 Natasha Félix

DUELO 02 - Jorge Augusto Silva x Thiago Carvalho

Título: “Sobre o ofício de quebrar espelhos ou para uma educação sem sombras”, de Jorge Augusto Silva

Luize Valente: Ponto positivo para a cadência musical conferida pelas rimas internas.

Título: “Convite em elipse ao gosto poundiano (ou a não-Voz cede à voz)”, de Thiago Carvalho

Luize Valente: O poema pressupõe o conhecimento de uma referência cinematográfica que desconheço.

Escolha de Luize Valente: “Sobre o ofício de quebrar espelhos ou para uma educação sem sombras”, de Jorge Augusto Silva


Jorge Augusto Silva 1 x 0 Thiago Carvalho




 GRUPO H

JURADO CONVIDADO 02 GRUPO H: LUIS MAFFEI

 DUELO 01 - Natasha Félix x Francisco Ferreira

Título: “natureza pedagoga”, de Natasha Félix

Luis Maffei: Poema edificante, portador de uma moral pouco inovadora. Nada aí já não foi dito, e de modo melhor, dentro da tradição da poesia de língua portuguesa.

Título: “Construtora do destino”, de Francisco Ferreira

Luis Maffei: Poema ingênuo, que consegue criar certa sinestesia, mas que se conclui de maneira abrupta e previsível.

Escolha de Luis Maffei: “natureza pedagoga”, de Natasha Félix

PlACAR FINAL:
Natasha Félix 1 x 1 Francisco Ferreira


DUELO 02 – Jorge Augusto Silva x Thiago Carvalho

Título: “Sobre o ofício de quebrar espelhos ou para uma educação sem sombras”, de Jorge Augusto Silva

Luis Maffei: As rimas internas não funcionam, e as de fim de palavra são tímidas. Existe também uma vaidade ensinadora, que desveste o texto de uma ambiguidade que seria bem-vinda.

Título: “Convite em elipse ao gosto poundiano (ou a não-Voz cede à voz)”, de Thiago Carvalho

Luis Maffei: Síntese interessante de várias obras da cultura ocidental. Há um gosto excessivo pelo intertexto e pela erudição, mas o resultado, que logra recuperar da pedra sua dureza e simplicidade ambiciosa, acaba por funcionar.

Escolha de Luis Maffei: “Convite em elipse ao gosto poundiano (ou a não-Voz cede à voz)”, de Thiago Carvalho

PLACAR FINAL

Jorge Augusto Silva 1 x 1 Thiago Carvalho


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TEMAS PARA A SEGUNDA RODADA DA FASE DE GRUPOS

NA SEGUNDA FASE DE GRUPOS, FOI PROPOSTO AOS POETAS 4 TEMÁTICAS: FACEBOOK, CASAMENTO, O GOLPE MILITAR E ESPELHO. APÓS TODOS VOTAREM, FOI DECIDIDO QUE OS GRUPOS TERÃO DE ABORDAR OS SEGUINTES TEMAS:

GRUPOS A e B
TEMA: ESPELHO

GRUPOS C e D
TEMA: CASAMENTO

GRUPOS E e F
TEMA: FACEBOOK

GRUPOS G e H
TEMA: O GOLPE MILITAR

ENVIEM SEUS POEMAS ATÉ DOMINGO, DIA 19/10/2014, ÀS 22 HORAS, IMPRETERIVELMENTE.

OS POEMAS NÃO POSSUEM LIMITES DE LINHAS/CARACTERES

TABELA OFICIAL

CONFIRAM, AGORA, POR FAVOR, A TABELA DA FASE DE GRUPOS E COMO FICOU A SITUAÇÃO DOS POETAS EM SEUS RESPECTIVOS GRUPOS COM O TÉRMINO DA 1º RODADA!

LEMBRANDO: O PRIMEIRO CRITÉRIO DE DESEMPATE É O DESEMPENHO NA LEVA DOS HAIKAIS. O SEGUNDO É A COLOCAÇÃO NO RANKING DA SEGUNDA ETAPA.

AINDA ACONTECERÃO DOIS DUELOS POR GRUPO!

AGUENTEM FIRME, POETAS!




BOA SORTE A TODOS E ATÉ A PRÓXIMA!

16 comentários:

Léris disse...

Meu voto vai para "Leve Ruido da Nascente" Gerci Oliveira. Parabéns a todos...

Léris Seitenfus disse...

Meu voto vai para primavera em mim de Gerci de oliveira...Boa sorte a todos!

Anônimo disse...

Voto em Gerci Oliveira primavera em mim.

Gustavo Terra disse...

Dora e André Oviedo são os que mais se aproximaram do ideal. Estrutura correta, com haimi, kigô e simplicidade da imagem, constatação, sem elocubração/elaboração metafórica, nem rima. Dentro da métrica proposta.
Se não fosse a rima, o do Marcelo Asth também estaria no páreo.

Anônimo disse...

MEODEUSSSS. Bateu uma dor de barriga agora quando eu via a cara do cara que avaliou os haikais. E o meu ainda nem postado foi, mas devve ser UM, NOTA UM!!! mifu...

Gerci Godoy disse...

Pois então, eu tive esperança de obter uma nota melhor porque obedeci as regras, 5/7/5 sílabas e rimando os primeiro e o último verso e rimando também a segunda sílaba do segundo verso com a última, também do segundo. me esforcei muito mas pequei em alguma coisa, nota 1. enfim, estou aprendendo a fazer haikai, da próxima vez não me preocupo tanto com rimas difíceis, como no segundo verso, daí sai algo melhor

Gustavo Terra disse...

Gerci, você pecou pelo preciosismo parnasiano criado pelo Guilherme de Almeida. Nada mais distante do haikai tradicional, proposto.

Gustavo Terra disse...

Além do metáfora obscura do 2º verso, e do desconexão do terceiro verso.

Simone Prado Ribeiro disse...

E, completando o que o Gustavo disse, ainda tem a tal da rima, que gosto tanto , e parece que não fica bem num Haicai, eu acho...

No mais, Lohan, mesmo com essas notas e os comentários desse cara - que é pra lá de responsa -, tenho aprendido bastante com isso tudo!!.

Gustavo Terra disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Gustavo Terra disse...

Simone, a imagem de seu haikai é original e profunda, elenquei no grupo entre os três, dias desses, só faltou o corte. Come está, em uma só oração, prejudica um pouco o haimi. Mas... vamos ver

Lohan Lage Pignone disse...

VOTAÇÃO POPULAR ENCERRADA!

OS VOTOS SERÃO CONTABILIZADOS E INFORMADOS NA PRÓXIMA POSTAGEM.

OBRIGADO PELA PARTICIPAÇÃO DE TODOS!

LOHAN

Anônimo disse...

Embora não seja um especialista para ter um opinião de peso, gosto de haikais, principalmente dos que nos levam a refletir e são de simples compreensão, mesmo que tratem de assuntos complexos.
E, embora o sabiá tenha uma atitude atitude esperada em um pomar e essa seja uma cena banal, isso sempre será lindo e prazerosa de se ver!
Parabéns Dora,

Gustavo Terra disse...

Legal seu depoimento, anônimo. Tô contigo.

Anônimo disse...

Obrigada, anônimo. Um sabiá é sempre uma alegria, principalmente, cantando.
Assinado: Dora.

Jacqueline Salgado disse...

Também concordo com o anônimo! A simplicidade é algo que poucos conseguem ver, e como sabe encantar...