domingo, 23 de outubro de 2011

Avaliação dos Jurados da 2º rodada da Fase de Grupos

Boa tarde, amigos!

         Hoje é dia de resultados no Autores S/A! Segunda rodada emocionante dessa fase de grupos. Será que tem reviravolta? Será que os grupos se manterão equilibrados? Será que já teremos eliminações nesta segunda rodada (pelos cálculos dos pontos)?
         Primeiramente, serão apresentados todos os oito jurados que compuseram a banca nesta rodada. Fica aqui registrado o profundo agradecimento a todos eles que, em pouco tempo, julgaram com olhar generoso todos os poemas.
         Aguentem firme e até o fim do dia de hoje, quinta-feira, saberemos todos os placares finais.

NOVIDADE NA PREMIAÇÃO FINAL

         Novidade para gran finale, meus amigos!

         O conceituado site literário “Musa Rara” irá publicar um poema de cada finalista do III Concurso de Poesia Autores S/A! Os dois poemas publicados serão os mesmos produzidos para a grande final, e, assim, essa final ganhará ainda mais visibilidade e importância!
         Agradeço ao administrador do site, Edson Cruz, por conceder tão boa oportunidade aos poetas do certame.
         Agora, vamos nós!


APRESENTAÇÃO DOS JURADOS

GRUPOS A e B:
Ricardo Lísias e Ana Peluso



Ricardo Lísias nasceu em 1975, em São Paulo. É formado em Letras pela Unicamp, onde fez também um mestrado em Teoria Literária. Concluiu um doutorado em Literatura Brasileira, na USP. Publicou, em 1999, o romance “Cobertor de estrelas”. Seu segundo romance, “Duas praças”, foi publicado em 2005 e ficou em terceiro lugar no Prêmio Portugal Telecom de Literatura Brasileira de 2006. Em 2007, publicou a reunião de contos “Anna O e outras novelas”, finalista do Prêmio Jabuti de 2008. No ano seguinte, 2009, publicou o romance “O livro dos mandarins”, finalista do Prêmio São Paulo de 2010. “O céu dos suicidas” recebeu o Prêmio APCA de melhor romance publicado em 2012. Em 2013, publicou o romance “Divórcio”. Em 2011, foi escolhido para integrar a edição da revista Granta, em português, com os Melhores jovens escritores brasileiros. Também tem textos publicados na revista Piauí. 




Ana Peluso, 1966, escritora, poeta, web designer, lançou recentemente o livro “70 Poemas”, que integra a Coleção Patuscada da Editora Patuá, premiada com o ProAC - Programa de Ação Cultural da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo. Participou também da antologia “deZamores”, pela Editora Escrituras, em 2003, resultado do encontro de alunos de diferentes oficinas literárias virtuais do SESC SP, sob orientação do escritor João Silvério Trevisan. Também participa de diversas antologias do grupo “Anjos de Prata”, “Poetrix”, e, recentemente do “TOC140”. Em 2007, participou da antologia de minicontos “MOSCAS”, em homenagem ao escritor guatemalteco Augusto Monterroso, com publicação da Edições Dulcinéia Catadora, resultado da oficina literária do escritor Marcelino Freire no Centro Cultural Barco. Participa da antologia “É que os Hussardos chegam hoje”, também pela Editora Patuá, 2014, e de “Hiperconexões : Realidades Expandidas, primeira antologia poética sobre o pós-humano”, com organização do escritor Luiz Bras, pela Editora Terracota, 2014. Possui publicações nas revistas Coyote e Ciência e Cultura (UNICAMP), e no extinto jornal O Pasquim. Também possui publicações nas revistas eletrônicas Germina Literatura, Releituras, Cronópios, Musa Rara, Lazanha, Diversos Afins, Fora de Mim, etc. Bloga no: http://anapeluso.tumblr.com

