Boa tarde, amigos!
Hoje
é dia de resultados no Autores S/A! Segunda rodada emocionante dessa fase de
grupos. Será que tem reviravolta? Será que os grupos se manterão equilibrados?
Será que já teremos eliminações nesta segunda rodada (pelos cálculos dos
pontos)?
Primeiramente,
serão apresentados todos os oito jurados que compuseram a banca nesta rodada.
Fica aqui registrado o profundo agradecimento a todos eles que, em pouco tempo,
julgaram com olhar generoso todos os poemas.
Aguentem
firme e até o fim do dia de hoje, quinta-feira, saberemos todos os placares
finais.
NOVIDADE
NA PREMIAÇÃO FINAL
Novidade
para gran finale, meus amigos!
O
conceituado site literário “Musa Rara” irá publicar um poema de cada finalista
do III Concurso de Poesia Autores S/A! Os dois poemas publicados serão os
mesmos produzidos para a grande final, e, assim, essa final ganhará ainda mais
visibilidade e importância!
Agradeço
ao administrador do site, Edson Cruz, por conceder tão boa oportunidade aos
poetas do certame.
Agora,
vamos nós!
APRESENTAÇÃO
DOS JURADOS
GRUPOS A e B:
Ricardo
Lísias e Ana Peluso
Ricardo
Lísias nasceu em 1975, em São Paulo. É formado em Letras
pela Unicamp, onde fez também um mestrado em Teoria Literária. Concluiu um
doutorado em Literatura Brasileira, na USP. Publicou, em 1999, o romance “Cobertor
de estrelas”. Seu segundo romance, “Duas praças”, foi publicado em 2005 e
ficou em terceiro lugar no Prêmio Portugal Telecom de Literatura Brasileira de
2006. Em 2007, publicou a reunião de contos “Anna O e outras novelas”,
finalista do Prêmio Jabuti de 2008. No ano seguinte, 2009, publicou o
romance “O livro dos mandarins”, finalista do Prêmio São Paulo de
2010. “O céu dos suicidas” recebeu o Prêmio APCA de melhor romance publicado
em 2012. Em 2013, publicou o romance “Divórcio”. Em 2011, foi escolhido
para integrar a edição da revista Granta, em português, com os Melhores
jovens escritores brasileiros. Também tem textos publicados na
revista Piauí.
Ana Peluso,
1966, escritora, poeta, web designer, lançou recentemente o livro “70
Poemas”, que integra a Coleção Patuscada da Editora Patuá, premiada com o ProAC
- Programa de Ação Cultural da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo.
Participou também da antologia “deZamores”, pela Editora Escrituras,
em 2003, resultado do encontro de alunos de diferentes oficinas literárias
virtuais do SESC SP, sob orientação do escritor João Silvério Trevisan. Também
participa de diversas antologias do grupo “Anjos de Prata”, “Poetrix”,
e, recentemente do “TOC140”. Em 2007, participou da antologia de
minicontos “MOSCAS”, em homenagem ao escritor guatemalteco Augusto
Monterroso, com publicação da Edições Dulcinéia Catadora, resultado da oficina
literária do escritor Marcelino Freire no Centro Cultural Barco. Participa da
antologia “É que os Hussardos chegam hoje”, também pela Editora
Patuá, 2014, e de “Hiperconexões : Realidades Expandidas, primeira
antologia poética sobre o pós-humano”, com organização do escritor Luiz Bras,
pela Editora Terracota, 2014. Possui publicações nas
revistas Coyote e Ciência e Cultura (UNICAMP), e no extinto
jornal O Pasquim. Também possui publicações nas revistas eletrônicas
Germina Literatura, Releituras, Cronópios, Musa Rara, Lazanha, Diversos Afins,
Fora de Mim, etc. Bloga no: http://anapeluso.tumblr.com
GRUPOS C e D:
Claudio
Willer e Edson Cruz
Claudio
Willer (São Paulo, 1940) é poeta, ensaísta e
tradutor, ligado à criação literária mais rebelde, ao surrealismo e geração beat. Publicações recentes: “Manifestos”,
1964-2010, (Azougue, 2013), “Um obscuro encanto: gnose, gnosticismo e
poesia” (Civilização Brasileira, 2010); “Geração Beat” (L&PM
Pocket, 2009); “Estranhas experiências” (Lamparina, 2004). Prepara-se
para lançar “Rebeldes: Geração Beat e anarquismo místico” (L&PM).
