quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Poemas da 1º rodada da Fase de Grupos / Haikais


Olá, poetas e leitores!

Está no ar mais um grande post-poético do III Concurso de Poesia Autores S/A: a primeira rodada da fase de grupos! E põe post grande nisso... Dessa vez, além dos 32 poemas temáticos, teremos também um show à parte, que são os haikais.

Nesta semana, tivemos algumas substituições entre os participantes. Quatro poetas classificados entre os 32 precisaram abandonar o certame. Foram eles: Cláudia Vasconcellos - RJ (que ocupava o grupo A); Thiago Mattos - RJ (que ocupava o grupo E); Letícia Simões - SP (que ocupava o grupo C) e Geovani Doratiotto - SP (que ocupava o grupo E). Em seus lugares, retornaram para a disputa aqueles que mais se aproximaram da 32º colocação no ranking da segunda etapa. Foram eles: Danilo Fernandes – MS (grupo A); Marília Lima - SP (grupo E); Adalberto Carmo – SP (grupo C) e Ricardo Thadeu (grupo E).

É importante lembrar aos poetas participantes que o ranking da segunda etapa servirá como último critério de desempate dos grupos. O primeiro, como já foi dito, será a avaliação final dos haikais. Com a substituição dos participantes, o ranking final ficou assim:

º
Poeta/Pseudônimo
Marcelo Asth (Vô Cosmos)
Álvaro Barcellos (Barcellos)
Nathan Sousa (Robert Leza)
Dora Oliveira (Tatu Triste)
André Kondo (José Matsushita)
Natasha Félix (Natasha F.)
Andressa Barrichello (Nina Cello)
Francisco Ferreira (Neneco de Bintim)
Isadora Bellavinha (Alice Condor)
10º
André Barbosa (André Anlub)
11º
Gerci Oliveira (Valente)
12º
Desirée Jung (Carla Soares)
13º
Danielle Takase (Nin)
14º
Hugo Costa (Josué do Carmo)
15º
Raimundo de Moraes (Lúcio Beringer)
16º
Jacqueline Salgado (P. Celan)
17º
Georgio Oliveira (Vaqueiro das Nuvens)
18º
Jorge Augusto Silva (Augusto Maia)
19º
André Oviedo (Ovideo)
20º
Luiz Otávio Oliani (Henry James)
21º
Bruno Baptista (Anderson Council)
22º
Maria Amélia Elói (Palavra Grávida)
23º
Cinthia Kriemler (Maria Lis)
24º
Thiago Carvalho (Passos)
25º
Francisco Carvalho (Carvalho Jr.)
26º
Bianca Velloso (Morena do Espelho)
27º
Herton Gomes (HG)
28º
Simone Prado (Anne Sexton)
29º
Danilo Santos Fernandes (D. Fernandes)
30º
Marília Lima (Mainá)
31º
Adalberto do Carmo (A. Carmo)
32º
Ricardo Thadeu (Tom Ruiz)
                                                         
Como fazemos no começo de cada nova etapa do concurso, segue abaixo o nosso mapa atualizado do III Concurso de Poesia Autores S/A. Como os estados estão sendo representados a essa altura? Vejam!




E ainda temos a representação de Vancouver, no Canadá, com a poeta Desirée Jung.


CURIOSIDADES

- Vocês sabiam que, dos finalistas I Concurso de Poesia Autores S/A, nós temos 5 participantes entre os 32? São eles: Marcelo Asth, Dora Oliveira, Francisco Ferreira, Simone Prado e Ricardo Thadeu.
- Já da segunda edição, os únicos remanescentes são Cinthia Kriemler e Francisco Ferreira, uma vez que Letícia Simões e Geovani Doratiotto deixaram o concurso.
- Dos 32 participantes, 19 são homens e 13, mulheres.
- No grupo G, caíram o 1º colocado da primeira edição do concurso e a 2º colocada da segunda edição (Marcelo Asth e Cinthia Kriemler, respectivamente).
- Por pouco, o poeta Jorge Augusto Silva não fica de fora do concurso. Seu poema foi o único a parar na caixa de SPAM e quase foi acidentalmente desclassificado!
- Dos 32 participantes, a caçula é Natasha Félix, com 18 anos. A mais experiente é Gerci Oliveira, com 76 anos.
- O poeta Francisco Ferreira ficou em oitavo lugar nas duas primeiras edições do concurso; e, com esta mudança no ranking, ele subiu para o oitavo lugar! Seria um número da sorte recorrente em sua vida, poeta?
- Com a entrada de Ricardo Thadeu, a representação baiana permanece inteira, em relação à etapa anterior. Os 03 únicos representantes baianos (Georgio Rios, Jorge Augusto Silva e Ricardo Thadeu) avançaram


ANÚNCIO DOS RESULTADOS

Na próxima quinta-feira, dia 16, saberemos as identidades dos jurados, os resultados da primeira rodada desta fase de grupo, as avaliações dos haikais e a temática da segunda rodada! Portanto, segurem a ansiedade, poetas!

PREMIAÇÕES DA RODADA

- O JURADO AVALIADOR DOS HAIKAIS PREMIARÁ COM UM LIVRO DE SUA AUTORIA AQUELE QUE ELE CONSIDERAR O MELHOR HAIKAI DA LEVA. OU SEJA... VEM PRÊMIO POR AÍ!
- O POETA RICARDO THADEU, ANTES DE RETORNAR AO CONCURSO, OFERECEU PREMIAR COM LIVRO DE SUA AUTORIA, “TRILOGIA DO TEMPO” OS POETAS QUE MAIS PONTUAREM EM SEUS RESPECTIVOS GRUPOS.

VOTAÇÃO DO PÚBLICO

Conforme foi decidido, o voto do público não influenciará mais no resultado dos grupos. No entanto, no somatório do voto popular das 3 rodadas da fase de grupos, o poeta mais votado se consagrará como melhor poeta, segundo o voto popular. E de quebra vai levar um prêmio! Portanto, poetas e leitores: votem em APENAS 01 poeta, de qualquer grupo – aquele que você julgar ter sido o melhor dos 32 nesta rodada. O voto deverá ser dirigido pelos comentários deste post, logado pela CONTA DO GOOGLE. Isto é: não serão computados votos em anônimo, nem por nome, somente. Os votos começarão a contar a partir das 14:45 hs. de terça-feira, dia 14/10/14, e serão encerrados no dia 16/10/14, quinta-feira, às 17:00 horas.



APRESENTAÇÃO DOS GRUPOS E POETAS

A cada grupo, foi proposta a criação de um POEMA COLETIVO. Cada integrante, de cada grupo, teve de escrever 01 estrofe de 04 versos sobre um determinado tema. O resultado foi um espetáculo! Abaixo, apresentamos...

OS 08 GRUPOS DO III CONCURSO DE POESIA AUTORES S/A
E OS POEMAS COLETIVOS DA 1º RODADA



GRUPO A




Carlos Nathan Sousa, ou, Nathan Sousa, tem 41 anos e mora em São Gonçalo do Piauí/PI. Professor, escritor, poeta, compositor e acadêmico (Teresina-PI, 1973). Vencedor de vários prêmios, tais como o II Prêmio de Literatura da UFES e o 8º Prêmio Posiarte, é autor dos livros “O percurso das horas” (Edição do autor, 2012), “No limiar do absurdo” (LiteraCidade, 2013), “Sobre a transcendência do silêncio” (LiteraCidade, 2014) e “Um esboço de nudez” (Penalux, 2014).

Danilo dos Santos Fernandes é de Três Lagoas/MS, e tem 21 anos. É estudante de Letras (Portugês-Inglês). Nunca publicou nenhum dos seus poemas e é fã do escritor João Cabral de Melo Neto e dos filmes de Ingmar Bergman. Começou a escrever há um ano e meio, aproximadamente. Tem o sonho de cursar cinema e lançar um livro de poemas e um de romance, o qual já começou a escrever. 

Jacqueline Salgado nasceu em Viçosa/MG (1975). É graduada em Belas Artes pela UFMG, pós-graduada em História. Possui dezenas de participações em antologias e prêmios importantes entre contos e poemas. É autora de dois livros infantis: “A Menina, a Pedra e o Ribeirão”, pela Editora da Universidade Federal de Viçosa, e “Tio Francisco”, Ed. Adonis. Vive em Bauru/SP desde 2012.  

Bianca Velloso, 34 anos, é nascida gaúcha, em Porto Alegre; e crescida manezinha, na Ilha de Santa Catarina. Optometrista por profissão, mãe por opção, escritora por paixão. Caminhando para publicar o primeiro livro. Programadora da Rádio Comunitária Campeche, apresenta o programa “Sábado Arrastão”, com foco em música e poesia.


POEMA COLETIVO DO GRUPO A

Título: Ad libitum (Tema: Amor)


debaixo das saias das vizinhas

em cima do muro

ao lado das estrelas

do outro lado da cerca



a poesia com as pupilas dilatadas

vagava bêbada pelos espaços

ricocheteando nas linhas das ruas

ornando de significações os vãos da eterna busca



porém, nada despia o que os olhos

guardavam feito relíquias esquecidas

e nada foi tão novo e tão íntimo

como a idade da água, e das pedras



deitou-se ali mesmo, do outro lado da cerca,

e indo, e quase amante,

gozou estéril e antropofágica

malquereres fabulosos de poesia.


1º estrofe – Bianca Velloso
2º estrofe – Danilo Fernandes
3º estrofe – Nathan Sousa
4º estrofe – Jacqueline Salgado



GRUPO B




Dora Oliveira é de Ipatinga/MG, nascida em 28/07/1964 (50 anos). É autora do romance “No canto escuro do coração”. Possui trabalhos publicados em várias antologias, sendo as mais recentes:  poesias da Universidade Federal de S João Del-Rei e contos da Academia de Letras de Niterói. Obteve destaque em concursos literários como: 3º lugar, no concurso de poesias Lila Ripoll, 2014; 2º lugar no concurso de contos REDE CIDADE LIVRE de Rio Claro/SP;  1º lugar, em crônica, no XXXIV Concurso Felippe D´Oliveira, Santa Maria/RS, 2011  1º lugar e “menção honrosa” no 16º Concurso de contos Mansueto Bernardi-2012, Veranópolis/RS. Em 2011, terminou em 9º lugar no I Concurso de Poesia Autores S/A.

Hugo César Costa tem 22 anos e é de Campina Grande/PB. Cursa Direito, na Universidade Estadual da Paraíba, e -- nas horas mais ocupadas -- se arrisca a escrever alguns versos. Não possui livro publicado; expõe alguns poemas em um blog, o “Caderno Guardado”, cujuo link é http://cadernoguardado.blogspot.com

André Oviedo tem 24 anos e é nascido e criado em São Paulo. Formado em publicidade e propaganda, foi o vencedor do “Concurso do Burro”, tendo como prêmio a publicação do seu primeiro livro, “Formol”, em outubro de 2014.

Herton Gustavo Gomes, 31 anos, reside no Rio de Janeiro/RJ. Formado em Publicidade e Propaganda e em Teatro pela Escola Martins Pena, Herton Gustavo é publicitário, ator, produtor e poeta. Participou de workshops e oficinas de dramaturgia e roteiro com profissionais como Jô Bilac, Pedro Brício, Gregório Duvivier, Márcia Zanelatto, Cláudia Souto, Audemir Leuzinger, Márcio Trigo, Henrique Tavares, Carla Faour, Daniela Pereira Carvalho, Walter Daguerre, Leandro Muniz, Camilo Pelegrinni, Márcia Zanelatto, Celso Taddei, Renê Belmonte, Adriana Falcão, Renato Fagundes, Domingos de Oliveira, e Roberto Alvim. E de reciclagens de interpretação com profissionais como Daniel Herz, Inez Viana, Thierry Trémouroux, Ignácio Coqueiro, Cris Moura, Helena Varvaqui, João Falcão, Celina Sodré, Ana Kfouri, João Fonseca, Amir Haddad, Hamilton Vaz Pereira, Vinicius Arneiro e Márcio Líbar.


 POEMA COLETIVO GRUPO B (Tema: Duelo)

Título: Fruto Amargo

Estaca zero.
Travo diariamente um duelo com meu coração.
Mas tua lembrança é semente
que germina em qualquer estação.

Isso que fica dentro, aumenta
E pressiona o peito à revelia.
A qualquer custo remenda e reinventa 
Algum traço do elo que entre nós havia.

Isso que fica dentro transborda
Em saudade que não disfarço.
De todo jeito que rasgo e corto
Não consigo desatar o laço.

Percebo, por fim, que, já desde o começo,
meu corpo estava condenado
Porque a raiz que nasceu - tão ligeiro -
é feita de arame farpado.

1º estrofe – Herton Gomes
2º estrofe – André Oviedo
3º estrofe – Dora Oliveira
4º estrofe – Hugo Costa



GRUPO C




Álvaro da Cruz Barcellos, 53 anos, é de Pelotas/RS. Versejador desde os 16 anos de idade, vem obtendo destaque em vários concursos regionais e nacionais de literatura e música, já que atua também como letrista, em parceria com diversos compositores, como Pery Souza (fundador com Kleiton e Kledir dos  Almôndegas, nos anos 70), Raul Elwanger, Marco Aurélio Vasconcellos, Pedro Munhoz etc. Aguarda o lançamento de seu primeiro livro de poemas, Um céu de tantos remendos.


André Luiz Barbosa é do Crato/CE, é protético dentário, artista plástico, escritor, membro da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba Grande (RJ) e da Academia de Letras do Brasil (SP) - Medalha Personalidade 2013, pela Academia de Artes de Cabo Frio (RJ) e Comenda Excelência e Qualidade 2014 pela Braslider. Possui uma pintura no Acervo Permanente do MAC, da Bahia. Participou como coautor em mais de 45 antologias poéticas e possui quatro livros solos lançados.



Bruno Baptista é do Rio de Janeiro/RJ e tem 31 anos. Membro e idealizador do coletivo “ex-estranhos” (http://blog-exestranhos.tumblr.com/), tem poemas publicados na internet. Conquistou a quarta colocação no “TOC140” – realizado pela FLIPorto. Formação acadêmica: quase economista, quase engenheiro, tendo abandonado as duas graduações nos últimos períodos.   

Adalberto do Carmo, 27 anos, nasceu & mora em Sant’André – no grande ABCD[ário]. É de 86, quando apareceu junto com a primavera já sabendo que tudo são flores – tinha um bolor na ponta da língua. Poeta, balconista de bar, agitador cultural, lavador de carro, cuidador infantil... já fez de tudo & pretende fazer mais: menos pisar na universidade.



Poema coletivo do Grupo C (Tema: Prostituta)

Título: Cicatrizes

Ela nem olhava pra trás
dizia doer menos
nada de juntar escombros
e sombras que a vida deixava...

E se nada - nem a morte
nem a vida permanece?
O médico lhe dissera: as cicatrizes,
somente as do tempo não secam

as cicatrizes das atrizes
em cena são fajutas
diferente das cicatrizes
das prostitutas.

Enfim, não há razão;
Há o então que o tempo releva,
Há já do montante uma leva
De duas vidas serem um só coração.

1º estrofe – Álvaro Barcellos
2º estrofe – Letícia Simões (que deixou o concurso)
3º estrofe – Bruno Baptista
4º estrofe – André Barbosa


GRUPO D



Andressa Barrichello, 26 anos, mora em Curitiba/PR. É autora de “Crônicas do Cotidiano e Outras Mais”, Ed. Scortecci, 2014, livro vencedor na categoria Crônicas do Prêmio Alejandro Cabassa – UBE – 2013. Participou da coletânea “Instruções à Cortázar”, Ed. Juruá, 2014. Venceu o 4º Concurso Poetizar o Mundo – 2012. Recebeu o 2º Lugar em Concurso de Crônicas da Academia de Letras de Maringá – 2012. 

Isadora Bellavinha Maciel é mineira de Belo Horizonte/MG, fugida da claustrofobia da serra. Hoje, mora no Rio de Janeiro/RJ. É também pesquisadora em Literatura e Artes, formada pela UNIRIO. Integra o projeto Pira Poesia, de experimentações audiovisuais sobre obras de poetas brasileiros. Escreveu e dirigiu o espetáculo "Antes que você parta pro teu baile", baseado na obra da escritora Ana Cristina Cesar. 


Raimundo de Moraes, 45 anos, mora em Recife/PE. É escritor, jornalista e publicitário. Livros publicados: “Pornópolis” (contos; com o heterônimo Aymmar Rodriguéz); “Mosaico” (coletânea do grupo Autoajuda Literária); “Ficcionais” (coletânea do Suplemento Pernambuco. Org. Schneider Carpeggiani); “Tríade” (poesia); “Cronistas Pernambucanos”; “Baba de moço” (poesia; com o heterônimo Aymmar Rodriguéz); “O Recife conta o São João” (contos; Org. Sec. Cultura/Prefeitura do Recife); “Nus” (poesia; org. Paulo Azevedo Chaves).

Simone Prado Ribeiro, 39, nasceu no Rio de Janeiro e reside em Cachoeiras de Macacu. Graduada em Letras pela Universidade Estácio de Sá. Atualmente, cursa Psicologia na mesma universidade. É autora da peça “Cinderela: um conto às avessas”, apresentada no auditório Ronaldo Leite Pedrosa, na cidade Nova Friburgo, RJ.


POEMA COLETIVO DO GRUPO D (Tema: Estação)

Título: Maria fumaça 

Pela fresta da janela
avistei-a diversa
entre whiskys e batons
num canto da estação

não bebia nem se pintava
mas nos olhos a espera

de quem caça um olhar, e ela

atravessou meu trem perfurando a janela


esses trilhos de sangue
que movem o desejo
as paisagens nunca escritas
num poema de amor

O filtro do cigarro 
vermelho que não marca 
Espiral de fantasia 
Viagem a vapor.

1º estrofe – Simone Prado
2º estrofe – Isadora Bellavinha
3º estrofe – Raimundo de Moraes
4º estrofe – Andressa Barrichello



GRUPO E




Ricardo Thadeu, 25 anos, nasceu em Riachão do Jacuípe, onde reside. É mestre em literatura e atua como professor da rede pública. Seu último livro de poesia, “Trilogia do Tempo” (2014), integra a coleção Poieses, da Editora Kalango.

Gerci Oliveira Godoy, 76 anos, nasceu em Porto Alegre/RS. Obras publicadas: “Prêmio Lila Ripoll”, “Poemas no ônibus”, “Histórias de Trabalho”, “Prêmio Mario Quintana”, “Concurso Amigos do livro (Flipoços)”, “Expresso das letras”. Lançou, em 2012, o primeiro livro solo de poesia, “Da Boca Pra Dentro” (pelo selo ALF/RS). Sócia do Partenon Literário, faz parte do grupo “diVersos” de poesia e performance. É autora no Portal Cen, e escreve no Recanto das Letras.

Luiz Otávio Oliani, 37 anos, nasceu no Rio de Janeiro/RJ. É graduado em Letras e em Direito. Como poeta, está em 70 livros coletivos e 400 publicações entre jornais, revistas e alternativos. Publicou quatro livros de poesia: "Fora de órbita", 2007; "Espiral", 2009; “A eternidade dos dias", 2012 e “Luiz Otávio Oliani entre-textos”, 2013.

Marília Lima, 52 anos, reside em São Paulo/SP. É formada em Letras pela PUC/SP e leciona Português para Estrangeiros. Participou de algumas antologias, entre elas: “Vento a Favor”, “Antologia Rio 2001” e “Painel Brasileiro de Novos Talentos, 13 - Câmera Brasileira de Jovens Escritores”. Mantém a página “Chuva na Vidraça” e é uma das editoras da página “Tempestade Urbana”. Tem o projeto finalizado de um livro de poesias que pretende editar até o fim de 2015.


POEMA COLETIVO DO GRUPO E (Tema: Tempo)

Título: A medida do tempo

O tempo rascunha enigmas
que ele próprio desconhece
por saber da finitude
de tudo que perece

O tempo não indaga
não perdoa, não permite
Magnânimo
simplesmente - segue

Sem contar horas, o tempo
ora é pássaro encantado
ora flor que a mão acolhe
e se escoa além da morte

A rotina me queimou a retina,
reto como um santo,
tanto dilema no trabalho 
que me falta tempo pra poema.

1º estrofe – Luiz Otávio Oliani
2º estrofe – Marília Lima
3º estrofe – Gerci Oliveira
4º estrofe – Geovani Doratiotto (que deixou o concurso)


GRUPO F




André Telucazu Kondo, 39 anos, reside em Jundiái/SP. É autor dos livros “Além do Horizonte”, “Amor sem Fronteiras” (Prêmio Paulo Mendes Campos), “Contos do Sol Nascente” (Prêmio Bunkyo, M. H. Prêmio Esfera das Letras), “Cem pequenas poesias do dia-a-dia” (Prêmio UNIFOR), “Palavras de Areia” (Prêmio Alejandro Cabassa), “O pequeno samurai” (M.H. Prêmio João-de-Barro). Recebeu mais de cem prêmios literários. Pós-graduado pela University of Sydney, viajou por 60 países.

Desirée Jung é escritora e tradutora literária, nascida no Brasil, cidadã canadense, com especialização em cinema na Vancouver Film School. Sua carreira acadêmica também inclui um Mestrado em Fine Arts em Creative Writing, além de Doutorado em Literatura Comparada obtidos na Universidade de British Columbia, em Vancouver, no Canadá. Seus poemas, contos e traduções foram publicados em diversas revistas literárias na Europa e América do Norte. Mora há dezesseis anos em Vancouver, Canadá. Seu website é: www.desireejung.com

Jornalista e mestre em Teoria da Literatura pela Universidade de Brasília, Maria Amélia Elói tem 40 anos e é de Brasília/DF. Foi premiada em 2009 no III Concurso Literatura para Todos, do Ministério da Educação, com a obra “Poesia Torta”. Em 2001, ganhou o Prêmio Nestlé/MEC pelo ensaio “Ideias a Mais!: a crítica literária no JB e na Folha de S.Paulo no ano 2000”. Servidora da Câmara dos Deputados, já venceu três edições do gênero “Crônica” dos Desafios dos Escritores promovidos pelo Núcleo de Literatura da Câmara dos Deputados.

Francisco Carvalho Junior, 28 anos, é de Caxias/MA. É professor/escritor, especialista em Língua Portuguesa, autor dos livros de poesia “Mulheres de Carvalho” (2011) e “A Rua do Sol e da Lua” (2013). Foi 3º colocado, na categoria melhor poesia, no 1º Festival Caxiense de Poesia (FECAPO). É membro efetivo da Academia Sertaneja de Letras, Educação e Artes do Maranhão (ASLEAMA).


POEMA COLETIVO GRUPO F (Tema: O poeta preferido)

Título: Franco entendimento

Aquele que se entrega, que transborda,
aquele que deixa as veias jorrarem sem pena,
aquele que se desloca, sai da zona de conforto,
o meu poeta preferido profere a palavra com a alma...

aquele que corcéis cavalga, em incendiados pastos,
aquele que é a chuva e a sede, a presa e o caçador,
aquele que morre no anverso e ressuscita no verso,
o meu poeta preferido sangra a palavra com calma...

Aquele que borda histórias, e cobre-se no inverno
Aquele que encontra flores onde só há ervas e destruição,
Aquele que lapida a pedra na escultura da vida,
o meu poeta preferido desenha a palavra com precisão.

Aquele que ensina o que não sabe e só de teimosia se encanta,
Aquele que sofre de anacronismo e mesmo assim surpreende o seu tempo,
Aquele que, escrevendo "morte", luta, sim, é pelo viço da vida.
O meu poeta preferido sabe mais de mim do que eu mesmo.

1º estrofe – Francisco Carvalho
2º estrofe – André Kondo
3º estrofe – Desirée Jung
4º estrofe – Maria Amélia Elói


GRUPO G



Marcelo Asth, 27 anos, é do Rio de Janeiro/RJ. Formado em licenciatura em Artes Cênicas na UNIRIO e mestrando na Pós-Graduação em Artes Cênicas da UNIRIO (linha de performance). Performer no Coletivo Heróis do Cotidiano. Foi ganhador da primeira edição do Concurso de Poesia Autores S/A, participando da antologia “POESIA.COM” (editora Multifoco). Também participou da antologia “A polêmica vida do amor” (editora oito&meio). Não tem aspirações como escritor, apenas respirações e no máximo inspirações – mas ainda um dia, se pintar, ainda publica um livro de poemas. 


Danielle Takase, 19 anos, é de Santo André/SP. É graduanda em Letras-Francês na Universidade de São Paulo. Publicou “Em Sônia” (Ellenismos, 2013), participou da seleção “Poetas do Mundo” (UNILA Cartonera, 2014) e mantém o blog ...em fuga... .


Cinthia Kriemler, 57 anos, é de Brasília/DF. É contista e poeta. Graduada em Comunicação Social/Relações Públicas. Nasceu no Rio de Janeiro, mas mora em Brasília desde criança. Autora de “Sob os escombros” (2014) e “Do todo que me cerca” (2012), Editora Patuá; e de “Para enfim me deitar na minha alma” (2010), FAC-DF. Vencedora do 1º Concurso de Microcontos Autores S/A; 2ª colocada no II Concurso de Poesia Autores S/A. Aspiração como escritora: todas.

Georgio Rios, 33 anos, é de Riachão do Jacuípe/BA. É também músico e publicou os livros: “Depois da Chuva” (2009); “Veredas de Sarépta” (2010), “Modus Operandi” (2010), “Sangue Novo: 21 poetas baianos do séc. XXI” (2011) e “Ficções ao Mar” (2012). Rios participou das Bienais do Livro da Bahia (2009 e 2011), além da Feira do Livro de Feira de Santana. É formado em Letras com Espanhol pela Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) faz parte do Coletivo de artes Antena.


POEMA COLETIVO DO GRUPO G (Tema: Ônibus)

Titulo: Transverso

eu, viciado passageiro 
de estações que repetem a rotina 
do nada, que libertam
aos mistérios do tudo

Mudo, da janela vejo mundos:
Quem será que eu moro ali?
Tudo aqui é passageiro, tudo aqui está são?
Mil perguntas que me lanço sem nenhuma conclusão...

No nada, qualquer metro é uma grande travessia
o frear é brusco, o andar é lento, a ladeira é íngreme
não é ávida que a vida transita
porque se está só de passagem.

passageiro do destino
no labiríntico  ônibus da vida
sigo por esta lida de solitário viajante
Vago como estradeiro, no largo vão desta página.

1º estrofe – Cinthia Kriemler
2º estrofe – Marcelo Asth
3º estrofe – Danielle Takase
4º estrofe – Geórgio Rios



GRUPO H



Natasha Felix tem 17 e é estudante. Reside em Santos/SP. Pretende adentrar mais ainda pelas vielas da arte através do curso de Estudos Literários. Recentemente, lançou o livro “Movimento – da palavra ao texto” como coautora e participou de dois concursos: no primeiro, um concurso de contos em 2007, alcançou o segundo lugar; já no outro, um concurso de poesias deste ano, ficou em terceiro.

Francisco Ferreira, 46 anos, é de Conceição do Mato Dentro/MG. Conquistou a oitava colocação nas duas primeiras edições do Concurso de Poesia Autores S/A. Foi 2º colocado no I Concurso de Poesia Língua'fiada.

Jorge Augusto de Jesus Silva, 32 anos, reside em Salvador/BA. É poeta e professor, tem poemas e textos publicados nas revistas eletrônicas Germina Literatura e Cronópios. Em livro, publicou na “Antilogia”, destaque em edição passada da bienal de designer de São Paulo. O livro reúne poetas baianos e paulistas. Também publicou poemas na “Antologia do Sarau da Onça”, em Salvador. Além disso, é editor e pesquisador no campo da literatura.

Thiago Oliveira Carvalho, 25 anos, é do Rio de Janeiro/RJ. É graduado em Letras – Português\Inglês, pela Faculdade CCAA e pós-graduado lato sensu em Literaturas Lusófonas, pela Universidade Estácio de Sá. Professor de língua inglesa (Prefeitura do Rio de Janeiro). Tem um ensaio publicado na coletânea acadêmica Vivências pós-modernas 1 (Editora Quártica) e palestrou em eventos e congressos na UERJ e UFF. No momento, dedica-se ao estudo da língua – e diferentes aspectos da cultura – japonesa.


POEMA COLETIVO DO GRUPO H (Tema: Professor)

Título: Contra o Temp(l)o

Arauto foi que te fizeste
da palavra nua .
Da vida crua, de cozimentos oficiais,
foste "maitre" e degustador...

Agora não há mais tempero
tua chama já não balança ao vento
e o pó do lirismo ardente
soprou os traços do sobrevivente ardor 

E no pó te tornaste silêncio
Pelo prosaico dos dias,
No silêncio te tornaste pedra
Que resiste à trilha por vias

Então, não mais arauto,
mas ainda num palco
profeta de nenhum futuro
bate a cabeça contra o muro.

1º estrofe – Francisco Ferreira
2º estrofe – Natasha Félix
3º estrofe – Thiago Carvalho
4º estrofe – Jorge Augusto Silva



HORA DO
                                                                             A
                                                                              I
                                                                              K
                                                                               A
                                                                                I


Que tal lermos uns haikais agora, hein?

Todos os haikais tiveram como temática: UMA ESTAÇÃO DO ANO.
Que a estação mais amena envolva sua alma
na leitura desses haikais...




  
“Primavera”
(André Barbosa)

Vem com os olhos, vê.
O encanto subiu a colina.
Primavera. Ipê.


“Outono”
(Álvaro Barcellos)

nunca te abandono:
eu te busco entre as sombras
e os ventos de outono

“Horário de Verão”
(Bruno Baptista)

o sol vai tarde
assim é como não ter fim
o fim de tarde

“Melancolia”
(Isadora Maciel)

E suspira o vento
soa o vazio rastejo
folha a folha, lento.

“Primavera de mim”
(Gerci Oliveira)

Plantei roseira
acordei pássaro cor.
Sonhei floreira.

“Vida que segue”
(André Kondo)

O vento outonal –
A pipa levanta voo
no cair das folhas.


“Invernando”
(Ricardo Thadeu)

o homem sertanejo
vê no escuro céu da roça
chegar a esperança

“Teimosia de poeta”
(Maria Amélia Elói)

Haikai buganvília,
até todo flores ser,
queira florescer!

“Cores nos olhos”
(Luiz Otávio Oliani)

em floração plena
a natureza agradece
os botões em flor


“Cobertas”
(Marcelo Asth)

É manhã no rio:
Folhas nas margens cobertas
Pelo orvalho frio.

“Outonal”
(Georgio Rios)

Horizonte gris
O giz riscando o chão
Tons do outono

“Paixão”
(Cinthia Kriemler)

Nas ruas escuras
procissão do fogaréu
cor de farricoco


“desestiagem”
(Natasha Félix)

o cantar da nuvem
numa lágrima de boi
alaga o sertão.


“Haiku para o amor de verão”
(Jorge Augusto Silva)

sentido horário
de verão mais que se pede
são haikais de paixão


“Banquete”
(Francisco Ferreira)

Revoadas de cupins
anunciando boa chuva.
Sapos se regalam.


“Para Yuki Kajiura”
(Thiago Carvalho)

Secando palavras,
Entra, outono-linguagem!
Sépia musicada...

“haicai do sob e sobre mundo”
(Danielle Takase)

valsa de equinócio −
dum lado, a primeira queda;
lado outro, há pétala.

“De repente”
(Danilo Fernandes)

A vida é folha
que no outono
cai sem avisar


“ilusão de queda”
(André Oviedo)

certa folha cai
sem sequer tocar o chão
uma borboleta

“Colheita”
(Dora Oliveira)

Manhã no pomar:
Sabiá faz desjejum
de mamão maduro.


“estéril”
(Herton Gomes)

manchete do dia:
primavera no sertão
não brota poesia

“Vento”
(Adalberto Carmo)

O vento, o vento!
Reclino a face, encaro
dentes de leão ao sol.

