Olá, queridos amigos
poetas e leitores!
Post
decisivo no ar! É hoje que descobriremos quais serão os confrontos das OITAVAS DE FINAL do III Concurso de
Poesia Autores S/A! Prontos para embarcarem nessa?
Primeiramente,
a organização registra aqui a gratidão pela imensa contribuição dos jurados que
participaram desta rodada. São olhares generosos de grandes nomes da nossa
literatura que engrandecem os poetas e o concurso.
ANÚNCIO
DO TEMA DAS OITAVAS DE FINAL
...Levou
os meus planos, Meus pobres enganos, Os meus 20 anos o meu coração, E além de
tudo, me deixou mudo o violão...
(“A
Rita”, Chico Buarque)
Hoje
será diferente. Independente de já sabermos quem passou ou não, já anunciamos a
temática das Oitavas de Final do concurso. Lembrando que, a partir de agora, o
esquema é de mata-mata, ou seja, quem perder... dançará na disputa. E por falar
em dançar, por que não valsarmos ao som de algumas canções de Chico Buarque, o
mestre da MPB? Como já sugeriu a epígrafe, o tema das Oitavas de Final será:
“AS
MULHERES DE CHICO”
-
Escreva um poema inspirado em uma das canções de Chico Buarque que retrate
uma(s) mulher(es), uma musa.
-
Não há limites de linha/caracteres.
-
O poeta deverá comunicar qual título musical foi escolhido e enviar junto ao
poema.
-
O poema deverá ser enviado até domingo, dia 02/11/2014,
às 20 horas, para o e-mail poesiaautoressa@gmail.com
(favor, enviar pelo corpo do e-mail).
Listemos, abaixo,
algumas dicas de canções de Chico Buarque que abordam essa temática:
“Nina”,
“A Rita”, “Januária”, “Carolina”, “Mulheres de Atenas”, “Beatriz”, “Angélica”, “Cecília”,
“Olha, Maria”, “Renata Maria”, “Geni e o Zepelim”, “Teresinha”, “Joana Francesa”,
“Luíza”, “Bárbara”, “A Rosa”, “Yolanda”, “Iracema voou”, “Lola”, “As atrizes”...
Neste site, há todas as letras e vídeos: http://letras.mus.br/chico-buarque/
Lembrando que a
referência à mulher “escolhida” precisa ficar clara no poema. Ouçam todas as
canções, estudem, destrinchem. É tudo ou nada a partir de agora no concurso!
CRITÉRIO
DE DESEMPATE NAS OITAVAS DE FINAL
Nas
Oitavas de Final, ao invés dos poetas serem avaliados por 02 jurados, como vem acontecendo até
então, serão 04 jurados por duelo.
Sendo assim, em número par, haverá o risco de empate em 2 x 2. O critério de
desempate a ser utilizado será o POEMA
EXTRA. O poema extra, nas oitavas de final, deverá ser um dos poemas já apresentados neste concurso pelo poeta, com
exceção do primeiro poema (enviado para inscrição). Posto isso, cada poeta
deverá escolher um dos títulos já apresentados durante o concurso a partir da
segunda etapa e comunicar a organização no ato de envio do poema com a temática
“Mulheres de Chico”. Em caso de empate, o poema extra será avaliado pelos
jurados e, através dele, se chegará a uma conclusão de quem avançará.
SURPRESA
DO POST
Fiquem
ligados, pois, após todos os resultados serem anunciados, já com a definição dos
16 felizardos, será anunciada uma grande surpresa neste mesmo post! É
importante que todos fiquem atentos a essa surpresa. O que será, na opinião de vocês?
RESULTADO
DA VOTAÇÃO POPULAR
Com
uma quantidade votos massacrante, o poeta FRANCISCO
CARVALHO JR., de Caxias, Maranhão, foi eleito o melhor poeta da fase de
grupos do III Concurso de Poesia Autores S/A! Parabéns, Francisco! Já pode se
candidatar a vereador, hein, rapaz! Como prometido, Francisco receberá uma
premiação. Trata-se do premiado livro de poemas “Senhorita K” (Ed. Patuá), de
Marcos Bassini. O próprio autor enviará o exemplar, com direito a dedicatória.
Agora, vamos ao que realmente nos
interessa hoje: resultados! Acompanhem tudo até o fim do dia. Preparem o café,
o aparelho de pressão, a maracujina e simbora nessa jornada! Boa sorte!
APRESENTAÇÃO
DOS JURADOS
JURADOS DOS GRUPOS A e B:
Afonso
Henriques Neto e Vasco Cavalcante
Afonso
Henriques de Guimaraens Neto nasceu em Belo
Horizonte, Minas Gerais, em 17 de junho de 1944, sendo filho de Hymirene Papi
de Guimaraens e do poeta Alphonsus de Guimaraens Filho, prêmio Jabuti de Poesia
pelo livro “Nó”, em 1985. Em 1954, mudou-se para o Rio de Janeiro, e seguiu
depois para Brasília, onde se formou em Direito na primeira turma da
Universidade de Brasília, em 1966. De volta ao Rio de Janeiro em 1972,
participou intensamente do movimento político - cultural rotulado de poesia
marginal e trabalhou na FUNARTE – Fundação Nacional de Arte – (1976 -1994).
Desde 1976, é professor do Instituto de Artes e Comunicação Social da
Universidade Federal Fluminense. Em 1997, defendeu tese de doutorado na Escola
de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Casado com a
arquiteta Cêça de Guimaraens, tem dois filhos: Mariana e Francisco. Publicou 12
livros. Faz parte da grande antologia “26 poetas hoje”, organizada por Heloísa
Buarque de Hollanda. Seu livro mais recente, “Uma cereja no dilúvio” (Ed.
7Letras) foi finalista do Prêmio Portugal Telecom de 2012.
Vasco Cavalcante
é paraense, de Belém do Pará. Foi um dos fundadores do grupo de poesia
alternativa “Fundo de Gaveta”, que se manteve na ativa entre os anos 1981 e
1983. Em 1985, foi selecionado pelo edital da SEMEC (Secretaria Municipal de
Educação e Cultura de Belém do Pará), para a publicação de um livro de poesia
intitulado: “Poesias: Coletiva”, juntamente com três outros poetas da região:
Jorge H. Bastos, Reivaldo Vinas e Zé Minino. Em 1997, lança pela primeira vez
em Belém, um site contendo uma mostra de obras e dados biográficos de artistas
paraenses, dando início ao projeto intitulado “Cultura Pará”, que agora em 2014,
completou 17 anos de atividade on-line, contendo em suas páginas mais de 80
artistas nas áreas de Fotografia, Teatro, Artes Plásticas e Literatura, além de
uma Agenda Cultural semanal, que apresenta a programação artístico-cultural
local, nos teatros, galerias, museus e áreas afins.