Traduziu Lautréamont, Ginsberg, Kerouac e Artaud. Publicado em antologias e
periódicos no Brasil e em outros países. É um dos únicos poetas brasileiros a
receber menção do periódico francês La Bréche - Actión Surrealisté, dirigido
por André Breton. Graduado em Psicologia (USP) e Ciências Sociais e Políticas
pela FESP/SP. Doutor em Letras na USP, onde fez pós-doutorado. Também deu
cursos, palestras e coordenou oficinas em uma diversidade de instituições
culturais. Mais em: http://claudiowiller.wordpress.com/about
Edson
Cruz
é de Ilhéus, Bahia. Autor do livro de
poemas “Ilhéu”, é poeta, editor e
coordenador de Oficinas Literárias. Graduado em Letras pela USP, estudou Música
e Psicologia. Fundador e editor do site de literatura Cronópios (até
meados de 2009) e da revista literária Mnemozine. Este é seu terceiro
livro de poemas. Antes, lançou “Sortilégio” (poesia), em 2007, pelo
selo Demônio Negro; como organizador, “O que é poesia?”,
pela Confraria do Vento/Calibán; em 2010, uma adaptação do épico
indiano, “Mahâbhârata”, pela Paulinas Editora. Em 2011, foi
contemplado com Bolsa de Criação da Petrobras Cultural com o livro “Sambaqui”,
pela Crisálida Editora. É editor do site de Literatura e
Adjacências, MUSA RARA (www.musarara.com.br) e do selo MUSA
RARA, em parceria com a Terracota Editora. É curador e mediador do ciclo
de diálogos O que é a Poesia?, organizado pela Casa das Rosas. Blog: http://sambaquis.blogspot.com
GRUPOS E e F:
Julián
Fuks e David Cohen
Julián
Fuks
é escritor e crítico literário. É autor de “Procura do romance” (Record, 2011)
e “Histórias de literatura e cegueira” (Record, 2007), ambos finalistas dos
prêmios Jabuti e Portugal Telecom. É mestre em literatura hispano-americana, e
doutorando em Teoria Literária pela USP. Em 2012, foi eleito pela revista
Granta um dos vinte “melhores jovens escritores brasileiros”.
David
Cohen é poeta e advogado. Alguns de seus poemas já foram
publicados em periódicos e antologias literárias, como a “10 vezes Literatura”
(Litteris Editora, 1999) e “Poemas Cariocas 2012” (Ibis Libris, 2012). Em 2013,
publicou seu primeiro livro de poemas, “Olho Nu”, pela Editora Verve e, ainda
em 2014, lançará seu segundo livro, “Poemas que desisti de rasgar”, pela
Editora 5W. Desde 2013 coordena o sarau “Da Boca Para Fora”, na Casa da Leitura
(PROLER).
GRUPOS G e H:
Paula
Fábrio e Chico Lopes
Paula Fábrio nasceu em 1970 na cidade de São Paulo. Formada em Comunicação pela Faap, atuou como redatora até 2005, quando abriu a Rato, uma das últimas livrarias de rua com perfil independente na cidade. Após sua experiência como livreira, foi convidada a gerenciar o acervo da Biblioteca de São Paulo e teve seu primeiro romance publicado: “Desnorteio” [Ed. Patuá] - Vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura 2013, como Melhor Livro do Ano categoria estreante + 40 anos. Atualmente, a autora faz mestrado em Letras na USP e seu próximo livro, “Ponto de fuga”, foi premiado pelo ProAC - Programa de Ação Cultural da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, sairá em 2015 pela Foz Editora.