“Folhas de outono”
(Hugo Costa)

Voam em bando,
levando este pensamento,
as folhas de outono?

“Verão na Maré”
(Simone Prado)

entre palafitas
no calor da água suja
reflexos da lua

“Tangerina”
(Francisco Carvalho)

delícia d’outono:
os gomos da tanja dançam
tango nos meus lábios.

“Miles Davis”
(Bianca Velloso)

as folhas secas
quintal do meu outono
jazz dentro de mim

“Último buquê”
(Raimundo de Moraes)

Atrás da porta
emudece o verão
da noiva morta

“Outono”
(Jacqueline Salgado)

Silêncio no céu.
Lua cheia de vazio.
Espelho de mi’alma.

“Noite”
(Andressa Barrichello)

Ninhos florescem
O gato à espreita
Pássaro canta


“Memórias de outono”
(Nathan Sousa)

Ainda que tarde, tenho
colhido imagens em troca
de uma luz distante.

“Primaveril”
(Marília Lima)
Amarelo ouro
Flor de ipê que desabrocha
Tudo se faz luz

“Verão”
(Desirée Jung)

Na língua –
abacate gelado
refresca o calor.




POEMAS DA 1º RODADA DA FASE DE GRUPOS



Atenção: Os votos populares começarão a contar a partir das 14:45 hs. de terça-feira, dia 14/10/14, e serão encerrados no dia 16/10/14, quinta-feira, às 17:00 horas. Os votos serão válidos APENAS PARA OS POEMAS TEMÁTICOS, E NÃO PARA OS HAIKAIS! Lembre-se: escolha apenas 1 poeta, dos 08 grupos, no momento do seu voto. Obrigado e tenham uma ótima leitura!



GRUPO A
1º RODADA
TEMA:
“AMOR”


Grupo A - 1º Rodada – Tema “Amor”
Nathan Sousa x Danilo Fernandes
Jacqueline Salgado x Bianca Velloso

 DUELO 01

Títulos:

“Atentado”
(Nathan Sousa)

X

“Tinha um amor no meio do caminho”
(Danilo Fernandes)


Título: Atentado

conheceu o amor num beco de breu e silêncio.
lugar apropriado para exumar
o que ignora e aplaca:

o fogo
o frio
o frívolo

o trêmulo
o frêmito
o tácito.

o corpo incógnito, a estranheza,
a rigidez do avesso
– como se entranha fosse.

o sumo extraído
– como se fruta fosse.

a fauna primitiva
(metálica)
que desconhece o que divide e
– num átimo –
é escambo de sal e couro;
osmose, permuta franciscana.

sem alarde, num beco de breu.



Título: Tinha um amor no meio do caminho 

Riobaldo comeu louco na sua mão
De joelhos no infinito do sertão
Certamente a triste via é  o que há
A semente de nós dois se queimará

Se o Velho pós morango ainda  a amava
Preto e Branco triste fim de quem sonhava
Que será de um personagem sem roteiro?
Se nem findam na alegria os do Estrangeiro

Se na pólvora ou no verde o amor fracassa
Se é dorido o que passou ou o que foi nada
Se pra nós é um conforto ou uma chaga
O amor sempre nos pega na jornada.




DUELO 02

TÍTULOS:

“Promessa é dúvida, mesmo quando coisa, mesmo quando texto”
(Jacqueline Salgado)

X

“todo palhaço é poeta”
(Bianca Velloso)


Título: Promessa é dúvida, mesmo quando coisa, mesmo quando texto

Que amor é esse
que me faz mergulhar em nebulosa
impelida por intuito de decifração?
Que circunscreve pausadamente
minhas possibilidades de existência?

Que amor é esse?
Expresso em que rota humana?

Amor que se debruça sobre o verbo,
que deita mudo sobre um nicho frágil
da escrita,
que converte fragmentos de um texto comum
em cartas estendidas sobre o tapete.
Que me toma por sentido.
Que me toma por avesso.
Como é penoso o lado
vazante
do ciclo
do qual
desejamos sair.

Ainda resisto.
                 [e penso.
Qual o tamanho do amor que sinto?
E do seu revés?
Quantos lírios trago de sensações?
Como se mede? Como se curva?
Em quais Cânticos me reconheço?
Qual é a parte que desconheço?

Tudo bem. Deixemo-lo.
É inútil o lado fluido de partir.
Dê-me só um beijo mais de língua
                                [ou de linguagem
que te prometo ser escrita.


Título: todo palhaço é poeta

no preto-e-branco
das engrenagens da vida
sob tênues luzes coloridas
na corda bamba
da linha do horizonte
sapato comprido
nariz vermelho
lá vai ele

de repente invade
o picadeiro dos teus dias
equilibra o riso e o choro
desencadeia o alvorecer
alvoroça o gozo
soam os guizos da alforria
:
o amor é um palhaço




                  GRUPO 02
1º RODADA
TEMA:
“DUELO”

Grupo B – 1º Rodada – Tema “Duelo”
Dora Oliveira x Hugo Costa

André Oviedo x Herton Gomes




DUELO 01

TÍTULOS:

“Viandante”
(Dora Oliveira)

X

“Dança da morte”
(Hugo Costa)



Título: Viandante

O medo veda os olhos,
a coragem puxa as cobertas.
O não esconde as chaves,
o sim escancara as portas.

Luz e treva, sol e chuva
disputam a mesma estrada
que o viandante percorre.

Alegrias e tristezas,
vitórias e derrotas
acotovelam-se na mochila
que o viandante carrega nas costas.

Verdades e mentiras,
dúvidas e certezas
confrontam-se no mesmo enredo.

O certo e o errado
Apostam um prato de sopa
debaixo do mesmo teto.

O amor e o ódio travam batalhas,
fazem pactos e juras
no parque do coração.

O bem e o mal se atracam
nas enseadas da razão
onde o viandante ancora.

A morte afia as unhas e rosna.
A vida suspira e se agarra à cadeira
onde o viandante repousa.



Título: Dança da Morte

Festa de rua
Flecha lançada
Olho no olho
E seja o que for

Pele pressente outra pele
- faísca!
Onde há fumaça
não há outra pista:
Duas fogueiras a todo vapor

Mão estendida,
e começa a batalha
Vira uma arena,
o coreto da praça,
feito uma cena de gladiador:

São rodopios
e risos olhares
Caem os escudos,
as armas em pares,
na primeira noite
do mês que entrou

E a boca de presa
sussurra - de praxe,
deixando sua marca
à espera do ataque,
já não mais surpresa,
do seu predador

Depois, só se escuta
os insultos vulgares
de alguma janela
daquela cidade
que se fez plateia
narrando o torpor:

São unhas e dentes
e gritos de guerra
É sangue e suor
sobre o cheiro de fera
a se debater
sem qualquer vencedor

Mas deixa a revanche pra um outro capítulo
Nunca se vira placar tão bonito,
desde que homem e mulher se enfrentou:

Olhos revirados
Duelo perdido
Mortos - em chamas -
Titãs e meninos...

Um corpo só:
amor.


DUELO 02

Títulos:

“do elo”
(André Oviedo)

X

western particular”
(Herton Gomes)

Título: do elo

hoje você vem
de encontro
a mim,
feito quem
deseja atravessar
e não ocupar
o mesmo espaço.
feito quem
prefere choque
a abraço,
nó a laço.
por isso,
trago linhas
nas mãos,
pois sei
que você
traz agulhas.
pois sei
que hoje
você vem
feito quem
já foi.


Título: western particular

“ainda te espero”
reclama o bolero
nesse vinil de oitenta e quatro
vazio
cinéreo
travo um duelo
entre o Rivotril
e a falta do teu abraço

“ainda te quero”
confessa  aos berros
esse fado português
sozinho
me descabelo
e travo um duelo
entre o vinho
e a sede de ti, outra vez

“ainda me desespero”
repete sincero
esse tango
argentino
sofrido
funéreo
travo um duelo
com meu próprio destino

e enfrento tua ausência
dançando na corda bamba
sem perder a cadência
encho a cara nessa roda de samba
não me dou por vencido
te perder foi doído
mas sofrer, meu querido,
anda fora de moda.


GRUPO C
1º RODADA
TEMA:
“PROSTITUTA”

Grupo C – 1º Rodada – Tema “Prostituta”
Álvaro Barcellos x André Barbosa
Bruno Baptista x Adalberto Carmo




DUELO 01

Títulos:

“Fuga”
(Álvaro Barcellos)

X

“Lucíola Alencar”
(André Barbosa)


Título: Fuga 
                                                                            (para as Marias)

É da última mesa
deste botequim imundo
em que encho a cara
ao fim de cada dia
que observo a cidade
(e seu ritmo
e seu mar e sua gente,
suas paisagens
e esse nevoeiro
que encobre sempre
suas luzes amarelas
– um velho véu furta-cor)…

passei a observar
a menina Maria
– a Maria do pecado –
aquela que deita
em sua surrada rede,
aquela que dorme
lá no cais do porto,
a que perdeu toda esperança
– dissolvida entre batons
e espermas e perfumes
e brincos e brinquedos:
a Maria das marés…

pude olhar mais para ela,
pude olhar mais lá no fundo:
lá no abismo de seu peito
– a Maria das marés –
cujos olhos armazenam
a mais torpe solidão
que há no mundo
(os seus olhos
que procuram
um refúgio, um resgate,
uma morte, um escape,
uma fuga)…

Por quem choram
os teus olhos
que represam oceanos
e embarcações naufragadas?

Por quem choram?
diz, Maria
– no silêncio que te assalta –
diz, Maria das marés.



Título: Lucíola Alencar

Em tempos idos:
Lucíola teve passado penoso,
De dia a dia rigoroso, aqui e acolá em diversos puteiros.
Sua mãe analfabeta e agricultora e seu pai pedreiro;
Faltava dinheiro, comida, estudo, faltava quase tudo...
Até que, de repente, o “tudo” veio:

Em tempos meios:
(tomei a liberdade de não rimar nessa parte)
A gravidez de trigêmeos caiu como tempestade,
Aquela louca vontade de ser mãe
– aquela sóbria visão de que precisava ser algo mais;
Largou a labuta de prostituta e entregou-se aos livros...
Venceu empecilhos, derrubou preconceitos.

Em tempos de hoje:
Mulher guerreira, mãe solteira, ex-meretriz,
Sessenta anos e três filhos criados:
Uma médica, um famoso escritor e um advogado.
Lucíola Alencar é dona de casa e de uma rendosa barraca na feira,
Agora com “eira” e com “beira”
É também dona do próprio nariz.


DUELO 02

Títulos:

“as prostitutas de amsterdã”
(Bruno Baptista)

X

“Garbo”
(Adalberto Carmo)

Título: as prostitutas de amsterdã

as prostitutas de amsterdã
são lindas e bem-vindas.
vão à padaria, dão bom dia,
voltam para casa com o pão,
geleia, queijo e frutas. as prostitutas
de amsterdã não abrem mão
do café da manhã.