Assumiu a Galeria de Arte da Sol Informática durante os anos de 2006 a 2008; convidado, participou como curador juntamente com os artistas plásticos Geraldo Teixeira e Dina de Oliveira, do XVII Salão de Arte Primeiros Passos do CCBEU, no ano de 2009. Tem poemas publicados na revista virtual “ZUNÁI - Revista de poesia & debates”, do poeta e crítico literário Cláudio Daniel, em 2010, e em várias edições da revista literária “Polichinello”. Em 2012, participa como convidado de uma plaquete de poemas juntamente com outros 12 poetas contemporâneos brasileiros, lançada no dia 14 de agosto de 2012, pelo CCSP (Centro Cultural de São Paulo) chamada "Desvio para o vermelho: treze poetas brasileiros contemporâneos", com organização de Marcele Becker. Lançará, ainda este ano, o livro de poemas intitulado de “Sob silêncio” (Ed. Patuá).
Assumiu a Galeria de Arte da Sol Informática durante os anos de 2006 a 2008; convidado, participou como curador juntamente com os artistas plásticos Geraldo Teixeira e Dina de Oliveira, do XVII Salão de Arte Primeiros Passos do CCBEU, no ano de 2009. Tem poemas publicados na revista virtual “ZUNÁI - Revista de poesia & debates”, do poeta e crítico literário Cláudio Daniel, em 2010, e em várias edições da revista literária “Polichinello”. Em 2012, participa como convidado de uma plaquete de poemas juntamente com outros 12 poetas contemporâneos brasileiros, lançada no dia 14 de agosto de 2012, pelo CCSP (Centro Cultural de São Paulo) chamada "Desvio para o vermelho: treze poetas brasileiros contemporâneos", com organização de Marcele Becker. Lançará, ainda este ano, o livro de poemas intitulado de “Sob silêncio” (Ed. Patuá).
JURADOS DOS GRUPOS C e D:
Leila
Míccolis e Susana Scramim
Leila
Míccolis é carioca e atualmente reside no Rio de Janeiro.
Advogada (embora não exerça a profissão atualmente), Mestre e Doutora em
Ciência da Literatura (Teoria Literária) pela UFRJ (fazendo o
pós-doutoramento), Leila é escritora, roteirista, dramaturga e editora. Possui
30 obras publicadas - em diversos países. Já escreveu telenovelas para a Rede
Manchete e Rede Globo, entre elas, “Kananga no Japão”, "Mandacaru" e
"Barriga de Aluguel”. Ministra cursos online de teledramaturgia.
Elaborou verbetes para a “Enciclopédia de Literatura Brasileira” (MEC/OLAC). Já
organizou, juntamente com Urhacy Faustino, duas "Antologias de Poetas
Internautas". Faz parte, ao lado de poetas como Torquato Neto, Antonio
Carlos Secchin e Ana Cristina Cesar, da antologia “26 poetas hoje”, organizada
por Heloísa Buarque de Hollanda. Publicou o "Catálogo da Imprensa
Alternativa". Coedita há dezesseis anos o site "Blocos Online".
Lançou, recentemente, uma antologia com sua poesia completa, intitulada de
“Desfamiliares” (Ed. Annablume).
Susana
Scramim (1965) é professora de Teoria Literária da
Universidade Federal de Santa Catarina, bolsista de Produtividade em Pesquisa 1D
do CNPq. É doutora em Teoria Literária e Literatura Comparada pela Universidade
de São Paulo, 2000, com tese sobre a obra de Darcy Ribeiro. Foi professora
Visitante no Talen en culturen van
Latijns Amerika (Departamento de Estudos de Cultura Latino-americana), da
Leiden Universiteit, na Holanda, em 2007. É autora do livro de ensaios de
crítica literária “Literatura do Presente” (Ed. Argos, 2007); do livro “Carlito
Azevedo”, para a coleção Ciranda de Poesia da Editora da Universidade Estadual
do Rio de Janeiro – UERJ (2010). É organizadora juntamente com Daniel Link e
Ítalo Moriconi de “Teoria, Poesia, Crítica” (Editora 7 Letras, 2012). Organizou
o livro “O contemporâneo na crítica” ( Ed. Iluminuras, 2012). Com Luciana di
Leone, organizou número especial da revista outra travessia sobre poesia e voz, “Poesia: a voz e a escuta,
Revista outra travessia, n. 15, Florianópolis: Curso de Pós-Graduação em
Literatura – UFSC, 2013. Com o Carlos Eduardo Schmidt Capela organizou a edição
especial da revista outra travessia
sobre Giorgio Agamben e Georges Bataille, “A exceção e o excesso:
Agamben & Bataille”. Revista outra travessia, n. 6, Florianópolis: Curso de
Pós-Graduação em Literatura - UFSC, 2006.
Foi organizadora da edição especial da revista outra travessia sobre
Euclides da Cunha, “Da Cunha, Euclides de Cunhas”. Revista outra travessia, n.
1, Florianópolis - SC: Curso de Pós-Graduação em Literatura da UFSC, 2004.
Organizou e preparou para editora Argos a coletânea de ensaios de Giorgio
Agamben, sob o título de “O que é o contemporâneo? e outros ensaios”, em 2009,
e também a publicação no Brasil do livro do filósofo italiano Mario Perniola,
sob o título “Enigmas. Egípcio, barroco, neo-barroco na sociedade e na arte”, da
Ed. Argos, em 2009.
JURADOS DOS GRUPOS E e F:
Geraldo Lima e Marcos Bassini
Geraldo Lima
é escritor, dramaturgo e roteirista. Mora em Brasília. Publicou alguns livros,
entre eles “UM” (romance, LGE Editora), “BAQUE” (contos, LGE Editora) e “TESSELÁRIO”
(minicontos, Selo 3 x 4, Editora Multifoco). Participou de algumas antologias,
como “Antologia do conto brasiliense” (org. por Ronaldo Cagiano, Projecto
Editorial) e “Todos os portais: realidades expandidas”, “Terracota”, org. por
Nelson de Oliveira. Tem ainda textos publicados em jornais, revistas
impressas, revistas eletrônicas e blogs.
Publica também no blog: www.baque-blogdogeraldolima.blogspot.com.br
Marcos
Bassini é redator, roteirista, compositor e autor de “Senhorita
K” (ed. Patuá), livro de poemas publicado como prêmio do concurso da editora
EDITH (SP).