GRUPOS C e D:
Claudio Willer e Edson Cruz
                                                                             


Claudio Willer (São Paulo, 1940) é poeta, ensaísta e tradutor, ligado à criação literária mais rebelde, ao surrealismo e geração beat. Publicações recentes: “Manifestos”, 1964-2010, (Azougue, 2013), “Um obscuro encanto: gnose, gnosticismo e poesia” (Civilização Brasileira, 2010); “Geração Beat” (L&PM Pocket, 2009); “Estranhas experiências” (Lamparina, 2004). Prepara-se para lançar “Rebeldes: Geração Beat e anarquismo místico” (L&PM). Traduziu Lautréamont, Ginsberg, Kerouac e Artaud. Publicado em antologias e periódicos no Brasil e em outros países. É um dos únicos poetas brasileiros a receber menção do periódico francês La Bréche - Actión Surrealisté, dirigido por André Breton. Graduado em Psicologia (USP) e Ciências Sociais e Políticas pela FESP/SP. Doutor em Letras na USP, onde fez pós-doutorado. Também deu cursos, palestras e coordenou oficinas em uma diversidade de instituições culturais. Mais em: http://claudiowiller.wordpress.com/about





Edson Cruz é de Ilhéus, Bahia.  Autor do livro de poemas “Ilhéu”, é poeta, editor e coordenador de Oficinas Literárias. Graduado em Letras pela USP, estudou Música e Psicologia. Fundador e editor do site de literatura Cronópios (até meados de 2009) e da revista literária Mnemozine. Este é seu terceiro livro de poemas. Antes, lançou “Sortilégio” (poesia), em 2007, pelo selo Demônio Negro; como organizador, “O que é poesia?”, pela Confraria do Vento/Calibán; em 2010, uma adaptação do épico indiano, “Mahâbhârata”, pela Paulinas Editora. Em 2011, foi contemplado com Bolsa de Criação da Petrobras Cultural com o livro “Sambaqui”, pela Crisálida Editora. É editor do site de Literatura e Adjacências, MUSA RARA (www.musarara.com.br) e do selo MUSA RARA, em parceria com a Terracota Editora. É curador e mediador do ciclo de diálogos O que é a Poesia?, organizado pela Casa das Rosas. Blog: http://sambaquis.blogspot.com

GRUPOS E e F:
Julián Fuks e David Cohen




Julián Fuks é escritor e crítico literário. É autor de “Procura do romance” (Record, 2011) e “Histórias de literatura e cegueira” (Record, 2007), ambos finalistas dos prêmios Jabuti e Portugal Telecom. É mestre em literatura hispano-americana, e doutorando em Teoria Literária pela USP. Em 2012, foi eleito pela revista Granta um dos vinte “melhores jovens escritores brasileiros”.



David Cohen é poeta e advogado. Alguns de seus poemas já foram publicados em periódicos e antologias literárias, como a “10 vezes Literatura” (Litteris Editora, 1999) e “Poemas Cariocas 2012” (Ibis Libris, 2012). Em 2013, publicou seu primeiro livro de poemas, “Olho Nu”, pela Editora Verve e, ainda em 2014, lançará seu segundo livro, “Poemas que desisti de rasgar”, pela Editora 5W. Desde 2013 coordena o sarau “Da Boca Para Fora”, na Casa da Leitura (PROLER).

GRUPOS G e H:
Paula Fábrio e Chico Lopes




Paula Fábrio nasceu em 1970 na cidade de São Paulo. Formada em Comunicação pela Faap, atuou como redatora até 2005, quando abriu a Rato, uma das últimas livrarias de rua com perfil independente na cidade. Após sua experiência como livreira, foi convidada a gerenciar o acervo da Biblioteca de São Paulo e teve seu primeiro romance publicado: “Desnorteio” [Ed. Patuá] - Vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura 2013, como Melhor Livro do Ano categoria estreante + 40 anos. Atualmente, a autora faz mestrado em Letras na USP e seu próximo livro, “Ponto de fuga”, foi premiado pelo ProAC - Programa de Ação Cultural da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, sairá em 2015 pela Foz Editora.






