sábado, 25 de junho de 2011

Eliminação do Top 17 e Anúncio do Tema e/ou Estilo do Top 15

ANÚNCIO DA ELIMINAÇÃO

Todo sábado teremos esse triste compromisso em informar-lhes, oficialmente, as eliminações do I Concurso de Poesia Autores S/A. Despede-se do concurso dois grandes poetas: Ambrosio Marrozinho (9 votos) e Zé das Lavouras (10 votos).
Agora, recordemos um pouco a curta trajetória dos poetas eliminados no concurso:

- Zé das Lavouras, o caçula da competição (16 anos), representou a cidade de Trajano de Moraes, RJ. Foi bem classificado na pré-seleção, com o poema "A triste confusa realidade". No Top 17 (O Velho e o Tempo), escreveu o poema "O ex-menino e o passar do tempo".

"E você acaba de descobrir
Que você não quer, não vê, não é
E nem crê".
(A triste confusa realidade, Zé das Lavouras).

- Ambrosio Marrozinho, 33 anos, da cidade de Casa Verde, SP, escreveu o poema "Canção em silêncio", na pré-seleção. No Top 17 (O Velho e o Tempo), surpreendeu o leitor com "Tarde que finda", um curto retrato representativo do velho e do tempo.

"vou fazer uma canção
sem refrão barato
sem coro, para que possa
ser ouvida no silêncio de um livro".
(Canção em silêncio, Ambrosio Marrozinho).

Obrigado pela nobre participação de vocês. Obrigado pela enorme consideração pela poesia. Sucesso na caminhada poética de vocês. Continuem nos acompanhando: a poesia agradece.
ANÚNCIO DO TEMA E/OU ESTILO DO TOP 15

Aos 15 poetas que prosseguem: agora será anunciado o 2º tema e/ou estilo da segunda rodada, o TOP 15

PARA O TOP 15, OS POETAS FINALISTAS DEVERÃO ESCREVER UM POEMA DE TEMA LIVRE E ESTILO HAICAI

Exigências: 1) Obedecer a forma clássica japonesa dos haicais (5-7-5); 2) Titulação obrigatória; 3) Atentar para as características inerentes a este estilo de haicai.

Lembrando que: os haicais deverão ser enviados até as 23:59min. desta quinta-feira (30/06/2011). Fiquem ligados!
Boa sorte a todos!
Autores S/A.








sexta-feira, 24 de junho de 2011

Comentários, notas e anúncio do Campo Platônico do Top 17

APRESENTAÇÃO

JURADOS: Ângelo Farias, Ludmila Maurer e Nilto Maciel.
JURADA CONVIDADA: Márcia Barbieri.

Márcia Barbieri é paulista. Formada em Português/Francês pela UNESP, pós-graduanda em Prática de Criação Literária, organizado pelo escritor Nelson de Oliveira. Tem textos publicados nas revistas literárias Coyote, Polichinello, Cronópios, Germina, Escritoras Suicidas, O Bule e Meio Tom. Lançou em 2009 o livro de contos Anéis de Saturno, pelo Clube de Autores. Lançará em julho um livro de contos intitulado As mãos mirradas de Deus, pela editora Multifoco. É colunista das revistas literárias eletrônicas O Bule e Sinestesia Cultural. Foi colunista da revista eletrônica Caos e Letras. Edita o blog:  A Vida Não Vale Um Conto. E-mail: marcia_barbieri@hotmail.com
           
            Expressamos aqui nossos agradecimentos à querida autora Márcia Barbieri, que se predispôs generosamente a ser jurada nesta rodada do concurso. Realizamos com ela uma pequena entrevista. Veja a seguir:

1. Nós, organizadores deste concurso de poesia, estamos bastante felizes com sua presença como jurada convidada desta rodada. Algumas pessoas criticaram o modelo deste concurso, alegando ser uma espécie de "BBB poético", além da exigência que há na entrega do poema dentro de um determinado prazo. O que você pensa a respeito deste concurso? Você acredita que o prazo determinado pode ser prejudicial à escrita do poeta?

Márcia: Todo concurso é um estímulo aos poetas, acho uma iniciativa maravilhosa, afinal não é um trabalho fácil organizar um concurso. É claro que escrever dentro de um prazo é sufocante e talvez possa interferir um pouco na criatividade, no entanto, ao mesmo tempo, dá oportunidade que o poeta apresente trabalhos anteriores que se encaixem na proposta, já que o tema, neste caso, é bem abrangente.

2. Qual foi sua impressão geral em relação aos poetas finalistas, de acordo com os poemas apresentados a você neste Top 17?

Márcia: Tem poemas muito bons, entretanto por se tratar de um tema muito explorado, muitos escritores acabam se perdendo em imagens e metáforas gastas, o que acaba empobrecendo os seus escritos.

3. Enfim, gostaríamos que você deixasse uma mensagem aos poetas competidores. Afinal, existe a receita da boa poesia? O que mais te encanta em um poema? 