JURADOS DOS GRUPOS G e H
Susanna
Busato e Luís Henrique Pellanda
Susanna Busato
é paulistana e professora de Poesia Brasileira na UNESP de São José do Rio
Preto. Seu primeiro livro de poemas, “Corpos em Cena”, lançado pela Editora Patuá, em 2013, foi
finalista do Prêmio Jabuti em 2014. Premiada pelo Mapa Cultural Paulista, fase
estadual, categoria Poesia, em junho de 2010, tem poemas publicados na Revista
Cult, Revista Brasileiros e nas revistas eletrônicas Zunái, dEsEnrEdoS
e Aliás, além de ensaios na Revista Texto Poético, FronteiraZ, Cronópios, Zunái
e Gérmina, e outras revistas acadêmicas no Brasil e no exterior. Tem três
livros de ensaios organizados e publicados em co-autoria pela Editora da UNESP.
Luís
Henrique Pellanda nasceu em Curitiba (PR), em 1973.
Escritor e jornalista, é autor dos livros “O macaco ornamental” (contos, Bertrand
Brasil, 2009), “Nós passaremos em branco” (crônicas, Arquipélago Editorial,
2011, finalista do Prêmio Jabuti 2012) e “Asa de sereia” (crônicas, Arquipélago
Editorial, 2013, finalista do Prêmio Portugal Telecom 2014), e organizador dos
dois volumes da antologia “As melhores entrevistas do Rascunho” (Arquipélago
Editorial, 2010 e 2012). É cronista da Gazeta do Povo e ministra oficinas de
crônica por todo o Brasil. Na área literária, atua como jornalista,
entrevistador, curador, mediador, resenhista e cronista em diversos eventos e
veículos brasileiros. Foi editor e idealizador do site de crônicas “Vida Breve”
e subeditor e colunista do jornal literário “Rascunho”. Repórter, trabalhou nos
jornais Gazeta do Povo e Primeira Hora.
SITUAÇÃO FINAL DO GRUPO A:
CLASSIFICADOS: DANILO FERNANDES (1º) E NATHAN SOUSA (2º)
GRUPO
A
3º
RODADA
IMAGEM TEMÁTICA:
DUELO 01
“Hiato”,
de Danilo Fernandes (MS)
X
“De
como silenciar canções”, de Jacqueline Salgado (SP)
Título: Hiato (Danilo
Fernandes)
Afonso
Henriques Neto: Bom poema. Está bem construído, com
utilização de dísticos (é como se fosse um poema dividido em seis estrofes
formadas por dois versos cada). O final é o que tem de melhor (“me faz muda, me
faz ser Deus”).
Vasco
Cavalcante: Gostei da forma como descreve a situação
da imagem. Apesar de inicialmente parecer uma explanação direta sobre o que ela
mostra, o autor se põe como observador, mas no lugar da garota que cruza os
braços diante do militar sisudo. A comparação da inocência do olhar infantil
com o poder de um Deus também é muito feliz. Gostei bastante desse poema. O
nome do poema “Hiato”, que é uma palavra que vem do latim e que significa
“abertura”, diz demais o conteúdo da foto e o momento político que se vivia.
Título: De como
silenciar canções (Jacqueline Salgado)
Afonso
Henriques Neto: Outro bom poema. Este feito em fôlego
longo, com boas metáforas e revelando em excelente medida a distância abissal
entre os gestos do ditador e da criança. Em escolha difícil, vou ficar com este
poema. É necessário, contudo, corrigir um erro no antepenúltimo verso, quando
há uma crase inexistente (colocar “a despertar pássaros ferida abaixo.”).
Vasco
Cavalcante: Um bonito texto poético, com imagens bem
contundentes, mas a meu ver fugiu muito do tema da foto. Pode transparecer em
alguns momentos que em metáfora se veja a ideia, mas não se conduz a ela de uma
forma poética como alcança o poema anterior.
Escolha
de Afonso Henriques Neto: “De como silenciar canções”, de Jacqueline Salgado
Escolha de Vasco
Cavalcante: “Hiato”, de Danilo Fernandes
PLACAR FINAL:
Jacqueline Salgado 1 x 1 Danilo Fernandes
DUELO 02
Títulos:
“Caudilho”,
de Nathan Sousa (PI)
X
“resistência”,
de Bianca Velloso (SC)
Título: Caudilho
(Nathan Sousa)
Afonso
Henriques Neto: O poema está muito bem construído, com
boas imagens e bem colocadas rimas, a maior parte internas.
Vasco
Cavalcante: Bonito poema. O autor aqui, pelo o que
entendi, se coloca no lugar da força, do anti-herói militar. O povo
representado pela garota que cruza os braços diante do opressor o desafia. Como
se a imagem representasse um devir do militar, um sonho, uma imagem que ele
carrega e que é a sua própria tortura. A negação, a revolta movida pelo
processo opressor, mesmo ínfimo e inofensivo, traz para ele o peso de um
morteiro. O próprio título do poema se refere a isso, “Caudilho”.
Título: resistência
(Bianca Velloso)
Afonso
Henriques Neto: Em termos formais, este poema não tem a
mesma qualidade do anterior. Contudo, o ponto positivo dele é ser direto,
doloroso, e apresentar uma imagem fortíssima: “pústula acesa” a exilar a
criança da própria infância. Em outra escolha difícil, vou ficar com este, por
considerá-lo mais adequado ao tema proposto.
Vasco
Cavalcante: Aqui o autor já coloca a imagem da foto
como representação do que era a ditadura militar em sua vida. Refere-se à
imagem como um significado pleno da ditadura, mas no texto volta-se para sua
história, suas memórias, sua própria dor. Também é um bonito poema, com belas
passagens: “a gente engolia ideais e vomitava escuridões”, ou ”levaram meus
pais / deixaram no meu peito / esta pústula acesa que carrego até hoje”.
Escolha
de Afonso Henriques Neto: “Resistência”, de Bianca Velloso
Escolha
de Vasco Cavalcante: “Resistência”, de Bianca Velloso
PLACAR
FINAL: Bianca Velloso 2 x 0 Nathan Sousa
CLASSIFICADOS: DANILO FERNANDES (1º) E NATHAN SOUSA (2º)
GRUPO
B
3º
RODADA
IMAGEM TEMÁTICA:
DUELO 01
Títulos:
“Nunca
mais”, de André Oviedo (SP)
X
“Não
reciclável”, de Hugo Costa (PB)
Título: Nunca mais (André
Oviedo)
Afonso
Henriques Neto: O poema é bom e busca, de uma maneira
sutil, se referir ao papel amassado em termos de “nunca mais”.
Vasco
Cavalcante: Gostei muito desse poema. Sucinto, ele
diz de forma direta e extremamente poética a representação da dor do amor
comparando-a à imagem de algo que foi descartado, como uma bola de papel
amassada da imagem de referência para concebê-lo. Mas diz de uma forma bem
contundente e visceral quando se lança contra as feridas deixadas em seu
coração em busca de uma saída para a dor, mesmo sabendo de tudo o que sofrerá
com esse ato de coragem diante do que nesse momento é praticamente incurável.
Título: Não Reciclável
(Hugo Costa)
Afonso
Henriques Neto: O poema está bem construído, com boas
imagens, e considero o mais adequado em termos da imagem proposta.
Vasco
Cavalcante: Faz uma pequena referência à imagem
proposta como tema, quando diz “que marcou de amor / todo um corpo, / amassou
sem perdão / toda a carta”. Utiliza algumas imagens já bem usadas em poemas de
outros autores, assim como a construção poética. Penso esse texto como uma
letra de música; parece que para ser grande, precisa de uma melodia que o
carregue.
Escolha de Afonso
Henriques Neto: “Não reciclável”, de Hugo Costa
Escolha
de Vasco Cavalcante: “Nunca mais”, de André Oviedo
PLACAR
FINAL: André Oviedo 1 x 1 Hugo Costa
DUELO 02
Títulos:
“Desdobramentos”,
de Dora Oliveira (MG)
X
“à
queima roupa”, de Herton Gomes (RJ)
Título: Desdobramentos
(Dora Oliveira)
Afonso
Henriques Neto: Este poema se apresenta com mais
adequação tendo em vista a imagem proposta.
Vasco
Cavalcante: O autor a meu ver utilizou bem a imagem
do tema com a história das viagens dos sonhos de infância, mas achei pouco
criativo em suas passagens, seguindo uma fórmula já muito usada nesse desenho
da memória quando retrata seus brinquedos que são registros vivos e lúdicos que
povoaram sua fase infantil e o transpasse para a idade adulta. O seu papel muda
de configuração e importância dentro do passar dos anos e sua lembrança aviva o
tempo de outrora, desconfigurando o homem que é hoje.
Título: à queima roupa
(Herton Gomes)
Afonso
Henriques Neto: O poema não consegue construir um enredo
suficientemente adequado à imagem proposta.
Vasco
Cavalcante: Bonito poema. Cheio de boas metáforas e
bem construído poeticamente. A imagem da bola de papel amassada se configura no
poema sem que ele precise citá-la, pode-se vê-la na leitura do próprio poema. E
finaliza bem. E o mais interessante é que vemos a bola de papel até mesmo
quando finaliza falando na ironia do poeta, dizendo que ”rimas são tiros à
queima roupa”, a bala é o poema escrito na folha de papel agora amassada e
dentro do alvo que a capta e a carrega para dentro de seu coração.
Escolha
de Afonso Henriques Neto: “Desdobramentos”, de Dora Oliveira
Escolha
de Vasco Cavalcante: “`à queima roupa”, de Herton Gomes
PLACAR
FINAL: Dora Oliveira 1 x 1 Herton Gomes
SITUAÇÃO FINAL DO GRUPO B:
CLASSIFICADOS: HUGO COSTA (1º) E HERTON GOMES (2º)
GRUPO
C
3º
RODADA
IMAGEM TEMÁTICA:
DUELO 01
Títulos:
“La
vie”, de Adalberto Carmo (SP)
X
“A
faixa (de segurança) beatle”, de Álvaro Barcellos (RS)
Título: La Vie (Adalberto Carmo)
Leila Míccolis: Interessante, principalmente pela
intertextualidade criativa com as músicas da banda, o que propicia um diálogo
repleto de referenciais e uma mixagem literária engenhosa. A técnica lembra o
frenético ritmo do rock psicodélico, além do contexto fragmentado e
multidimensional de uma época contracultural definida por Mautner como sendo a
do “pontilhismo eletrificado”.
Susana
Scramim: Legal o jogo de ambivalências no texto. Ponto fraco:
abuso da intertextualidade.
Título: A faixa (de segurança)
beatle (Álvaro Barcellos)
Leila
Míccolis: O poema versa
principalmente sobre a imagem apresentada, capa de um dos álbuns da banda,
portanto atende ao critério temático, e culmina com um belo final para um
quarteto que fez história no campo da música, viajando no som.
Susana
Scramim: Interessante sob o ponto de vista formal, mas não
acho que os Beatles sejam passíveis de serem comparados com os cavaleiros do
apocalipse.
Escolha de Leila Míccolis: “La vie”, de
Adalberto Carmo
Escolha
de Susana Scramim: “La vie”, de Adalberto Carmo
PLACAR
FINAL: Adalberto Carmo 2 x 0 Álvaro Barcellos
DUELO 02
Títulos:
“A
escolha”, de André Barbosa (CE)
X
“abbey
road”, de Bruno Baptista (RJ)
Título: A escolha
(André Barbosa)
Leila
Míccolis: Eis uma visão
contestatória do fanatismo dos beatlemaníacos
por parte de quem prefere os Rolling. Em matéria de
admiradores exaltados, a troca se faz apenas com relação aos ídolos, e não
quanto ao modo cego de admirá-los por parte da maioria dos fãs que os seguem.
No entanto, o final impressiona, porque sugere que a opção de um determinado
grupo em detrimento de outro envolve – mais do que uma simples preferência
musical – um caminho estético de ideários e arquétipos específicos.
Susana
Scramim: Tanto sob o ponto de vista formal, ritmo marcado,
imagens contundentes e plenas de sentido, quanto de posição crítica este poema
é muito bom.
Título: abbey road (Bruno
Baptista)
Leila
Míccolis: Já que o poema mencionou uma música dos Beatles,
gostaria dele ter girado mais em torno da pergunta do que da
trajetória/caminhada da banda: “Por quê
nós não fazemos isto na estrada?” O que seria esse “isto”, ainda mais
acompanhado da outra frase da letra, que é:
“Ninguém nos verá”. Talvez
fosse mais instigante indagar sobre uma possível relação de causalidade ou de
absurdez entre ambas.
Susana Scramim: Poema sem muito o que acrescentar,
parece uma descrição de um quadro por meio de elipses.
Escolha
de Leila Míccolis: “A escolha”, de André Barbosa
Escolha
de Susana Scramim: “A escolha”, de André Barbosa
PLACAR
FINAL: André Barbosa 2 x 0 Bruno Baptista
SITUAÇÃO FINAL DO GRUPO C:
GRUPO
D
3º
RODADA
IMAGEM TEMÁTICA:
DUELO 01
Títulos:
“Rio,
de janeiro”, de Simone Prado (RJ)
X
“Da
emotividade”, de Andressa Barrichello (PR)
Título: Rio, de
Janeiro (Simone Prado)
Leila
Míccolis: Gosto muito do
minimalismo, mas, aqui a técnica é exagerada, como que levada ao extremo. Inclusive
a palavra “plúmbea”, considerada erudita, destoa neste tipo de estética, que lida
com despojamento, simplicidade, e naturalidade de linguagem. As entrelinhas nos frustram um pouco,
dificultado a comunicação e o entendimento, no entanto, simultaneamente, também
abrem espaço para uma reflexão mais ampla do que vemos, sugerindo várias
interpretações.
Susana
Scramim: O minimalismo das imagens reduz a complexidade do
objeto. Com o título do poema, a elipse que se antepõe à mensagem da passagem
do tempo, abre-se uma promessa de verticalidade da reflexão, a qual não é
cumprida com a redução das possibilidades de abertura para os sentidos.
Título: Da emotividade
(Andressa Barrichello)
Leila
Míccolis: A ideia inicial (até nascente) tem tudo a ver com a
imagem oferecida e se bastaria, não precisava ir além; o desenvolvimento
posterior dilui sua força, até porque, como lágrima é um tema bastante
corriqueiro, exige um ponto de vista muito diferente para sobressair-se.
Susana Scramim: Poema demasiadamente sentimental.
Escolha
de Leila Míccolis: “Rio, de janeiro”, de Simone Prado
Escolha
de Susana Scramim: “Da emotividade”, de Andressa Barrichello
PLACAR
FINAL: Simone Prado 1 x 1 Andressa Barrichello
DUELO 02
Títulos:
“feliz
natal”, de Raimundo de Moraes (PE)
X
“Tudo
pode ser dito”, de Isadora Bellavinha (RJ)
Título: feliz natal
(Raimundo de Moraes)
Leila
Míccolis: Excelente o enfoque de um mundo desfocado, visto
através de uma festa que deveria incentivar a união e o amor, mas que, em
tempos da “Modernidade Líquida”, valoriza muito mais a troca de presentes
(mercadorias) do que as pessoas presentes (os seres humanos que participam
dela). Achei
fantástica a percepção das bolas coloridas de árvores de Natal; e esses enfeites
tão alegres e divertidos são mostrados através da visão de um mundo embaçado
pelo consumismo desenfreado, pela ostentação, pela “compra” de simulacros em
detrimento de sentimentos reais, como a alegria (“o cartão de crédito explode
em fogos de artifício”), pelo esvaziamento de símbolos, deixando ao final tanto
os falsos quanto o “verdadeiro” papai noel... frustrados e... furiosos.
Susana
Scramim: Interessante sob o ponto de vista crítico, porém,
formalmente ainda muito ingênuo, pois pensa a forma como figura, figura de
árvore de natal.
Título: Tudo permanece
por ser dito (Isadora Bellavinha)
Leila
Míccolis: Em literatura, no jogo de ambiguidades e
polissemias, ao escrever-se uma palavra nós a cristalizamos, perdendo-se vários
de seus significados, intenções e dimensões múltiplas; e o que nos escapa
embaça nossa visão. É um poema bem elaborado diante de temática teórica tão
complexa. No entanto, não sinto grandes aproximações com o que vejo na foto.
Susana
Scramim: Bom poema, mas falta-lhe acercar-se mais ao
propósito do poema refletir sobre o dizer da poesia.
Escolha
de Leila Míccolis: “feliz natal”, de Raimundo de Moraes
Escolha
de Susana Scramim: “Tudo pode ser dito”, de Isadora Bellavinha
PLACAR
FINAL: Raimundo de Moraes 1 x 1 Isadora Bellavinha
SITUAÇÃO FINAL DO GRUPO D:
CLASSIFICADOS: SIMONE PRADO (1º) E RAIMUNDO DE MORAES (2º)
GRUPO
E
3º
RODADA
IMAGEM TEMÁTICA:
DUELO 01
Títulos:
“Enredo”,
de Ricardo Thadeu (BA)
X
“Enverdecer”,
de Marília Lima (SP)
Título: Enredo (Ricardo
Thadeu)
Geraldo
Lima: Trata-se de um bom poema que nos revela, num ritmo
quase à maneira de um João Cabral, essa visão do ser fragmentado, ou que se
divide em outros tantos. Mas, frente ao
outro poema, perde na expressão da magia que nos remete à infância, como os
balões sugerem. Diria que, de todas as escolhas, esta foi a mais difícil, já
que os dois autores ou autoras demonstram grande sensibilidade e domínio das
técnicas de compor poemas. São, de fato, poetas.
Marcos Bassini: Usa rimas, mas sem se tornar refém delas; escapole e faz um poema reflexivo e sensível.
Marcos Bassini: Usa rimas, mas sem se tornar refém delas; escapole e faz um poema reflexivo e sensível.
Título: Enverdecer
(Marília Lima)
Geraldo
Lima: O autor ou autora consegue traduzir, de modo
bastante poético, o sentimento de infância que a imagem dos balões sugere. Abre
o poema com uma belíssima imagem poética e o encerra com outra não menos bela.
O olhar da criança ( ou do eu lírico) salta de dentro do poema e se apodera dos
balões, dando asas à imaginação e ao lirismo. Somos, desse modo, transportados
por ele até as nuvens pela força de uma expressão poética de grande
sensibilidade.
Marcos Bassini: Acho espetaculares as imagens que esse poema transmite, só não gosto do que remete a poemas antigos: "gris", "rindo-me".
Escolha
de Geraldo Lima: “Enverdecer”, de Marília Lima
Escolha de Marcos Bassini: “Enredo”, de Ricardo Thadeu
PLACAR FINAL: Ricardo Thadeu 1 x 1 Marília Lima
Escolha de Marcos Bassini: “Enredo”, de Ricardo Thadeu
PLACAR FINAL: Ricardo Thadeu 1 x 1 Marília Lima
DUELO 02
Títulos:
“Travessia
de cores”, de Gerci Oliveira (RS)
X
“Traços”,
de Luiz Otávio Oliani (RJ)
Título: Travessia de
cores (Gerci Oliveira)
Geraldo
Lima: Faltou ao poema um pouco mais de leveza na expressão
de uma imagem que nos remete à infância.
Não há um sentido de unidade na abordagem do mesmo tema, como era de se
esperar neste caso. O ritmo não nos envolve nem nos transporta para o momento
de magia que a figura dos balões sugere.
Marcos
Bassini: É um bom poema, mas deveria se livrar de alguns
chavões como "envolta na esperança”.
Título: Traços (Luiz
Otávio Oliani)
Geraldo
Lima: A força desse belo poema está em nos apresentar o
sentido da transitoriedade da vida, ou das suas fases, através de uma metonímia
impactante: as casas em lugar de seus habitantes. Casas repletas de memória e
lirismo. São elas que expressam, de modo pujante, esse sentimento profundo
sobre a finitude da vida, da brevidade do momento. Ao final do poema, no
entanto, o eu lírico nos mostra que ainda há um consolo: a memória dos belos
momentos, como este da passagem dos balões, é que nos permite suportar a visão
dessa efemeridade da existência.
Marcos
Bassini: Boa reflexão sobre o tempo e a sabedoria de encarar
sua passagem.
Escolha
de Geraldo Lima: “Traços”, de Luiz Otávio Oliani
Escolha
de Marcos Bassini: “Traços”, de Luiz Otávio Oliani
PLACAR
FINAL: Luiz Otávio Oliani 2 x 0 Gerci Oliveira
SITUAÇÃO FINAL DO GRUPO E:
CLASSIFICADOS DO GRUPO E: MARÍLIA LIMA (1º) E RICARDO THADEU (2º)
GRUPO
F
3º
RODADA
IMAGEM TEMÁTICA:
DUELO 01
Títulos:
“Rapina”,
de Maria Amélia Elói (DF)
X
“À
espreita”, de Desirée Jung (Vancouver, Canadá)
Título: Rapina (Maria Amélia Elói)
Geraldo
Lima: Embora tenha ficado meio retórico na terceira
estrofe, explicativo demais, o poema se aproxima bastante da visão de dor e
abandono que a imagem da criança espreitada pelo abutre nos transmite. Gostei
da ideia do diálogo de mão única, em que a criança parece se safar da rapinagem
pelo silêncio. Embora um pouco irônico ao final, ao destacar o caráter virtual
da realidade poetizada, o poeta reveste essa criança desamparada de uma força
impressionante, capaz de fazê-la resistir à sedução do inimigo. O sentimento de
humanidade que o poema nos comunica é sua força maior.
Marcos Bassini:
Guimarães Rosa e Manoel de Barros deixam armadilhas pelo caminho... Qualquer
poema que usa palavras inventadas fica parecendo deles.
Título: À espreita
(Desirée Jung)
Geraldo
Lima: O poema se afasta muito da imagem temática proposta.
Apresenta-se muito palavroso, sem riqueza de imagens e atado a um ritmo que não
seduz o leitor.
Marcos
Bassini: Excelente poema, com ritmo, sem contar sílabas, e
um efeito, sem que a gente perceba o que o causa.
Escolha
de Geraldo Lima: “Rapina”, de Maria Amélia Elói
Escolha
de Marcos Bassini: “À espreita”, de Desirée Jung
PLACAR
FINAL: Desirée Jung 1 x 1 Maria Amélia Elói
DUELO 02
Títulos:
“Clarão”,
de Francisco Carvalho (MA)
X
“asas
famintas”, de André Kondo (SP)
Título: Clarão
(Francisco Carvalho)
Geraldo
Lima: Faltou ao poeta aproximar mais o leitor da cena
proposta. Desse modo, a sua abordagem comove menos que a do poema com o qual
rivaliza. Não se trata só de narrar o que se vê na fotografia, mas de
traduzi-lo, em imagens, com força expressiva e poética.
Marcos
Bassini: Alterna ritmos como um improviso de jazz, sem se
esquecer do tema principal.
Título: asas famintas
(André Kondo)
Geraldo
Lima: O poeta ou a poeta, com imagens contundentes, nos
faz sentir fundo essa tragédia que se avizinha da criança. E contextualiza a
cena, dando-nos a real dimensão do drama humano que assola o continente
africano. Achei de grande força expressiva esta imagem: “ a morte também tem
fome/e se sacia de outra fome.” E quem não se comove com versos como estes? “a
criança busca/no seio da terra/o leite de alguma mãe/inexistente”. A temática
de cunho social foi abordada com grande sensibilidade neste poema.
Marcos
Bassini: Um poema que causa emoção e consegue instigar a
reflexão que pretende buscar. Mas “Clarão” ainda é um melhor poema.
Escolha
de Geraldo Lima: “asas famintas”, de André Kondo
Escolha
de Marcos Bassini: “Clarão”, de Francisco Carvalho
PLACAR
FINAL: André Kondo 1 x 1 Francisco Carvalho
SITUAÇÃO FINAL DO GRUPO F:
CLASSIFICADOS: DESIRÉE JUNG (1º) E FRANCISCO CARVALHO (2º)
GRUPO G
3º
RODADA
IMAGEM TEMÁTICA:
DUELO 01
Títulos:
“descerteza”,
de Danielle Takase (SP)
X
“Quotidiano”,
de Georgio Rios (BA)
Susanna
Busato: Muito bons os recursos formais utilizados para construir a imagem
do cotidiano, da rotina; a “teresa” está contida no título “descerteza”, como
uma paranomásia; “teresa” contém em si a “descERTEZA”.
Luís
Henrique Pellanda: Já no começo, uma ótima imagem, a “Teresa
antes dos galos”, estimula a leitura. Apesar de não ser exatamente original, a
ideia de usar o verso em prosa para retratar o real, o “prosaico”, e o verso
livre para registrar o devaneio, o sonho, o resgate de velhos desejos, funciona
bem. Curiosamente, os melhores achados estão nas partes em prosa. Pouco antes
do fim, uma facilidade excessiva nos versos “ontem hoje amanhã/ agora” e uma
construção forçada como “teresa tédio médio, acre/ medíocre da raiz às pontas”
me atrapalharam, e quase puseram tudo a perder. Gosto do final, “teresa
desencontrada/ em busca de alguma coisa”, embora a noção de cotidiano me remeta
mais às esperas do que às buscas.
Título: Quotidiano (Georgio
Rios)
Susanna
Busato: O poema
parece buscar um cenário abstrato da memória na pontuação da paisagem anímica.
Sugiro que se pense a escolha vocabular e que se evitem os gerúndios e palavras
como “perscrutando”, por exemplo, a qual soa muito “prosa” e não tem a
sonoridade aproveitada para criar, com outras palavras, alguma zona de sentido.
Luís
Henrique Pellanda: Gosto bastante da “flora secreta que
habita as cortinas”. Também acho que esse poema “interpretou” melhor a imagem
proposta, se concentrando sobre o velho telefone, a espera da personagem por
algum chamado, não esquecendo, por exemplo, o tentador pássaro na parede. De
minha parte, aliás, tenho outra impressão sobre a foto (e que nem se ajusta ao
seu título, “Cotidiano”): penso que a mulher, ali, já recebeu um chamado, uma
notícia qualquer, e que agora aguarda, paralisada, por algo que dê um fim
àquela estagnação. Quanto ao poema, seu final, infelizmente, prejudicou minha
leitura. Eu o achei um pouco confuso. Não entendi muito o sentido da conclusão,
e há um problema com a vírgula no penúltimo verso: “as valsas do tempo,/
decomposição, que repartida/ na tarde, se dissipa”. Melhor seria “as valsas do
tempo,/ decomposição que, repartida/ na tarde, se dissipa”.
Escolha
de Suanna Busato: “descerteza”, de Danielle Takase
Escolha
de Luís Henrique Pellanda: “descerteza”, de Danielle Takase
PLACAR
FINAL: Danielle Takase 2 x 0 Georgio Rios
DUELO 02
Títulos:
“Natureza
morta”, de Cinthia Kriemler (DF)
X
“Espera”,
de Marcelo Asth (RJ)
Título: Natureza morta (Cinthia
Kriemler)
Susanna
Busato: Há um desejo de experimentar a sintaxe, em termos de
um uso singular dos sinais e da pontuação. Não se percebe a necessidade desses
recursos, pois não interferem tanto na construção do sentido. O deslocamento
dos dois pontos e a vírgula após o travessão não me parecem construir um
diálogo com as palavras de modo a criar um sentido, assim como acontece com as
chaves e os parêntesis que se alternam sem uma razão aparente. O uso abusivo de
recursos como esse pode resultar em ruído e pouco favorecer a construção de
sentido.
Luís
Henrique Pellanda: É um poema pretensioso, o que não
necessariamente significa algo negativo. Mas, ao ler e reler os versos, tive
uma impressão de improviso e, às vezes, de falta de estrutura, de plano.
Algumas imagens me pareceram quase incompreensíveis, mas aí pode ser falha
minha ou a própria intenção do poeta, não sei. Dois exemplos: “medos-inquilinos
foram/ subornados por girassóis/ de plástico” e os “eus-demônios (...) comem
minhas carnes/ internas com pauzinhos japoneses/ usados”. Não gosto também de
achados como “garrafa de licor alcoólatra”, e não entendi a função de tantos
sinais gráficos. Já as citações aos poetas malditos — Bukowski, Leminski, Hilst
e Rimbaud — soaram estranhas dentro do tema (quero dizer que a personagem não
me parece ser leitora desse tipo de poesia). A principal qualidade desse
trabalho, no entanto, é a sua vontade de se arriscar, e considero isso louvável
— desde que, com o tempo, se apure.
Título: Espera (Marcelo Asth)
Susanna
Busato: Este
poema procura as rimas. Não segue, entretanto, uma regularidade. Há momentos um
pouco infelizes: “Estar contigo em mente” (em voz alta soa ruim); “Depois de
seus olhos – pudera! - / Desfolho os roteiros da gente” (rima forçada em
“olhos” que não leva a sentido algum). Apesar das observações, “Espera” tem uma
performance melhor.
Luís
Henrique Pellanda: Um poema correto, bom de ler, em termos
de ritmo e musicalidade, com um ou outro engate no caminho. Mas peca pela
ingenuidade da forma, principalmente nas rimas e nas aliterações, meio
forçadas, pouco originais: “Vontades, massivas, missivas/ furtivas, festivas,
festeiras”; “No extático estático estado”; “Em cenas pruma primavera/ ornada de
flores carentes”. Em certo ponto, para rimar com a primavera acima, o uso da
expressão “— pudera! —”, entre travessões, dá ao texto uma entonação arcaizante
que faz com que o poema pareça pertencer a outra época.
Escolha
de Susanna Busato: “Espera”, de Marcelo Asth
Escolha
de Luís Henrique Pellanda: “Natureza morta”, de Cinthia Kriemler
PLACAR
FINAL: Cinthia Kriemler 1 x1 Marcelo Asth
SITUAÇÃO FINAL DO GRUPO G:
CLASSIFICADOS: CINTHIA KRIEMLER (1º) E DANIELLE TAKASE (2º)
GRUPO H
3º
RODADA
IMAGEM TEMÁTICA:
DUELO 01
Títulos:
“Xeque-mate”,
de Francisco Ferreira (MG)
X
“Avant-garde
(ou uma
legenda para Capa de um álbum de guerra)”, de Jorge Augusto Silva (BA)
Título: Xeque Mate (Francisco
Ferreira)
Susanna
Busato: O poema necessitaria ser mais trabalhado. A imagem de “Excalibur”
não encontra referência no que vem em seguida no poema, tampouco na imagem da
“Fênix” que a antecede. Há uma vírgula separando sujeito do verbo; não se
percebe um efeito de sentido nesse desvio da regra.
Luís
Henrique Pellanda: A imagem do poeta como uma Excalibur
embainhada na pedra é excelente, e podia ter se desenvolvido de alguma maneira.
Mas a expectativa não se cumpre, e o poema termina meio solto, hermético
demais, enigmático demais. A referência à fênix, por exemplo, é outra coisa que
não se conclui, que não fecha. No final, o “destino” em caixa alta,
destacando-se da palavra “preDESTINOu”, é um recurso desnecessário. E há que se
tomar um cuidado ali com o título, em que está faltando o hífen.
Título: Avant-garde
(ou uma legenda para Capa de
um álbum de guerra) (Jorge Augusto Silva)
Susanna
Busato: Este poema procura construir a imagem do duplo, tendo como
referência o jogo de xadrez, que se amplia como imagem no embate entre o
soldado e a guerra. As duas primeiras partes trabalham bem a forma sonora e o
ritmo. A parte terceira, no entanto, não é tão feliz nesse trabalho e
necessitaria ser repensada enquanto forma.
Luís
Henrique Pellanda: Poema bem resolvido, e até elegante, que
trabalha com acerto e alguma beleza sombria o tema da foto de Capa. Os
paralelos óbvios entre vida e jogo, morte e derrota, xadrez e guerra, são
contornados com boas soluções, como o “caminhar para o abismo” sendo “o exercício
do soldado quando se move no tabuleiro”; ou a referência à “batalha que se
trava/ entre o soldado e o nada”; e principalmente os ótimos versos finais,
“(...) o que está em jogo/ é preencher o vazio a socos”. Eu teria escondido um
pouco os “fios” do texto, a maquinaria por trás dele, as citações diretas a
metáforas e metonímias, ou aos signos e à semiose. Mas é questão de opção, e
não compromete o resultado. De negativo, o subtítulo.
Escolha
de Susanna Busato: “Avant-garde”, de
Jorge Augusto Silva
Escolha
de Luís Henrique Pellanda: “Avant-garde”, de Jorge Augusto Silva
PLACAR
FINAL: Jorge Augusto Silva 2 x 0 Francisco Ferreira
DUELO 02
Títulos:
“Engatilhados”,
de Natasha Félix (SP)
X
“Especular”,
de Thiago Carvalho (RJ)
Título: Engatilhados (Natasha
Félix)
Susanna
Busato: O poema impacta logo no início com uma rima toante e com o ritmo
que acentua o valor das palavras e das imagens, e leva a leitura avante.
Interessante e feliz o uso da palavra “Capa”, grafada em letra maiúscula como
um símbolo que se mistura ao nome do fotógrafo, personagem aludido nos versos
seguintes.