Chico
Lopes (Francisco Carlos Lopes) nasceu em Novo
Horizonte em 1952, São Paulo, e, durante a juventude, dedicou-se à pintura e ao
jornalismo, só publicando seu primeiro livro de contos, em caráter nacional, em
2000, na cidade de Poços de Caldas, pelo Inst.Moreira Salles/São Paulo, quando
já contava 48 anos. O livro, "Nó de sombras", foi seguido por
"Dobras da noite" (contos, IMS/SP, 2004) e "Hóspedes do
vento" (Nankin Editorial/SP, 2010). A seguir, em 2011, publicou o romance
"O estranho no corredor", pela editora 34/SP, e com ele foi finalista
do Prêmio São Paulo 2012, tendo recebido por ele um Jabuti na categoria romance
em 2012. Seus outros livros consecutivos foram "A herança e a
procura" (memórias, ed. Ler/BSB, 2012), "Caderno provinciano"
(poesia, ed.Patuá/SP, 2013) e "Na sala escura" (ensaios, ed.
Penalux/Guarantinguetá, SP, 2014). Seu livro de poesia, "Caderno
provinciano", foi semifinalista do prêmio Portugal/Telecom, neste
2014.
Chico Lopes também é tradutor de ficção
em Inglês, com 25 trabalhos realizados para editoras como Rocco, Geração, Faro
e Ediouro.
AVALIAÇÃO DOS JURADOS
GRUPO
A
2º
RODADA
TEMA:
“ESPELHO”
DUELO 01
Títulos:
“Degelo
de olhos” (Nathan Sousa)
X
“Eco”
(Jacqueline Salgado)
Título: Degelo de olhos (Nathan Sousa)
Ricardo
Lísias: Achei o poema forte e comovente, com imagens bem
resolvidas. A leitura flui bem e as imagens amplificam o efeito. De fato, a
cegueira aqui fica por bastante tempo na cabeça do leitor.
Ana Peluso: Poema
bem realizado do início ao fim, com imagens fortes, pausas e silêncios
importantes. O título aparece como a síntese do poema.
Título: Eco (Jacqueline Salgado)
Ricardo
Lísias: Compreendo a tentativa formal de utilizar vocábulos
que fizessem ecos para amplificar o efeito do poema. Acho que em alguns momentos
o recurso deu certo, mas em outros a leitura acabou prejudicada, como o último
verso, com excesso de fonemas sibilantes. Também acho que o “silêncio”
latejante que aparece no meio do poema acabou formalmente pouco representado.
Ana
Peluso: Trata-se de um poema de diálogo interno, o que
sugere um espelho psicológico, mas ainda que a palavra espelho apareça no
último verso, não cumpre a proposta fielmente. Quando o poeta utiliza o
vocábulo “despalavras” deixa mais claro um silêncio interno do que o reflexo
que poderia emanar de uma imagem melhor colocada, apesar da palavra “eco”
sugerir uma resposta imagética no que diz respeito a um espelho.
Escolha
de Ricardo Lísias: “Degelo de olhos”, de Nathan Sousa
Escolha de Ana Peluso: “Degelo
de olhos”, de Nathan Sousa
PLACAR FINAL: Nathan
Sousa 2 x 0 Jacqueline Salgado
DUELO 02
Títulos:
“jogo
de um só espelho” (Bianca Velloso)
X
“A
carnadura dos reflexos da memória” (Danilo Fernandes)
Título: jogo de um só
espelho (Bianca Velloso)
Ricardo
Lísias: Formalmente, não compreendi muito bem o poema, pois
não encontrei a figura do espelho nem na sonoridade e nem na disposição dos
versos. Com isso, talvez houvesse uma tentativa de dissolução da figura do
espelho, mas só a encontrei muito vagamente.
Ana
Peluso: Poema bem realizado, no entanto, apesar de citar a
palavra espelho nas três estrofes, foge ao tema, podendo ser lido independente
do mesmo.
Título: A carnadura dos
reflexos da memória (Danilo Fernandes)
Ricardo
Lísias: O poema é pesado e quase anti-lírico. A história
pessoal se entrelaça à História para deixar ambas carcomidas pelo tempo
destruidor. Não gostei apenas de algumas construções grandiloquentes. Também
achei o título péssimo.
Ana
Peluso: Poema que utiliza de recurso narrativo muito bem
colocado diante do tema. O autor não se preocupa em explicar o espelho, ou
mesmo fazer alusões excessivas ao mesmo. O tema fica nítido com o desenrolar da
narrativa, na qual ele se vê caminhando através do tempo. O título, no entanto,
é bastante explicativo, o que é desnecessário.