Márcia: Odeio falar em receitas e não acredito em fórmulas mágicas. O que mais me encanta em um poema são as imagens, as metáforas. O poema precisa emocionar, surpreender. Gostaria também de enfatizar que toda leitura é subjetiva e não encerra verdades, é apenas a verdade de alguns. Boa sorte a todos. 

SUGESTÃO DE LEITURA

Os jurados Ângelo Farias e Ludmila Maurer têm uma sugestão de leitura para vocês, caros poetas!

- Ângelo sugere a leitura do livro “O velho e o mar”, de Ernest Hemingway.

- Ludmila Maurer sugere a leitura de:

"A sedução da palavra" - Affonso Romano de Sant'Anna. Ed. Letraviva.

"Esfinge Clara" - Othon M. Garcia. Topbooks

"A arte da poesia" - Ezra Pound. Ed. Cultrix.

POEMAS COMENTADOS E NOTAS (NOTAS DE: 05 A 10)



Poema: Alas
Pseudônimo: Cervan

Ângelo Farias: Acho que você adoraria vários poetas com poesias assim, mas sugiro agora apenas Paulo Leminski. Sua poesia carece de pauloleminskice.
Nota: 6

Ludmila Maurer: Um pouco mais de encantamento, porque ‘reza’ a poesia.
Nota: 6,5

Nilto Maciel: Apesar da simplicidade dos versos, da atualidade do poema, do problema social, falta mais poesia.
Nota: 7,5

Márcia Barbieri: O poema está adequado ao tema. O poema consegue manter um bom ritmo e uma boa sonoridade do início ao fim. Traz poucas imagens e metáforas.
Nota: 7,5

Poema: Apenas saudade
Pseudônimo: O Velho

Ângelo Farias: Aposte mais em suas metáforas e no leitor, evite esse tom didático de cinema americano.  E as unidades de sentido têm mais expressividade isoladas ou em conjunto?  Na hora de decidir, lembre que isso é um valor situado.
Nota: 7,5

Ludmila Maurer: Há versos mais fortes e outros que fazem certa força para se segurar. Mas a ‘armadilha do diabo’(lugar comum) quebra o encantamento.
Nota: 6,5

Nilto Maciel: Parece-me muito alongado, muito lamentoso. Um retrato do ser velho pintado com piedade.
Nota: 7

Márcia Barbieri: O poema está adequado ao tema. O poema consegue manter um bom ritmo e uma boa sonoridade do início ao fim e traz bonitas imagens e metáforas.
Nota: 8,5

Poema: Fragmento
Pseudônimo: León Bloba

Ângelo Farias: Há um ensaio interessante de seleção e associação de imagens, mas parece haver a danada da timidez no caminho.  Por que não foge da mera narrativa como mostrou que pode?! 
Nota: 7

Ludmila Maurer: Houve bons momentos, mas perdeu-se no lugar comum.
Nota: 6

Nilto Maciel: O poema precisa de mais poesia.
Nota: 6

Márcia Barbieri: O poema está adequado ao tema. O poema consegue manter um bom ritmo e uma boa sonoridade do início ao fim. No entanto, traz poucas imagens e metáforas, enfraquecendo o poema.
Nota: 7,5

Poema: Meu Velho Companheiro
Pseudônimo: Anjo

Ângelo Farias: Verdade, “o tempo não para”.  E aposto que um Anjo pode gritar isso ainda mais alto do que quem já gritou antes.  Você está numa exploração simbólica que aceita mais ousadia.
Nota: 7

Ludmila Maurer: O poema não se cristaliza.
Nota: 5

Nilto Maciel: Muito discursivo.
Nota: 6

Márcia Barbieri: O poema está adequado ao tema. O poema consegue manter um bom ritmo e uma boa sonoridade do início ao fim e traz bonitas imagens e metáforas.
Nota: 8,5

Poema: Na antecâmara do sonho
Pseudônimo: J. J. Wright

Ângelo Farias: A poesia areja o “Boitempo” de Drummond.  Mas você não quer pegar o boi e gastar o tempo por que, Wright?!
Nota: 7,5

Ludmila Maurer: Apesar de uma estruturação do poema mais pensada, falta a voz do poeta, daquele que não ‘escreve de ouvido’.
Nota: 6

Nilto Maciel: A mesma preocupação de outros poetas: a de usar o vocábulo “velho”, assim como “tempo”.
Nota: 6

Márcia Barbieri: O poema está adequado ao tema. O poema consegue manter um ótimo ritmo e uma ótima sonoridade do início ao fim e traz bonitas imagens e metáforas.
Nota: 9

Poema: O ex-menino e o passar do tempo
Pseudônimo: Zé das Lavouras

Ângelo Farias: Precisa de um toque parnasiano ou assumir verdadeiramente que é oswaldiano.  Em poesia é dificílimo achar um lugar calmo para a forma, seja simulacro, seja distanciamento.
Nota: 6,5

Ludmila Maurer: Prosaico e com erros gramaticais.
Nota: 5

Nilto Maciel: Pela idade do poeta, só se poderia esperar imaturidade. Mas é poeta que poderá crescer (como o personagem de seu poema), pois tem talento e imaginação.
Nota: 7

Márcia Barbieri: O poema está adequado ao tema. O poema consegue manter um bom ritmo e uma boa sonoridade do início ao fim, no entanto, a rima empobreceu o poema. Ele traz poucas imagens e metáforas.
Nota: 7

Poema: O último ponto final
Pseudônimo: R.

Ângelo Farias: Se se sofre como Werther, talvez, apenas talvez, valha a desopressão.  Caso não, o poeta tem mesmo é de ser um fingidor. 
Nota: 7

Ludmila Maurer: Falta o estranhamento peculiar à poesia.
Nota: 5,5

Nilto Maciel: As palavras parecem soltas, necessitando de argamassa.
Entretanto, o poeta, ainda jovem, soube criar um personagem velho.
Nota: 7,5

Márcia Barbieri: O poema está adequado ao tema. O poema consegue manter um bom ritmo e uma sonoridade do início ao fim e traz bonitas imagens e metáforas, embora um tanto gastas.
Nota: 7,5

Poema: O Tempo e a Chuva
Pseudônimo: Paul Celan

Ângelo Farias: Aqui a questão presente é aquela da condição das imagens estruturantes do poema.  Isso tem de ser observado para que boas iluminações não se percam.
Nota: 7,5

Ludmila Maurer: Bom uso de anáfora e metáfora, ainda que se note certa vaguidão do pensamento.
Nota: 7,5

Nilto Maciel: Poema bem elaborado, quer no uso de metáforas, quer na sintaxe. O tempo a passar.
Nota: 9

Márcia Barbieri: O poema está adequado ao tema. O poema consegue manter um ótimo ritmo e uma ótima sonoridade do início ao fim e traz lindas imagens e metáforas, fugindo do senso comum.
Nota: 9,5

Poema: Passatempo
Pseudônimo: Ivanúcia Lopes

Ângelo Farias: Bandeira ta gritando para a gente pegar um trem de ferro com ele para chegarmos onde você mostra que pode.  Vamos?!
Nota: 6,5

Ludmila Maurer: Faltou conexão, o que traria um sentido mais coerente em certas passagens e o ritmo desejado.
Nota: 6,5

Nilto Maciel: O uso sistemático de palavras soltas não dinamiza o poema.
Nota: 6

Márcia Barbieri: O poema está adequado ao tema. O poema consegue manter um ótimo ritmo e uma ótima sonoridade do início. No entanto, traz  poucas imagens e metáforas.
Nota: 8,5

Poema: Promontório
Pseudônimo: Paracauam

Ângelo Farias: Se vai jogar assim, não deixe as peças esparsas e tímidas.  Formalize mesmo as redondilhas – elas fazem muito pela poesia há tempos – e escute – não estou dizendo “goste” – um pouco de Engenheiros do Hawaii também.
Nota: 7,5

Ludmila Maurer: Falta a surpresa e o uso de diferentes significantes ao retomar o tema.
Nota: 6,5

Nilto Maciel: Muita preocupação com o uso do vocábulo "velho”. Mas, há bons momentos no poema.
Nota: 7

Márcia Barbieri: O poema está adequado ao tema. O poema consegue manter um bom ritmo e uma boa sonoridade do início ao fim e traz bonitas imagens e metáforas.
Nota: 8

Poema: Quinquagésimo ano
Pseudônimo: Alan de Longe

Ângelo Farias: A poesia acena com um ápice na segunda estrofe, mas depois Camões não nada mais.  Que houve?!  E o soneto que não se quer italiano, nem inglês nem monostrófico.  Que timidez é essa?
Nota: 6,5

Ludmila Maurer: Necessita mais apreciação estética; tom poético.
Nota: 6

Nilto Maciel: Muito discursivo e lamentoso em excesso.
Nota: 6

Márcia Barbieri: O poema está adequado ao tema. O poema consegue manter um bom ritmo e uma boa sonoridade do início ao fim e traz bonitas imagens e metáforas.
Nota: 8

Poema: Resistência
Pseudônimo: Aline Monteiro
Ângelo Farias: Vale rever a expressão verbal da cronologia. Será que o leitor não vai ter dificuldade de acompanhar como em frente a uma exótica Nordic Walking?
Nota: 7

Ludmila Maurer: Linguagem comum. Falta densidade poética.
Nota: 5

Nilto Maciel: O poema precisa de mais seiva.
Nota: 6

Márcia Barbieri: O poema está adequado ao tema. O poema consegue manter um bom ritmo e uma boa sonoridade do início ao fim e traz bonitas imagens e metáforas. Bonita relação entre a morte e o renascimento.
Nota: 8,5

Poema: Ressonâncias do tempo
Pseudônimo: Semprepoeta

Ângelo Farias: Acho que aqui faltou um coração numeroso drummondiano para a fusão trem-tempo tão maravilhosa que você ensaiou. 
Nota: 8

Ludmila Maurer: O texto se perde no lugar comum.
Nota: 5,5

Nilto Maciel: Mais contida do que os demais. O trem, o tempo, essas imagens estão bem de acordo com o tema da velhice, do passar o tempo.
Nota: 8

Márcia Barbieri: O poema está adequado ao tema. O poema consegue manter um ótimo ritmo e uma excelente sonoridade do início ao fim e traz bonitas imagens e metáforas. Embora relacionar o trem ao tempo não seja uma ideia nova, o poeta consegue fazer tal comparação com maestria.
Nota: 9

Poema: Tarde que finda
Pseudônimo: Ambrosio Marrozinho

Ângelo Farias: Pense na sacada da piada rápida ou na surpresa de uma revelação de Hitchcock ou de Kubrick.  São essas e outras que os formalistas russos apontavam.
Nota: 6,5

Ludmila Maurer: Falta elemento pertinente ao tema.
Nota: 5

Nilto Maciel: Um retrato de velho.
Nota: 6

Márcia Barbieri: O poema está adequado ao tema. O poema tem um bom ritmo e uma boa sonoridade, mesmo sendo curto. Ele traz uma linda imagem, um recorte fotográfico sobre o tempo.
Nota: 8

Poema: Velho Boêmio
Pseudônimo: Bambina

Ângelo Farias: Chacal disse: Fala, palavra!  E também: O jeito é deitar e rolar.  E você não deixa o chacal sair... Ah!
Nota: 7

Ludmila Maurer: Necessita mais apreciação estética; tom poético; enlevo.
Nota: 6

Nilto Maciel: Falta poesia. Prosaico demais.
Nota: 6

Márcia Barbieri: O poema está adequado ao tema. O poema consegue manter um bom ritmo e uma boa sonoridade do início ao fim e traz bonitas imagens e metáforas. Relação interessante entre tempo e boemia.
Nota: 8,5

Poema: Velhos tempos
Pseudônimo: Príncipe Desavisado

Ângelo Farias: Seu texto pode ser um ótimo convite para uma prece com Murilo Mendes, mas ele só vem se também você desacreditar esse didacticism ianque.  
Nota: 7,5

Ludmila Maurer: Texto pensado em prosa, quando o forte é a eliminação de ambiguidade. Já a poesia tem outra pretensão: sugerir várias coisas além daquilo que se está dizendo, ou melhor, dizer o indizível.
Nota: 5

Nilto Maciel: Muito alongado, sem necessidade. O tema não está sendo bem tratado aqui.
Nota: 7

Márcia Barbieri: O poema está adequado ao tema. O poema consegue manter um bom ritmo e uma boa sonoridade do início ao fim, embora esse ritmo se quebre em alguns momentos. Sinto falta de imagens e metáforas mais contundentes.
Nota: 7,5

RESULTADO DO CAMPO PLATÔNICO DO TOP 17

De acordo com as notas atribuídas pelos jurados, os três poetas menos votados nesta rodada que irão disputar no Campo Platônico a permanência na competição são:

*BERNARDO CABRAL (Por “A. Eliezer” – 26 pts.)
*AMBROSIO MARROZINHO (Por “Tarde que finda” – 25,5 pts.)
*ZÉ DAS LAVOURAS (Por “O ex-menino e o passar do tempo” – 25,5 pts.)

Eis o ranking do Top 17 (votos dos jurados):

1º Paul Celan (Por "O Tempo e a Chuva") - 33,5
2º Semprepoeta (Por "Ressonâncias do tempo") - 30,5
3º O Velho (Por "apenas saudade") - 29,5
4º Paracauam (Por "Promontório") - 29
5º J. J. Wright (Por "Na antecâmara do sonho") - 28,5
6º Cervan (Por "Alas") - 27,5
7º Ivanúcia Lopes (Por "Passatempo") - 27,5
8º R. (Por "O último ponto final") - 27,5
9º Bambina (Por "Velho boêmio") - 27,5
10º Príncipe Desavisado (Por "Velhos tempos") - 27
11º Alan de Longe (Por "Quinquagésimo ano") - 26,5
12º Aline Monteiro (Por "Resistência") - 26,5
13º Anjo (Por "Tempo: Meu velho companheiro") - 26,5
14º León Bloba (Por "Fragmento") - 26,5
15º Bernardo Cabral (Por "A. Eliezer") - 26
16º Ambrosio Marrozinho (Por "Tarde que finda") - 25,5
17º Zé das Lavouras (Por "O ex-menino e o passar do tempo") - 25,5



Apenas um desses três candidatos (de vermelho) irá se salvar. Dirija-se à enquete ao lado e vote naquele que você deseja que seja o eliminado da competição. Os dois menos votados deixarão o I Concurso de Poesia Autores S/A. Agradecemos a atenção de todos. Parabéns aos que resistiram nessa rodada e boa sorte aos candidatos do Campo Platônico. A votação será encerrada amanhã, às 19:00 horas. Obrigado, Autores S/A.

TOP 17 (O Velho e o Tempo)

Olá! Saudações aos nossos caros poetas e leitores. Agora a competição começa para valer. Hoje, apresentamos os poemas do Top 17 do I Concurso de Poesia Autores S/A, cujo tema solicitado foi: O Velho e o Tempo. Foi perguntado também, aos 17 poetas competidores, o que o tempo representa para eles. As respostas serão exibidas logo acima do poema de cada um.
Os poemas serão postados em ordem alfabética (A ver pelo título). Ainda hoje, às 15:00 horas da tarde, os comentários e notas dos jurados serão postados aqui, no Autores S/A, e saberemos quais poetas terão sido os menos votados pelos jurados. Neste mesmo horário, será aberto o 1º *Campo Platônico (ver explicação no lembrete ao lado, no blog) da competição, com os 3 menos votados e você, sim, você mesmo, irá decidir, por meio do seu voto, quem serão os eliminados da competição. Serão DOIS POETAS ELIMINADOS nesta rodada (os dois menos votados pelo público).
Observação: Já temos disponível aqui no Autores os perfis de todos os 17 candidatos, não deixe de conhecê-los melhor! Divulguem a postagem e os perfis de seus candidatos preferidos! Divulguem a poesia, convidem seus parentes e amigos para participarem deste evento! E, claro, não deixem de comentar a postagem no espaço dos comentários. Salve a poesia! 

Agora, apreciem os 17 belos poemas dos nossos talentosos competidores. Essa disputa promete! Boa leitura a todos.

Observação: No poema "Meu velho companheiro", a diferença na formatação não indica nenhum aviso ou favorecimento. Trata-se apenas de um erro na formatação, cujo o próprio sistema (Blogger) causou e, infelizmente, não permite a reparação.Obrigado pela compreensão.

TOP 17 (TEMA: O VELHO E O TEMPO) - POEMAS:




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Pseudônimo: Cervan (Piracaia, SP. 25 anos).
Título: Alas

"O tempo é lince debaixo da casca da tartaruga".

ninguém morre de véspera reza o dito

no corredor do hospital
                                         de espera morre
                                                                     sem reza o velho dito

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Pseudônimo: O Velho (Macaé, RJ. 50 anos).
Título: Apenas saudade

“O tempo é como um grande livro onde tudo o que existe vai sendo escrito, pois ele já existia antes. O tempo é o grande senhor de todas as coisas”.

um velho
se debruça
sobre suas memórias
revira
os arquivos das lembranças parcas
contempla o crescer
de árvores, flores, matagal
procura antever as raízes
sob a terra  fértil
e o pensamento caduco...

já escrevia
poesias líricas
histórias lúdicas
antes das palavras
serem inventadas...

a pedra pintada
veio muito depois
a arte ainda não existia...

chora pelo tempo derramado...

o tempo não nos poupa
não nos espera trocar de roupa
não guarda lugar na fila da juventude
que há muito, amadureceu no pé da vida...

“-estranhamente
não me reconheço em mim
sei de onde venho
mas parece que não tenho fim...”

de olhos vermelhos
corre pro espelho
na vã tentativa de se encontrar:
e lá está ela
a sua imagem
mas não é ele
não ri de si própria
não tem autonomia
é um arremedo de si
triste e breve alegoria
da sua efêmera vida vazia...

ancora-se frouxo
num pensamento ordinário
de um tempo imemorial
que lhe trouxe espanto...

o branco em seus cabelos
as rugas no seu rosto
não fazem do tempo
um personagem confortável
antes disso, cruel e voraz ...

e num acesso de raiva lúcida
decide nunca mais dar corda
em seu  relógio de pulso
pois velho como ele
já não aguenta mais
a correria insana e impiedosa
do tempo
impetuoso desembestado...

o velho
sem dor
sem medo
sem mágoa
sem pressa
atravessa sua vil existência
na esperança de um dia
ser apenas saudade...

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Pseudônimo: León Bloba (Rio de Janeiro, RJ. 23 anos).
Título: Fragmento

“O tempo em mim é sentido ainda com leveza. Sou novo e percebo a distância dos eus que espalho. E não estão no passado - estão dentro de mim. Tempo é o fragmento de sucessivos agoras, que não passam, nem virão, estão sempre presentes”.

Rompem as portas.
Sopra o tempo.
O velho tem poesia
Pra contemporizar.
Conversa com o tempo
Em telepatia -
O velho se completa
Ao se contemplar.

Abrem as comportas.
Jorra a memória.
O velho é a experiência
De se resgatar.
Com verso no tempo
Da reminiscência -
O velho se desvenda
Ao se reinventar.

Alisam as barbas.
Escorre a história.
O velho é a saudade
Ao tempo saudar.
Futuro presente passado,
O antes-até-agora invade -
O velho espera na esfera
Ao se fragmentar.

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Pseudônimo: Anjo (Samambaia Sul, DF. 42 anos).
Título: Tempo
            Meu Velho Companheiro

“É não se ter voltar... Mesmo que tenha recomeço, sempre será um novo ciclo”.