Chico Lopes (Francisco Carlos Lopes) nasceu em Novo Horizonte em 1952, São Paulo, e, durante a juventude, dedicou-se à pintura e ao jornalismo, só publicando seu primeiro livro de contos, em caráter nacional, em 2000, na cidade de Poços de Caldas, pelo Inst.Moreira Salles/São Paulo, quando já contava 48 anos. O livro, "Nó de sombras", foi seguido por "Dobras da noite" (contos, IMS/SP, 2004) e "Hóspedes do vento" (Nankin Editorial/SP, 2010). A seguir, em 2011, publicou o romance "O estranho no corredor", pela editora 34/SP, e com ele foi finalista do Prêmio São Paulo 2012, tendo recebido por ele um Jabuti na categoria romance em 2012. Seus outros livros consecutivos foram "A herança e a procura" (memórias, ed. Ler/BSB, 2012), "Caderno provinciano" (poesia, ed.Patuá/SP, 2013) e "Na sala escura" (ensaios, ed. Penalux/Guarantinguetá, SP, 2014). Seu livro de poesia, "Caderno provinciano", foi semifinalista do prêmio Portugal/Telecom, neste 2014. 
Chico Lopes também é tradutor de ficção em Inglês, com 25 trabalhos realizados para editoras como Rocco, Geração, Faro e Ediouro.


AVALIAÇÃO DOS JURADOS 

GRUPO A
2º RODADA
TEMA: “ESPELHO

DUELO 01
Títulos:
“Degelo de olhos” (Nathan Sousa)
X
“Eco” (Jacqueline Salgado)

Título: Degelo de olhos (Nathan Sousa)

Ricardo Lísias: Achei o poema forte e comovente, com imagens bem resolvidas. A leitura flui bem e as imagens amplificam o efeito. De fato, a cegueira aqui fica por bastante tempo na cabeça do leitor.

Ana Peluso: Poema bem realizado do início ao fim, com imagens fortes, pausas e silêncios importantes. O título aparece como a síntese do poema.

Título: Eco (Jacqueline Salgado)

Ricardo Lísias: Compreendo a tentativa formal de utilizar vocábulos que fizessem ecos para amplificar o efeito do poema. Acho que em alguns momentos o recurso deu certo, mas em outros a leitura acabou prejudicada, como o último verso, com excesso de fonemas sibilantes. Também acho que o “silêncio” latejante que aparece no meio do poema acabou formalmente pouco representado.

Ana Peluso: Trata-se de um poema de diálogo interno, o que sugere um espelho psicológico, mas ainda que a palavra espelho apareça no último verso, não cumpre a proposta fielmente. Quando o poeta utiliza o vocábulo “despalavras” deixa mais claro um silêncio interno do que o reflexo que poderia emanar de uma imagem melhor colocada, apesar da palavra “eco” sugerir uma resposta imagética no que diz respeito a um espelho.



Escolha de Ricardo Lísias: “Degelo de olhos”, de Nathan Sousa
Escolha de Ana Peluso: “Degelo de olhos”, de Nathan Sousa


PLACAR FINAL: Nathan Sousa 2 x 0 Jacqueline Salgado


DUELO 02

Títulos:

“jogo de um só espelho” (Bianca Velloso)
X
“A carnadura dos reflexos da memória” (Danilo Fernandes)

Título: jogo de um só espelho (Bianca Velloso)

Ricardo Lísias: Formalmente, não compreendi muito bem o poema, pois não encontrei a figura do espelho nem na sonoridade e nem na disposição dos versos. Com isso, talvez houvesse uma tentativa de dissolução da figura do espelho, mas só a encontrei muito vagamente.


Ana Peluso: Poema bem realizado, no entanto, apesar de citar a palavra espelho nas três estrofes, foge ao tema, podendo ser lido independente do mesmo. 

Título: A carnadura dos reflexos da memória (Danilo Fernandes)

Ricardo Lísias: O poema é pesado e quase anti-lírico. A história pessoal se entrelaça à História para deixar ambas carcomidas pelo tempo destruidor. Não gostei apenas de algumas construções grandiloquentes. Também achei o título péssimo.


Ana Peluso: Poema que utiliza de recurso narrativo muito bem colocado diante do tema. O autor não se preocupa em explicar o espelho, ou mesmo fazer alusões excessivas ao mesmo. O tema fica nítido com o desenrolar da narrativa, na qual ele se vê caminhando através do tempo. O título, no entanto, é bastante explicativo, o que é desnecessário.

Escolha de Ricardo Lísias: “A carnadura dos reflexos da memória”, de Danilo Fernandes.

Escolha de Ana Peluso: “A carnadura dos reflexos da memória”, de Danilo Fernandes


PLACAR FINAL: Danilo Fernandes 2 x 0 Bianca Velloso

Situação do grupo A:




GRUPO B
2º RODADA
TEMA: “ESPELHO”



DUELO 01

Títulos:

“defronte” (André Oviedo)

X

“Coleção” (Dora Oliveira)

Título: defronte (André Oviedo)

Ricardo Lísias: Não consegui achar um grande valor no poema: sem imagens e nem trabalho sonoro, ele cria apenas uma questão para solucioná-la de maneira fácil.


Ana Peluso: Poema explicativo, sem imagens fortes, sem metáforas ou aliterações, surgindo mais em linguagem puramente narrativa do que exatamente em linguagem imagética ou mesmo poética.

Título: Coleção (Dora Oliveira)

Ricardo Lísias: O poema é irregular, com algumas imagens fracas e alguns versos com problemas de sonoridade. No entanto, o acúmulo de imagens passa a impressão de coleção, o que revela algum valor formal.

Ana Peluso: Poema construído com excelência, versos como “Narciso enviou-me um espelho / frágil e fosco. / Veio trincado.” enriquecem a imagem da estrofe. No fundo, um poema diatópico, que fala de vários espelhos, sem que nenhum satisfaça o narrador.

Escolha de Ricardo Lísias: “Coleção”, de Dora Oliveira.
Escolha de Ana Peluso: “Coleção”, de Dora Oliveira


PLACAR FINAL: Dora Oliveira 2 x 0 André Oviedo


DUELO 02

Títulos:

“um estranho no espelho” (Herton Gomes)

X

“Retrovisor” (Hugo Costa)

Título: um estranho no espelho (Herton Gomes)

Ricardo Lísias: As imagens do poema em algum momento são bem construídas, mas acho que a leitura acaba prejudicada pelas rimas, que são óbvias demais!


Ana Peluso: Poema extremamente forte, musical, com boa métrica e rima, um tanto existencialista, mas que cumpre muito bem o tema.

Título: Retrovisor (Hugo Costa)

Ricardo Lísias: Aqui, em linha contrária ao poema anterior, as imagens são gastas, mas a sonoridade parece mais bem trabalhada. Acho que formalmente é preciso ainda afastar alguma grandiloquência.

Ana Peluso: Poema que alude mais a um passado do que exatamente à imagem de uma duplicata, proposta pelo tema. De qualquer forma, bem construído, porém, sem imagens de impacto.

Escolha de Ricardo Lísias: “Retrovisor”, de Hugo Costa
Escolha de Ana Peluso: “um estranho no espelho”, de Herton Gomes


PLACAR FINAL: Hugo Costa 1 x 1 Herton Gomes

Situação do grupo B




GRUPO C
2º RODADA
TEMA: “CASAMENTO”

  
DUELO 01

Títulos:

“Dos amores mais cuidados”, de Álvaro Barcellos

X

“quem quer casar com o poeta?”, de Bruno Baptista


Título: Dos amores mais cuidados (Álvaro Barcellos)
  
Claudio Willer: Muito chavão, piegas, prosaico. Melhora no final.


Edson Cruz: Belo poema, bem construído. Domínio dos cortes/enjambements. O final, que conclui com a bela imagem do diamante, poderia ser melhor construído, evitando um pouco de repetição e revelando o dia/sol da palavra ‘diamante’.

Título: quem quer casar com o poeta? (Bruno Baptista)

Claudio Willer: Esse tem humor e ritmo, alguma musicalidade.


Edson Cruz: Boa sonoridade e construção. O final é muito bom. O começo nem tanto.

Escolha de Claudio Willer: “quem quer casar com o poeta?”, de Bruno Baptista
Escolha de Edson Cruz: “Dos amores mais cuidados”, de Álvaro Barcellos

PLACAR FINAL: Bruno Baptista 1 x 1 Álvaro Barcellos



DUELO 02

Títulos:

“Velho novo dia”, de André Barbosa

x

casa.mentos”, de Adalberto Carmo

Título: Velho novo dia (André Barbosa)

Claudio Willer: ‘O sol surge lá ao longe no horizonte’ é para composição escolar.

Edson Cruz: Fraco. Temática desenvolvida sem muita imaginação e com final muito convencional. A linguagem não tem frescor.


Título: casa.mentos (Adalberto Carmo)
  
Claudio Willer: Estranho ou original? Conciso, de qualquer modo.

Edson Cruz: A ideia é boa, mas não muito bem resolvida. Tenho predileção por poemas mais curtos e sintéticos, mas esse não disse a que veio. A fonte em vermelho é vero, ou foi erro de digitação? A pontuação, também, no meio do título para acentuar a palavra ‘casa’ é manjada demais. Se as sílabas em vermelhos foram intencionais a sugerir a palavra ‘caco’, me pareceu um tanto forçado.

Escolha de Claudio Willer: “casa.mentos”, de Adalberto Carmo

Escolha de Edson Cruz: “casa.mentos”, de Adalberto Carmo

PLACAR FINAL: Adalberto Carmo 2 x 0 André Barbosa

Situação do grupo:





GRUPO D
2º RODADA
TEMA: “CASAMENTO”
  

DUELO 01

Títulos:

“Quando você se percebe padrão, e não uma fase”, de Simone Prado

X

“Divórcio”, de Isadora Bellavinha

Título: Quando você se percebe padrão, e não uma fase (Simone Prado)

Claudio Willer: Mediano, mas tem subentendidos, o que torna um pouco mais interessante.


Edson Cruz: O título é esquisito demais (eu trocaria). O poema é muito bom. Bem construído. Em tomadas cinematográficas. Ao final, resta uma dúvida sobre a voz do poema. Quem foi e quem ficou. Me pareceu um problema, mas pode ter sido intencional.

Título: Divórcio (Isadora Bellavinha)


Claudio Willer: Piegas, tom de dramalhão. Mediano.

Edson Cruz: Bom poema, mas com repetições desnecessárias. Alguma gordura que seria bom retirar. Começar um poema com ‘Não há muito mais a dizer’, depõe contra o poema em sua tentativa de dizer algo. Mas, ao final, tem-se a sensação de que algo foi dito.

Escolha de Claudio Willer: “Quando se percebe padrão, e não uma fase”, de Simone Prado

Escolha de Edson Cruz: “Quando se percebe padrão, e não uma fase”, de Simone Prado

PLACAR FINAL: Simone Prado 2 x 0 Isadora Bellavinha



DUELO 02

Títulos:

“Revelações para harpa e oboé”, de Raimundo de Moraes

X

“Tênue”, de Andressa Barrichello

Título: Revelações para harpa e oboé (Raimundo de Moraes)

Claudio Willer: Tente um verso longo no lugar de cada estrofe. Mudando a disposição gráfica do poema, cada estrofe pode ser um verso longo.


Edson Cruz: Poema bem construído e visivelmente arquitetado para o clímax final, como um falso soneto. Desnecessário o “e assim”.

Título: Tênue (Andressa Barrichello)

Claudio Willer: ‘careço um amor’: chavão.

Edson Cruz: Bom poema que, quase tênue, resvala no piegas.

Escolha de Claudio Willer: “Revelações para harpa e oboé”, de Raimundo de Moraes

Escolha de Edson Cruz: “Revelações para harpa e oboé”, de Raimundo de Moraes


PLACAR FINAL: Raimundo de Moraes 2 x 0 Andressa Barrichello

Situação do grupo:






GRUPO E
2º RODADA
TEMA: “FACEBOOK”



DUELO 01

Títulos:

...F@CEBUQUIANA, de Luiz Otávio Oliani

X

“Outra face”, de Ricardo Thadeu

Título: ...F@CEBUQUIANA (Luiz Otávio Oliani)

Julián Fuks: O poema oscila entre versos fracos, com linguagem direta demais, com a esterilidade das aspas, e boas passagens. Gosto particularmente do verso “os olhos digitam o mundo”: penso que o poema poderia ganhar força se explorasse mais essa referência, ou se buscasse outros jogos intertextuais além desse. O desenlace também não convence: nem como arremate, nem como ideia.


David Cohen: Os dois primeiros versos muito bons deixaram uma expectativa que não se realizou. Há uma tentativa válida de reflexão sobre o papel do Facebook dentro do universo da criação literária.

Título: Outra face (Ricardo Thadeu)

Julián Fuks: A estrutura bem moldada do poema possibilita a associação improvável de palavras, mas as imagens pretendidas não chegam a se concretizar: entre o luar, a estrada, a caravela e a ferida, fica difícil alcançar alguma mensagem. O tom lírico, no entanto, agrada, fazendo com que se sinta certa autenticidade do ser que fala: esse ser que está cansado, e compartilha, e adormece, e espera o que o destino lhe reserva.


David Cohen: Excelente poema! Especial destaque para o primeiro e último versos: “Estou cansado deste ser curtido” e “o destino é uma face indomada”. O tema proposto foi abordado de maneira criativa. Parabéns ao autor!

Escolha de Julián Fuks: “A outra face”, de Ricardo Thadeu

Escolha de David Cohen: “A outra face”, de Ricardo Thadeu


PLACAR FINAL: Ricardo Thadeu 2 x 0 Luiz Otávio Oliani



DUELO 02

Título:

“Face to face”, de Marília Lima

x

“Ode ao Facebook”, de Gerci Oliveira


Título: Face to face (Marília Lima)

Julián Fuks: O poema começa um tanto óbvio, abrindo-se com uma estrofe banal, seguida de uma enumeração à qual falta força, mero apanhado de ocorrências sem uma distorção que as enriqueça. Mas é interessante a noção do indivíduo como um ser que ali se inventa, e é boa a estrofe final, a referir o mundo que andava ausente. 


David Cohen: Muito bom poema! A última estrofe vale todo o poema, é brilhante. Curto e compartilho.

Título: Ode ao Facebook (Gerci Oliveira)

Julián Fuks: Gosto do verso final, que ordena os elementos díspares que vínhamos lendo e dá um sentido positivo à dissipação de antes – por isso, entendo, é que se trata de uma ode. Há uma abrangência lexical interessante, mas em alguns momentos o poema incorre em ideias (moradas de saber, liames que enredam) que talvez estivessem mais bem expressas em imagens concretas. A poeta tem domínio da linguagem, mas certa incontinência: “degusto extasiada a força do face” parece um exagero.

David Cohen: Poema com boa apresentação visual e bom uso do vernáculo. Entretanto, falta nele vontade de permanecer mais tempo dentro da gente.

Escolha de Julián Fuks: “Face to face”, de Marília Lima

Escolha de David Cohen: “Face to face”, de Marília Lima


PLACAR FINAL: Marília Lima 2 x 0 Gerci Oliveira

Situação do grupo:




GRUPO F
2º RODADA
TEMA: “FACEBOOK”

DUELO 01

Títulos:

“Fenômeno-book”, de Francisco Carvalho

X

“O outro lado”, de Desirée Jung

Título: Fenômeno-book (Francisco Carvalho)

Julián Fuks: A segunda estrofe traz uma imagem forte, que concentra a tensão do poema: nessa morte virtual do sujeito esfaqueado por “um fake” ganham consistência as indagações primeiras. Nem tudo nelas se justifica, entretanto. De que flexibilidade falamos, de que ingenuidade?  “Sou eu o morto no fundo da rede/ que esses homens carregam” são os versos mais interessantes, superando enfim a pouca transcendência do tema. O verso final, mera piada, ou quase, não chega a ser um bom desfecho.

David Cohen: Poema interessante. Alguns versos me agradaram muito como “existe melhor espaço para ler o futuro/do que na linha do tempo?”. Também é digna de nota a sonoridade do verso “um fake me esfaqueia”. Apresentou boas metáforas e desenvolveu o tema de maneira criativa.


Título: O Outro Lado (Desirée Jung)

Julián Fuks: Gosto da estrutura que se repete, da abertura de cada estrofe com um “porque”, dando alicerce às metáforas mais indiretas. Gosto da reiteração do mote da fotografia, a atravessar com um sentido rico todo o poema. Para o fim de um amor, no entanto, algumas imagens beiram o clichê: uma fotografia partida, “o outro lado da dor”, uma rosa que se desfaz em pétalas. O que há de melhor no poema, creio, é o último verso, ao menos por parecer o mais verdadeiro. 


David Cohen: Esse poema traz um pouco do lado passional das histórias que sofrem abalos por causa do Facebook. Os versos um pouco longos comprometeram o ritmo do poema.

Escolha de Julián Fuks: “O outro lado”, de Desirée Jung
Escolha de David Cohen: “Fenômeno-book”, de Francisco Carvalho


PLACAR FINAL: Desirée Jung 1 x 1 Francisco Carvalho



DUELO 02

Títulos:

“Livro de faces”, de André Kondo

X

“Vida que segue no face”, de Maria Amélia Elói


Título: Livro de faces (André Kondo)  

Julián Fuks: É um bom poema. Um dos poucos que conseguiram de fato falar algo de relevante sobre a experiência da rede social, a dissipação, o isolamento. Não era preciso, creio, um uso reiterado da ideia de “face”, ou da palavra “face”, sob o risco de parecer por vezes um trocadilho desinteressante. (Se há paralelo com o “Poema de sete faces”, talvez valesse enfatizá-lo, também.) O arremate é forte e desmancha a possível impressão de que seria um mero jogo de palavras: o eu-lírico a rejeitar a si mesmo depois de tanto esforço em tentar uma inclusão, depois de tanto tempo perdido, é uma ideia contundente.

David Cohen: O Autor poderia ter ousado mais neste poema. A ideia de acabar o poema com um verso-epílogo é boa.

Título: Vida que segue no face (Maria Amélia Elói)


Julián Fuks: O poeta consegue transmitir bem a vivência do Facebook, por meio da enumeração que parece não ter fim, que avança sem coerência ou concatenação. Talvez pudesse ser um pouco menos literal nas descrições, ir além de um relato objetivo do que se encontra na tela, estabelecer correlações imprevistas, construir polissemias. Se assim fosse, talvez a mensagem se tornasse mais rica do que essa simples dicotomia entre “cá dentro” e “lá fora”. 

David Cohen: O autor soube manipular elementos de linguagem próprios do Facebook para a construção de seu texto, como a #, fundindo o tema com a forma. O uso da ironia também me agradou bastante. Escolho este, embora tenha sido um dos duelos mais equilibrados.

Escolha de Julián Fuks: “Livro de faces”, de André Kondo
Escolha de David Cohen: “Vida que segue no face”, de Maria Amélia Elói

PLACAR FINAL: André Kondo 1 x 1 Maria Amélia Elói

Situação do grupo:





GRUPO G
2º RODADA
TEMA:
“O GOLPE MILITAR”

DUELO 01

Títulos:

“da desmemoria (ou de um abraço em Galeano)”, de Danielle Takase

X

“Ossos anônimos”, de Cinthia Kriemler

Título: da desmemória (ou de um abraço em Galeano) (Danielle Takase)

Paula Fábrio: Apresenta um errinho de português (“traz” no lugar de “trás”), mas isso não desmerece o poema, que é bastante bom, na minha opinião. A percepção que tive é uma queda no apuro da linguagem ao longo do texto, parece que a emoção vai dominando a escrita.

Chico Lopes: Pouco feliz. Pareceu-me muito discursivo. 

Título: Ossos anônimos (Cinthia Kriemler)

Paula Fábrio: Eu gosto por conta do ritmo que parece espelhar o conteúdo na forma, e pelo ângulo escolhido para tratar o tema.

Chico Lopes: Razoável. Abordagem um pouco mais original do que a do poema do oponente.

Escolha de Paula Fábrio: “Ossos anônimos”, de Cinthia Kriemler


Escolha de Chico Lopes:  “Ossos anônimos”, de Cinthia Kriemler

PLACAR FINAL: Cinthia Kriemler 2 x 0 Danielle Takase



DUELO 02

Títulos:

“Golpe”, de Marcelo Asth

X

“Espanto”, de Georgio Rios

Título: Golpe (Marcelo Asth)

Paula Fábrio: Gostei de algumas alegorias, como os cães; gostei do "limitar" a palavra liberdade. Mas é preciso ter cuidado com o tom um pouco panfletário, ainda mais porque o tema é um convite a isso.


Chico Lopes: A inversão do verso famoso de “O bêbado e a equilibrista” promete uma originalidade que o poema não tem. 

Título: Espanto (Georgio Rios)

Paula Fábrio: Apresenta erro de concordância (digitação? "o descarga no peito"), e alguns versos tenderam para o clichê político. Eu fiquei sentindo falta de um trabalho mais apurado de linguagem.

Chico Lopes: Um pouco melhor do que o oponente, mas ainda assim retórico.

Escolha de Paula Fábrio: “Golpe”, de Marcelo Asth
Escolha de Chico Lopes: “Espanto”, de Georgio Rios

PLACAR FINAL: Marcelo Asth 1 x 1Georgio Rios

Situação do grupo:




GRUPO H
2º RODADA
TEMA:
“O GOLPE MILITAR”

DUELO 01

Títulos:

“Guernica”, de Jorge Augusto Silva

X

“Epopeia muda”, de Natasha Félix


Título: Guernica (Jorge Augusto Silva)

Paula Fábrio: Interessante a criatividade deste poema, mesmo com algumas escorregadas na construção – poderia ter alçado um voo maior; um exemplo desse problema está nesta quebra de ritmo: "o agente da DOPS chuta-a para o bueiro". Também considero que o seguinte verso poderia ser mais bem trabalhado: "no fim da madrugada nuvens despencam água".

Chico Lopes: Forte e drástico, com ótima finalização.

Título: Epopeia muda (Natasha Félix)

Paula Fábrio: O poema "não me chegou", isto é, permanece na base do enigma, sobretudo a última estrofe.

Chico Lopes: “Burguês”, “camarada”, tudo parece anacrônico neste poema. Certo que o tema é Golpe Militar, mas seria preciso fugir um pouco a estas expressões.

Escolha de Paula Fábrio: “Guernica”, de Jorge Augusto Silva
Escolha de Chico Lopes: “Guernica”, de Jorge Augusto Silva


PLACAR FINAL: Jorge Augusto Silva 2 x 0 Natasha Félix



DUELO 02

Títulos:

“Da impossibilidade mnemônica”, de Thiago Carvalho

x

“Deportação”, de Francisco Ferreira

Título: Da impossibilidade mnemônica (Thiago Carvalho)

Paula Fábrio: O poema, na minha opinião, pecou justamente por não desenvolver mais a ideia, porque o título sugere algo muito interessante. Usar o confronto yuppie x hippie também é ótimo, mas enfim, as reticências como recurso da forma para apresentar o conteúdo (falta de memória) não têm força suficiente para cumprir seu papel.


Chico Lopes: Criativo. Mas o título é infeliz.

Título: Deportação (Francisco Ferreira)

Paula Fábrio: Não gosto do término com reticências, o simples uso do recurso não leva o leitor adiante. No penúltimo verso, quem é o sujeito do verbo "leva"? Talvez haja um problema de concordância.

Chico Lopes: Metáforas previsíveis. Pouca força.

Escolha de Paula Fábrio: “Deportação”, de Francisco Ferreira
Escolha de Chico Lopes: “Da impossibilidade mnemônica”, de Thiago Carvalho

PLACAR FINAL: Francisco Ferreira 1 x 1 Thiago Carvalho

Situação do grupo:



POESIA POESIA POESIA POESIA POESIA POESIA POESIA POESIA

Até a próxima, poetas! Boa sorte a todos nesta terceira rodada!

Um comentário:

Unknown disse...

Há sim um erro de concordância no penúltimo verso, o detectei na primeira leitura que fiz após a publicação, mas lhes garanto, foi erro de digitação. O que não justifica, agradeço a nota e o comentário da jurada Paula Fábrio e, principalmente pelo "toque" a respeito das reticências.