Escolha
de Ricardo Lísias: “A carnadura dos reflexos da memória”, de Danilo Fernandes.
Escolha
de Ana Peluso: “A carnadura dos reflexos da memória”, de Danilo Fernandes
PLACAR
FINAL: Danilo Fernandes 2 x 0 Bianca Velloso
Situação do grupo A:
GRUPO
B
2º
RODADA
TEMA:
“ESPELHO”
DUELO 01
Títulos:
“defronte”
(André Oviedo)
X
“Coleção”
(Dora Oliveira)
Título: defronte (André
Oviedo)
Ricardo
Lísias: Não consegui achar um grande valor no poema: sem
imagens e nem trabalho sonoro, ele cria apenas uma questão para solucioná-la de
maneira fácil.
Ana
Peluso: Poema explicativo, sem imagens fortes, sem metáforas
ou aliterações, surgindo mais em linguagem puramente narrativa do que
exatamente em linguagem imagética ou mesmo poética.
Título: Coleção (Dora
Oliveira)
Ricardo
Lísias: O poema é irregular, com algumas imagens fracas e
alguns versos com problemas de sonoridade. No entanto, o acúmulo de imagens
passa a impressão de coleção, o que revela algum valor formal.
Ana
Peluso: Poema construído com excelência, versos como
“Narciso enviou-me um espelho / frágil e fosco. / Veio trincado.” enriquecem a
imagem da estrofe. No fundo, um poema diatópico, que fala de vários espelhos,
sem que nenhum satisfaça o narrador.
Escolha
de Ricardo Lísias: “Coleção”, de Dora Oliveira.
Escolha de Ana Peluso: “Coleção”, de Dora Oliveira
PLACAR FINAL: Dora Oliveira 2 x 0 André Oviedo
DUELO 02
Títulos:
“um
estranho no espelho” (Herton Gomes)
X
“Retrovisor”
(Hugo Costa)
Título: um estranho no espelho (Herton Gomes)
Ricardo
Lísias: As imagens do poema em algum momento são bem
construídas, mas acho que a leitura acaba prejudicada pelas rimas, que são
óbvias demais!
Ana
Peluso: Poema extremamente forte, musical, com boa métrica e
rima, um tanto existencialista, mas que cumpre muito bem o tema.
Título: Retrovisor
(Hugo Costa)
Ricardo
Lísias: Aqui, em linha contrária ao poema anterior, as
imagens são gastas, mas a sonoridade parece mais bem trabalhada. Acho que
formalmente é preciso ainda afastar alguma grandiloquência.
Ana
Peluso: Poema que alude mais a um passado do que exatamente
à imagem de uma duplicata, proposta pelo tema. De qualquer forma, bem
construído, porém, sem imagens de impacto.
Escolha de Ricardo Lísias: “Retrovisor”, de Hugo Costa
Escolha
de Ana Peluso: “um estranho no espelho”, de Herton Gomes
PLACAR
FINAL: Hugo Costa 1 x 1 Herton Gomes
Situação do grupo B
GRUPO
C
2º
RODADA
TEMA: “CASAMENTO”
DUELO 01
Títulos:
“Dos
amores mais cuidados”, de Álvaro Barcellos
X
“quem
quer casar com o poeta?”, de Bruno Baptista
Título:
Dos amores mais cuidados (Álvaro Barcellos)
Claudio
Willer: Muito chavão, piegas, prosaico. Melhora no final.
Edson
Cruz: Belo poema, bem construído. Domínio dos
cortes/enjambements. O final, que conclui com a bela imagem do diamante,
poderia ser melhor construído, evitando um pouco de repetição e revelando o
dia/sol da palavra ‘diamante’.
Título:
quem quer casar com o poeta? (Bruno Baptista)
Claudio
Willer: Esse tem humor e ritmo, alguma musicalidade.
Edson
Cruz: Boa sonoridade e construção. O final é muito bom. O
começo nem tanto.
Escolha
de Claudio Willer: “quem quer casar com o poeta?”, de Bruno Baptista
Escolha
de Edson Cruz: “Dos amores mais cuidados”, de Álvaro Barcellos
PLACAR FINAL: Bruno
Baptista 1 x 1 Álvaro Barcellos
DUELO 02
Títulos:
“Velho
novo dia”, de André Barbosa
x
“casa.mentos”, de
Adalberto Carmo
Título: Velho novo dia
(André Barbosa)
Claudio Willer:
‘O sol surge lá ao longe no horizonte’ é para composição escolar.
Edson Cruz: Fraco.
Temática desenvolvida sem muita imaginação e com final muito convencional. A
linguagem não tem frescor.
Título: casa.mentos (Adalberto
Carmo)
Claudio Willer: Estranho
ou original? Conciso, de qualquer modo.
Edson
Cruz: A ideia é boa, mas não muito bem resolvida. Tenho
predileção por poemas mais curtos e sintéticos, mas esse não disse a que veio.
A fonte em vermelho é vero, ou foi
erro de digitação? A pontuação, também, no meio do título para acentuar a
palavra ‘casa’ é manjada demais. Se as sílabas em vermelhos foram intencionais
a sugerir a palavra ‘caco’, me pareceu um tanto forçado.
Escolha de Claudio
Willer: “casa.mentos”, de Adalberto Carmo
Escolha de Edson Cruz: “casa.mentos”, de Adalberto Carmo
Escolha de Edson Cruz: “casa.mentos”, de Adalberto Carmo
GRUPO D
2º RODADA
TEMA: “CASAMENTO”
DUELO 01
Títulos:
“Quando
você se percebe padrão, e não uma fase”, de Simone Prado
X
“Divórcio”,
de Isadora Bellavinha
Título:
Quando você se percebe padrão, e não uma fase (Simone Prado)
Claudio
Willer: Mediano, mas tem subentendidos, o que torna um
pouco mais interessante.
Edson
Cruz: O título é esquisito demais (eu trocaria). O poema é
muito bom. Bem construído. Em tomadas cinematográficas. Ao final, resta uma
dúvida sobre a voz do poema. Quem foi e quem ficou. Me pareceu um problema, mas
pode ter sido intencional.
Título: Divórcio
(Isadora Bellavinha)
Claudio
Willer: Piegas, tom de dramalhão. Mediano.
Edson
Cruz: Bom poema, mas com repetições desnecessárias.
Alguma gordura que seria bom retirar. Começar um poema com ‘Não há muito mais a
dizer’, depõe contra o poema em sua tentativa de dizer algo. Mas, ao final,
tem-se a sensação de que algo foi dito.
Escolha de Claudio Willer: “Quando se percebe padrão, e não uma fase”, de Simone Prado
Escolha
de Edson Cruz: “Quando se percebe padrão, e não uma fase”, de Simone Prado
PLACAR
FINAL: Simone Prado 2 x 0 Isadora Bellavinha
DUELO 02
Títulos:
“Revelações
para harpa e oboé”, de Raimundo de Moraes
X
“Tênue”,
de Andressa Barrichello
Título: Revelações
para harpa e oboé (Raimundo de Moraes)
Claudio Willer:
Tente um verso longo no lugar de cada estrofe. Mudando a disposição gráfica do
poema, cada estrofe pode ser um verso longo.
Edson
Cruz: Poema bem construído e visivelmente arquitetado
para o clímax final, como um falso soneto. Desnecessário o “e assim”.
Título: Tênue (Andressa
Barrichello)
Claudio Willer:
‘careço um amor’: chavão.
Edson Cruz: Bom poema que, quase tênue, resvala no piegas.
Escolha de Claudio
Willer: “Revelações para harpa e oboé”, de Raimundo de Moraes
Escolha
de Edson Cruz: “Revelações para harpa e oboé”, de Raimundo de Moraes
GRUPO
E
2º
RODADA
TEMA:
“FACEBOOK”
DUELO 01
Títulos:
...F@CEBUQUIANA, de Luiz Otávio Oliani
X
“Outra
face”, de Ricardo Thadeu
Título: ...F@CEBUQUIANA (Luiz Otávio Oliani)
Julián
Fuks: O poema oscila entre versos fracos, com linguagem
direta demais, com a esterilidade das aspas, e boas passagens. Gosto
particularmente do verso “os olhos digitam o mundo”: penso que o poema poderia
ganhar força se explorasse mais essa referência, ou se buscasse outros jogos
intertextuais além desse. O desenlace também não convence: nem como arremate,
nem como ideia.