Não posso falar muito por falta de tempo...
O tempo que sempre me incomoda e me acompanha.
Desde que nasci ouço - corra ele está nascendo, não há mais tempo...
Vivi todo meu o tempo em atraso, a fim de tentar enganá-lo em tempo hábil.
São os resquícios do passado que empurrados se acumularam nas esquinas de outono.
Hoje, vejo-o passar de maneira efêmera. Meu relógio? É um objeto que resgata 
memórias.
Diluí minha vida em terracota para tingir os crespos cabelos brancos das sarcásticas
horas.
Para ganhar tempo, ele não perde tempo. Às cegas e solitário toca seu violino para as 
aves.
A  música em  seu compasso de quatro tempos, faz tributo ao futuro,  que as pressas se 
vai...
Este corrosivo e implacável não tem aplausos, nem mesmo uma  rosa negra em seu 
camarim.
Sua  auto-afirmação só serve  para estabelecer razões, quando diz - no meu tempo era  
assim.
Dê-me  tempo  para  pagar-lhe, juro  pelos  milésimos segundos perdidos. Veja  minha 
idade!
Seu  monólogo  temporal vem  recheado de conformismo.  Mas é a vida meu velho!  É a 
vida.

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Pseudônimo: J. J. Wright (Riachão do Jacuípe, BA. 22 anos).
Título: Na antecâmara do sonho

“O tempo é a gadanha da morte”.

O Tempo,
ah, o Tempo!
Uma sombra incrustada
de remorsos.

Nos ossos,
a ação das vozes.
Nos passos,
a imensidão do ócio.

O Velho perpassa espelhos.
As luzes se apagam,
restam os destroços.

Nos ossos,
a ação das vozes.
Nos passos,
a imensidão invisível.

O Velho e o Tempo:
o homem outro
e o instante nenhum.
(a memória e o medo:
                        imóveis)

Nos ossos,
a ação das vozes.
Nos rastros,
a imensidão do silêncio.

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Pseudônimo: Zé das Lavouras (Trajano de Moraes, RJ. 16 anos).
Título: O ex-menino e o passar do tempo

“Tempo é um termo para expressar a durabilidade das coisas no espaço, ou seja, tempo para mim é apenas um intervalo de tempo definido como VIDA que serve para construirmos uma família, uma carreira, e muitos, muitíssimos poemas e pensamentos como este”.

Um menino perguntou para o tempo
Quantos anos ele viveria.
O tempo respondeu que não diria,
E o menino afirmou não agüentar de euforia.

Os anos se passaram.
O menino cresceu,
Trabalhou e logo enriqueceu
Passaram mais alguns anos e o menino envelheceu.

O menino que não era mais menino,
E sim um velho. Tomou um tino
Ao ver que o tempo não lhe daria mais tempo
O velho lamentou:
Enquanto vivia,
Tinha que aproveitar.
Pois agora que sou velho
Mais adiantar.

Não ter dúvidas
Não negar,
Mais sim aproveitar,
Ate a morte me pegar. 

Oh não! Compliquei de mais,
Pois agora não posso mais.
Tarde de mais,
Pois fui embora!!!!

Não adianta mais correr,
Não, não e não.
Devia ter pensado nisso,
Antes de morrer!

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Pseudônimo: R. (Formosa, GO. 23 anos).

Título: O último ponto final

"O Tempo?
O tempo é uma  sucessão de saudades..."

Essa manhã o tempo veio me visitar.
Trouxe algumas fotos amareladas
e um gole de saudade para que eu me alimente.
Conversamos sobre banalidades da vida,
sobre os sorrisos gastos
E pessoas que já partiram...
Coisa de quem já viveu demais.
O tempo trouxe sentimentos
que meu coração ignorava,
pude sentir cheiros que julgava
Não existirem mais e revivi momentos
que estavam a milhas de distância do meu presente insólito,
vazio
e melancólico do fim da vida.
Deitado aqui pude ver o tempo pintar
lindas imagens no teto branco do meu quarto.
Pude ver quanto tempo ganhei,
e o quanto errei em prol de mim mesmo.
Pude entender que essa longa caminhada
cheia de tropeços
se assemelha à poesia
que encontra seus caminhos na folha em
branco, sem linhas.
Que respira nas vírgulas,
que fala nas suas aspas, que aguarda um recomeço nas suas reticências e pontos finais.
Os anos que me cabem são resultado
desse poema sem título,
desses versos sem métrica, 
toscamente escritos;
Da união de grafite e sentimento,
alma e corpo.
E agora que o tempo veio me buscar
posso dizer, sem pudor ou pesar
que vivi e amei.
Escrevi, enfim, minha história...
Essa linha do tempo que encontra aqui seu ponto final
mas que se perpetua na eternidade
através das palavras
que deixei.

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Pseudônimo: Paul Celan (Taguatinga, DF. 46 anos).
Título: O Tempo e a Chuva

“O tempo ronda meus quintais como um cão raivoso, ou uma borboleta tatuada nas nuvens do peito indefeso de tísico!”