Título: Garbo

O amor é uma flor violeta
nascente na beira da greta.



GRUPO D
1º RODADA
TEMA:
“ESTAÇÃO”



Grupo D – 1º Rodada – Tema “Estação”
Andressa Barrichello x Isadora Bellavinha
Raimundo de Moraes x Simone Prado

DUELO 01

Títulos:

“Quatro Estações”
(Andressa Barrichello)

X

“Espera”
(Isadora Maciel)

Título: Quatro Estações

Estrada alagada, estrada estreita
deita às margens do rio da vida
Desabalada carroça toda curva despeita
e estrada peita, a fazê-la feita
mas nunca sabida
Conduz a carroça o sujeito
um dia pensado de passeio
E a cada nova curva e poça
a estrada faz troça desse seu enleio
Trépido o sujeito, trepidante a carroça
pela estrada que margeia e não esteia
Trépido o sujeito, trepidante a carroça
com desejo de chegada e rechaço de partida
E resta haver-se com tamanho sacolejo
no abraço cego da estrada tida
se ao fim e ao cabo
Só trepida o que tem vida.

  
Título: Espera

na estação
nada, esta espera.
no banco resta uma luva esquecida: é inverno.
imagino a mão despida pra escritura do verso:
imagino o inverso: a mão vestida enquanto espera
o amor – perverso

não vem.

Imagino a promessa de vinda com o trem
e da porta de saída
(última esperança contra o gesto suicida)
só a brisa vaga de ninguém.
A mão se despe dedo a dedo
e o anel
- presente usado em segredo -

é lançado ao trilho como se lança os dados.

na estação, amargo,
nada, esta espera.
para ESTAR_SÃO
e romper com o sertão na Terra
é preciso saber-se antes SER_TÃO:
quando inverno: pensar primavera.
imaginar a mão na escritura do verso
não pro amor que disperso não vem
mas àquele que, de fato, aguarda no trem.
Estar-se antes tão são,
tão ser
que então
a vida se irrompa para além da biosfera.
E a estação – morada aflita da espera -
já não será a casa de um amor controverso
de uma luva caída na amplidão do universo
também não será uma estação de guerra
do homem contra o homem
a fera contra a fera
ou estação espacial que tudo no nada supera
submersa no ar anti-gravitacional.

Em reverso, contra a leveza brutal,
a estação que imagino não se fixa no espaço
nem no tempo,
nem no ano,
nem na luva esquecida ao fracasso.
A estação por mim imaginada
é uma espera movente
que vai do nada ao nada;
que nada peixe por infinitas águas;
que como quem versa que no branco começa
no branco termina no nada submersa.
Mas resta sempre a força de uma espera impressa de vida
- estação contínua e porém finda -
no papel, a palavra adversa traça:
viver é esperar
mover-se
de estação em estação
como os sopros no ar.


Duelo 02

Títulos:

Plus Tard
(Simone Prado)

X

“Mediterrâneo 3x4”
(Raimundo de Moraes)


Título: Plus Tard

plataforma -
bengala
roupa engomada
seu chapéu de palha na mão

malas entre abraços
a rapidez dos pés
o correr das cenas
sob pálpebras apertadas

ansiedade redobrada

velho corpo malhado
embaixo do chapéu de palha
aguardava

. . .

último trem da estação -

filho que não veio



                                         Título: Mediterrâneo 3x4
                                                           (afresco e relevo)


                                     Mergulhei nos abismos
                                     de um cabernet roxo
                                     descendo voz-estômago abaixo
                                     Agulharam-me tessituras
                                     de verões da Calábria
                                     Ruelas de Roma        
                                     mármores mijos milenares
                                     fantasmas Satiricon Fellini
                                     (A procissão de perdidos invadindo
                                     as esquinas da casa
                                     – I Ching prenunciando um destino?
                                     Incenso de mirra Scriabin Satie
                                     sou o Gato Madeira em combustão)
                                     Anjos e sátiros descendo nas janelas
                                     espumas calientes de uma Afrodite
                                     nascida em Nice
                                     (Sou Jean Seberg em tristezas azuis
                                     sou todo o branco de Santorini)
                                     Ana César rompendo espaços num último voo
                                     e demais mortos na sala de estar.


GRUPO E
1º RODADA
TEMA:
“TEMPO”


Grupo E – 1º Rodada – Tema “Tempo”
Ricardo Thadeu x Gerci Oliveira
Luiz Otávio Oliani x Marília Lima



DUELO 01

Títulos:

“Leve ruído da nascente”
(Gerci Oliveira)

X

“Episódio”
(Ricardo Thadeu)


Título: Leve ruído da nascente

Quando nasci, minha mãe levou um susto
ela não sabia que a filha
viria com delírio no sangue

em vez do berro de bebê
fui logo mamando poesia

o suspiro já tinha o leve ruído
das vertentes distantes

manhosa, curiosa, avoada
seguia respirando paisagem

muitas vezes me pegaram pendurada
de cabeça pra baixo
gostava de ver tudo diferente

a vastidão imaginada aumentava
o verde era vibrante
as florzinhas brincavam de esconder insetos

eu, mal cabia em tamanha lindeza
hoje, tamanho de gente grande
mas poesia? Ah! Esta é maior e, às vezes,
zomba de mim
corre nas veias
atravessa os ouvidos
invade meus olhos

e quando penso apanhá-la, esvoaça
feito os pássaros de minha infância.


Título: Episódio

Com calma, componho um abismo:
dilema criado em mim pelo tempo.

Os atalhos das horas são o lamento:
imenso vazio de momentos passados.

Regulo os passos, conto os minutos:
inútil tarefa dos relógios de corda.

E contento-me com o eterno retorno
atento ao despertar das janelas.



DUELO 02

Títulos:

“Cronologia das horas”
(Luiz Otávio Oliani)

X

“Miragens”
(Marília Lima)


Título: Cronologia das horas

na antiguidade
egípcios babilônios
gregos  assírios
mediam a vida 
pelos astros estações
instrumentos

ao olhar pastagens
a escuridão o tempo seco
convencionaram dar nomes
ao inanimado

daí nasceram
relógios
bússolas
ampulhetas

os homens
descobriram
que não se detém
a efemeridade


Título: Miragens

Esta coleção
começada há pouco
e já um monte de trastes velhos
esquecidos em um canto.

Estas flores
mal acabadas de chegar,
viçosas, frescas, belas,
já as vejo murchas e tristes
atulhando a mesa.

Este rei
mal coroado
e já deposto.

E os mortos
choram seus mortos.

Quem me dera não antever!
Tudo é ontem.
Ponte sobre nada.
Espiral de miragens.
Abismo.

GRUPO F
1º RODADA
TEMA:
“HOMENAGEM AO POETA PREFERIDO (A)”


Grupo F – 1º Rodada – Tema “O poeta preferido”
André Kondo x Desirée Jung
Maria Amélia Elói x Francisco Carvalho



DUELO 01

Títulos:

“Manoel”
(André Kondo)

X

“A Mão Estendida”
(Desirée Jung)

Título: Manoel

Quis desvendar Manoel
colher da estante
os seus segredos
mas não encontrei
na semente da prateleira
o germinar de sua poesia

Foi preciso ouvir no silêncio das páginas
o sussurro quase mudo das folhas
das árvores de algum mato grosso
que ainda lá estavam
esperando pelo fino sopro
do folhear

E assim em cambalhotas
as folhas vieram
a brincar em minhas mãos
a poesia fazendo cócegas nos dedos

Na terra úmida
li os poemas que Manoel ali traçou
com gravetinho de contar lorotas
e no branco das nuvens
também li seus versos rabiscados
com a pena da garça ainda em voo
e a invisível tinta das águas do Pantanal

E fui peneirando o nada dos córregos
revirando o lodo, as escamas
e palitando dos sorrisos dos jacarés
qualquer resquício de poesia

E não mais esperei a morte de algum molusco
para ouvir o mar em sua vazia concha
mas em seu rastro viscoso e vivo
vi o oceano refletindo o luar
o mar do interior
de Manoel

Confesso, fui buscar a verdade absoluta
nas palavras do poeta
mas apenas encontrei
um menino com os pés no barro
inventando pequenas mentiras
que, afinal, descobri
serem mais reais
do que todas essas tais verdades
universais.

Título: A Mão Estendida

“Colada à tua boca a minha desordem.
O meu vasto querer.
O impossível se fazendo ordem.”
                                                            Hilda Hist
Na subida do morro,
ela tropeça no cordão do sapato
mas não se machuca.
“É preciso ter cuidado,” ele diz,
lhe dando a mão em troca.
Ela se levanta e encosta a cabeça no seu ombro.

Depois, na cozinha, ao cortar uma maçã ao meio,
a frase lhe aflige. Cuidado. O sabor da fruta é adocicado.
Mastiga e uma veia surge no meio da testa,
nos vastos espaços que moram dentro do corpo,
na intimidade das coisas que não se pode olhar
por muito tempo, acordadas.

“O que foi?” Ele pergunta. “A vida é um perigo,” ela responde,
a mão estendida procurando pela outra. O que lhes divide
é profundamente imoral por ser insustentável, translúcido
como resíduos num chão de concreto. Desamparo de existir.
A singularidade de se amar apesar de tudo. Ao engolir
a maçã, sente sede, e lhe beija com a voracidade
de uma gazela.



DUELO 02

Títulos:

“Meu Manoel”
(Maria Amélia Elói)

X

“Um passarinho de Alegrete”
(Francisco Carvalho)


Título: Meu Manoel

“Um girassol se apropriou de Deus: foi em
Van Gogh.”

Um tal Mané do Pantanal
desarruinou minhas verdades.

Didática de quem amanhece a noite
e lagartixa o tempo do verbo.

Filosofia assobiada por pássaro e onça.
Semântica movediça de quem areia como criança.
Formiga tanajurenta de céu e som.
Entendimento universal.

Vento silenciando o cheiro do rio.
As grandezas do que é miúdo.
Borboleta travessa que contém o riso.
Gramática do estrume vicejando canção.

A palavra que o sapo engoliu
já vem arvorando no orvalho.
Chove sol!

Se eu era amante de palavra viciada
e inventava mecanismo objeto,
agora creio no pente disposto a ser begônia
e só imagino “tarde competente para dálias”.

Livro das Ignorãças mudou meu sotaque.
Eu querendo falar como pedra, e nada!
Eternidade de insônia, suspiro e soluço,
um inseto grilando cada estrofe da lida.

O anonimato que orgulha,
a inteligẽça das coisas,
a amoreira apitando
o segredo apalpado.

Ousadia delírio de quem traz na peneira
água
e sai pingando, pingando
até nascer o descomeço...