David
Cohen: Os dois primeiros versos muito bons deixaram uma
expectativa que não se realizou. Há uma tentativa válida de reflexão sobre o
papel do Facebook dentro do universo da criação literária.
Título: Outra face
(Ricardo Thadeu)
Julián
Fuks: A estrutura bem moldada do poema possibilita a
associação improvável de palavras, mas as imagens pretendidas não chegam a se
concretizar: entre o luar, a estrada, a caravela e a ferida, fica difícil
alcançar alguma mensagem. O tom lírico, no entanto, agrada, fazendo com que se
sinta certa autenticidade do ser que fala: esse ser que está cansado, e
compartilha, e adormece, e espera o que o destino lhe reserva.
David
Cohen: Excelente poema! Especial destaque para o primeiro e
último versos: “Estou cansado deste ser
curtido” e “o destino é uma face indomada”.
O tema proposto foi abordado de maneira criativa. Parabéns ao autor!
Escolha
de Julián Fuks: “A outra face”, de Ricardo Thadeu
Escolha de David Cohen:
“A outra face”, de Ricardo Thadeu
PLACAR FINAL: Ricardo
Thadeu 2 x 0 Luiz Otávio Oliani
DUELO 02
Título:
“Face
to face”, de Marília Lima
x
“Ode
ao Facebook”, de Gerci Oliveira
Título: Face to face (Marília Lima)
Julián
Fuks: O poema começa um tanto óbvio, abrindo-se com uma
estrofe banal, seguida de uma enumeração à qual falta força, mero apanhado de
ocorrências sem uma distorção que as enriqueça. Mas é interessante a noção do
indivíduo como um ser que ali se inventa, e é boa a estrofe final, a referir o
mundo que andava ausente.
David
Cohen: Muito bom poema! A última estrofe vale todo o poema,
é brilhante. Curto e compartilho.
Título: Ode ao Facebook (Gerci Oliveira)
Julián
Fuks: Gosto do verso final, que ordena os elementos
díspares que vínhamos lendo e dá um sentido positivo à dissipação de antes –
por isso, entendo, é que se trata de uma ode. Há uma abrangência lexical
interessante, mas em alguns momentos o poema incorre em ideias (moradas de
saber, liames que enredam) que talvez estivessem mais bem expressas em imagens
concretas. A poeta tem domínio da linguagem, mas certa incontinência: “degusto
extasiada a força do face” parece um exagero.
David
Cohen: Poema com boa apresentação visual e bom uso do
vernáculo. Entretanto, falta nele vontade de permanecer mais tempo dentro da
gente.
Escolha de Julián Fuks:
“Face to face”, de Marília Lima
Escolha de David Cohen:
“Face to face”, de Marília Lima
PLACAR FINAL: Marília
Lima 2 x 0 Gerci Oliveira
Situação do grupo:
GRUPO
F
2º
RODADA
TEMA:
“FACEBOOK”
DUELO 01
Títulos:
“Fenômeno-book”,
de Francisco Carvalho
X
“O
outro lado”, de Desirée Jung
Título: Fenômeno-book
(Francisco Carvalho)
Julián
Fuks: A segunda estrofe traz uma imagem forte, que
concentra a tensão do poema: nessa morte virtual do sujeito esfaqueado por “um
fake” ganham consistência as indagações primeiras. Nem tudo nelas se justifica,
entretanto. De que flexibilidade falamos, de que ingenuidade? “Sou eu o morto no fundo da rede/ que esses
homens carregam” são os versos mais interessantes, superando enfim a pouca
transcendência do tema. O verso final, mera piada, ou quase, não chega a ser um
bom desfecho.
David
Cohen: Poema interessante. Alguns versos me agradaram muito
como “existe melhor espaço para ler o
futuro/do que na linha do tempo?”. Também é digna de nota a sonoridade do
verso “um fake me esfaqueia”. Apresentou
boas metáforas e desenvolveu o tema de maneira criativa.
Título: O Outro Lado
(Desirée Jung)
Julián
Fuks: Gosto da estrutura que se repete, da abertura de
cada estrofe com um “porque”, dando alicerce às metáforas mais indiretas. Gosto
da reiteração do mote da fotografia, a atravessar com um sentido rico todo o
poema. Para o fim de um amor, no entanto, algumas imagens beiram o clichê: uma
fotografia partida, “o outro lado da dor”, uma rosa que se desfaz em pétalas. O
que há de melhor no poema, creio, é o último verso, ao menos por parecer o mais
verdadeiro.
David
Cohen: Esse poema traz um pouco do lado passional das
histórias que sofrem abalos por causa do Facebook. Os versos um pouco longos
comprometeram o ritmo do poema.
Escolha
de Julián Fuks: “O outro lado”, de Desirée Jung
Escolha
de David Cohen: “Fenômeno-book”, de Francisco Carvalho
PLACAR
FINAL: Desirée Jung 1 x 1 Francisco Carvalho
DUELO 02
Títulos:
“Livro
de faces”, de André Kondo
X
“Vida
que segue no face”, de Maria Amélia Elói
Título: Livro de faces
(André Kondo)
Julián
Fuks: É um bom poema. Um dos poucos que conseguiram de
fato falar algo de relevante sobre a experiência da rede social, a dissipação,
o isolamento. Não era preciso, creio, um uso reiterado da ideia de “face”, ou
da palavra “face”, sob o risco de parecer por vezes um trocadilho
desinteressante. (Se há paralelo com o “Poema de sete faces”, talvez valesse
enfatizá-lo, também.) O arremate é forte e desmancha a possível impressão de
que seria um mero jogo de palavras: o eu-lírico a rejeitar a si mesmo depois de
tanto esforço em tentar uma inclusão, depois de tanto tempo perdido, é uma
ideia contundente.
David
Cohen: O Autor poderia ter ousado mais neste poema. A ideia
de acabar o poema com um verso-epílogo é boa.
Título: Vida que segue
no face (Maria Amélia Elói)
Julián
Fuks: O poeta consegue transmitir bem a vivência do Facebook,
por meio da enumeração que parece não ter fim, que avança sem coerência ou
concatenação. Talvez pudesse ser um pouco menos literal nas descrições, ir além
de um relato objetivo do que se encontra na tela, estabelecer correlações
imprevistas, construir polissemias. Se assim fosse, talvez a mensagem se
tornasse mais rica do que essa simples dicotomia entre “cá dentro” e “lá fora”.
David
Cohen: O autor soube manipular elementos de linguagem
próprios do Facebook para a construção de seu texto, como a #, fundindo o tema
com a forma. O uso da ironia também me agradou bastante. Escolho este, embora
tenha sido um dos duelos mais equilibrados.
Escolha de Julián Fuks: “Livro de faces”, de André Kondo
Escolha
de David Cohen: “Vida que segue no face”, de Maria Amélia Elói
PLACAR
FINAL: André Kondo 1 x 1 Maria Amélia Elói
Situação do grupo:
GRUPO
G
2º
RODADA
TEMA:
“O GOLPE MILITAR”
DUELO 01
Títulos:
“da
desmemoria (ou de um abraço em Galeano)”, de Danielle Takase
X
“Ossos
anônimos”, de Cinthia Kriemler
Título: da desmemória
(ou de um abraço em Galeano) (Danielle Takase)
Paula
Fábrio: Apresenta um errinho de português (“traz” no lugar
de “trás”), mas isso não desmerece o poema, que é bastante bom, na minha
opinião. A percepção que tive é uma queda no apuro da linguagem ao longo do
texto, parece que a emoção vai dominando a escrita.
Chico Lopes: Pouco
feliz. Pareceu-me muito discursivo.
Título:
Ossos anônimos (Cinthia Kriemler)
Paula
Fábrio: Eu gosto por conta do ritmo que parece espelhar o
conteúdo na forma, e pelo ângulo escolhido para tratar o tema.