Como esta chuva que sorvo em minhas mãos,
Assim a areia do tempo
Transforma meu ser;

Tenho em mim um velho,
Tenho apenas o canto
Da cigarra morta
Nesta solidão do mundo das
                         palavras;

Tenho apenas o osso,
O sacrifício da ausência
                             indomável,
              semente do nada;

Tenho apenas as redes da
                 matéria bruta
Tragando os peixes-poemas,
Canções do acaso, gritos
           mudos, bois e lobos
                 no olho esquecido;

Tenho apenas o tumulto
Nesta grei onde se confia à
Aurora e às estrelas.

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Pseudônimo: Ivanúcia Lopes (Marcelino Vieira, RN. 23 anos).
Título: Passatempo

“A concepção do tempo tem sido muito discutida desde o início da cultura ocidental, até hoje. A sua relatividade em nossas vidas tem sido assunto de debate entre os filósofos e entre os cientistas, tema de pesquisas, reportagens especiais, desabafos, crônicas, poemas... Tem sido, inclusive, debatido nas calçadas, por pessoas de mais idade, e até por adolescentes nas confissões da tenra idade. E o que seria o tempo, então?  Talvez, assim como para a física, uma grandeza fundamental, sobre a qual não cabe definição. Acho que é bem assim: uma construção fictícia do homem para explicar a dança do sol e da lua. Um tiquetaquear que justifica as corridas, as chegadas, as lembranças e as esperas. Não se pode guardar o tempo numa caixinha. Nem roubá-lo. Nem dá-lo a ninguém. O que se pode fazer é eternizá-lo”.

Nas rugas. No olhar.
Um risco. Rabisco. Um cisco.
Marca do tempo no velho.
Brilho do tempo no novo.
Mão em punho. Rascunho.
Ansiedade. Destino. Ocasião.
Passa velho. Passa menino. Passa a estação.
Arrisca um passo.
Risca um traço.
Passa a limpo.
Passatempo.

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Pseudônimo: Paracauam (Trofa, Portugal. 47 anos).
Título: Promontório

“A palavra TEMPO, representa para mim... Tudo aquilo que o homem busca descobrir sobre si mesmo, tudo aquilo que o faz descobrir que quanto mais sabe mais precisa saber!”

Ao tempo pouco
Se lhe importam
As rugas
Que o velho tem
O tempo tão mais
Velho que o mais
Velho dos homens
E de novo pensa
O velho em seus
Momentos contados
E conta histórias
De um tempo
Passado a limpo
Louça lavada
No rio que passa
Que apenas passa
Tão-somente uma vez
No mesmo lugar
Lugar que é
Suporto no tempo
Ficar – não – passar
O velho
Simplesmente
Acaricia as marcas
Que o tempo
Lhe escavou
Na pele
Como ventania
Insistente que rasga
A face da rocha
Resistente
O velho é uma
Falésia a olhar
O mar
Que bate a seus
Pés
O velho é uma
Rocha que se
Faz areia
Nas praias do tempo.

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Pseudônimo: Alan de Longe (Betim, MG. 42 anos).
Título: Qüinquagésimo ano

“Embora mera ilusão criada pelos homens para medir o imensurável, é infalível em nos tornar perigosamente mortais. Um conceito tão finito e perene que nos transforma (a tudo e a todos) em finitos, breves e efêmeros”.

Tanto mais me aproximo dos “cinquenta”,
mais turvados vejo meus horizontes;
a vida, como o sol, por traz dos montes.
em tom de crepúsculos se apresenta.

E a este temor sombrio se me acrescenta
esvaírem os dias quais águas nas fontes,
Que jamais retornarão às mesmas pontes,
Tanto mais me aproximo dos "cinquenta”.

Decerto, que melhor vivo e senil,
que vir a perecer na juventude.
Mas a idade traz desventuras mil

pois já não gozo um sorriso tão amiúde,
da alentada esperança juvenil
e me avisinho, dia a dia, do ataúde.

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Pseudônimo: Aline Monteiro (Macapá, AP. 25 anos).
Título: Resistência

“O tempo é o que movimenta a vida. Tudo o que fazemos é em razão dele. Estamos condicionados à sua vontade. É onde estão as nossas diretrizes, o nosso remédio para curar dores e angústias. O tempo é a justificativa para nossos maiores medos, desafios, desistências.  Mas acredito por vezes é necessário livrarmo-nos dessas amarras e construir o nosso próprio tempo em que a decisão final seja sempre nossa e não dele”.

Tu permaneces...
Resiste.
Indestrutível.
Inabalável
Como árvore centenária,
Monumento histórico,
Sete Maravilhas do Mundo.
Parece não te importar
Quando
Um dia te tiraram
O frescor da pele,
O brilho dos olhos.
A cor dos cabelos.
A força do teu corpo...
Andas insistindo
Nos afazeres domésticos
Na poeira que ninguém vê
No quadro torto que não notei...
O que te fez resistir à tormenta?
O sofrimento é opção constante,
Tua cruel companhia...
Mas tua força
É de uma criança recém-nascida
A chorar insistentemente por comida
Não há mal que dure para sempre?
Do teu lado
Serei eternamente aprendiz
Da tua incontestável
Habilidade de renascer...