A poesia se apropriou de Deus: foi em
Manoel de Barros.


Título: O passarinho de Alegrete*

furados, floridos e amarelos...
assim são os nossos sapatos!
do sol, da lua, dos cataventos...
assim são as nossas ruas!
às vezes, ouço vozes
de anjos no telhado,
e me pinto grilos, lilis, malaquias...
um passarinho,
uma tia solteira,
um peixinho de uma velha história,
uma pedra (beata) de Calcutá,
o garoto do Chaplin que vive em nós...

meu poeta amado do peito saltimbanco,
muitas pontes, muitos pontos nos identificam...
e tantos tresloucados nos assassinaram
sem entender nossos desenhos de criança,
roubando alguns sorrisos e ventos,
sem levar as janelas por onde vemos
além das cortinas e máscaras dos homens,
esses seres tão ligados aos próprios umbigos
não notaram, ainda, que o céu é um menino azul.

*Uma homenagem ao poeta gaúcho M. Quintana.



GRUPO G
1º RODADA
TEMA:
“ÔNIBUS”



Grupo G – 1º Rodada – Tema “Ônibus”
Marcelo Asth x Danielle Takase
Georgio Rios x Cinthia Kriemler


DUELO 01

Títulos:

“Passagem”
(Marcelo Asth)

X

“Itinerário”
(Danielle Takase)


Título: Passagem

Quando eu era deste mundo
Vinha velho e cansado
Olhando pra noite me olhando.
Foi quando, foi quando, foi quando...
Focando a lua nos olhos,
Decidi seguir viagem
Pagando com a minha passagem,
Conforme podia pagar.
Forçando os pés já cansando,
Foi quando, foi quando, foi quando...
Apenas apanhei à beira-mar
Um ônibus pra estação lunar!
Quando foi distanciando
O ônibus já decolando,
Vi meu corpo tão vetusto
No susto das ondas sonhando.
Foi quando, foi quando, foi quando...
Foiçando o meu fio de prata,
No céu vi uma passeata,
Uma manifestação estelar
Que no bradar de seus brilhos,
Em fogosa lâmina negra,
Reivindicou meu olhar.
Da janela apenas via
Via-láctea em versos de luz –
Foi quando escrevi o meu cosmos
Para todos, omnibus:
Átomos, átimos, ritmos,
Algoritmos cometas,
Pasmos, espasmos, marasmos,
Mar cósmico de ondas pretas.
Universo, imerso verso,
Alfa, beta, gama de letras,
Prescrita escrita infinita
De espirais e piruetas.
Sois sóis pulsando a sós
Fluxo de fótons,
Luzes, planetas.


Título: Itinerário

ô·ni·bus 
(latim omnibus, para todos, dativo plural de omnis, -e, todo)
substantivo masculino de dois números
1. Carruagem pública para muitos passageiros.
3. [Brasil]  Grande veículo automóvel de transporte .coletivo de passageiros, urbano, rodoviário ou turístico.
"ônibus", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa

ca·tra·ca 
(origem onomatopaica)
substantivo feminino
1. [Brasil]  Dispositivo que roda sobre um eixo e que condiciona o acesso de pessoas a determinado local.
"catraca", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa.

TRÁK

a mãe paga passagem
o menino rasteja no chão
(antes ela o levantava pelos braços
jogando pro outro lado;
agora ela tem dor nas costas
e só aguenta as sacolas da feira
porque elas tem o tamanho da féria)
ele já está grandinho
logo vai andar sozinho
e vai sozinho se virar.
senta no banco mais alto
finge que é montanha russa
olha pela janela
vê os meninos brincando de malabares
vê os meninos fazendo embaixadinhas
vê os meninos vendendo balas
devem ter muitas cáries, esses meninos,
e uma vida muito doce
devem andar descalço toda vida
num mundo todo pra brincar
enquanto ele na montanha russa
sua mãe, trabalho
tendo seus altos e baixos
mais baixos
ele, indo pra escola enquanto dá.

TRÁK

a escola enquanto deu
faculdade nunca daria
homem aos catorze
com mais um menino aos quinze
já faz tempo
suor escorrendo da testa
depois de andar até encontrar o sol
pra economizar uma condução
encosta a cabeça no vidro
dorme o justo
(ônibus mais cama
que a própria cama)
se precisasse, dormia em pé
as duas horas de viagem
mas, graças deus!,
um lugar pra sentar,
e um pra trabalhar, então
treme a cabeça de impulso
treme as pernas de cansaço
treme o braço
pelo trabalho que ainda não veio
e pelo salário que já anda escasso
treme o estômago
antecipando a marmita azeda.

TRÁK

a mãe agora é a esposa
e outro menino se arrastando
esse não inveja os meninos do farol
(hoje é cedo que se perde a inocência
e há infância que nunca foi)
a mãe cuida do filho
do marido
da casa
dos outros
e então volta pra casa
(que não é sua ou que pode não ser a qualquer momento)
pra cuidar dos seus.

TRÁK
TRÁK
TRÁK

seis da tarde,
mas o navio negreiro
segue um curso diferente
entre a metrópole e
a colônia e
a mão de obra escrava
a distância diminuiu um atlântico
mas a viagem continua grande
entre o primeiro dia de trabalho
e qual domingo? do divino descanso
a viagem é grande
da matéria prima até o produto final
a viagem é grande
até o impossível consumo
a viagem é grande
da perifa até o centro
a viagem é muito grande

e também profundamente vertical.

KÁTRÁK KÁTRÁK KÁTRÁK

o ocaso é o ponto
às vezes é esse seis da tarde
das lotações do sufoco do tráfego intenso
ou as oito nove dez onze
doze horas compridas
cumpridas da jornada.
faltaram cinco centavos
− eu não posso fazer nada.

[silêncio]

um silêncio depois você já não existe
pois é só depois da paga
e do barulho da catraca
que você passa a ser gente
pra essa gente
que cuida da gente
como latifundiário
cuidando do gado

: suga a força na moenda
faca no couro
dente na carne

até restar só a carcaça
e nada mais a se explorar.

DUELO 02

Títulos:
“Percursos”
(Georgio Rios)

X

“até que a morte nos separe”
(Cinthia Kriemler)


Título: Percursos

Tudo está posto na vida:
As sombras dos muros,
O ônibus na pista.

Tudo está posto
Sob a vacilante luz
Do alto dos postes.

Ítaca mítica
Arca de Noé
Movendo-se no asfalto.


Título: até que a morte nos separe

subiu ao céu 
numa sexta-feira de chuva — sem Paixão 
na hora, só umas poucas memórias, histórias 
de menino invisível, passageiro 
equidistante entre (tantos) vazios 
lotados 
por clones de Perséfones {cansadas 
de aguardar a carruagem de Hades
e um queixume de freios
[sem ABS] gritando a desculpa 
esfarrapada que a morte pede antes
de matar 
no corpo a depravação do choque abrupto
, curto
o peso gordo da borracha 
fedida oprimindo o tórax contra o rastro 
de cuspes do cimento velho
a visão do éter (pela primeira vez um tempo 
para contemplar) colhida pela parelha de olhos 
molhados gritando
: ponto final



GRUPO H
1º RODADA
TEMA:
“PROFESSOR”


Grupo H – 1º Rodada – Tema “Professor”
Natasha Félix x Francisco Ferreira

Jorge Augusto Silva x Thiago Carvalho


DUELO 01

Títulos:

“natureza pedagoga”
(Natasha Félix)

X

“Construtora de destinos”
(Francisco Ferreira)

Título: natureza pedagoga 

vou lhe dizer 
meu mestre maior
é o sol 

amanhece a beleza
no raiar do dia
e desaparece  pra mostrar:
a efemeridade rege a vida.


Título: Construtora de Destinos

Era só o que trazia:         
as minhas mãos vazias
e o coração em plenitude do nada.

Ligeiras as tuas mãos
à minha, guiaram em linha reta
expurgando dúvidas.

De tua língua em nossa Língua
toda fala pareceu poemas
era beijo, simplificado no sabor da palavra.

Ensinaste –me  a sonhar em alto relevo,
escrever em voz alta
tramas de minhas tessituras desconexas.

Sovaste a minha massa crua de cidadão-crisálida
e proclamaste (como no Gêneses): “Fiat lux!”
Fez-se.
E, muito do que sou é obra tua, minha primeira professora!


DUELO 02

Títulos:

“Sobre o ofício de quebrar espelhos ou para uma educação sem sombras”
(Jorge Augusto Silva)

X

“Convite em elipse ao gosto poundiano (ou a não-Voz cede à voz)”
(Thiago Carvalho)


Título: Sobre o ofício de quebrar espelhos
ou
Para uma educação sem sombras

ao homem só se ensina
seguir a sina que constrói
a cada pegada que pisa
até achar as próprias cinzas

não cabe ao que professa,
profecias, nenhuma matilha
ou cartilha que transtorne
o homem grave em gado

só uma pedagogia canibal
que proponha ao homem
alimentar-se daquilo que
o consome, como animal

predador que se alimenta
da própria fome sem nome
que vai comendo os vazios
de um sonhar insone

só a partir dessa didática, metá-
fora do fogo, que ao consumir
se consome, é possível ensinar
ao homem a grafar o seu nome.


Título: Convite em elipse ao gosto poundiano (ou a não-Voz cede à voz)

[Hipotética – e poética – (re)transposição minimalista de uma cena-poema de El espíritu de la colmena, de Víctor Erice, em que uma aluna recita – em resposta ao “extradiegético” pedido de sua Mestra – versos de Rosalía de Castro]

O Lugar usurpado de alguma Elegia –
Seu Mestre-autor, Medusa em pedra, silencia.


E AÍ, O QUE ACHARAM DOS POEMAS?
QUAIS SÃO OS POETAS FAVORITOS?
NA QUINTA-FEIRA, TEREMOS TODOS OS RESULTADOS! 
SORTE A TODOS!

AUTORES S/A:
UMA SOCIEDADE DIFERENTE DAS OUTRAS

PARCEIROS:





126 comentários:

Gerci Godoy disse...

Feliz por estar entre poetas tão talentosos. Se conseguir continuar mais uma etapa, será uma festa.
Ansiosa para ver mais.
Gerci

Lúcio Câmara disse...

Poetas haikaístas,lê-los pela manhã é um deleite. Quantas imagens bacanas vocês proporcionaram, quanto lirismo. Queria estar participando e ganhar o livro de haikais ;)

geraldo trombin disse...

meu voto:

“Promessa é dúvida, mesmo quando coisa, mesmo quando texto”
(Jacqueline Salgado)

Beetholven Cunha disse...

Nathan Sousa para mim é um dos poetas da nova geração mais importantes que temos em nosso país. Profícuo em sua produção, Nathan tem uma linguagem abrangente, e porque não dizer, sui generis sem perder a sofisticação e paradoxalmente mantendo em alguns momentos o gosto brejeiro de sua terra. Resumindo, Nathan é a arte poética no homem.
Beetholven Cunha

Anônimo disse...

O poema do grupo A
está lindíssimo, e a estrofe do poeta Nathan Sousa, está demais! parabéns!

Anônimo disse...

meu voto é para o poema ATENTADO, de Nathan Sousa.

NAILLANY ANDRADE disse...

Meu voto é para o poema "ATENTADO" de NATHAN SOUSA.

Claudia Manzolillo disse...

Meu voto é para o poema ATENTADO, de Nathan Sousa.

Lohan Lage Pignone disse...

Caríssimos,

Votos só serão computados se os comentaristas estiverem logados pela CONTA DO GOOGLE. Apenas pelo NOME não serão.

Obrigado,
Lohan

Clauber Martins disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Clauber Martins disse...

Nathan Souza meu irmãozim, que o celebrim da inspiração continue alumiando os rumos da tua poesia...
Torço por ti nessa labuta.
Grande abraço do cantador.

Unknown disse...

Meu voto é para o poema "ATENTADO" de NATHAN SOUSA

Unknown disse...

Meu poema preferido foi ‘ATENTADO’, DE NATHAN SOUSA”

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Meu voto vai para "ATENTADO" de NATHAN SOUSA, esse rapaz vai longe

fabio kerouac disse...

eu gostei do poema ATENTADO, do poeta piauiense Nathan Sousa...

Claci Lori disse...

Lindo o teu poema Gerci de Oliveira Godói, O leve ruído da nascente, parabéns!

Marcos Samuel Costa disse...

ATENTADO, NATHAN SOUZA

José Dias disse...

Meu voto vai para o poema Atentado do poeta Nathan Sousa.

Descobri a poesia de Nathan Sousa recentemente e de cara me apaixonei. Seu fazer poético foge ao comum quando se afasta e se desvia das normas estabelecidas. Em seus poemas são visíveis às reflexões inovadoras que sem formalidades são preenchidas por uma estética poética que nos possibilita compreender a si mesmo.
Ainda que empregue o verso livre em seus poemas sua verve permeia pelo subjetivismo, pela metáfora. É poesia vital quando aborda aspectos da vida cotidiana.
Em seu poetar há uma verdadeira evocação da Ave Poesia quando se envolve com a vida da cidade (vita activa). Não tem optado pelo devotamento a um espaço extramundano, separando-se da vida das cidades (“vivas e mortas”). Passa a se relacionar, de algum modo, com o engajamento de uma poesia-estética onde procura desvendar o que está oculto no espírito humano.
Em seus poemas podemos encontrei um viés filosófico abordando inúmeros temas onde evidência a preocupação em pensar o seu tempo e a intervenção no mundo mesmo formulando conceitos abstratos e metafísicos.

José Lima Dias Júnior, historiador/poeta — Mossoró-RN

Unknown disse...

Meu voto, com certeza, vai para Nathan Sousa, com o poema ATENTADO.

MALU disse...

Meu voto vai para Nathan Sousa, com o poema Atentado

Unknown disse...

Voto em ATENTADO, poema de Nathan Sousa, nome que vem se destacando com sua poética de valor estético indiscutível.

Antonio Sodré disse...

Meu voto vai para "O passarinho de Alegrete", de Francisco Carvalho.

chris mayer disse...

Ah! Sem dúvidas, o melhor poema é "todo poeta é um palhaço", de Bianca Velloso

Unknown disse...

Meu voto é para Natasha Felix com o poema Natureza Pedagoga

Layane Silva disse...

"O PASSARINHO DE ALEGRETE" (Francisco Carvalho).

Filippi disse...

Voto no "Passarinho de Alegrete", de Francisco Carvalho.

Parabéns ao poeta, o poema vibra à tela de nossa memória as paletas brilhantes de Quintana.

Unknown disse...

Meu voto vai para "O passarinho de Alegrete" de Francisco Carvalho.

Unknown disse...

Voto no poema "O passarinho de Alegrete" de Francisco Carvalho.

Alice Ruhoff disse...

Voto em Natasha Félix.

Antonia Soares disse...

Meu voto é para " O passarinho de Alegrete" de (Francisco Carvalho)

Unknown disse...

Meu voto vai para o poema ATENTADO, de Nathan Sousa.

Gerci Godoy disse...

Amei o poema "Espera" de Isadora Maciel

Unknown disse...

Voto no poema Atentado, de Nathan Sousa, pois é um dos poetas mais expressivos da nova geração, que tem uma preocupação em lapidar a palavra e fazer com que ela signifique muito mais do que se ler, pois para entender sua poesia, precisa ter muita sensibilidade e um aguçado senso critico para entender o que verdadeiramente está implícito. Nota 10

Unknown disse...

Passarinho de alegrete de Francisco Carvalho

Unknown disse...

Meu voto: Poema "Atentado", de Nathan Sousa.

Unknown disse...

Meu voto vai para o poema "O passarinho de Alegrete" de Francisco Carvalho

Unknown disse...

Voto no poema "Atentado", de Nathan Sousa.

Késsia Lopes disse...

voto no poema Atentado, de Nathan Sousa, poeta piauiense

Késsia Lopes disse...

voto no poema Atentado, de Nathan Sousa, poeta piauiense

Unknown disse...

Meu voto é para o poema Atentado, de Nathan Sousa. Poeta cuja densidade e originalidade se mesclam em cada nova poesia. O domínio da palavra, das figuras, da imagem e da forma nos levam a mergulhar na beleza de seus versos. Nancy Amarante

Anônimo disse...

Meu voto é para O PASSARINHO DE ALEGRETE" de Francisco Carvalho. Pela delicadeza com que apreende o espirito do poeta Quintana

Unknown disse...

Meu voto é para “O PASSARINHO DE ALEGRETE” (Francisco Carvalho)
Pela beleza do olhar, no poema
para Quintana

Clauco disse...

"Miragens" de Marília Lima (Grupo E).

Anorkinda disse...

eu sempre escolhendo o poema que me faz chorar... voto em:

“Itinerário”
(Danielle Takase)

Unknown disse...

Voto no poema "O passarinho de Alegrete", de Francisco Carvalho.

Unknown disse...

Voto para "leve ruído da nascente" de Gerci Oliveira.

Unknown disse...

Voto para "leve ruído da nascente" de Gerci Oliveira.

Inês Maciel disse...

Meu voto vai para "O passarinho de Alegrete", de Francisco Carvalho

DAVID SOUSA disse...

Eu voto no poema "O passarinho de Alegrete" de Francisco Carvalho.


BOA SORTE, GRANDE POETA CAXIENSE!!!

Soldines'artes disse...

Meu voto vai para Francisco Carvalho, com "O passarinho de Alegrete"

Unknown disse...

Eu voto no poema "O passarinho de Alegrete" de Francisco Carvalho.

Joina Bomfim disse...

Eu voto no poema "O passarinho de Alegrete" de Francisco Carvalho.

Unknown disse...

Meu voto è para o poema ATENTADO de NATHAN SOUSA.

Unknown disse...

Meu voto é para Gerci Oliveira Godoy do grupo E.

Unknown disse...

Voto no poema "O passarinho de Alegrete" de Francisco Carvalho.

jorge rocha disse...

Voto no poema "O passarinho de Alegrete" de Francisco Carvalho.

Anônimo disse...

Voto no poema ATENTADO,de Nathan Sousa.

Unknown disse...

"O passarinho de Alegrete" de Francisco Carvalho é o meu favorito.

Unknown disse...

Voto na homenagem a Mario Quintana "O passarinho de Alegrete" de Francisco Carvalho.

Unknown disse...

Voto no Poema"Atentado" de NATHAN SOUSA! (maravilhosamente belo)

Unknown disse...

Eu voto na poesia ''Natureza pedagoga'' de Natasha Felix.

Unknown disse...

"Natureza pedagoga" de Natasha Felix.

Unknown disse...

"Natureza pedagoga" de Natasha Felix.

Telma Lima disse...

Natasha Felix... meu voto é pra vc.
Que delicadeza nas palavras.
Parabéns!!!!!

Unknown disse...

Meu voto eh p Natasha Felix com certeza!!

Anônimo disse...

Eu voto em "Natureza Pedagoga" da Natasha Felix.

Unknown disse...

"Natureza pedagoga" de Natasha Felix.

Ceiça Hyppolito disse...

Prazer em participar dessa seleção de talentos! Meu voto vai para Gerci Godoy com o seu poema "Leve Ruido da Nascente". Parabéns a todos e boa sorte, Gerci!

Josenylde disse...

Sem dúvida, meu voto vai para o poema em homenagem ao Quintana do Francisco Carvalho "O passarinho de Alegrete".

Victor Augusto Patricio disse...

"Natureza pedagoga" de Natasha Felix.

Unknown disse...

Voto em Gerci, "Leve ruído da nascente".

Luciane Gardênia disse...

Meu voto vai para o poema “O passarinho de Alegrete” de Francisco Carvalho.

Unknown disse...

Beleza pura: "o céu é um menino azul". Voto em "O passarinho de Alegrete" de Francisco Carvalho.

Unknown disse...

Meu voto vai para o poema “O passarinho de Alegrete” de Francisco Carvalho.

Felipe Neto Viana disse...

Boa tarde,

Em meio a essa enxurrada de 'votos' falsos vindo de amigos ainda mais 'fakes' das redes sociais eu quase que tive de me abster de traçar meu proveitoso olhar sobre os poemas da leva.

Quando encerrei a leitura da leva a primeira frase que me veio à cabeça foi aquele versinho batido "festa estranha com gente esquisita". O certame ganhou ares de complexidade em comparação às edições passadas. Quase me perco em meio a tantos duelos, sem saber quem atirava primeiro (ou em quem atirava).

Posto isso, desentulhei minha rara Thompson M1928, de calibre 45, inspirei-me em Al Capone e nem Chicago tampouco vocês, poetas, hão de me aguentar.

Os haikus em geral estão bons. Ponto. Não aprecio tanto esta arte. Gostei do 'miles davis', sou amante do bom jazz (agora ouço um Thelonious Mork prazerosíssimo) e logo me identifiquei. A propósito, apreciei o poema da mesma autora, Bianca Velloso. Um dos destaques da leva.

Do duelo primevo, não gostei de nada. 'Atentado' soa demasiado pretensioso. O poema não está a altura da menção ao 'grande sertão'.

Do segundo duelo, os louros são de 'todo palhaço é poeta', embora não tenha conseguido associar título/conteúdo.

O duelo sobre duelo começou mal, com 'Viandante'. Contrastes maçantes, aquela coisa de bem versus mau que amarga o meu café. Amor e ódio travam batalha no 'parque do coração'. Não sabe brincar, não desça para o 'parque do coração', poeta.

Já o 'dança da morte' apresenta a formação minuciosa de um casal, indo de um extremo a outro, tinindo beleza e encerrando com um dístico arrebatador.

O segundo duelo sobre duelo (cansei de digitar duelo) me parece uma briga boa, ambos se apresentam com qualidade e ares de inovação estética. Prefiro o 'western', que segura a peteca do começo ao fim com maestria.

Prostituta é uma coisa boa, não? Devia haver uma 'bolsa prostituta'. E prostituta dá poesia boa também. Só que não foi o caso aqui.

Dos quatro poemas sobre as santas, o que mais se destaca é 'Fuga'. Me esforcei para captar a imagem da prostituta comprando pão em Amsterdã. Agarrada àquela baguete... bem, esqueçam.

Felipe Neto Viana disse...


'Quatro estações' abre razoavelmente essa leva de duelos. 'só trepa, ops, só trepida quem tem vida' é um verso jocoso. Onde estão as quatro estações mesmo?

'Espera' seria um poema excelente se não divagasse tanto. Perdeu-se no enchimento filosófico da linguiça (hoje irei saborear uma calabresa socrática - tudo o que sei é que nada sei como se faz uma linguiça).

'Plus tard' se destaca nessas estações descabidas gerando uma imagem que me comoveria se sensível fosse. E o 'Mediterrâneo' está mais para um quadro caótico de Dalí do que para foto de identidade. Leio tours pela Europa em minha revista 'Guia de viagem'.

Tempo, tempo. Começa com um poema pueril, perpassa um episódio bem cronometrado pelo poeta; na cronologia das horas tenta lecionar uma aulinha chinfrim de história antiga e encerra com 'Miragens', um recorte temporal excelente, com verso imagético arrebatador: 'espiral de miragens'.

As homenagens aos poetas foram maçantes. Recortes de versos dos homenageados. Mesmo do mais. O mais cintilante talvez seja o 'Mão estendida'.

Lembro-me bem do autor de 'Passagem', da primeira edição deste certame. Não perdeu a mão. Uma viagem interstelar que me conduziu a Einstein, Jornada nas Estrelas e tantas galáxias de jogos de palavras.

Entretanto, o melhor poema da leva inteira vem a seguir: 'Itinerário' é poema para encabeçar antologia. Um retrato traçado com máxima sensibilidade da poeta. Passei pela catraca e deixei o troco. Aplausos.

Os ônibus trouxeram os melhores poemas como passageiros. 'Percursos' e 'até que a morte nos separe' são imagens que merecem ser degustadas com bom vinho e bom jazz. Assim o fiz. O freio que grita a desculpa é um verso a se ter por muito tempo na memória.

Sobre professor (profissão que tem dia mas não tem vez), destaco 'Sobre ofício de quebrar espelhos'. 'Construtura de destinos' também me agrada, porém não apreciei o desfecho que, no meu honroso entender, deve ser a parte mais importante do poema. O último poema da leva foi escrito por um ser tão evoluído, quiçá de outro planeta, que não tive a capacidade de abstrair uma vírgula. Felicito o poeta por este feito: não é qualquer um que me 'desbanca' assim.

Meu voto, por fim, será para “Itinerário”.

Em suma, tudo ficou muito a desejar. Para alcançar um grande feito neste certame é preciso mais. Conheço este certame de outros carnavais e posso afirmar: um verso vacilante, um adeus impiedoso.

Até a próxima leva. Eu volto.

Cordialmente,
F.N.V.

Unknown disse...

Voto na caçula, linda e talentosa com um sucesso inteiro pela frente Natasha Félix

Unknown disse...

voto em "O Passarinho de Alegrete" de Francisco Carvalho

Daniele Vilanova disse...

Voto em "O passarinho de ALegrete" do poeta Francisco Carvalho Júrnior

Unknown disse...

Voto no poema "O passarinho de Alegrete" de Francisco Carvalho.

Otoniel disse...

Meu poema favorito e que gostei foi "O passarinho de Alegrete" de Francisco Carvalho.

Bruno disse...

Natureza Pedagoga - Natasha Felix

Daniele Vilanova disse...

Meu voto é de "O Passarinho de alegrete" do poeta Francisco Carvalho

Unknown disse...

Eu voto em Natureza Pedagoga - Natasha Felix

Unknown disse...

Boa sorte, NATASHA FELIX, meu voto é teu. "Natureza Pedagoga"

Ângela Maria disse...

Francisco Carvalho se tivesse escolhido, como escolher, teria escolhido nascer pássaro. Não sei dizer se não tentou, mas, como não nasceu pássaro, nasceu homem, não podia ser outra coisa na vida que não poeta. Seu poema é puro canto, chilrear de pássaros, sinfonia de pardais, como diria outro cantor. Mas é também louvor, louvor de quem se reconhece ainda engatinhando, perante a grandeza de mestres com Mário Quintana. Meu voto, é para maestro desta sinfonia, Francisco Carvalho, nome de arvore, abrigo de pássaros.

Gustavo Terra disse...

“Sobre o ofício de quebrar espelhos ou para uma educação sem sombras”
(Jorge Augusto Silva)

Jônatas disse...

Eu voto em Natureza Pedagoga - Natasha Felix

Unknown disse...

Mu voto vai para o grupo F com o poema: (O poeta preferido) Francisco Carvalho
André Kondo; Desirée Jun; Maria Amélia Elói. boa sorte queridos e Abração!

Anônimo disse...

voto em "o Passarinho de Alegrete" de Francisco Carvalho.

Jacqueline Salgado disse...

Logo eu que não peço votos, fiquei muito feliz por ter recebido o primeiro dos votos, e de um ex-participante, poeta dos bons! Valeu, Geraldo Trombin!

Unknown disse...

Meu voto vai para "o Passarinho de Alegrete" de Francisco Carvalho.

Yosh disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Camila Chiara disse...

"Natureza pedagoga" de Natasha Felix.

Unknown disse...

meu voto vai para: "O PASSARINHO DE ALEGRETE" de FRANCISCO CARVALHO

Paulo Rocha disse...

Meu voto vai para "O passarinho de Alegrete", de Francisco Carvalho.

Natália Macedo disse...

Meu voto vai para "O passarinho de Alegrete", de Francisco Carvalho.

JIVM disse...

"O passarinho de Alegrete" (Francisco Carvalho)

Unknown disse...

eu voto em natureza pedagoga da Natasha Felix

Yosh disse...

Eu voto em Natureza pedagoga da Natasha Felix!

Unknown disse...

"O PASSARINHO DE ALEGRETE" de FRANCISCO CARVALHO.

Unknown disse...

"O passarinho de Alegrete" de Francisco Carvalho é o meu favorito.

Guilherme Sousa disse...

O meu voto vai para o poema “O passarinho de Alegrete”, de autoria do poeta caxiense Francisco Carvalho.

josmardivino@gamail com disse...

Voto no poema "O passarinho de Alegrete" de Francisco Carvalho.

Gilvaldo Quinzeiro disse...

O meu Voto é para
"O passarinho de Alegrete" de Francisco Carvalho

Unknown disse...

Eu voto em natureza pedagoga- Natasha Felix!

Unknown disse...

Eu voto em natureza pedagoga - Natasha Felix =)

dezembro disse...

Eu voto em natureza pedagoga da Natasha Felix!!

Unknown disse...

Meu voto é para Natasha Felix - Natureza pedagoga

Unknown disse...

Eu voto na poetisa Natasha Felix - Natureza pedagoga.

Unknown disse...

Eu voto no poema "O passarinho de Alegrete" de Francisco Carvalho.


BOA SORTE MEU AMIGO POETA CARVALHO JR, PÉROLA DE CAXIAS!

Fátima Pereira disse...

Meu voto vai para "O passarinho de Alegrete" de Francisco Carvalho.

Filipe disse...

Meu voto vai para "O passarinho de alegrete" de Francisco Carvalho

BURATHY disse...

Escolho o poema "O Passarinho de Alegrete", de autoria do nosso poeta caxiense Francisco Carvalho (Carvalho Junior)

BURATHY disse...

Caxias Maranhão está em peso na torcida pela liderança de seu poema " O Passarinho de Alegrete", querido amigo e poeta Francisco Carvalho.


Boa sorte,

Guilherme Sousa

Jonas Passarinho disse...

Eu como filho de Passarinho, só poderia votar em "O passarinho de Alegrete" do meu amigo Francisco Carvalho.

Unknown disse...

Meu voto vai para o poema "O Passarinho de Alegrete", de Francisco Carvalho.

Prof. Passinho disse...

Francisco Carvalho (Carvalho Jr.), o seu poema "O passarinho de Alegrete" é uma pérola a ser contemplada no mundo literário moderno. Com palavras reais e simbólicas de beleza encantadora retrata as imagens e o pensamento das ideias como se fosse uma dança de um casal apaixonado, vendo o mundo do presente e uma trajetória agraciado pelo saber. A poesia é a essência do poeta, a voz de lábios que apaixona a delícia humana daqueles que buscam nos momentos de leitura para preencher o nosso ego. Se fosse para dar nota ao seu poema, eu convidaria três grandes homens do passado: Gonçalves Dias (nosso conterrâneo), Augusto dos Anjos, o próprio Quintana e eu seria o juiz... a nota é 10. A ASLEAMA sabe muito bem os talentos das nossas três estrelas no cenário da sabedoria humana. E o sr., poeta, é uma dessas colunas que segura o teto vivo de um plenário de saberes. O meu voto vai recheado de um curso de contabilidade, um curso de magistério, um de filosofia, um de teologia e outro de Belas Artes. apenas acrescento: o seu poema é um dos mais belos desta nova geração. (Manoel de Páscoa)

Juvenal Sampaio disse...

Meu voto vai para o poema "O passarinho de Alegrete", de Francisco Carvalho.

valciancalixto disse...

-nada foi tão novo e tão íntimo
como a idade da água-

Nada melhor que um trecho do próprio a quem dou meu voto para justificá-lo.

Meu voto vai para Nathan Sousa.

Anônimo disse...

Meu voto é para o poema “Quatro Estações” de Andressa Barrichello.

Lohan Lage Pignone disse...

VOTAÇÃO POPULAR ENCERRADA!

OS VOTOS SERÃO CONTABILIZADOS E INFORMADOS NA PRÓXIMA POSTAGEM.

OBRIGADO PELA PARTICIPAÇÃO DE TODOS!

LOHAN

Rafaela Barbosa disse...

Meu voto é para a bela poesia "O passarinho de Alegrete" de Francisco Carvalho.

Unknown disse...

Muito criativo Carvalho Junior, como sempre!
Achei a escolha, não sei se assim posso chamar, inteligentíssima, pois Mário Quintana é o mestre!
Parabéns meu amigo! Boa sorte!

Unknown disse...

"O passarinho de Alegrete" de Francisco Carvalho.