Chico
Lopes: Razoável. Abordagem um pouco mais original do que a
do poema do oponente.
Escolha
de Chico Lopes: “Ossos anônimos”, de
Cinthia Kriemler
PLACAR
FINAL: Cinthia Kriemler 2 x 0 Danielle Takase
DUELO 02
Títulos:
“Golpe”,
de Marcelo Asth
X
“Espanto”,
de Georgio Rios
Título: Golpe (Marcelo
Asth)
Paula
Fábrio: Gostei de algumas alegorias, como os cães; gostei
do "limitar" a palavra liberdade. Mas é preciso ter cuidado com o tom
um pouco panfletário, ainda mais porque o tema é um convite a isso.
Chico
Lopes: A inversão do verso famoso de “O bêbado e a
equilibrista” promete uma originalidade que o poema não tem.
Título: Espanto
(Georgio Rios)
Paula
Fábrio: Apresenta erro de concordância (digitação? "o
descarga no peito"), e alguns versos tenderam para o clichê político. Eu
fiquei sentindo falta de um trabalho mais apurado de linguagem.
Chico
Lopes: Um pouco melhor do que o oponente, mas ainda assim
retórico.
Escolha de Paula
Fábrio: “Golpe”, de Marcelo Asth
Escolha
de Chico Lopes: “Espanto”, de Georgio Rios
PLACAR
FINAL: Marcelo Asth 1 x 1Georgio Rios
Situação do grupo:
GRUPO
H
2º
RODADA
TEMA:
“O GOLPE MILITAR”
DUELO 01
Títulos:
“Guernica”,
de Jorge Augusto Silva
X
“Epopeia
muda”, de Natasha Félix
Título: Guernica (Jorge
Augusto Silva)
Paula
Fábrio: Interessante a criatividade deste poema, mesmo com
algumas escorregadas na construção – poderia ter alçado um voo maior; um
exemplo desse problema está nesta quebra de ritmo: "o agente da DOPS chuta-a para o bueiro". Também
considero que o seguinte verso poderia ser mais bem trabalhado: "no fim da
madrugada nuvens despencam água".
Chico Lopes: Forte e drástico, com ótima finalização.
Título: Epopeia muda (Natasha Félix)
Paula
Fábrio: O poema "não me chegou", isto é, permanece
na base do enigma, sobretudo a última estrofe.
Chico
Lopes: “Burguês”, “camarada”, tudo parece anacrônico neste
poema. Certo que o tema é Golpe Militar, mas seria preciso fugir um pouco a
estas expressões.
Escolha de Paula Fábrio: “Guernica”, de Jorge Augusto Silva
Escolha
de Chico Lopes: “Guernica”, de Jorge Augusto Silva
PLACAR
FINAL: Jorge Augusto Silva 2 x 0 Natasha Félix
DUELO 02
Títulos:
“Da
impossibilidade mnemônica”, de Thiago Carvalho
x
“Deportação”,
de Francisco Ferreira
Título: Da impossibilidade
mnemônica (Thiago Carvalho)
Paula
Fábrio: O poema, na minha opinião, pecou justamente por não
desenvolver mais a ideia, porque o título sugere algo muito interessante. Usar
o confronto yuppie x hippie também é ótimo, mas enfim, as
reticências como recurso da forma para apresentar o conteúdo (falta de memória)
não têm força suficiente para cumprir seu papel.
Chico
Lopes: Criativo. Mas o título é infeliz.
Título: Deportação
(Francisco Ferreira)
Paula
Fábrio: Não gosto do término com reticências, o simples uso
do recurso não leva o leitor adiante. No penúltimo verso, quem é o sujeito do
verbo "leva"? Talvez haja um problema de concordância.
Chico Lopes: Metáforas previsíveis. Pouca força.
Escolha de Paula
Fábrio: “Deportação”, de Francisco Ferreira
Um comentário:
Há sim um erro de concordância no penúltimo verso, o detectei na primeira leitura que fiz após a publicação, mas lhes garanto, foi erro de digitação. O que não justifica, agradeço a nota e o comentário da jurada Paula Fábrio e, principalmente pelo "toque" a respeito das reticências.
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