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Pseudônimo: Semprepoeta (Ipatinga, MG. 46 anos).
Título: Ressonâncias do tempo

“Para mim, o tempo é uma convenção dos homens. É uma invenção algoz e benevolente. A mão do tempo oferece e tira, desfaz e tece. Onipotente, é elo entre o antes e o depois. É ponte inexorável, entre a vida e a morte”.

O tempo...
Um trem...
Tempos de menino...
O trem que vem
Rasgando o cerrado,
Traz boas novas
Às cidades e vilas
Incrustadas nas serras de Minas.
Um trem...
O tempo...
O trem que passa
Traz o minério
E leva o aço.
Tempos de trabalho,
Progresso e mocidade...
O tempo...
Um trem...
O trem passa,
Traz o amor
Que o tempo leva.
O ir e vir encontram-se
Na estação e se entrelaçam
No coração dolente da maturidade. 
Trens não andam para trás.
Tempos não voltam jamais.
Seguem
Em trilhos paralelos,
Por túneis desconhecidos
Rumo ao porvir.
Um trem...
O tempo...
São fragmentos de lembranças...
Cochilando na varanda,
O velho senhor escutou
O assovio de uma criança
Parecido com o apito de um trem.
Muito distante,
Quase inaudível...
E voltou ao passado.
Reminiscências...
Ressonâncias de um tempo...
Um trem...
Uma saudade...
Foram-se as Marias,
Dos vagões e das carícias.
Fumaça agora, só das fábricas.
Nada incide em sua vida,
Além de contemplar os verdes montes
Que os edifícios ainda não cobriram.
Lembranças do velho senhor...
Bibelô na cadeira de balanço
Esquecido pelos da casa.
Reminiscências...
Ressonâncias de um tempo...
Um trem...
Uma saudade...

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Pseudônimo: Ambrosio Marrozinho (Casa Verde, SP. 33 anos).
Título: Tarde que finda

“A palavra tempo significa para mim a urgência em viver a vida, mesmo agitada ou muito lenta, mas com poesia, a respeito do tempo, digo:

sou a tarde que finda
descorando e descontente
numa rapidez tamanha
ainda que lentamente 

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Pseudônimo: Bambina (Paranaguá, PR. 23 anos).
Título: Velho Boêmio

“Na minha visão, o tempo é apenas um medidor de nossos dias. Devemos encarar nossa vida como atemporal, sem data certa para terminar ou recomeçar. Cada um tem em si a chave de seu relógio, sem minutos, sem ponteiro, apenas com desejos, sonhos e experiências... Que vivamos o hoje como sendo único, sem preocupações com o ontem e o amanhã!”

Os ponteiros insistem em girar
Já não há mais tempo
Os dias, as horas, os minutos
Escorrem por entre lembranças
Não posso parar

Esse tic-tac me desola
A escola da vivência está no fim
É tudo a toda hora

Ainda posso ouvir o som do clarim
O gosto do gim e o estalo do carteado
Quando jovem soprava forte
Hoje, falta-me o fôlego e a sorte

Quebro meus relógios
Já não me importa as horas
Qualquer minuto já é prêmio
Do que restou deste velho boêmio

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Pseudônimo: Príncipe Desavisado (Juiz de Fora, MG. 29 anos).
Título: Velhos tempos

Tempo, para mim, significa vida, mudança, crescimento”.

tempo transborda de relógios calendários
extrapola o entendimento humano;
marca ao passar.

o velho senta-se à varanda da casa a mirar
o horizonte: há tanto em que pensar!
o mundo de hoje já não é mais o mesmo
o tempo mudo muda as coisas como o vento
bailando sobre dunas; no rosto carrega seus
vincos pequenos vícios qualidades e tudo
o que mais compõem um homem: alma & coração.

o velho é sábio por pai e avô
 é sábio por sempre filho
a procurar aprender sobre os novos movimentos –
até as palavras ganham diferentes empregos –,
meu Deus, como a vida é boa e voa sem que se sinta
seu bater de asas ininterrupto.

o velho calmo é calvo a rir da infinidade de cortes
estranhos da molecada;
              e seu sorriso artificial a admirar a tecnologia
de divertidos aparelhos dentários coloridos;
              a lembrar Pelé e Garricha Zico e Júnior Romário e Ronaldo
a estranhar chuteiras multicor em pés de nem tão craques assim.

o velho vê através do tempo
alinhado a ele seu aliado de sempre
suas horas de satisfação saltam de seus olhos
em encantamento retornam são novamente
reais ao velho homem a reconstruir velhas
coisas gestos objetos a vida volta e vai a voar.

o velho recosta-se à varanda do mundo
o velho e o tempo

velhos tempos.

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Obrigado,
Autores S/A.