Luís
Henrique Pellanda: O começo é bastante bom, promissor: “as
trincheiras não marcam territórios”. A ideia da trincheira como um corte na
terra, um golpe que a fere e ofende a humanidade, é ótima. Na segunda estrofe,
porém, os “corações furados de bala” e os “dentes” que “rangem pecados”, me
pareceram excessivamente sentimentais, dramáticos, e até moralistas. A partir
daí a leitura, para mim, ficou um pouco comprometida por essa sensação, que se
repetiu em versos como “marcas sepultadas em sacos fechados/ de um mundo sem
eco. /de um mundo sem nada”.
Título: Especular (Thiago
Carvalho)
Susanna
Busato: Poema “redondo” em termos de métrica e rima. Bem acabado.
Luís
Henrique Pellanda: A simplicidade, aqui, funciona. Não há
muito que apontar, o poema se resolve rapidamente. São eficientes as menções ao
olhar dos soldados, que atravessa a foto de margem a margem, e à coincidência
entre o preto e o branco do xadrez e os da fotografia de Capa. Espelho e duplo,
aliados e rivais, está tudo ali, boa concisão.
Escolha de Susanna Busato: “Engatilhados”, de Natasha Félix
Escolha
de Luís Henrique Pellanda: “Especular”, de Thiago Carvalho
PLACAR
FINAL: Natasha Félix 1 x 1 Thiago Carvalho
CLASSIFICADOS: JORGE AUGUSTO SILVA (1º) E THIAGO CARVALHO (2º)
CURIOSIDADES
-
Todos os participantes que retornaram à disputa após a desistência de alguns
poetas ficaram na liderança de seus grupos: Danilo Fernandes no GRUPO A;
Adalberto Carmo no GRUPO C e Marília Lima no GRUPO E. Ricardo Thadeu ficou em
segundo lugar no GRUPO E, com o mesmo número de pontos que Marília Lima.
-
Gerci Oliveira foi a única participante que não pontuou na fase de grupos.
-
Os poetas que mais pontuaram na fase de grupos foram: Jorge Augusto Silva, da
Bahia (GRUPO H); Marília Lima (de São Paulo) e Ricardo Thadeu (da Bahia), ambos
do GRUPO E.
-
Dos que foram cabeças-de-chave, somente dois poetas se classificaram: Nathan
Sousa (GRUPO A) e Álvaro Barcellos (GRUPO C).
-
O poeta Thiago Carvalho, do GRUPO H, se classificou com 3 empates.
-
Nenhum poeta de Minas Gerais se classificou; já o Nordeste
continua em peso na disputa: Hugo Costa (PB), Nathan Sousa (PI), Raimundo de
Moraes (PE), Francisco Carvalho (MA), Ricardo Thadeu (BA), Jorge Augusto Silva
(BA).
GRANDE SURPRESA
Chegou a hora, aliás, já passou da
hora, né, gente?
NÃO TEM NINGUÉM “MORTO”
NO CONCURSO.
Os 16 desclassificados na fase de
grupos ganham a chance de uma
REPESCAGEM.
Sim, é isso mesmo que vocês leram!
Dos 16, 04 poetas irão retornar à
disputa, a todo vapor!
A organização chegou a essa
conclusão devido o alto nível qualitativo que foi atingido nesta fase de grupos
e para tentar reparar, de certa forma, a eliminação precoce de alguns poetas na
segunda rodada da fase de grupos, sem que isso tenha sido alertado que isso
poderia ocorrer.
Prestem bem atenção, o esquema será
o seguinte:
OS 16 SE ENFRENTARÃO E SERÃO
JULGADOS POR 3 JURADOS. LEMBRAM DAQUELE RANKING DA SEGUNDA ETAPA? POIS ENTÃO,
SERÁ ASSIM: PONTO A PONTO, DÉCIMO A DÉCIMO. OS QUATRO
PRIMEIROS AVANÇAM DIRETO PARA AS SEXTAS DE FINAL (QUE ERAM QUARTAS).
EM CASO DE EMPATE NO RANKING DA
REPESCAGEM, OS CRITÉRIOS SERÃO:
1º PONTOS ADQUIRIDOS
NA FASE DE GRUPOS
2º PONTOS ADQUIRIDOS
COM O HAICAI
3º POSIÇÃO NO RANKING
DA SEGUNDA ETAPA
O 1º LUGAR ENFRENTARÁ O 4º LUGAR
NAS SEXTAS DE FINAL.
O 2º LUGAR ENFRENTARÁ O 3º LUGAR
NAS SEXTAS DE FINAL
Será uma disputa e tanto! Afinal,
grandes poetas são esses 16 que não avançaram para as oitavas. Esta repescagem
será uma espécie de oitavas de final mais difícil para esses poetas.
Os poemas deverão seguir a mesma
temática e o mesmo prazo estabelecido para os classificados na fase de grupos.
Ou seja:
TEMA: “MULHERES DE CHICO”
PRAZO: ATÉ DOMINGO, ÀS 20
HORAS
Vejam, agora, como ficaram os
confrontos das oitavas de final como será a perspectiva das próximas fases de
mata-mata:
*o repescado que consta na semifinal será da fase do terceto final. Na ocasião, será devidamente explicado quais serão os critérios necessários para ser repescado, com antecedência.
BOA SORTE A TODOS!
AUTORES S/A
6 comentários:
Um show! Algo de primeira linha, grandeza! jurados punks que dão outro show a parte! super recomendo esse blog!!! Parabéns a todos!
Como não sou " repescada", posso dizer. O sistema de pontuação em rodada de três foi bom, mas o fato de serem dois jurados, não, o que acabou deixando muita gente boa de fora. Por pontos, não por mérito ou demérito. A repescagem vem corrigir um pouco isso. Acho que foi legal fazer isso, Lohan!
Liga não, Lohan! Isso é coisa de poeta que está se dando bem no concurso e é extremamente competitivo, sabe que nesse time que teoricamente ficaria de fora tem muita gente boa! Super válida sua atitude, desejo sorte a todos!
Este concurso é muito interessante, talvez o melhor concurso virtual dos quais participei. estou contente com a repescagem, embora saiba que meus concorrentes estão melhor pontuados, mas amo escrever, brincar, trocar. Todos nós estamos de parabéns. Obrigada Lohan
Boa noite trupe poética.
Entrei na repescagem e estou muito satisfeito, e caso não houvesse a mesma também continuaria satisfeito. Não acho que altere alguma coisa no final e/ou que algum poeta se sentiu ameaçado de perder o concurso. Quem confia no próprio taco participa sem medo, e sabe que ganhando ou perdendo o que vale/valeu foi a experiência. No fundo, no fundo quem sobrevive é o talento, dentro ou fora de concursos.
Amplexos,
André Anlub
vou me esforçar e dar o melhor que puder, embora ache bem difícil poetar inspirada na poética do Chico. tenho vontade de só ficar escutando as as composições. vale o desafio
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