segunda-feira, 1 de março de 2010

Físico e Psicológico

Atendendo prontamente a um pedido da Andréa, aqui vai o texto rebelde dessa pessoa aqui. Com pequenas mudanças em relação ao texto no meu blog, com o objetivo de ser mais clara.
Obrigada, querida!
........................................
Físico ou psicológico?
Físico e Psicológico!
Esta pergunta acima era cabível numa outra era de nosso conhecimento.
Quando se utilizou a metodologia científica criada para estudar a matéria para compreender o ser humano.
Mas quando alguém percebeu que o ser humano tinha um modo humano de funcionar e que não poderia ser avaliado somente com métodos científicos desenvolvidos para a matéria, muita coisa mudou.
Por isso, hoje, meus ouvidos doem ao escutar essa expressão: físico ou psicológico? Não doem quando a pergunta vem de um leigo. Doem quando são formuladas por pessoas esclarecidas e que fazem uso dessa pergunta com o intuito de diminuir o sofrimento do outro.
Da máquina podemos responder óleo ou peça. Parafuso ou porca.
Do homem não se pode dizer corpo ou alma, mas corpo e alma.
Porque um mora no outro. Nada acontece a um que o outro não sinta, não sofra.
Então porque não dizer que o sofrimento de alguém não é apenas psicológico, mas humano!
Qualquer pessoa que passe pela dor, pela perda, pela angústia do abandono, da desvalorização, há de sentir a mesma coisa no peito a ecoar no corpo no qual habita...
Sim. Angústia humana afeta o coração, afeta o olhar, o sentir a vida. Desrespeito afeta a voz, a auto-estima, o apreço.
Não. Não dá para separar o corpo da alma.
Por isso não justifiquemos as dores alheias dizendo que são somente psicológicas, só porque não derramam sangue a olhos vistos.
E porque ambos aspectos referem-se à mesma pessoa, a dor é e sempre será física e psicológica.
Ainda que a raiz more numa parte, os galhos estarão sempre na pessoa humana, como um todo, nunca fragmentado, esfacelado.
Esse texto pequenino é apenas um protesto diante da dor de um amigo... Imobilizado há mais de um ano, lutando bravamente para recuperar seus movimentos ou aceitar sua imobilidade.
Quero 'dar a César o que é de César'.
Qualquer ser humano nessas condições sentiria dor e angústia.
Se pudesse (e eu poderia!*) analisá-lo psicologicamente ele foi ótimo até onde suportou. Porque mesmo recebendo um tratamento que deixava a desejar, nunca reclamou, criticou. Mas tendo estressado ao máximo seu corpo, chegando ao limite da dor, suas emoções coerentes com sua vida, revelaram-se inquietas, angustiadas. Ou seja, ele continua sendo a pessoa amorosa, digna e generosa que era, mesmo depois de ultrapassar seus limites de silêncio e equilíbrio frente às suas crises de dor.
Não há porque reduzí-lo ao limite, quando o valor do ser humano é inquestionavelmente maior que seus limites momentâneos.
E a análise tem a função exclusiva de ajudar a compreender, nada mais.
Querido, mais que compreendê-lo, eu o amo!

* Poderia, mas escolhi amar. Amar ultrapassa todo entendimento, já dizia...

Beijo em seus corações,
Claudia

Nenhum comentário: